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E quando o negócio é café? Ou melhor, cafeteria?


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Sergio, concordo que o sabor é o ponto mais relevante, e pra mim, café bom se garante na xícara, e não em fórmulas, mas tempo é sim uma questão relevante, sobretudo em ambiente comercial em que praticidade e repetibilidade são essenciais, e nisso, desenvolver algumas fórmulas é essencial. É necessário estudar o tempo, e não só quantos segundos ou minutos são necessários, mas como o café muda de acordo com pequenas variações de tempo e como isso pode ser interessante ou não para extrações

 

Na variável tempo, sempre brinquei muito com ela na Aeropress, com diferentes moagens, tempos e brew ratios. No mundo dos espressos isso já é mais difícil e delicado mexer, a menos que se tenha uma Slayer pronta pra brincar, ou uma Vivaldi e muita paciência pra mudar temperatura de extração e pré-infusão.  Eu super extraio um pouco meus lungos por conta do BP, mas o povo tem gostado e pouquíssimas pessoas tem tomado eles com açúcar. Acho que até os termos sub e super extraídos em algumas situações precisam ser problematizados. Desejáveis eles não são, mas podem render experiências interessantes e funcionais 

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  • 2 weeks later...

Meus primeiros passeios em cafeterias foram um susto. Aqui onde moro, em Niterói, tem relativamente poucas opções e, na primeira que fui (acho que era Katz o nome) tomei um café mais queimado que o da Starbucks... :unsure:. Depois acho que fui só em outra e depois fui na própria Starbucks, que apesar de tudo, tem lá sua utilidade.

 

Depois, fui no Armazém do café, do Leblon e na Blueberry Pie Coffee, de Itaipu; ambas estão no Guia de cafeterias. Foram no mínimo razoáveis, já que só foi uma vez em cada uma e não provei muitos cafés. Então, devo voltar em ambas um dia.

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  • 2 months later...

O filho pródigo ao tópico retorna, hehehe

 

Na verdade voltando pra falar um pouco desses três primeiros meses da 1268.

 

A 1268 surgiu, por mais que fosse uma possibilidade já alguns meses, de maneira muito rápida. Entre o ok do espaço e a abertura, foram 22 dias para estruturar o espaço minimamente e deixá-lo funcionando para a abertura do museu, e nesse tempo, ainda teve uma viagem pra Salvador, pois o Café da Walter estava já ensaiando seus momentos finais devido a questões políticas com gestores culturais do estado. O 1268 café abre dia 8 de Agosto, a Walter fecha 30 de Agosto.

 

Foram 22 dias de mão na massa, pois os conceitos, planilhas e planejamentos já estavam feitos. Com o ok, só realizei ajustes, e isso foi que tornou possivel abrir em 22 dias (mas de planejamento foram 4 meses).

 

Nos 5 últimos dias começa a tensão: percebo que o café está nascendo maior do que imaginava, não pelos custos, mas pela demanda que o museu e a região começavam a mostrar. Portas abertas, uma galera do fórum presente e eu bem feliz com o resultado, sabendo que ainda havia muito a arrumar/ajustar/afins, mas que no geral, tava saindo café, hehehehe

 

Uma das questões com o 1268 pra mim, era de assumir uma vida na ponte-aérea SP-SSA, pois continuo com minha carreira enquanto artista independente, e tinha uma série de projetos que justificavam essa ponte-aérea, mas que por si só, diminuiriam minha dedicação a 1268, demorando mais pra realizar os ajustes necessários. Como a grana era curta também, contratei só uma funcionária, de total confiança, pra estar a frente do café quando eu não estivesse aqui.

 

1º Mês

 

O primeiro mês, apesar dos pesares, foi melhor do que imaginei. Estar num espaço público tem suas vantagens, pois os custos são menores, mas em compensação, a liberdade de ações está sempre condicionadas ao espaço, e em Agosto tivemos que fechar por 5 dias devido a um transporte de obras, e 5 dias pra um negócio no primeiro mês fazem a diferença (até porque abri o 1268 sem grana, ou melhor, com pouquissimo dinheiro e cartões de crédito pra parcelar tudo a perder de vista, hehehe).

 

10 dias depois de aberto, vim pra Salvador, e fiquei acompanhando a distância: funcionou relativamente bem

 

Resultado financeiro do primeiro mês: Cumpriu bem as expectativas :)

 

2º Mês

O segundo mês me deixava especialmente tenso, devido a um festival grande que participaria e a necessidade de estar na 1268 pra adiantar o processo das coisas. Nesse ponto, optei por contratar mais um funcionário. O segundo funcionário inclusive é um amigo que a dois meses havia me pedido indicação de cursos pois estava cansado dessa vida de vendedor de loja e adorava cafés.

 

Tivemos também uma abertura de exposição que foi deliciosamente enlouquecedor, hehehe. O mês todo foi bom, mas o evento ajudou a dar um up nas contas, e eu fiquei mais tranquilo, agora com dois funcionários no espaço :) 

 

Em Setembro fiquei 18 dias no café.

 

Resultado financeiro do mês: Muito bom :D

 

 

3º Mês

 

Setembro foi bom, mas cobrou seu preço em Outubro: crise de stress. E por isso optei por ficar em Salvador 1 mês, resolvendo outras questões profissionais e dando uma desacelerada, pois setembro foi um fusca descendo a ladeira sem freio, hehehe.

 

Os dois primeiros meses foram bons ao meu ver, e sinalizavam que Outubro também seria. Não foi. Como meu público depende muito do público do museu, o efeito pós-inauguração/ares de novidade deu uma queda que o próprio museu achou baixa. Estava na expectativa de reabertura do cinema, que estava prevista para final de Outubro (o que justificaria uma segunda pessoa), mas não rolou, e talvez nem role esse ano.

 

Pra completar, e que até ajudou, a funcionária mais "antiga" pediu demissão pois encontrou algo melhor e precisava assumir no dia seguinte.

 

Resumindo, Outubro foi caos, a geladeira quebrou e eu fiquei Outubro todo fora.

 

Resultado financeiro do mês: Ainda não fiz as contas, mas foi negativo

 

---

 

Agora novembro é torcer pra melhorar e pensar algumas ações de divulgação. Nesses três meses, os clientes fieis já vem surgindo, ainda poucos, mas é sempre um começo, e pros três primeiros meses do negócio, minha avaliação até o momento é bem positiva :)

 

Ah, troquei o vento norte pelo terra vermelha, pra dar uma melhorada nas bebidas com leite :)

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Que legal, esperamos que embale de vez.

Agora eu não consigo tocar um negócio a distância, tive uma loja por 25 anos, tirei 15 dias de férias para casar, fora isto faltei 3 dias, e algumas pouquíssimas viagens para o fornecedor, e nas épocas boas fechava no final do ano, acho que fui uma das primeiras empresas a fazer isto.

Se não aprendi a cuidar a distância de novo, agora então é que não vai, rsrsrs

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Sempre que você fala da terroa em SP eu me pergunto se é viável. Pagar mais caro pelo frete e receber torras mais perto do "final de vida" não atrapalha os lucros ? Sinto que servir cafés Bahia tem um certo apelo emocional pra você.

Nunca tive cafeteria, é só curiosidade de leigo. Hehe

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rbcassani, tem sim um certo apelo emocional, mas no meu caso, acho mais conceitual e até comercial mesmo, hehe. Sabendo da qualidade dos grãos de Piatã, sempre estranhei o fato de não encontrar nenhuma cafeteria que utilizasse grãos de Piatã, e pela qualidade deles, e o preço um tanto alto que andei encontrando aqui em SP, achei válido o risco. Confesso que nem procurei muito, apenas sondei e vi gente falando de, por exemplo, o blend que raposeiras faz pra cafeterias que custa na casa de 120 reais, que cafeterias como the little coffee shop e Beluga usam. Hoje acho isso um pouco lenda urbana quase, mas que os blends dela são caros, são, e por isso fico com meu terroá de menos de 50 reais o quilo, hehe. O frete sai mais caro, mas o preço acho bom, então acaba compensando (e o frete nem sai tão caro assim

 

Bom, venho tentando manter os cafés com no máximo 45 dias de torra no café (os cafés chegam, em média, com 14 dias de torra), não é o ideal (pela demanda baixa ainda, se aumento as vendas, aumentar o giro dos cafés, garantindo torras entre 15 e 29 dias vai ser tranquilo), mas os resultados das extrações ainda são bons ao meu ver. Pra Walter e agora pro 1268, mantenho a linha de pensamento de "Não tenho condições no momento, e acho que nem quero alcançar um grau de excelência altíssimo nos cafés, mas quero chegar o mais próximo disso, na medida que for possível. Sendo melhor e mais agradável que a maioria, tá ótimo"

 

Gilberto, lendo sua experiência, acho que por isso demorei tanto pra ter meu primeiro negócio, ao mesmo tempo que tinha o desejo, ele era mais fraco do que minha formação em arte, e só pode existir junto com ele, e com as lógicas da área artística, hehehe

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Clara, depende do que você está buscando.

 

Quer algo topo de linha? Flavors, vendem online mas são um tanto enrolados

 

Quer algo clássico? Schmidt. Na Vasco da Gama, entre o Bom preço e a Garibaldi tem uma loja ponta de estoque deles que gosto bastante. Lá devem indicar algo interessante

 

Nenhuma das anteriores? Av. Carlos Gomes. As da Walter eram chinesas, baratas, duraram uma vida e todo mundo gostava muito

 

As minhas atuais são da 25 de março. Aqui em SP achar algo legal e a preço bom tá tão dificil quanto SSA. As da 1268 são de vidro turco metido a besta. São lindas pro meu gosto, mas muito delicadas. Metade dos meus pires estão lascados x.x

 

Se tem $$$ pra investir, vá de Flavors e veja as opções deles.

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Não sei se cheguei a comentar disso, mas no caso da Starbucks, uma coisa que inegavelmente eles têm é a presença nos melhores pontos. Empresa grande tem e$$a vantagem né....tipo: eu vou no shopping e tem uma lá, vou no bairro ao lado, tem outra e por aí vai.

 

Ainda que o café seja só 'marromenos'....dá pra ir de boa no cappuccino deles e uma outra bebida ocasional.

 

E o lance do cartão é uma ótima ideia. Não sei se eles vão deixar de lado, pra dar preferência ao aplicativo no celular (ainda não vi muitos detalhes, mas é pra usar como se fosse o cartão).

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  • 1 month later...

 

 

Análise de ponto [2]:

 

S.B.Campo-SP - bairro Nova Petrópolis (vizinho do Burger King)

 

https://www.google.com.br/maps/@-23.711121,-46.544106,3a,75y,82.13h,87.83t/data=!3m6!1e1!3m4!1sj_cMNV6nBzUUQ4-dnElxOw!2e0!7i13312!8i6656!6m1!1e1

 

A imagem do Google já foi atualizada. No ponto foi instalada o Container da Pizza; poderia ter sido o Container do Café... rsrsrs

Passo pela avenida e está sempre cheio. E com a transparência no andar de cima, tremenda publicidade, um outdoor ao vivo no próprio estabelecimento. 

post-4874-0-01863600-1450295177_thumb.jpg

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Achei bem acertado o investimento, apesar de um tanto alto, e SBC tem um péssimo hábito de abrir locais "da moda" que duram menos de um ano, mas nesse caso, achei que ser o container da pizza foi bem acertado. Café sofreria aí, heheh

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  • 5 weeks later...

Ricardo...

 

Acho que você deveria abrir um café... um escritório de arquitetura... uma torrefação ...e etc... de tudo vc entende... Veja, hoje completamos 2 anos de funcionamento, tnho 11 anos na área de café, não como coffee geek, eu vivo do café, ou seja, o meu pão vem de algo que empreendo com café. Pode parecer uma coisa muito fácil pra você mas não é...

 

Empreender no Brasil em qualquer coisa relacionado a café é bem difícil, por isso, quando cheguei em Curitiba, sem família, sem amigos, sem fiadores, a melhor opção foi realmente abrir uma loja "diminuta", "minúscula", de baixo custo de implantação e etc. Veja, morei em Nova Iorque em um tempo e aprendi muitas coisas lá, principlamente que, valorizar ao máximo o produto que você vende é o mais importante. Veja, eu aprendi com pessoas que pensam parecido comigo. E realmente a idéia era fazer uma loja rústica, bagunçada e completamente um novo formato de vender cafés no Brasil. Te digo que não gastei nem $5000 pra montar o espaço, pago R$950 de aluguel e pago ao meu barista R$2350,00 limpos por mês. Hoje vendemos entre pacotes de cafés e bebidas cerca de 80kg mês ... Só na loja diminuta... A parede não é preta...a cor se chama borracha...é um tanto diferente de preto e temos como clientes arquitetos do escritório do Jaime Lerner, que diferente da sua opinião acharam que as mudanças mesmo com a loja escura, ela cresceu... veja, nós temos 18m² contando o banheiro... e recebemos vários elogios de arquitetos de como conseguimos montar um café que venda tanto, em um espaço desse tamanho, principalmente em Curitiba, já que o Curitiba pensa igualzinho como você.

 

A resposta com certeza é o atendimento, sempre feito por um barista, profissional esse que vive disso e sabe o que está fazendo. Outro ponto é a qualdiade do café, eu posso afirmar do alto da minha prepotencia que hoje temos o melhor espresso de Curitiba fácil, doa a quem doer. E... um preço muito razoável, servimos apenas espressos de 20g por R$5 ...assim como o cappuccino custa R$5 e...o nossso pacotinho escrito a mão de um baita café, com uma baita torra, vendemos por R$17,5 / 250g...

 

Veja, temos muitas dificuldades em crescer, temos inúmeros investimentos para poder crescer e nesses dois anos de idade da loja , vimos inúmeros projetos lindos, fechando as portas em Curitiba...Também temos muita procura por váriassssssssssssss pessoas de abrir uma loja igual a nossa...

 

O resumo de tudo isso meu caro.... não importa como é a loja, o importante é que vendo qualidade em um preço excelente...e vendo igual ou mais café do que outras lojas lindas, grandes e etc... Faça uma pesquisa e descubra quantos cafés em Curitiba vende 80kg/mês ...

 

Sobre não ter falado com vc...meu caro mais uma vez... 1) eu nao te conheço pessoalmente... talvez se vc fosse com os óculos eu até poderia reconhecer... 2) vc não se apresentou... 3) era um sábado de manhã, eu estava tomando meu café da manhã e não tava mto afim de papo mas veja, eu estava como um cliente da loja e não atrás do balcão.... Tenho certeza que o Kaian te atendeu super bem... mas uma política da loja é, nosso espaço foi criado para servir cafés e reunir pessoas, não para ser laboratório de café ou showroom...

 

Sobre o Moka Clube... Acho muito legal o investimento deles em arte, comunicação, embalagem,etiqueta, etc e etc... que provavelmente para algumas pessoas super vale pagar R$151,60 o kg ... Eu...particularmente, não compro esses tipos de produtos a não ser que o produto justifique.... Nunca bebi algo próximo ao Frutado de Verdade por exemplo, que vendíamos a vocÊs por R$120(com frete) o kg... lógico que com mto menos custo de embalagem mas isso 1) não tenho grana pra investir nisso já que preciso investir em conhecimento.

 

Nem sabia que o Moka Clube tinha cafeteria mas não acho que são "baristas" ... não vejo muito conhecimento em café no que fazem mas veja, não tenho problema com isso, cada um faz o seu e se o cara consegue ter clientes pagando pra ele, na minha opinião, um produto mediano, flat, normal, realmente eles tem muito mérito em saber vender isso.

 

Como te falei, muitas pessoas vão pensar assim mas nossos clientes por exemplo, pensam totalmente diferente e assim é a vida.

 

Obrigado

 

Achei bem interessante este depoimento para este nosso tópico sobre cafeteria como negócio. Entre várias informações achei interessante a remuneração do barista, enfim, o que os colegas têm a dizer?

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Esse depoimento do Leo Moço é bem legal, me identifiquei com ele em vários pontos, apesar de termos motivações bem distintas pra criar um negócio. A remuneração do barista é realmente boa. Eu perdi o meu por não conseguir pagar um salário bom (e ele também não tava merecendo, hehehe. Tinha um potencial como barista grande, mas nenhuma experiência, um curso do SENAI nas costas e pouquíssima autonomia pra estar a frente do negócio e desempenhar a múltiplas atividades que preciso dentro do café).

 

No caso dele, café é a vida dele, na minha é o plano B, que tento levar da melhor maneira possível, mas entre meu plano A e B, o B fica de lado. Na verdade, ele só existe porque nasceu e ainda existe num diálogo com o plano A, que é arte.

 

Conversando com outras pessoas, que pretendem, sonham em ter um café, esse ponto da virada que é o cheque pra maioria. Empreender no país é dificil? É, mas já foi muito pior, e o brasileiro tem isso quase com uma característica, quer característica mais empreendedora que o jeitinho brasileiro? hehe. Vejo que muita gente só vai pra esse lado do empreendedorismo quando aposenta e resolve dar asas ao desejo, quando os pais ou alguém muito próximo da família já teve um negócio, e em algum momento da vida acompanhou de perto o negócio, ou simplesmente viu uma oportunidade interessante e tava afim de dar um é em tudo que fez até hoje (ou sempre teve receio da instabilidade da própria carreira, que é meu caso, hehehe).

 

O exemplo de Leo eu acho bem legal, pois é o oposto do que vejo hoje no mercado. Franquia de cafeteria geralmente são empresários que já tem grana querendo ter mais grana, e ponto. Empresários que tem uma mega preocupação com marcam, marketing, com o escritório que vai assinar o projeto da cafeteria, mas paga o mínimo pro funcionário e dá um treinamento de um dia achando que tá tudo lindo. A gente, empreendedor quebrado que vai dando os pulos e truques pra fazer o negócio andar, e já fica feliz quando ele consegue pagar as contas no fim do mês, que tem que dar o jeito de abrir com pouca grana esperando a oportunidade surgir (como foi a Walter e a 1268 comigo. Na Walter, acho que gastamos cerca de 7-8 mil reais pra montar o negócio. Na 1268 acho que foram uns 10 mil. É difícil lidar com esse orçamento? E como ! Mas também necessário (ao menos pra mim) pra pensar estratégias e possibilidades de ação que façam esses dinheiros renderem, o que é uma dor de cabeça permanente também, hehehe

 

Esse post de Leo levanta um ponto interessante pra mim, e que todo empreendedor deve pensar: O que é um custo-benefício bom ?

 

Quando terminei a faculdade de dança, resolvi fazer outra pra ter um plano B, e foi um curso de design e gestão de negócios de moda. Entrei nele justamente pra entender a parte de gestão, como instrumentaliza-la e fazer um pedaço de pano agregar valor, e nesse ponto, café especial dá pra ser considerado um negócio de moda.

 

Levantei a questão do custo-benefício pensando muito na finada Walter. Não tinhamos o melhor espresso, mas tinhamos um dos melhores espresso da cidade (e o melhor que podíamos oferecer, afinal, nossa estrutura era bem low-cost) em comparação com as cafeterias da cidade, com um atendimento humano e com consciência do que estava sendo feito (digo humano porque tinha cliente que pensava que a gente era psicólogo, hehe, e também as vezes tinha que dar um chega pra lá em cliente abusado) num ambiente sem o formalismo frio de shoppings ou cafeterias metidas a classudas (e que serviam o satanás torrado como se fosse café gourmet). Nisso, muita gente aprendeu a tomar café, entendeu um pouco mais de café e virou cliente assíduo, o que dava ao café um excelente custo-benefício. Outro ponto que deu um bom custo-benefício é que eu, e minha sócia, somos artistas, e usamos todo o capital social que tinhamos com rede de artistas da cidade a favor do café.

 

Enfim, falei de mais e meio dislexo, mas fica aí a verborragia, heheheh

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Bom, acompanhando o auê no tópico das cafeterias de Curitiba, não só o post de leo, mas o resto todo serve como um bom estudo de caso, hehehe. Acompanho bem de longe as ações de Leo, mas sempre que fico sabendo de algo, nunca é algo bom. Ao meu ver, as respostas de Hugo e Ricardo são de uma qualidade ímpar, e essa postura de desmerecer o cliente e o trabalho de outras pessoas, com críticas no mínimo infantis (pra não dizer machista mesmo. Que comentário completamente desnecessário ao logo do dripper só porque ele usou rosa no logo? Ah, me poupe...) e rasas (vendo a postura dele, a Raposeiras ganhou pontos comigo, pois não esculacha quem ferve água pra fazer o café, toma cápsula, põe açúcar e afins, afinal, não vai ser falando que tudo que a pessoa fez na vida tá errado, que está fazendo um favor ao mundo vendendo cafés especiais e nem que o café do concorrente é cheio de problemas que vai tornar o café dele melhor)

 

Uma coisa é valorizar ao máximo o seu produto, outra é desvalorizar o trabalho e as ações dos outros trabalhadores e depreciar hábitos e expectativas do consumidor pra valorizar o próprio produto. Além de não ser didático, não é ético, e nesse mundo-bolha de cafés especiais, só serve pra gerar stress desnecessários pra quem curte o hobby ou tá chegando nele, e não é uma conduta que compactuo.

 

Enfim, só lamentos por ele

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Eu não sei se já postaram no fórum, mas aqui em Poa a Baden, Yami, Café da República e Café do Duque, fizeram algo muito interessante para estimular a concorrência saudável : criaram o cartão de infidelidade.

Isto mesmo, infidelidade. Na visita a cada uma das cafeterias o cliente carimba o cartão, e ao completar os quatro carimbos o cliente ganha um café na AP.

Não sei qual o êxito da campanha., de qualquer forma achei genial. Faltou apenas uma para mim...

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Cartão infidelidade é muito bacana, mas bem difícil de implementar, aqui em Floripa por exemplo, Ô raça desunida.

Fiquei impressionado com o valor pago ao barista do Moço, por achar que esta bem acima da média (até onde eu sei), e por ele dar valor a outra pessoa :)

 

Agora fica aqui uma ilustração de como seria, se eu fosse abrir uma cafeteria com tema rústico: Simple

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Cartão infidelidade é uma boa. Numa conversa rápida na Isso é café, acho que a irmã de Felipe comentou essa idéia, que acho bem legal, mas na época tava no corre e nem desenrolamos mais. Ainda to meio deslocado no meio das cafeterias de SP, mas depois de março dou uma melhorada nesse networking, hehehe

 

Em Dezembro teve uma campanha que achei no mínimo fofa e que juntou uma série de cafeterias em SP, que era a troca de um capuccino por um brinquedo, que seria encaminhado a orfanatos no natal. Ta aí uma ação que é legal e une e divulga as cafeterias de SP.Espero que rolem mais ações do gênero na cidade :)

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Foi a Natalatte. Deve ser a terceira edição já. O Ton da True coffee organiza.

 

Ano passado conseguiram uma rede enorme de cafeterias e espaços que ajudaram a recolher os brinquedos. Tentei um ponto na zona norte de Sampa, mas não rolou.

 

Eu disse ao Ton que chamaria o CdC pra colaborar com brinquedos, mas acabei não convidando. Tomara que este ano possamos contribuir.

 

Os brinquedos foram distribuídos em diferentes comunidades com crianças carentes, inclusive em comunidades indígenas. Ton é o Papai Noel tatuado.

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Eu vi no cartaz que a rede era enorme mesmo. Preciso melhorar meu networking, hehe

 

Bom, mudando de assunto e voltando pra cafetinagem... Nem parece, mas a 1268 já fez 6 meses! E como o embrião dela se alimentou daqui do tópico, hora de trazer as atualizações.

 

Bom,os quatro meses iniciais até que foram bons, melhores do que imaginava até, mas os dois últimos... Já esperava tempo ruim em nov, dez e jan. Nov até que foi ok, mas dezembro e janeiro estão sendo terríveis, com queda de 50-70% de faturamento e meus dois funcionários (um em outubro, outro semana passada) me quebrando as pernas, saindo do trabalho, literalmente do dia pra noite, e sempre quando estou em Salvador

 

Gerir o espaço a distância, antes de ser uma escolha, era uma necessidade, pois mesmo bancando essa ponte, o dinheiro que entra fica no positivo e ajuda a estabilizar as contas do café aqui em SP.

 

Bom, mesmo o stress absurdo, esse problema com a "equipe" foi bom pra fazer pensar (antes tarde do que mais tarde acontecer isso) essa questão de equipe e tentar pensar melhor sobre (a experiência da Walter foi bem positiva. Tinha tudo pra dar errado, mas até que deu certo, hehe).

 

Pensando nesse ponto de equipe, tentei pensar exemplos pra me nortear. Na 1268 meu objetivo sempre foram duas pessoas, pois a demanda do espaço não é grande, e duas dariam conta tranquilo. Atualmente uma só já dá, mas a tendência é melhorar, pois to tentando dar um gás em divulgação e o cinema do museu reabre mês que vem.

 

Bom, vou pegar alguns exemplos de SP.

 

Isso é café - 6 pessoas (ou mais)

 

O mirante tem uma demanda legal de público, não pagam aluguel, são extremamente cuidados (ou seja, estrutura cara) mas um tanto refém do grupo vegas, que administra o mirante.

 

No caso do mirante, uma equipe grande, pagando bem (meu ex funcionário, que desenvolvi um ódio mortal tá lá) e essa mega estrutura, fico me perguntando da sustentabilidade do projeto. Dinheiro aparentemente não falta no projeto pra dar lastro a ele, mas esse ponto da sustentabilidade me deixa um tanto na dúvida.

 

 

PPD 3-4 (talvez mais alternando entre turnos

 

3-4 pessoas entre sócios e funcionários, aluguel aparentemente alto e um fluxo que me lembra o mirante, mas com muito mais liberdade de ação e uso do espaço, como a oficina de manutenção da La marzocco e os djs, feiras de vinil que ocorrem lá. Farão um ano, e nesse tempo parece que as coisas estão bem.

 

O formato lembra muito o café da Walter. Em 1 ano e meio lucramos pouco, mas não ficamos no prejuízo, o que já considero um sucesso.

 

Beluga - 2 pessoas

 

Só fui uma vez, e só tinha dois, os dois sócios acho eu. Pra mim, equipe na medida, até pelas dimensões bem limitadas do espaço. Gosto muito, mas não tenho tempo nem sócio, hehe

 

Bom, se tiverem mais exemplos, agradeço, e lanço a pergunta: Como organizar uma equipe? ... Ou.... Pra que organizar uma equipe?

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The little coffee shop é outro exemplo. A dona/equipe é a Flávia, mas nos últimos meses o Ton (do Natallate) entrou para o quadro.

 

O ponto é minúsculo (não sei demandas de aluguel), bombado (Pinheiros, no horário de abrir já junta gente em volta), horário bem alternativo (abre ao meio-dia e vai até o final do dia - não abre nos findis). Já vi gente pedindo que abrisse pela manhã. Cafés bons (última vez tomei um Fazenda Baú torrado pela Regina do Sofá) e o preço acho (não lembro com certeza) que foi de 4,50. Preço justo por café excelente. Pago mais em shopping por café ruim. E um dos maiores chamariz é a Flávia eleita barista do ano (não sei qual categoria) pela Vejinha.

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No Beluga, são 3 , eles passaram no Mundo Sa, mas são os 3 donos que cuidam, tem diferença.

Aqui perto de casa abriu uma, até postei as fotos um tempo atrás, até vai, não fica cheia mas tem seus momentos, o suficiente para ser rentável ,pelo menos é o que parece, tem 4 funcionários e funciona em um único turno, os funcionarios são os mesmo desde o inicio, mas sinto falta do dono que sempre estava presente e agora pouco o vejo. Boa parte dos clientes são gripos de amigas que se encontram para conversar.

No 1268 de o de vem o público ? Só do museu ou veio alguns de fora ?

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Ia citar o the little coffee shop, mas nunca fui nele, mas a divulgação e mídia espontânea que ele gerou foi grande, ainda mais depois de ganhar o prêmio de melhor barista.

 

Gil, a maior parte é do museu, mas tem gente vindo pelo café também. To tentando melhorar divulgação. Instagram e face tem sido bem úteis. Em fevereiro as coisas melhoram pois a biblioteca e o cinema do museu reabrem em fevereiro, e o cinema sempre gerou um publico bem interessante pro espaço.

 

 

Vou tentar ver a matéria sobre o beluga. Ao mesmo tempo que, das citadas é a que menos gosto, é a que tem uma estrutura mais próximas da 1268 creio eu.

 

Outras que não citei, por falta de base e ter ido pouco são a preto café e a KOF.

 

A KoF acho que são dois sócios e acho que três funcionários. Um conceito muito bem amarrado, espaço agradável e excelente localização (que deve custar uma fortuna) e sempre que fui, tinha gente

 

A preto café fui uma vez no fim do expediente, então sem base pra falar sobre x.x

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O KOF tem uma clientela focada em outras coisas além do café. Turma lá do pedal me parece se reunir mais pelas magrelas e o café é um plus. Guilherme, um dos baristas (funcionário) é amigo nosso.

 

O público do cinema no Segall vai ser bem interessante (e interessado) pro café. Os filmes lá raramente são do circuitão, então é um pessoal bem ligado em novidades. Nos dias de sessão vale explorar outros processos, ou marcar uma degustação tipo meia hora antes (não precisa ser gratuita, mas talvez um preço diferenciado para quem apresentar o ingresso pra sessão). Criar este ritual talvez um dia na semana, para o público voltar e ver a novidade (conhecer a AP, ou um microlote, ou uma harmonização de café com uma comidinha). Outra coisa que outros espaços fazem: apresentar o ticket do cinema dá desconto no café (sei lá, 10% no expresso - carimbe o ticket apresentado).

 

Se criar esta rotina fixa de uma novidade por semana do mundo do café pode ser uma forma de fidelizar clientes.

 

Já criou o cartão fidelidade? Eu tenho de algumas cafeterias.

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