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Corrosão em caldeira de alumínio


Carneiro

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Olá.

 

Estou com uma Gaggia Evolution há algum tempo para resolver um problema simples que era da válvula de retenção muito apertada. Praticamente não saia água e por incrível que parece foi numa assistência técnica que deixaram assim.

 

De qualquer maneira, nessa máquina não para de sair pó branco. Aí a válvula de retenção ficava entupida também, diminuindo o fluxo. E pó branco nesse caso parece ser óxido de alumínio.

 

Já vou tentar uma solução para isso, conto depois o resultado. Mas vejam como estava por dentro:

 

SAM_1316.JPG

 

SAM_1317.JPG

 

Qual a causa disso? Uma aposta é que parece que a proprietária da máquina usou água mineral por muito tempo. Muita água mineral tem pH baixo, por exemplo 6! O níquel já está descascando na base e no tubo que alimenta o grupo já foi, só aparece o latão. Talvez o uso de água mais ácida tenha removido rapidamente o níquel (não sei se tem cromo por dentro do grupo) e agora esse latão aparecendo propicia uma corrosão galvânica. Ou ainda em alguma assistência fizeram descalcificação por muito tempo ou muitas vezes, não sei.

 

Em tese, se o grupo+caldeira estão em boas condições, devemos ver o alumínio escuro (oxidado) e não ter esse problema de coisa branca saindo. Perguntei para mais de um proprietário de Gaggia que não têm esse problema. A Gaggia Classic que eu tinha também não deu isso. Alguém tem esse problema de um pó branco aparecendo no chuveiro etc? É diferente de calcificação que é mais dura e amarelada, o óxido de alumínio é bem branco e esfarela facilmente.

 

Portanto, pensem bem antes de fazer descalcificação, não sei o quanto vale a pena. Algum tempo de ácido cítrico e o cromo/níquel vão embora, talvez ganhem um problema difícil de resolver.

 

Abraços,

 

Márcio.

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É verdade! Mas na Europa eles tem bem mais problemas de água dura que nós, não? Se bem que água dura deve resultar em depósito de cálcio, e não sei que relação isso teria com a corrosão da caldeira em si.

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Pois é, mas pode até ter sido só o uso de uma água mais ácida. Não acho que água com pH menor vai causar a corrosão, mas com tempo remove o cromo/níquel do latão e aí a chance de uma corrosão galvânica é grande.

 

Talvez aquela dica de manter a água com pH levemente maior que 7, usando bicarbonato de sódio (que não precipita) pode ser boa. A água usada numa sessão de café mal para na caldeira. O problema maior é o tempo dela parada lá dentro.

 

Vamos torcer para a minha tentativa de solucionar isso dar certo!

 

Márcio.

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Caramba!

 

Minha pequena Viva! Gaggia (back-up/laboratório) tem essa "síndrome".

 

Márcio, eu já tinha pesquisado a questão do pó branco que vive aparecendo na minha "back-up", não importa quanta água eu passe, sem muito sucesso. Não pesquisei suficientemente. Eu achei que era porque eu tinha usado ácido cítrico "demais" na descalcificação (usei a medida recomendada) logo que a recebi.

 

Quando tirei da caixa, já tava soltado pó branco pelo grupo. Depois de alguns usos começa a aparecer desse pó no reservatório de água. Creio que, mesmo não tendo válvula-solenóide de 3 vias (que jogaria água do grupo na bandeja), imagino que tenha um "ladrão" junto com o restritor de fluxo que joga o excesso de água de volta pro reservatório, é isso? Faz sentido? Nunca a abri, mas depois de ver essas fotos, entrará na fila dos "desmontes"...

 

Comprei-a numa promoção da EspressoShop, que é autorizada Saeco/Gaggia. Muita gente do HTForum comprou a Evolution em promoção lá. Imagindo se me mandaram uma máquina usada. Na época, quando a recebi, a caixa não estava lacrada e havia humidade na embalagem. Liguei lá e me disseram que estavam testando todas Viva! antes de mandar, pois era comum criar "bolha de ar" e a máquina não funcionar, então eles já estavam mandando com água no sistema pra evitar isso. Como já era cliente deles fazia algum tempo, preferi "acreditar" e não encrencar.

 

Que coisa chata.

 

Carpe Coffea!

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Pelo que falam, descalcificadores a base de acido cítrico destroem as caldeiras de alumínio.

Indicam outros produtos, apropriados, para estes equipamentos.

@Cabral: se a recomendação de utilizar acido cítrico consta no manual da maquina, acredito que caiba troca na garantia, tanto pelo defeito quanto por indicar produto impróprio para o equipamento e, questão.

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O problema não é ácido cítrico, é ácido. O alumínio forma óxido de alumínio, que protegeria a caldeira, mas um ácido cítrico, acético ou qualquer outra coisa pode remover. Ao mesmo tempo, vejam na foto que há uma camada boa de óxido de alumínio, que no metal fica cinza escuro. Eu lixei uma parte e ficou brilhando, e a camada parece boa.

 

Eu aposto mais no latão aparente, que tem potencial de redução alto (o cromo ou níquel têm potencial baixo, apesar de ser mais alto que alumínio). Essa combinação de metais dissimilares pode gerar a pilha. Ainda mais com calor, água que usamos etc.

 

Um teste a se fazer poderia ser limpar bem esses brancos, sem remover o cinza escuro, e usar água desionizada por um tempo para ver o que dá.

 

No caso da sua máquina, Cabral, em que aparece no tanque, pode ser que esteja indo pela válvula purgadora de ar (self-priming valve) que quase sempre não deixa só ar sair, mas também vapor e água. Ideal é fechar essa porcaria.

 

Márcio.

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Oxenti...

 

@Cabral: se a recomendação de utilizar acido cítrico consta no manual da maquina, acredito que caiba troca na garantia, tanto pelo defeito quanto por indicar produto impróprio para o equipamento e, questão.

 

No manual fala pra fazer a descalcificação com o produto da Gaggia, que eu sei ser um ácido, mas não me lembro qual é. Não há diferença entre o produto que eles vendem para as máquinas antigas ou novas, então qualquer Gaggia poderia ser descalcificada com o produto que eles vendem. Não foi o que usei. Segui as dicas gerais e usei ácido cítrico convencional, "de quilo" mesmo. E quando questionei a loja, fui informado que "é assim mesmo, toda Viva! faz isso no começo, mas depois de uns 6 meses (!) fica normal". Note-se que só depois disso notei que a garantia "total" é de 90 dias, e os 274 dias adicionais são de "garantia limitada" à mão de obra e peças com defeitos de fabricação que não caracterizem desgaste por uso. Faz quase 1 ano que comprei a Viva! e a garantia não é da Imeltron (que é total de 1 ano), mas da loja. Acho que comprei um mico...

 

No caso da sua máquina, Cabral, em que aparece no tanque, pode ser que esteja indo pela válvula purgadora de ar (self-priming valve) que quase sempre não deixa só ar sair, mas também vapor e água. Ideal é fechar essa porcaria.

 

Vou ter de desmontar e descobrir como está a coisa por dentro. :wacko:

 

E eu não sabia que essa válvula se chamava assim, mas já vi o "retorno" acontecer no reservatório, justamente por causa dos detritos brancos que "apareceram" durante uma vaporização de leite. No momento, a Viva! tá do lado da Baby Class, e eu a estava utilizando como "vaporizadora" apenas. Mesmo assim aparece o pó branco no reservatório. Com medo de estar consumindo algum detrito junto do café, parei de usar a máquina para espressos e só tava usando o vapor, que me parecia livre de detritos. Agora fiquei preocupado que eu possa estar contaminando o leite, mesmo que não veja detritos quando vaporizo "água" (fiz para testar e ver se vinha pó na água e não veio nada visível).

 

Mais uma vez, que saco. <_< Sei lá se vale a pena ficar desmontando essa coisa... Vou esperar pra ver se a solução do Márcio resolve o problema da caldeira, daí parto pra ação com um plano de ação mais animador. Se a solução for trocar alguma coisa cara, acho que vou vender "no estado" e comprar uma daquelas Demoka "refurbs" da CaféFácil pra usar no laboratório e ficar de "reserva". Andei até pedindo pro nosso colega que comprou uma testar a vaporização, já pensando nisso, antes de saber da gravidade do problema. Só de pensar que andei bebendo precipitado de "alumínio em pó" no meu café... :o

 

Acho que vou fazer um espresso pra "comemorar"... :P

 

Carpe Coffea!

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Só veja se a Demoka não tem caldeira de alumínio...

 

Curioso é que a sua máquina tem o grupo de alumínio também, não? Teria que ver por dentro como é, e se for tudo alumínio teria que desenvolver uma nova teoria. Se bem que tem latão no disco dispersor (uma rosca), outros metais na válvula retentora e latão na válvula de vapor...

 

Márcio.

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No manual da Twin, a primeira coisa a ser feita quando se liga a máquina e tirar uma xícara de água quente pelo bico do vapor, a desculpa seria para deixar o sistema cheio de água, ou seria para dispensar a água que dormiu na caldeira e ficou pouco contaminada ?

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Só veja se a Demoka não tem caldeira de alumínio...

 

Curioso é que a sua máquina tem o grupo de alumínio também, não? Teria que ver por dentro como é, e se for tudo alumínio teria que desenvolver uma nova teoria. Se bem que tem latão no disco dispersor (uma rosca), outros metais na válvula retentora e latão na válvula de vapor...

 

Márcio.

 

Se eu me "animar" vou abrir pra olhar. Ela é toda de plástico por fora, dá até medo de quebrar...

 

Mas a parte de baixo do grupo é de latão cromado, bem como o disco dispersor. Tirando a tela, parece que é tudo alumínio por dentro. Tirei aquela peça/disco onde o dispersor é parafusado, e tinha MUITO pó ali atrás.

 

Mas se o latão for só ali embaixo e nas válvulas, não é muito pouca superfície de contato pra começar uma reação galvânica tão grande? Os processos de transferência eletrolítica funcionam por paridade superficial proporcional, não é?

 

Só desmontando... mas só vou desmontar se eu souber que dá pra resolver com algum "banho" ou tratamento químico "acessível". Senão, acho que não compensa o tempo gasto...

 

No manual da Twin, a primeira coisa a ser feita quando se liga a máquina e tirar uma xícara de água quente pelo bico do vapor, a desculpa seria para deixar o sistema cheio de água, ou seria para dispensar a água que dormiu na caldeira e ficou pouco contaminada ?

 

Eu tava pensando nisso quando vim ler o tópico agora de noite, pensando em perguntar a mesma coisa, mas...

 

É para expulsar o ar... Por isso pelo bico de vapor, pois o ar está preso na parte superior.

 

O Márcio já tinha respondido! B)

 

Esse CdC é bom demais!

 

Carpe Coffea!

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No caso da gaggia classic a caldeira dela seria de alumínio?

 

Como comprei usada tinha pensado em fazer uma descalcificação (só para garantir uma limpeza total dela) mas fiquei receoso em face em uns comentários do passado.

Não noto esse pó branco saindo dela tanto quanto faço as extrações como no reservatório.

 

Mesmo assim, aconselhariam a fazer essa limpeza da caldeira?

 

No caso qual produto usar, em face das ressalvas com acido cítrico. Seria o bicarbonato de sódio? Qual a proporção?

 

Grato.

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Eca ! Que nojeira !

 

Nas condições de trabalho da caldeira, deve formar hidróxido de alumínio, e não o óxido simples. Para saber, coloque um pedaço do precipitado em qualquer ácido. O óxido de alumínio (al2o3) é bem resistente. Já o hidróxido deve se dissolver facilmente. Alguns anti-ácidos usam o hidróxido de alumínio como princípio ativo.

Outro teste seria ver se há perda de massa por volta de 300 ºC, que seria a conversão do hidróxido em óxido, com liberação de água.

 

É verdade! Mas na Europa eles tem bem mais problemas de água dura que nós, não? Se bem que água dura deve resultar em depósito de cálcio, e não sei que relação isso teria com a corrosão da caldeira em si.

 

Embaixo dos depósitos a corrosão pode ser favorecida, porque há estagnação (circulação diferencial) de fluido.

 

Caramba!

 

Minha pequena Viva! Gaggia (back-up/laboratório) tem essa "síndrome".

 

Márcio, eu já tinha pesquisado a questão do pó branco que vive aparecendo na minha "back-up", não importa quanta água eu passe, sem muito sucesso. Não pesquisei suficientemente. Eu achei que era porque eu tinha usado ácido cítrico "demais" na descalcificação (usei a medida recomendada) logo que a recebi.

 

Quando tirei da caixa, já tava soltado pó branco pelo grupo. Depois de alguns usos começa a aparecer desse pó no reservatório de água. Creio que, mesmo não tendo válvula-solenóide de 3 vias (que jogaria água do grupo na bandeja), imagino que tenha um "ladrão" junto com o restritor de fluxo que joga o excesso de água de volta pro reservatório, é isso? Faz sentido? Nunca a abri, mas depois de ver essas fotos, entrará na fila dos "desmontes"...

 

Comprei-a numa promoção da EspressoShop, que é autorizada Saeco/Gaggia. Muita gente do HTForum comprou a Evolution em promoção lá. Imagindo se me mandaram uma máquina usada. Na época, quando a recebi, a caixa não estava lacrada e havia humidade na embalagem. Liguei lá e me disseram que estavam testando todas Viva! antes de mandar, pois era comum criar "bolha de ar" e a máquina não funcionar, então eles já estavam mandando com água no sistema pra evitar isso. Como já era cliente deles fazia algum tempo, preferi "acreditar" e não encrencar.

 

Que coisa chata.

 

Carpe Coffea!

 

A minha evolution também comprei nessa promoção do saecoshop. Assim coloquei ela pra funcionar liberou pó branco pelo grupo e pelo braço de vapor. Achei que fosse início de calcificação. Mas depois parou ...

Um bom tempo depois desmontei a válvula de retenção, e estava levemente incrustada.

Agora fiquei meio preocupado. Vou ver se desmonto ela por esses dias pra ver como está pro dentro.

 

No caso da gaggia classic a caldeira dela seria de alumínio?

 

Como comprei usada tinha pensado em fazer uma descalcificação (só para garantir uma limpeza total dela) mas fiquei receoso em face em uns comentários do passado.

Não noto esse pó branco saindo dela tanto quanto faço as extrações como no reservatório.

 

Mesmo assim, aconselhariam a fazer essa limpeza da caldeira?

 

No caso qual produto usar, em face das ressalvas com acido cítrico. Seria o bicarbonato de sódio? Qual a proporção?

 

Grato.

 

Eu reforço o que o Márcio disse: Se não está compromentendo o funcionamento, não faça nada !

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Mas se o latão for só ali embaixo e nas válvulas, não é muito pouca superfície de contato pra começar uma reação galvânica tão grande? Os processos de transferência eletrolítica funcionam por paridade superficial proporcional, não é?

 

Em parte. Imagine uma barra que é metade cobre, metade alumínio, imersa em um eletrólito (solução condutora) qualquer, de íons X(+) e Y(-).

 

O alumínio vai funcionar como ânodo: Al -> Al(3+) + 3 e(-) (o alumínio se ioniza e solubiliza, disponibilizando 3 elétrons)

E o cobre como cátodo: 3 X(+) + 3 e(-) -> 3 X (deposita-se X na superfície do cobre, podendo revestir, se for metal, ou formar gás, se for p. ex. hidrogênio)

 

A reação catódica depende de você ter íons X+ na superfície do cobre. Por isso a sua velocidade é proporcional à área do cobre.

Já na reação anódica, a única limitação é que a velocidade tem que ser igual à velocidade da reação catódica, para manter a igualdade entre elétrons gerados e consumidos.

 

Se você pintar somente o cátodo (cobre), e tiver alguma falha na pintura, a velocidade das reações vai ser proporcional à área da falha.

Mas se você pintar o ânodo, e tiver alguma falha, a velocidade da reação vai ser proporcional à área do cobre. A diferença é que a corrosão vai ser concentrada toda na falha ao invés de por toda superfície do alumínio.

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O alumínio, por ter potencial de oxidação positivo, tem comportamento oposto ao cobre nessa questão: O óxido que se forma na superfície é mais resistente a ácidos, resiste inclusive ao ácido nítrico saturado, que inclusive é usado pra anodização. Os valores de pH desejáveis vão de 4,5 a 8,5.

 

Respeitando essa faixa, o grande problema do alumínio é a corrosão galvânica, pelo seu alto potencial de oxidação.

Em água levemente ácida, com alumínio e cobre em contato elétrico, o oxigênio dissolvido na água forma óxido de cobre, que devido ao pH menor que 7 se solubiliza. Esse íons de cobre então vão ser reduzidos com a oxidação do alumínio, causando a corrosão.

 

Outro elemento que pode acelerar a corrosão do alumínio, mas em menor grau, é o cloro, que ataca a película de óxido, formando uma corrosão localizada em pequenos pontos (pites).

 

Uma coisa que poderia dar certo é revestir as partes em cobre / latão com um outro metal com alto potencial de oxidação (positivo), p.ex. cromo, e usar água levemente ácida, com pH entre 6 e 7.

 

Pois é, mas pode até ter sido só o uso de uma água mais ácida. Não acho que água com pH menor vai causar a corrosão, mas com tempo remove o cromo/níquel do latão e aí a chance de uma corrosão galvânica é grande.

Talvez aquela dica de manter a água com pH levemente maior que 7, usando bicarbonato de sódio (que não precipita) pode ser boa. A água usada numa sessão de café mal para na caldeira. O problema maior é o tempo dela parada lá dentro.

Vamos torcer para a minha tentativa de solucionar isso dar certo!

Márcio.

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  • 2 weeks later...

Esse CdC é fantástico. Sempre tem alguém que pode tirar nossas dúvidas e clarear os assuntos!

 

Lucas, valeu pela aula de Química!

 

Quando desmontar minha Viva! ficarei atento aos detalhes. Se entendi sua sugestão, ao cromear as peças de cobre e de latão podemos evitar a corrosão galvânica, certo?

 

Quando o fizer, posto meus achados aqui. Só acho que não vai ser esse final de ano...

 

Abraços e,

 

Carpe coffea!

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Opa Cabral,

 

Sim, é isso mesmo. O cromo tem potencial padrão mais próximo do do alumínio, então a corrosão galvânica é mais difícil. O zinco tem potencial ainda mais próximo, mas por outras razões zincar não é uma opção.

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Opa.

 

Peguei ontem as peças que uma empresa fez níquel químico alto fósforo (dizem ter 10-13% de fósforo em peso), uma camada de 15 micra, incluindo a caldeira e disco dispersor da Gaggia, que são de alumínio. O mané aqui esqueceu de tirar foto por dentro da caldeira antes de montar, posso tirar por fora e do disco dispersor. Depois do processo deu para ver bem quantos buracos tinham no alumínio.

 

Infelizmente eles não isolaram direito os terminais e um pouco de ácido estava dentro da resistência, provavelmente na ponta. A continuidade entre um terminal de resistência e o tubo/carcaça deve resultar em aberta, mas estava dando alguma resistência, ou seja, uma fuga. Provavelmente se eu ligasse essa resistência numa rede com IDR cairia (aqui em casa não testei, mas tem DR), numa rede com terra capaz de não dar nada, numa rede sem terra o operador deve tomar choque nas partes metálicas... Deixei 30 minutos no forno, até 200°C, e resolvido: sumiu a fuga. Infelizmente esses terminais são meio complicados de desmontar para fazer melhor, mas testei aqui em casa e não caiu o DR.

 

Voltando ao revestimento, não tenho certeza se isso resolverá. Dizem as empresas que o níquel químico alto fósforo é grau alimentício... Eles fazem muito para peças de molde ou misturadores, provavelmente complicadas ou caras para fazer de inox, então usam outro metal e revestem. Como não é eletrodeposição, pega em tudo quanto é canto da peça. Pelo que li a camada formada é amorfa, e lembro de ter visto um artigo dizendo que em água mesmo levemente ácida, mas a 20°C, a taxa de corrosão era 0,1-0,2 micra por ano. Algo assim...

 

Tô pensando em testar uma das peças que fiz, que talvez eu substitua por outra, no ácido cítrico por algumas horas para ver o que ocorre, só de curiosidade. Nas conexões que tenho que são latão niquelado (mas acho que é níquel eletrolítico) o banho não dura muito, numa solução de ácido cítrico concentrada vai embora em menos de hora.

 

Abraços,

 

Márcio.

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Lembrei a recomendação para descalar alumínio !

Tenho quase certeza (mas e bom conferir: minha memória esta com a garantia vencida) que era com solução de vinagre.

De fato tanto faz branco ou vermelho mas atenção que não contenha impurezas que possam obstruir bombas, válvulas, etc.

Acho que filtrando o vinagre através de um filtro de papel de café deva ser suficiente.

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Pessoal,

 

Hoje fui fazer uma limpeza mais profunda da máquina e moinho, como sempre faço a cada 2 pacotes de 250g de café. Porém lembrei do tópico e resolvi abrir a caldeira p/ ver como estva por dentro:

 

baseantes.jpg

 

corpoantes.jpg

 

De cara já dá p/ ver a semelhança com o caso que o Márcio pegou. Mas como nunca vi uma caldeira calcificada, resolvi fazer alguns testes:

 

Primeiro enchi a parte de cima da caldeira com vinagre (única coisa que eu tinha em mãos). Deixei uns 15 minutos. Não fez praticamente nada.

Então resolvi retirar os depósitos brancos p/ ver se eram apenas depósitos ou se tinham corrosão associada. Primeiro tentei com vinagre em uma escovinha bitufo, mas como não estava rendendo, parti pro bombril mesmo (não recomendo - faz uma sujeira desgraçada, e o ferro dentro da caldeira pode ter algum efeito inesperado também, mas resolvi arriscar, pois não tinha mais nada em mãos):

 

dsc02805ax.jpg

 

dsc02808x.jpg

 

Em todas as regiões com depósitos, o alumínio estava com ataque profundo. No resto da caldeira estava apenas enegrecido. Houve também ataque preferencial nas reentrâncias do o-ring. E em uma região da base que estava com um depósito azulado o cromo / níquel (não sei qual dos dois é) foi embora e ficou direto no latão (é uma camadinha bem sem-vergonha). Além disso a parte mais central da base estava coberta com uma camada aparentemente uniforme.

 

Eu fiquei impressionado como a Gaggia, com toda a tradição que tem em fazer máquinas de café, fez essa caldeira com alumínio e cobre / latão expostos e em contato elétrico. É sabido há muito tempo que são metais imcompatíveis devido à corrosão galvânica.

 

Apesar de ter retirado os depósitos, nem mexi no resto da oxidação, já que ia voltar de qualquer jeito ... Vou abrir ela novamente daqui 1 ou 2 meses p/ ver como está evoluindo.

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Oi Lucas,

A recomendação para vinagre é quente e deixar bastante tempo, ao menos uma noite de molho.

Lembro que vi uma experiência mostrando as curvas da eficiência na descalagem em função do tempo e da temperatura, sendo que esta ultima era a mais importante.

Tal vez deixar em banho de uma solução de vinagre diluído em água, em banho Maria por um par de horas?

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