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Manual: Como Montar uma Cafeteria


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As comidinhas do Coffee Lab são deliciosas. O cardápio é bem enxuto e nada sofisticado, mas cada item é muito bem feito.

 

De doces costumam ter um bolo tipo caseiro, um brigadeiro de café e mais umas 2 coisas. De salgado fazem uma espécie de queijo quente na hora, com um pão que parece mais artesanal, de algum lugar da Vila Madalena. Umas fatias grossas e um queijo delicioso, me parece que ele vem ralado como mussarela de pizza. É um lanche comum, mas delicioso.

 

Oferecem umas 2 ou 3 versões de suco orgânico de garrafa. Copos de vidro, mantendo a coerência com a proposta da casa.

 

Também acho isto chamariz para comprar café. Quase todo mundo sai de lá com um pacotinho. E ainda tem o cartão fidelidade para as compras de café.

 

Nada é barato lá. Mas sempre tem movimento e em alguns horários é puro crowd.

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Pois é. Olhem que legal o Abraço Espresso Bar, em NY. O New York Times recomenda. O espaço interno é pra mais ou menos seis pessoas em pé (mas que nas horas de pico tem 12 lá dentro). Tem uma janelinha pra calçada para as pessoas pegarem sua bebida pra viagem, e um cardápio enxuto - porém caprichado - de delícias caseiras, entre elas umas fritadas que parecem deliciosas e um exótico bolo de azeite de oliva.

Show de bola!

http://www.abraconyc.com/#home

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Fui lá em 2010... É um boteco! Lugar mais esquisitão essa região perto do Tompkins Square Park. E fila longa pra pegar um café ou mais algo "to go". Lá tem essa cultura, aqui não sei se algo assim daria certo. Se bem que paulistano adora filas.

 

Márcio.

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Há um livro beeeeem pequenininho que se chama... Café. Ele é realmente curto e trata de uma cafeteria.

 

É um case real e os autores são especializados em reorganização empresarial, eles fazem análise de empresas com problemas - ou de sucesso - e orientam quanto a readequações, reduções, expansões etc.

 

É quase um livro de auto-ajuda empresarial. Vale a lida!

 

Ele trata de uma pequena cafeteria em Seattle que é apenas uma portinha e os clientes compram café para viagem. Há filas diárias na porta nos horários de pico.

 

A lojinha sempre foi um sucesso, empregando uma filosofia dos 4 pês, mas em dado momento o proprietário constatou uma quedinha no movimento e contratou os consultores. Uma análise, alguns momentos de mea culpa e o retorno aos 4 pês recolocaram o pontinho nos eixos.

 

Trata de café, mas o livro vale para empresários de qualquer segmento.

 

E demonstra que a fórmula funciona bem por lá, aqui seria talvez necessário implantar esta cultura (mas os meninos do Café curto esta semana nos provaram que há um mercado aqui também).

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Deve ser tipo o "Double Eye" em Berlin.

Fila muito grande para entrar, algumas mesas para ficar em pé, jornais, revistas, e publico jovem espalhado na calçada.

Espresso por 2 euros, acompanhamentos simples mais bons.

Troca de cafe cada semana, quando lá estive tinham Delta (o número dois de Portugal) e um Laos (com bastante Robusta).

Uma barista tirava o shot (numa La Marzocco) em copo de papelão, a outra fazia um ótimo latte art, servia os complementos e cobrava.

Funcionava muito bem, cafe não era dos melhores mas barato e acima da media.

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Salve Ana.

 

Li o livro mencionado há 7 anos. Foi um presente que recebi quando abri a primeira cafeteria. Na verdade o título é Café Expresso ( ed. Record - 2004). Endosso a sugestão da leitura.

Frequentemente alguns trechos me vem a memória, pois como o protagonista, eu uso a bicicleta para ir para o trabalho e, também como ele relata, o tempo do trajeto é dedicado aos pensamentos sobre o negócio.

 

Só faltou dizer que ao longo do tempo, o dono da cafeteria tentou expandir os negócios e foi muito mal sucedido, só recuperando-se quando voltou ao porte que era capaz de administrar.

 

8501067709.jpg

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Sim, Alex. Ele entrou numas de expansão, de carrinhos a outro ponto. Nem precisou de consultoria naquele momento para perceber que estava dando um passo grande demais. Voltou e ficou no seu carro-chefe que era o pontinho para viagem, com produtos de qualidade e um atendimento diferenciado.

 

Gosto no livro da filosofia dos 4 pês, que é em torno do que gira o livro. Vale para qualquer segmento e uma boa lembrança para qualquer empresário.

 

Obrigada pela correção do título.

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Salve.

 

Só por curiosidade, amanhã o Café Expresso Brasil completará 7 anos. A inauguração foi em 20/12/2005.

Salve Alexandre,

 

Pena que só chega até 07 anos e 01 dia (piadinha fraca sobre o fim do mundo...rsrsrsrsrsrsrs).

 

Parabéns pela data.Continue com muito sucesso.

 

Ah, manda um xero pra Rita, minha conterânea.

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  • 3 weeks later...

Parabéns pelo 7 anos Alexandre, e espero que apareça mais vezes lá no café pra batermos mais papo.

 

Uma das coisas que acho que falta aqui pro forum, é um sistema simples de lista de interesse em compra de equipamentos, por exemplo:

 

Nome da pessoa, itens que deseja, e valor que pagaria por tal produto. Assim sendo, ter uma "carteira" de pessoas interessadas em produtos pra juntos buscar soluções de trazer tais equipamentos a menor custo. A pouca conexão desse tipo de informação torna o processo de testar novas tecnologias bem mais ineficiente (quase que cada um por sí).

 

Ex: https://docs.google.com/spreadsheet/ccc?key=0AsmXhe3Jaw0hdEd0RUpnSFFRZWVqOXIxaUhCb0hlLVE

 

Bom, é isso..

 

Abraços

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Salve Alexandre,

 

Pena que só chega até 07 anos e 01 dia (piadinha fraca sobre o fim do mundo...rsrsrsrsrsrsrs).

 

Parabéns pela data.Continue com muito sucesso.

 

Ah, manda um xero pra Rita, minha conterânea.

 

Xero?????????????????? :blink:

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Xero?????????????????? :blink:

Não conhece a palavra, Fogo? rsrsrsrsrsrsrs. :blink:

 

Seria o termo "carinhoso" de mandar um beijo (de preferência no cangote), no dialeto local. :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol:

 

Note que não foi pro Alexandre, apesar do meu grande apreço por ele. rsrsrsrsrsrsrsrs.

 

Foi pra Rita (barista de lá, acho que acertei o nome dela), minha conterânea aqui do RN.

 

Ah, e cangote é pescoço

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Não conhece a palavra, Fogo? rsrsrsrsrsrsrs. :blink:

 

Seria o termo "carinhoso" de mandar um beijo (de preferência no cangote), no dialeto local. :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol:

 

Note que não foi pro Alexandre, apesar do meu grande apreço por ele. rsrsrsrsrsrsrsrs.

 

Foi pra Rita (barista de lá, acho que acertei o nome dela), minha conterânea aqui do RN.

 

Ah, e cangote é pescoço

 

Engraçadinho!!!

 

É claro que eu sei o que é xero e cangote, demonstrei apenas surpresa em tamanha intimidade..........HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

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  • 1 year later...

alguem tem ai.. alguma lista de cardapio (menu) de cafés..

vi em alguns lugares que alem dos nomes.. vem junto os ingredientes.... 
outros vem só o nome...com os valores
e os melhores... vem nome... ingredientes e junto com as fotos.. dos cafés...taças... etc...

queria ver algo do tipo.. cafés indispensaveis no menu... os recomendados... etc..
alguem tem ai?
 

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Ah é?! Nunca vi em lugar nenhum uma tabela nutricional dos alimentos.. :P

 

Acho interessante a proposta da Academia, Curto e outros cafés..

 

Os menus de "quadro negro".

 

Talvez seja o caso de inovar e fazer um para as comidinhas também :)

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Guest Anita

Nunca viu uma tabela? Tanto no rótulo dos alimentos consta a quantia daquele alimento, quanto nas lanchonetes e restaurantes deve constar dos alimentos.

 

Procure no McDonald's ou Subway, por exemplo, elas possuem.

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Ah sim.. De produtos e lanches tipo MC Donald's e Subway sim...

 

Me referia à outros tipos de estabelecimentos como cafeterias por exemplo.

 

A tabela é necessária para os quitutes também?!

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Entao galera, aqui é o Gabriel.

Fui chamado aqui pelo Bruno (quando citou o Curto Café) e pela vontade de compartilhar um pouco do que vivo no dia-dia do café.

 

Antes de tentar formar um texto, uma resposta, me coloco a disposicao de tirar "duvidas" de quem ta interessado na busca de "café que gosto a preço justo numa relação bem pessoal". Entao, quem quiser perguntar sobre coisas relativa a isso, fico bem interessado em responder.

 

Mas aqui vai um breve resuminho:

 

Temos (eu e outros amigos) um café no centro do RJ que faz expresso (peq e duplo), cappuccino e pacotes de café (250g, 500g, 1kg e outra quantidade sob encomenda). Já estamos lá faz 7 meses (começamos em Abril/Maio).Antes, fiquei por 1 ano fazendo uma reestruturação de uma cafeteria (tornando uma cafeteria normal = estilo bistro em uma operação baseada em café expresso de qualidade com rapidez. Depois disso, fiquei mais 1 ano esperando o lugar em que trabalho hoje ficar liberado pra começar.... (oq dificulta bastante as coisas, já que tem um custo bem grande de ficar com maquinas e pessoas paradas).

 

Desde que começamos, muita coisa foi se desenhando melhor (algumas coisas que tinha como objetivo de inicio foi perdendo espaço pra outras), mas algumas premissas de coisas que gosto continuaram a prevalecer, dentre elas:

 

1- Lugar sustentavel (em quesitos: financeiro, bem estar, relações que vão além da troca produto/dinheiro etc..)

2- Preço justo (tanto pra menos quanto pra mais)

3- Relações p2p (pessoa a pessoa), entendendo que cada relação é cada relação num determinado tempo

4- Real Acessibilidade de informação, produto de qualidade e alta tecnologia

5- Descontrução de um caminho comum e quase unico que é o de ter uma empresa (funcionarios, hierarquia etc..) Lá nao tem nada disso (Somos pessoas livres, cada uma assumindo uma responsabilidade momentanea de acordo com vontade e comprometimento). Ninguem quer ser chefe, funcionario e evitamos ao máximo processos burocraticos e hierarquicos.

6- Livre aprendizado

7- Respeito com o ecosistema que ronda aquela atividade (desde a pessoa que faz segurança do local, faxineiras, preço acessivel pro porteiro, não a discriminação etc..

8- Não curtimos cobrar e ser cobrado por conhecimento

9- Outras coisas...

 

Operacionalmente falando:

Funcionamos de 11h até 17h, em 3 pessoas, com foco no horario de almoço (12h30 até 14h30) onde fazemos 90% da nossa receita de bebidas (sem contar pacotes).

Usamos uma La Marzocco 4 grupos (atualmente só estao ativados 2 grupos, devido a limitada capaccidade energetica do local) + 1 moinho la marzocco Swift (dosa e compacta automaticamente) + 1 moinho K30 + Bunn G3

Temos 5 tipos de torra de um mesmo local + Lotes especiais desse mesmo local

Vendemos o expresso pequeno a R$2, Duplo a R$3 e Cappuccino (grande) a R$3,50, Pacote 250g R$8,5, 500g a R$16 e 1kg a R$30

Hoje já chegamos ao patamar de 230 bebidas/dia (sendo + de 50 expressos duplos) e 30 pacotes 250g/dia

Nossos cafés são de um pequeno produtor do Espirito Santo (Fica entre Castelo e Venda Nova do Imigrante). A altitude varia entre 750 e 850m

Montamos faz mais de 1 ano um laboratorio lá mesmo no produtor (Fizemos maquinas de beneficiamento pra pequeno porte, compramos torrador, terreiro suspenso etc..) Um dos meeiros, o Mario Zardo, ficou responsavel em tocar toda parte de torra,

Desenvolvemos torras diferentes junto com os "consumidores". Temos torrado 100kg a cada 10 dias via planilha google docs (quem quiser acompanhar nossas torras, me avisa que compartilho a planilha de torra com voces)Obs: Torramos 4kg por batelada

Ao montar esse laboratorio, conseguimos café a preços bem menores (já que tiramos todos intermediarios do meio do processo). Se hj o café CD FINO esta a R$6,3 (passa pra menos de R$8 depois de torrado, já que tem perda...) e pagamos cerca de R$20/kg, tem R$12 de spread pra pagar (premio ao produtor + trabalho de quem torra + custo do gas de torra + transporte + embalgem). Antes, o meeiro ganhava cerca de R$0,50/kg. Hoje isso já vai pra R$5/kg, aumento de 10x. O produtor, que recebia R$6,30 na saca verde, hoje recebe R$10, oq é um acrescimo mais justo. Nós, ao inves de gastar R$50/kg com cafe de qualidade (era oq gastavamos antes de montar o laboratorio), passamos a gastar R$20, oq nos permite a fazer mais experimentos, reduzir preço pra quem consome e fazer com q o café do dia dia das pessoas seja de qualidade, pois a maioria está acostumada a pagar R$15/kg no máximo. Entao, como vender pra ele um pacote de 250g que é o mesmo preço do kg? Por mais que ele goste desse café mais caro, o custo é 4x maior...Entao, preço baixo e competitivo com mercado faz com que mais pessoas possam conhecer café especial e adota-lo pro seu dia-dia...

 

Bom, sei que escrevi mt coisa e as vezes bem embolado, mas estou aqui pra interagir mais com voces..

 

Grande Abraço,

 

gabriel

 

 

Poxa Gabriel, muito obrigado pelo seu relato ! Meu espaço tem um tempo de vida semelhante, abrimos em Fevereiro, e temos uma série de pontos em comum, sobretudo ligado a gestão, apesar de termos uma experiência muito menor e nosso espaço ter particularidades distintas, ler o seu relato me ajudou e me provocou a pensar em uma série de pontos do café, que passará por uma reestruturação essa mês.

 

Bom, como o Gabriel, vou dar um relato aqui também. Gosto muito das planilhas do SEBRAE, mas pra mim exige um feeling por parte de quem usa elas pra entender o que de fato é útil pro negócio e o que não é.

 

No meu caso, o Café da Walter é meu e de mais uma amiga sócia, e ambos vêm de áreas bem distante do café: Ambos são graduados em dança, e são artistas corporais. No final do ano passado, surgiu a oportunidade de concorrer a licitação de um espaço público para a implementação de um café numa sala de cinema de arte num espaço do governo. Os valores do aluguel do espaço e algumas vantagens que seriam oferecidas enchiam os olhos, assim como o desejo de ter uma atividade paralela a nossa atuação artistica e que desse algum norte mais "seguro" a carreira artística, mas que pudesse integrá-la. Nisso, ambos artistas, mas eu estava recém saído de uma graduação tecnológica com foco em gestão de negócios, o que foi essencial pra criação do planejamento do café.

 

Entre planejamento e licitação foram 8 meses de documentação e estudo pra abertura do café. O principal desafio pra nós era, apesar do aluguel barato, revitalizar o espaço, trazer público, e promover uma cultura de café, coisa que é raríssima em Salvador, dando pra contar nos dedos de uma mão as cafeterias que prestam.

 

Pegando um pouco o formato do Gabriel, vou lista alguns pontos importantes pro espaço

 

1 - Lugar sustentável

2 - Preço justo e produtos de excelente qualidade

3 - Relações p2p, que nesse caso, se estende a fornecedores e espaços parceiros, que vão desde outros espaços culturais, ao boteco que tem na esquina e o tiozinho que vende cigarros

4 - Local de troca e acesso a informações ligadas ao café, sobretudo a produção baiana

5 - Estímulo a uma autonomia dos funcionários. No Café existe uma leve hierarquia, mas que vive muito mais na relação de troca e afeto que numa relação de subordinação. Os funcionários se sentem responsáveis pelo espaço, e ficam felizes e realizados com o trabalho (tanto que a quantidade de gente querendo trabalhar aqui por conta do ambiente é enorme, heheheh)

6 - Respeito a todos do café, desde frequentadores a funcionários (aqui temos um extra porque nossos seguranças são concursados e temos uma troca muito grande com os programadores e gestores do espaço.

7 - Estímulo a ocupação artística de espaços públicos como forma de articular processos artísticos num circuito mais experimental e ligado a contemporaneidade)

8 - Compartilhamento de responsabilidade pelo espaço na rede de artistas e produtores culturais que participamos.

 

Apesar do pouco know-how, conhecemos quase toda classe artística da cidade ligada a artes contemporâneas, e por isso, aceitamos a licitação, pois só com um patrimônio simbólico muito forte ligado a artes o café seria uma experiência agradável e rentável. É um pouco como fazer um espaço pros amigos, geralmente é uma furada, mas quando são pessoas públicas, e participam de outras redes, a possibilidade de dar certo é muito maior, e no nosso caso, está dando.

 

Nesses 8 meses de preparação, estudamos um bocado por conta, e conseguimos implementar uma cafeteria com uma qualidade acima da média da cidade e com um charme bastante único, ainda mais por termos um cinema de arte nela.

 

Aqui nosso espresso sai a 3 reais, com leite 4 e capuccino a 5, além de chocolate quente e outras bebidas a base de café, como o tiro russo (espresso, leite vaporizado e vodka de baunilha num copo shot. Nosso horário de funcionamento é de terça a domingo das 15 ás 22 hrs. Temos dois funcionários, que se revezam em dois turnos, totalizando pra cada um 30 hrs semanais. Em cada turno fica um funcionário e um dos sócios. De comidinhas, temos um pão de queijo mineiro produzido por nós, além de quiches, brownie e pastéis veganos. Temos uma mini cozinha no espaço, e se dependesse da sócia, teríamos muito mais comidas e aqui pareceria muito mais uma padaria que uma cafeteria, heheh

 

Na escolha do café, tinhamos em mente que tinha que ser um produzido na região de Piatã. Começamos com o Rigno, excelente café, porém a logistica de entrega deles é péssima, e trocamos pelo Terroá. O desejo vinha não só da qualidade, mas do apelo de ser um produto baiano, e pela facilidade de negociar diretamente com os produtores.

 

Na hora do investimento, investimos pouco, até pela falta de recursos, heheheh. E não queríamos arriscar muito. Alugamos a máquina, e no total, de investimentos iniciais, gastamos menos de 10 mil.

 

Nos primeiros meses, o retorno foi baixo, mas o suficiente pra cubrir todos os custos operacionais e ter um lucro baixo. Começamos a realizar eventos no espaço, como coquetéis de lançamento de livros e filmes, e um programa dominical duas vezes por mês, chamado dominicaos, que envolve música, performance, poesia e um bocado de coisas, o que tem atraído muita gente, além de estar repercutindo super bem na cidade, além disso, a cada 4-6 semanas, convidamos um artista pra realizar uma ocupação artística no espaço, ou seja, ele tem liberdade de expor obras, grafitar paredes e alterar o espaço como desejar. A cada dia o espaço tem melhorando suas vendas, o pão de queijo tem pessoas vindo de longe só pra prová-lo, e infelizmente, o produto que menos vende é o café, apesar de muito elogiado, heheheh

 

Agora estamos passando por um período de reestruturação, pra tentar incentivar a vinda de mais pessoas moradoras da região, aumentar a lucratividade, e contratar mais gente pra que nós sócios tenhamos mais folga e tempo pra se dedicar a produção dos eventos do espaço. Hoje, o Café da Walter tá mais pra um boteco da Walter, pois o rendimento tem vindo principalmente da cerveja e dos coquetéis que realizamos, o que pra nós não é ruim, apesar de amarmos o café e ficarmos um pouco frustrados com o pouco consumo (mas que vem aumentando) no espaço

 

Nosso fluxo de venda de cafés é baixo e depende muito da programação da sala de cinema. Tendo uma média de 10-15 por dia cafés durante a semana (terça a quinta), e nos fins de semana 30-40 (Sex a domingo). Em dias de evento, já alcançamos 120 cafés num dia entre espressos e capuccinos. Em compensação, é comum vendermos por semana 120-150 cervejas. Em épocas de festival, já alcançamos a marca de 250 long necks por dia. Eventualmente vendemos pacotes de terroá de 250g por 18 reais, além de termos uma lojinha com cds, dvds e obras de arte.

 

Tirando a parte lucrativa que precisamos aumentar (e vai aumentar, hehe), estamos bastante felizes com o espaço por ele ter a cara dos sócios, e também por ele fazer render outros trabalhos em nossa carreira artística, que mantemos em paralelo ao café (na verdade atravessando ele, heheh).

 

Enquanto empresário/empreendedor/artista, acredito que a medida da realização pessoal é um dos fatores mais importantes pra mim na hora de abrir um negócio ou de aceitar um trabalho. A sensação que tenho é que sempre é mais verdadeiro e gostoso o processo (que não é nada fácil) de abrir uma empresa. Isso de dar o que o mercado quer é pra mim é pra quem tem saco pra isso, pra quem vê uma oportunidade de lucro muito alto, ou pra quem tem preguiça de investir e tentar tornar real e rentável um desejo, que exige investimentos grandes de tempo, vontade e as vezes de dinheiro. 

 

Essas planilhas do SEBRAE são excelentes, mas sem feeling, nem elas funcionam. Negócios não são apenas números, são afetos, trocas, relações humanas, que em determinados aspectos se refletem em números e dinheiro, em outros se refletem como realização pessoal e/ou social, e sem essa gestão humana bem feita, ou o negócio não dá lucro, o fica muito chato pra alguma das partes envolvidas nele.

 

Bom, acho que é isso. Pode até ser um pouco idealista o que digo, mas meu café tá funcionando e crescendo com esse tipo de pensamento, além de que to aprendendo um bocado sobre gestão nessa história toda, heeheheheh

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Guest Anita

Oi Fernando, sou da área da arte e da cultura, entendo teu pensamento.

 

Dentro dos equipamentos públicos, vocês me parecem ter uma situação privilegiada, no sentido de poderem experimentar, ousar, misturar.

 

Há cerca de uns 2 anos o Museu Lasar Segall (que em termos de tamanho deve equivaler ao seu espaço cultural) estava com licitação aberta para justamente renovar a cafeteria. Era praticamente exigência do edital que a cafeteria ajudasse a atrair público para o espaço, que tem pouco movimento.

 

Cheguei a mandar pra um amigo de outro estado que é da área, mas ele nem quis pensar, não só por estar longe, mas pela pouca liberdade oferecida pelo edital. Uma série de exigências e o risco é todo seu, inclusive os custos não só de implementar, mas de dar o gás necessário para divulgar e fazer pegar. Ali é bem o caso de criar um espaço autônomo com identidade própria para formar seu público, que por tabela escorreria para o museu. Não vou lá há tempos, portanto não sei como está.

 

Parabéns pela ousadia e coragem de bancar seu sonho. Realizá-lo vale mais do que as dificuldades enfrentadas. Que na nossa área da arte não são poucas, portanto vocês não enfrentam nada de muito novo, mas com o prazer de fazerem algo que estão curtindo.

 

E como furou Visconde de Mauá, vou mandar meu currículo de barista para vocês. :)

 

um beijo

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Hhehehehe. Lidar com cultura é complicado, mas tem melhorado muito de um anos pra cá.

 

A estrutura do espaço é um pouco mais ampla, pois envolve além do cinema, um teatro e uma biblioteca que é uma das principais do estado, mas o equipamento cultural todo precisa ser utilizado pela população, e os atuais diretores tem tentado bastante isso, e felizmente, até por essa necessidade, os diálogos sempre foram muito tranquilos com relação a ocupação do espaço, mas licitação é complicado mesmo, ainda mais agora em ano de eleição. Ano que vem com a mudança de governo, as chances de tudo o que foi construído pelos gestores atuais ir pro saco são grandes, e ai, já viu o caos e os problemas que podem chegar na minha cabeça, hheheheh

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