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Reportagem sobre café especial - pequena lavoura, grandes resultados


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Vi muito por cima a reportagem (depois vejo com calma), mas um número me impressionou: 550 sacas ao ano. A um preço médio de 1500,00 reais, achei bem expressivo (e que quase não dá pra chamar de pequena lavoura ao meu ver, hehehe)

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8 horas atrás, Ruston Louback disse:

Em termos financeiros é um bom negocio

porem realmente 400-500 sacas por ano em valor de mercado normal, nao seria uma grande producao. 

Mas se todas essas sacas forem por esse preco, com certeza otimo negocio

Sem dúvida. Comentei isso pegando referência a realidade que encontrei em Piatã, em que as propriedades produzem pouco, na casa de 70 sacas/ano nos anos bons

500 sacas/ano já torna mais interessante pras novas gerações da família darem continuidade (além de girar o mercado da região)

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Tenho convivido semanalmente com os produtores daqui de Caconde, e este total de +-500 sacas dos Lacerdas deve incluir tudo, os bóias, verdes etc, conforme se vê na reportagem na máquina classificadora (separadora) de grãos. Os tais R$1.500 por saca devem ser somente das sacas bem selecionadas, não acredito que passem de 10 ou 15, é muito difícil aqui no Brasil pegar preço superior a este, salvo se para exportação; já vi saca de café que bebeu entre 90 e 92 pontos que foi comprada do produtor (gente mais simples, e com infraestrutura menor que os Lacerdas) por menos do que isso, para o mercado interno. Do resto, grande parte deve ser vendida também como especial, claro, e também como commodities, aproveita-se tudo até mesmo grãos verdes (há quem compre, principalmente cooperativas). Até café de varreção (que foi caindo do pé ao longo do ano, ou durante a colheita), que deve dar bebida rio ou inferior, é vendido, nada se perde.

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36 minutos atrás, Lisboa Santos disse:

Tenho convivido semanalmente com os produtores daqui de Caconde, e este total de +-500 sacas dos Lacerdas deve incluir tudo, os bóias, verdes etc, conforme se vê na reportagem na máquina classificadora (separadora) de grãos. Os tais R$1.500 por saca devem ser somente das sacas bem selecionadas, não acredito que passem de 10 ou 15, é muito difícil aqui no Brasil pegar preço superior a este, salvo se para exportação; já vi saca de café que bebeu entre 90 e 92 pontos que foi comprada do produtor (gente mais simples, e com infraestrutura menor que os Lacerdas) por menos do que isso, para o mercado interno. Do resto, grande parte deve ser vendida também como especial, claro, e também como commodities, aproveita-se tudo até mesmo grãos verdes (há quem compre, principalmente cooperativas). Até café de varreção (que foi caindo do pé ao longo do ano, ou durante a colheita), que deve dar bebida rio ou inferior, é vendido, nada se perde.

Lisboa, o preço apresentado médio é de 1500,00, e pelo visto, deve ser mesmo o médio deles. Eles já chegaram a vender sacas a mais de 5 mil reais e 70% (!) da produção é exportada. 

Concordo contigo que tem MUITO produtor vendendo café de 88-90 pontos a preço de commodities, mas eles são pequenos, bem pequenos e tem uma dificuldade gigante pra emissão de laudos e chegar no consumidor final, participar de concursos, gerar boas amostras e afins. O Sítio Forquilha do Rio já ganhou prêmios e tal, mas pra isso, foi necessário investimentos que vão além da terra, passando por networking, contato com compradores, concursos e afins (e ter uma família de 22 pessoas na terceira geração ajuda, ehehehe)

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É isso mesmo Fernando! Esta semana estou pessoalmente empenhado em fazer com que o Celso e a Gertrudes (irmã do João Hamilton do Canaã), entrem nos Concursos do COE e COTY, porque sem este marketing fica mais difícil, a visibilidade é muito menor, e o faturamento também. A família deles é de 5 pessoas rsrsrs então vc imagina a dificuldade deles de produzir sacas de 88 acima, são umas 10 por ano, por enquanto. Ano passado eles ficaram em 7º no COTY e era o 3º melhor café deles, na ocasião eles já tinham vendido toda a produção, e o COTY pede mínimo de 3 sacas, o COE mínimo de 5. Este ano estão com o mesmo problema: sacas já vendidas (dos tops) ou quase (dos 86 a 88), então não dá nem pra entrar em concursos de grande porte, um círculo vicioso às avessas.

Este ano, impulsionados pelos cafés do Canaã (o Igor já provou uma amostra inicial do Catuaí "Roxo" do João Hamilton), que estão bombando lá fora, e com uma safra maravilhosa recém colhida, eles receberam visita nas 2 últimas semanas de uns 10 gringos via FAF, incluindo a Union Coffee e a Blue Bottle que ficaram encantados com o Sumatra (o Igor tb fez um cupping com ele e adorou! ganhou numa mesa com outros 13 cafés) e Bourbon Amarelo do Celso e Gertrudes. Não é fácil, e sem marketing pesado por trás a coisa anda mais devagar. Os cafés daqui não devem nada pros do Caparaó, mas lá eles investem há muitos anos pesado em marketing, infraestrutura e participação em Concursos, e isso faz toda a diferença.

O volume de exportação não impressiona muito, pois uma vez ganho mercado lá fora, eles (pelo a menos a FAF que comercializa os cafés daqui da região faz assim) fazem vendas casadas, do tipo compra 4 sacas de café super especial mas leva também 1 ou 2 containers de café 84 a 85 pontos, tipo Bob-o-Link, que saem daqui da região  também. O João Hamilton do Canaã que teve café na última compra coletiva, já teve café exportado entre R$4.000 e R$6.000 a saca, mas foram 14 do obatã. Este ano a expectativa dele está bem maior, em termos de qualidade, volume e preço, mas a infraestrutura deles não chega aos pés à da que o pessoal do Caparaó já tem há anos. Mas devagar se vai ao longe.

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9 minutos atrás, Lisboa Santos disse:

É isso mesmo Fernando! Esta semana estou pessoalmente empenhado em fazer com que o Celso e a Gertrudes (irmã do João Hamilton do Canaã), entrem nos Concursos do COE e COTY, porque sem este marketing fica mais difícil, a visibilidade é muito menor, e o faturamento também. A família deles é de 5 pessoas rsrsrs então vc imagina a dificuldade deles de produzir sacas de 88 acima, são umas 10 por ano, por enquanto. Ano passado eles ficaram em 7º no COTY e era o 3º melhor café deles, na ocasião eles já tinham vendido toda a produção, e o COTY pede mínimo de 3 sacas, o COE mínimo de 5. Este ano estão com o mesmo problema: sacas já vendidas (dos tops) ou quase (dos 86 a 88), então não dá nem pra entrar em concursos de grande porte, um círculo vicioso às avessas.

Este ano, impulsionados pelos cafés do Canaã (O Igor já provou uma amostra inicial do Catuaí "Roxo" do João Hamilton), que estão bombando lá fora, e com uma safra maravilhosa recém colhida, eles receberam visita nas 2 últimas semanas de uns 10 gringos via FAF, incluindo a Union Coffee e a Blue Bottle que ficaram encantados com o Sumatra (o Igor tb fez um cupping com ele e adorou! ganhou numa mesa com outros 13 cafés) e Bourbon Amarelo do Celso e Gertrudes. Não é fácil, e sem marketing pesado por trás a coisa anda mais devagar. Os cafés daqui não devem nada pros do Caparaó, mas lá eles investem há muitos anos pesado em marketing, infraestrutura e participação em Concursos, e isso faz toda a diferença.

#FATO  e no momento atual, pelo visto, os cafés brasileiros estão despertando os olhares estrangeiros com força. Quando estava em Piatã, me bati com nada mais, nada menos que o presidente da Intelligentsia de Chicago, interessado na região e pensando em propor parceiras para compra garantida de produção. É tentador, principalmente para produtores mais simples, com baixa formação escolar e por aí vai (E são MUITOS ainda). 

Outro grupo que tá de olho, captando mercados é a L´or, grife de café em cápsulas de alumínio, e que visitou Piatã esses dias também.

Pequenas propriedades sofrem MUITO com a pequena produção. Uma série de produtores de Piatã separam em lotes a fazenda, mas na hora de colher, tem lote que dá duas sacas, três sacas. Cafés sensacionais, porém MUITO pouco, e o que fazem? Um cupping com amostras de todos os lotes, e as que apresentam resultados semelhantes são blendadas pra conseguir alcançar um lote de tamanho suficiente pra participar de concursos ou ser vendido

Editado por Fernando - 1268 Café
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