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Café: Hobby x Ciência


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Aviso inicial: Esse tópico não tem como objetivo atacar, criticar, ironizar ou até mesmo deslegitimar qualquer tipo de pessoa, técnica, hobby ou gosto.

Caríssimos,

Estou nesse mundo de cafés especiais desde a metade de 2014, me interessei pelo Hobby ao procurar uma cafeteira por não estar satisfeito com o melittão, comecei tomando uma pancada na cabeça sobre a importância do moedor e tudo mais. Hoje me considero realizado pelos meus equipamentos, claro que a gente sempre quer ter uma La Marzocco na cozinha, mas de forma geral os meus cafés me agradam.

Eu realmente não tenho interesse em me tornar barista profissional, assim como a maioria, mas cada vez mais quero tornar minhas extrações consistentes e agradáveis ao meu paladar. Ao estudar um pouco mais nos tópicos, me confrontei com o posicionamento do meu Hobby e como eu acredito que as coisas sejam. 

Não acredito que o café seja uma ciência exata, seguindo X e Y parâmetros você sempre vai ter o máximo do café, mas também não acredito que EU deva buscar a perfeição, desenvolver teorias por exemplo.

Onde quero chegar? Gostaria de conhecer a distância entre o laboratório e o hobby, como as pessoas que levam o café como um laboratório pensam e com as pessoas que levam como um hobby pensam.

De vez em quando penso que estamos indo longe demais, nos preocupando com detalhes minuciosos, mas ao mesmo tempo sei que sempre vão existir perfis diferentes do meu.

O que te motiva nesse hobby? Você está afim de tomar bons cafés ou conseguir desenvolver ao máximo sua técnica?

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É uma mistura dos dois.

Tudo começou querendo tomar um café melhor.

Junto com o hobby veio um amadurecimento do paladar e também uma curiosidade, também deslumbramento, sobre como tantos fatores intuitivos e intelectuais influenciam o que vamos tomar desde que o café foi plantado.

 

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Não vejo muita relação direta entre profissional e hobista no quesito conhecimento.
É de se esperar que o professional tenha conhecimento necessario mas muitas vezes
sabemos que não é o caso.

Para mim existe um ponto entre ter conhecimento o suficiente para agradar o seu paladar
e depois disso você corre o risco de ser chato sobre o assunto (a não ser q vc só converse
com pessoas do mesmo nivel de interesse).

Do ponto de vista cientifico eu acredito que é totalmente possivel ser 100% cientifico no
quesito extração. O que falta são métodos e equipamentos acessiveis para que se faça tal
coisa em casa e não em um laboratorio. O que não é 100% ciencifico é a percepção de
sabor/aroma.

 

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Estou começando apenas este ano, e comecei meio sem refletir, estava insatisfeito com a minha moka, que vivia engripando. E uma hora comecei a ter problemas com cafeína, acho que estava tomando muito, resolvi tomar café descafeinado o tempo todo (rs já passei a tomar só de noite, tem muito café bom por aí pra tomar só descafeinado), e aí fui atrás de aprender quais era bons, como fazer do melhor modo na moka, e quando fui dar por mim, já estava com moedorzinho (manual), agora tenho aeropress, pressca, duas mokas, uma cafeteira napolitana, etc. rs.

Foi meio sem pensar, fui gostando do sabor e das diferenças, aprendendo esse mundo novo do café, e aí fui me interessando. Além disso, como tudo quando percebemos que "levamos jeito pra coisa", isso dá uma certa estimulada. E comparando com os cafés por aí, cafés de amigos, de cafeterias, etc., rapidamente fazemos cafés muito gostosos com equipamentos caseiros, as pessoas comentam, percebem a diferença, muda-se de hábitos, e com isso o hobby ganha força.

Tem também o lado "arte", os macetes, superstições, jeitos de organizar as coisas... Tirei isso um pouco ao vivenciar os modos tradicionais de fazer café, como na Itália, que os caras não lavam moka, são cheios das discussões sobre se faz assim ou assado, etc.

O lado "ciência" ajuda a gente a melhorar nossos cafés. Não sou um "cientista", mas um "consumidor da ciência do café", de maneira leve. Não faço a coisa rigorosa, não peneiro ou uso águas diferentes etc., mas volta e meia aprendemos ou tentamos coisas que nunca pensaríamos, sugeridas pelos textos e foristas. Então acho que os dois perfis são importantes, se complementam, conforme as preferências de cada um.

E o café é bacana também porque o hobby tem um lado social, ao tomar a bebida com outras pessoas, convidados, mas também prepará-la junto delas, se enriquece o convívio, criam-se histórias, momentos. Eu gosto muito disso. Desde que aprendi a fazer café de verdade, sempre que algum amigo vem aqui em casa, ou casal de amigos sei lá, sempre posso oferecer alguma coisa, fazer um café diferente, isso alivia um pouco pra minha mulher e já cria uma "razão" ou "pano de fundo" pro evento. É bacana. Acho que meu lado é mais por aí, um hobby "arte" informado pela ciência, mas com a finalidade principal de fornecer boas experiências, cafés e momentos para mim, família e amigos.

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Embora não em um tópico específico, esta discussão é recorrente no Fórum e já me causou alguns sérios dissabores. Portanto vou desapontar o @Allexlimaa2 e (tentar) ser menos prolixo... :P

Primeiro: vivo no nanouniverso do Lab Kitchen do Lisboa, então é uma mistura de hobby e técnica. Não exercito "ciência" cafeinada, mas estudo muito sobre o tema e procuro aprimorar minha "técnica" e meu "conhecimento" até pela maneira com que encaro meus hobbies: nunca foram para mera diversão, mas sim para eu que evolua (pessoal, técnica e espiritualmente) o máximo possível dentro deles, e supere meus próprios limites e os limites iniciais (ou circunstanciais) impostos pelo hobby da vez.

Segundo: hobby, ou mais exatamente, passatempo, por pura diversão (às vezes com maior ou menor grau de técnica ou complexidade), eu tenho com cinema, TV, restaurantes, cozinha em geral, sexo, tabaco, música (hoje em dia) etc. Café não está nesta categoria "dolce far quasi niente"... Superar um desafio, é o meu mote hobbístico. Em simulação de trens, por ex., consegui desenvolver mods que nem os próprios programadores dos simuladores conseguiam fazer (ou diziam ser possível fazer), e é justamente esse startrekiano "além da fronteira final, onde nenhum homem jamais esteve" que me motiva a encarar e a dedicar-me a um hobby. Tem mais aqui sobre meus hobbies.

Café, pra mim, é um misto de arte, técnica, inspiração, espiritualidade, filosofia e - principalmente - prazer (em seu mais alto e, ao mesmo tempo, simples e complexo sentido).

Aliás, o @Cabral em uma das referidas discussões bem relembrou a origem grega da palavra Técnica, em que a técnica confundia-se com a arte.

Se eu tivesse disponível 1% da verba do Socratic Coffee, aí, sim, eu levaria (ou poderia levar) minha experiência para o campo da ciência, mas na singeleza atual do meu Lab Kitchen não pretendo voar além das paragens da técnica (e da arte, em sua acepção original), e do prazer, claro. Mesmo com todo meu tecnicismo, consigo ter um prazer extraordinário com minhas brincadeiras e experiências cafeinadas... ou... :rolleyes: será que eu consigo ter um prazer extraordinário por conta de todo o meu tecnicismo? :D:ph34r:

Ah! @Álvaro Ford, não faço nenhuma questão de ter uma La Marzocco no meu Lab Kitchen; mas uma Trifecta MB da Bunn está na minha possible dream list. ;) Aliás foi uma frustração na SIC 2017 que o stand da Bunn não tivesse levado uma Trifecta, como no ano passado.

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@Lisboa Santos se você gostaria de ter mais verba para o lab kitchen você poderia tentar algo
na área de financiamento coletivo. Acredito que muita gente do forum iria te apoiar. O Matt Perger
recentemente fez isso para tentar entender mais sobre as ferramentas de distruição para espresso.

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@Lisboa Santos vamos aos poucos...

Acho que você conseguiu entender que o meu objetivo não foi julgar né? Foi só abrir um espaço pra tentar entender.

Eu acho que no hobby, ou como quiser chamar, tem espaço pra qualquer doido!

Acho que você produz um conteúdo muito interessante, mas o conteúdo está disperso no fórum. Considero sua contribuição bacana por que agrega um tipo de conteúdo diferente do de todo mundo. Talvez uma boa alternativa seria agregar de uma forma diferente seu conteúdo, seja escrito ou em vídeo. Dessa forma vc ganha visibilidade e aí consequentemente, $$$.

Uma grande vantagem do Matt é a língua também né?

Enfim, vamos ver outros pontos de vista

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Sobre publicação de conteudo para quem se interessar eu recomendaria https://medium.com/ + youtube (se precisar de ter video).
E tentaria postar uma versão em portugues e uma em ingles (no caso do medium). Quem precisar de ajuda com tradução de PT pra EN
me disponho a ajudar. Contanto que não seja um livro de 500 paginas ;)
 

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Bom como disse acima, eu gosto do assunto.

Eu penso que quando a gente assume um hobby, é exatamente porque só "gostar" "curtir " " apreciar" ou qualquer outro adjetivo, já ficou pouco, e então nós queremos ir atrás de novas experiências dentro daquele universo, e isso claro virá com muita busca, leitura, troca de informações, etc, e claro isso vai culminar também em ciência, e ela nos ajuda a alcançar respostas a muitos questionamentos que já temos e que vamos adquirindo ao desenvolver ainda mais esse hobby.

E claro, ciência não é só para profissionais, nem deve ser, muito menos atrapalhar em nada, como o amigo já disse acima, tem muitos "profissionais" que não tem ciência nenhuma e estão aí. E o legal a meu ver de ser hobbysta e levar isso a sério, é que o limite é a sua vontade de conhecer, de se desenvolver, de experimentar, e claro de contar um pouco de tudo que sabe. E isso esse fórum tá cheio. A galera é incrível, tem muito conhecimento e zero vaidade de guardar o conhecimento só pra si.

Enfim, @lisboa ser você escrever mil páginas vou ser o primeiro a lê-las meu amigo!

Gostei do tópico :)



Enviado de meu SM-J510MN usando Tapatalk

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32 minutos atrás, carlos eduardo disse:

:lol: 500 páginas com o Lisboa , vc não corre esse risco , vai ser no mínimo 1000. :P

Bingo! :lol: Sem falar na obsolescência, já que a cada 3 meses dou uma revisada e aperfeiçoada na coisa toda... :ph34r: se demorar 2 meses para publicar, e mais 1 traduzir: já era!

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É curioso como se dá a evolução de algo que se faz por um prazer descompromissado até chegar a um hobby. Lembro que quando comecei a tomar café com mais frequência foi numa época que eu me reunia com alguns amigos de noite pra ficar conversando, filosofando, etc; e para manter a discussão bem animada nós tomávamos bastante café, café de mercado mesmo, o objetivo da reunião não era o café e sim o encontro. Foi então que nós fomos apresentados a esse universo de cafés especiais e as coisas foram mudando aos poucos. Quando percebemos, continuávamos a nos encontrar, mas agora o assunto principal de discussão era o café e como nós poderíamos melhorar nossa técnica e conhecer novos sabores!

Ficamos muito tempo "fechados" nesse grupo de amigos, sem tanto contato com outros hobbystas. O contato que a gente tinha era com alguns baristas que acabaram virando nossos amigos. E justamente esse foi um fator muito importante para que pegássemos o gosto mais rápido pelo café, em como as pessoas são bem receptivas e gostam de expor e compartilhar ideias e experiências.

Um tempo depois eu comecei a querer mais e mais conhecimento sobre o assunto e vi que pra isso dependeria principalmente de mim mesmo. Queria entender mais do que se passava ao extrair o meu cafezinho e instigado pelo Sérgio (barista do Curto Café) comecei a fazer alguns experimentos de extração por conta própria, a maioria sem tanto rigor científico, mas com conteúdo suficiente para quebrar alguns paradigmas que se ouve muito por aí até hoje. Acredito que foi nesse período que parei de tomar café e comecei a viver café, foi um período muito feliz, eu fazia café não para beber e sim para entender café (até porque eu literalmente cuspia o café para evitar doses absurdas de cafeína; era apenas degustação e construção de massa crítica). Posso dizer que isso mudou a minha relação com café, quiçá com a vida... rs

Parte do que eu pesquisei botei no meu instagram, se alguém quiser dar uma olhada: https://www.instagram.com/vi_cos_/

Sou um usuário relativamente recente do fórum e fiquei muito feliz mesmo em ver que isso que fiz de forma tão isolada já era e ainda está sendo feito por vários membros daqui, levado ao extremo! Os encontros do CDC Rio são revigorantes, é ótimo ver que existem várias pessoas com a paixão parecida. E pessoas como a galera do Sweet Spot e o incrível @Lisboa Santos me enchem de entusiasmo em como eu ainda posso aprender muito mais!!

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@Vitor Costa ultimamente tem sobrado muito pouco tempo ao Fórum do CDC, e quase nenhum ao FB e Instagram. Mas ontem à noite me deliciei com o seu Instagram (#vi_cos_), parabéns! Vc, assim como eu, é meio "fora da caixa" com alguns de seus textos longos, mas é isso aí! o importante é compartilhar (bem) as nossas experiências. Quando o movimento acalmar em Dez/Jan no cartório (sou Oficial de Registro Civil) devo emplacar umas publicações atrasadas no meu Insta (#lab.kitchen.do.lisboa) sobre cold brew, filtros para AP, minha parafernália para extração na AP (câmara a vácuo e cavitação), testes com a moka, minha experiência em secagem de café em terreiro suspenso que resultou no melhor café do Estado de São Paulo 2017 (categoria nanolote) da Gertrudes dos Santos etc. Aliás, sexta-feira próxima dia 17 estarei em Santos na cerimônia de premiação da Gertrudes, e aproveitar pra conhecer o Museu do Café, que dizem ser uma maravilha. Quem quiser aparecer para um nano bate-papo cafeinado, está convidado!

Ps: gostei das suas taçinhas pra degustar café, eu tb só tomo em taças, as da Nespresso são excelentes para isso! :ph34r:

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@Lisboa Santos Fico muito feliz pelas palavras, ainda mais vindas de você. :lol: Eu achava que eu era metódico em fazer/estudar café, mas vi que tem pessoas que vão bem além rsrs

Esperarei ansioso pelas publicações sobre esses novos temas!

Já eu pretendo me aprofundar mais no estudo das águas. Pretendo comprar em Dezembro o Water For Coffee e também testar mais comparações de águas, principalmente águas temperadas com sais vs blend de águas minerais. Além disso pretendo testar bem tanto o método Lisboa quanto o Sweet Spot e fazer uma comparação entre eles (inclusive esse é meu plano pra esse feriado de amanhã).

A vantagem dessas taças é sentir o aroma do café, fica muito mais aromático e fácil de comparar!

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