Ir para conteúdo

E quando o negócio é torrar café?


Postagens recomendadas

Sem conta que, um P&D geralmente é feito, ao menos deveria ser feito, a partir de alguma demanda de mercado e/ou nicho específico de trabalho, nicho de onde ele é produzido e qual mercado ele atende. Como o CaE disse, se a probat não fosse muito melhor, já teria saído do mercado, mas nem tanto assim. A Atilla não tem condições, ainda creio eu, de atender o mercado europeu. Se um torrador aqui no Brasil dá problema, já é um auê pra consertar, imagina ter que despachar um técnico daqui até o Chile (isso falando de mercados próximos), ou para a Europa?  Probat e Dietrich apelam para construções hiper robustas, e atendem o mercado europeu muito bem. Probat e Atilla competem no mercado nacional e talvez latino americano, mas só.

Além disso, no P&D, considerando um bem feito por gente grande, além dos custos de projeto, existem os custos de análise de mercado. Essa primeira pesquisa é que dá o aval para desenvolvimento ou não do produto. Como o @segio.m disse, pro cliente pouco importa o custo de desenvolvimento, pois isso no P&D tem que ter também a pesquisa de cliente/nicho de mercado. É como meu professor de design de produto falava, não adianta desenhar coisa pra você e seus amigos, que você vai morrer na praia fazendo o protótipo. Sem uma análise/inserção mínima no mercado por parte de quem está projetando, o projeto já nasce no buraco

  • Curtir 2
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

@sergio.m aí, como sempre, depende. Nem sempre o cliente leva em conta somente o fator preço, às vezes a escolha pode se dar (sem se dar conta ops!) na tecnologia por trás do produto. Lembro que a Gilette investiu US$200milhões :blink: para fazer o upgrade do Mach2 pro Mach 3 (olhando assim, rapidamente, vc não nota a diferença), mas ao fazer a barba vc sente a diferança (só uso Mach3 rsrsrs). O preço aumentou, lógico, mas certamente ela já obteve retorno desde então....

Mas concordo com vc que preços são mercadológicos, balanço entre oferta e procura. Nem sempre um preço maior significa produto melhor (tem a questão do valor da marca), mas, como o CaÊ disse, pro mercado aceitar uma diferença de 30 pra 80, o produto tem que ser melhor; muito melhor, eu diria.

A questão pode se resumir à disponiblidade de recursos x disponiblidade de equipamento: quem podendo comprar uma Mercedes compraria um Ford Cruise? Não é à toa que o nosso colega Leandro (após um curso com o Ensei Neto) preferiu investir num Probatino 2Kg a num Atilla Gold Plus de 5Kg. Ambos servem... mas qual serve melhor? Aqui tb vai uma questão de preferência, em função da sua técnica, recursos oferecidos disponíveis etc. etc. etc.

  • Curtir 1
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

@Lisboa Santos

E quando eu disse que o cliente leva pelo preço? Se ele achar que vale pagar pela Mercedes ele vai comprar.

A questão é que pouco importa o que custou para desenvolve-la. Ele compara lado a lado com o Ford e pesa os custos/beneficios antes da compra.

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Vc não disse, nem eu quis dizer que vc disse, pq vc não disse! :wacko::D Eu é que disse outra coisa dando seqüência, digo, sequência, ao que vc disse... ;)

Pesar os custos é fácil, difícil é pesar os benefícios (às vezes não são perceptíveis pelo comprador, como no exemplo da Gilette e da Mercedes), e muitas vezes o que acaba decidindo é a disponibilidade de recursos. Neste sentido, sim, uma questão financeira, e não tecnológica, de custo x benefício (pras necessidades do comprador).

  • Curtir 1
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Continuando o off tópico :P e desviando mais o assunto de torra , a gente vê torrador como um brinquedo caro para nosso hobby.

Mas para o @Fernando - 1268 Café e o @Allexlimaa2 , é  investimento , máquina de fazer dinheiro , também chamado bem de capital.

A forma de escolha e compra não envolve só custo benefício,  mas principalmente , financiamento , ninguém joga 80k em um item assim , se pode pegar um financiamento Finame/bndes  com juros de TJLP  e loooonga carência .

Assim 80k talvez valha a pena investir pelas vantagens que um probat deve ter .

 

  • Curtir 2
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

1 hora atrás, carlos eduardo disse:

Continuando o off tópico :P e desviando mais o assunto de torra , a gente vê torrador como um brinquedo caro para nosso hobby.

Mas para o @Fernando - 1268 Café e o @Allexlimaa2 , é  investimento , máquina de fazer dinheiro , também chamado bem de capital.

A forma de escolha e compra não envolve só custo benefício,  mas principalmente , financiamento , ninguém joga 80k em um item assim , se pode pegar um financiamento Finame/bndes  com juros de TJLP  e loooonga carência .

Assim 80k talvez valha a pena investir pelas vantagens que um probat deve ter .

 

Perfect ! O tema deste tópico é torra enquanto negócio/empresa/jeito pagar os boletos, portanto, voltando ao tópico....

Vale incluir aqui que, como negócio, a diferença entre os 34500,00 e os 88 mil garantiriam uma bela estrutura de torrefação. Permitiria um moinho bom, um ikawa pra desenhar perfis  (inclusive direto no produtor no período de compra de cafés) ou outro torrador de prova, um sistema de filtragem bom, equipamentos para análise e por aí vai.

Nos encontros que tive na SIC, percebi que todo mundo que pensa/anda pensando em torrefação, tem um nó justamente nesse ponto. As escolas de torra que temos no país são radicalmente distintas entre si, e cada um vende seu peixe (Eystein, Ensei, Raposeiras pra citar os nomes mais rodados atualmente), e aí vira esse auê que é, com fanboys de cada uma das marcas defendendo-as, mas sem olhar pensando enquanto negócio.

Eu defendo/gostaria de um Atilla pois sei que cumpre o que preciso, e dos modelos é o que mais se aproximaria do meu bolso, e daria conta do recado. Se tivesse grana pra um Probat, eu sairia do mundo de cafés e ia gastar esse dinheiro, isso sim :D

Eu, enquanto empreendedor, sou bem crítico nesse sentido. Quer fazer torrefação com torrador de 2 kg? Qual sua demanda e desenho do seu projeto a médio e longo prazo? Por mais estável que seja um probat de 2kg, imagina você, vendendo café pra uma cafeteria, que geralmente compra, no mínimo, 15-20 kgs por mês. Vai ficar 2 dias torrando como se não houvesse amanhã pra atender o pedido? Quantas bateladas vai ter que fazer pra pagar o financiamento do bicho?  Torrar uma batelada demora. Na melhor da hipóteses, pra torrar o primeiro batch vai demorar pelo menos 30 minutos a uma hora pra começar a torrar (abre grão, pesa grão, liga torrador, aquece....... torra), e os batchs seguintes pelo menos 30 minutos cada entre pesar, torrar, resfriar e armazenar, e por quilo, quanto você acha que vai ganhar? 

Ok, está disposto? Mara..... 1 ano depois, esperamos que a torrefação tenha crescido....será que o Probat de 2kg ainda dá conta? Se não dá, vai ter que comprar outro (ou seja, reinvestir dinheiro) e vender o antigo (ou seja, vai ter que desovar um bicho que não é fácil de revender). Nessa história, além do stress e energia gastos pra repensar e refazer o plano de negócios (se ele existir), vai uma grana que é preciosa nos primeiros meses de negócio.

Bom, pra focar mais no tópico, vou continuar em outro post, heheeh

  • Curtir 2
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Bom, nessas idas e vindas de pensamentos, uma questão que venho analisando são justamente os formatos de negócios existentes para torrefação, vou testar listar/resumir toscamente alguns deles:

Torrefação clássica

- O café chega, as vezes escolhido pelo mestre de torras ou por um coffee hunter associado, ele torra, revende e distribui para cafeterias e PdV´s, desenhando perfis exclusivos ou não
Ex.: Terroá Cafés Especiais, Wolff Café, Mitsuo Nakao, Seleção do Mário. (Bica Cafés Especiais é um exemplo que curto muito e que é pequeno)

Produtor + torrefação 

- Aqui o café é torrado pelo próprio produtor, que desenvolve o próprio perfil e trabalha apenas com os próprio grãos. Vou subdividir esse em dois grupos:

Pequenos produtores

- Aqui são poucas as opções de cafés, geralmente um gourmet da vida, mas que ajuda muito o produtor a ganhar uma grana a mais, conseguindo faturar até 4 mil por saca de café  

Ex: Rodolfo Moreno e a Moreno Cafés de Piatã, Pereira Vilela e acredito que posso por aqui @Valmor / CaféCampoMístico

Grandes Grupos

- Aqui o negócio é sério. Grandes empresas, grandes cafezais, volumes enormes de cafés com direito a laboratórios de pesquisa e tudo mais, o que rende uma carta de grãos respeitável.
Ex.: Orfeu Cafés e Martins Cafés

Cafeteria + torrefação (ou quase)

- Aqui a aproximação entre cafeteria e torrefação é total, com grãos em perfis exclusivos que, algumas vezes, são exclusivos daquele espaço. Geralmente dispõe de grãos a venda na cafeteria, mas raramente fora dela, além de raramente desenvolverem perfis para outras e atrelarem a marca da torrefação a da cafeteria

Ex: Coffelab, Noete Café em BH, Academia do Café, Amika Coffee House em Fortaleza, Baden Cafés em PoA, Feito a Grão na Bahia e eu (ou quase eu, pois realizo a seleção e compra de grãos, vinculo a 1268 Grão a 1268 Café porém, a torra é terceirizada. Quem decide o perfil sou eu, mas é terceirizada)

Os donos da porra toda

- Me perdoem a expressão soteropolitana, mas é o que define melhor, pois dominam toda a cadeia produtiva do café, desde as mudinhas na fazenda até a bebida final servida em cafeterias do grupo. Muitas mediam e controlam também as fazendas adjacentes 
Ex: Octavio Cafés, Santo Grão, Isso é Café/FAF Studio

Coroasters (inventei essa expressão agora, hehehe)

- Torrefação colaborativa. Existe um torrador, e muita gente com seus próprios cafés querendo torrar. Cada um tem sua marca, seu café, mas o torrador é colaborativo. É um modelo que penso muito sobre as possibilidades de ter em SP, e no momento estou acompanhando o processo de implementação de uma torrefação colaborativa em Piatã, o que acaba misturando essa categoria com a de produtores + torradores. Não procurei modelos de negócio assim na gringa. Alguém sabe de algo do gênero aí pelo mundo?

Torrefação por demanda (ou pop-up) 

Lembra a clássica, mas na prática, funciona quase ao contrário. Ao invés de criar uma rotina, com produtos definidos, ela se propõe a suprir demandas do mercado, e é muito mais flexível/experimental.

Como exemplo temos a Torra Fresca do Alex, que só torra cafés da região dele, e só quando há demanda, e quando ele pode também. 

Outro exemplo que caiba, acredito eu, é o trabalho do @Igor e do @Luis PaulonaCompra

Coletiva, e agora no processo da recém instituida roast co.. No processo, houve a abertura da compra, e os compradores optavam pelo grão verde ou torrado. Compra finalizada, cafés torrados e fim dessa demanda 

Outro é meu mestre de torras. Levo o café, ele torra, acabou a demanda. Quem quiser torrar com ele, só levar o grão, ele torra, e demanda feita

---

Não citei os industriais porque pensei em recortes ligados ao universo dos cafés especiais ou que dialoguem com ele.

De resto, tem mais algum que não citei?

 

  • Curtir 2
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Fernando, você é um ótimo observador do mercado!! Não quis entrar no assunto das máquinas discutidas acima, até cada um vai até aonde o sonho, coragem ( empreendedorismo) e dinheiro deixam. Mas sobre esse assunto quero falar um pouquinho também.

O mercado no meu ponto de vista é isso mesmo. A última opção que você colocou realmente me parece inovadora e com muito espaço pra poder acontecer, vejamos por aqui mesmo, quantos de nós não gostaríamos de torrar nosso próprio café em uma boa máquina? Talvez uma torrefação participativa que atendesse inclusive pessoas físicas pode muito bem acontecer, inclusive vejo potencial de financiamento coletivo nisso.

Outra forma, é a como estou fazendo ( ou pretendendo fazer) que é a de café sob demanda, a pessoa pede eu torro e entrego, sem necessariamente vender para cafeteiras, lojas e etc.

Agora. Com certeza vejo oportunidades de crescimento, inovação e empreendedorismo no café especial, ele está longe, muito longe ainda de ser uma bolha!!!

Vamos em frente!

Enviado de meu SM-J510MN usando Tapatalk

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Fernando, você é um ótimo observador do mercado!! Não quis entrar no assunto das máquinas discutidas acima, até cada um vai até aonde o sonho, coragem ( empreendedorismo) e dinheiro deixam. Mas sobre esse assunto quero falar um pouquinho também.

O mercado no meu ponto de vista é isso mesmo. A última opção que você colocou realmente me parece inovadora e com muito espaço pra poder acontecer, vejamos por aqui mesmo, quantos de nós não gostaríamos de torrar nosso próprio café em uma boa máquina? Talvez uma torrefação participativa que atendesse inclusive pessoas físicas pode muito bem acontecer, inclusive vejo potencial de financiamento coletivo nisso.

Outra forma, é a como estou fazendo ( ou pretendendo fazer) que é a de café sob demanda, a pessoa pede eu torro e entrego, sem necessariamente vender para cafeteiras, lojas e etc.

Agora. Com certeza vejo oportunidades de crescimento, inovação e empreendedorismo no café especial, ele está longe, muito longe ainda de ser uma bolha!!!

Vamos em frente!

Enviado de meu SM-J510MN usando Tapatalk


Tava com o seu na cabeça mas esqueci de citar. Por ser um formato bem particular, fiquei na dúvida se botava ou não.

Outro formato que não pus, que não é torrefação mas tem a ver, é o de cápsulas de café especial, que deve demandar torras específicas também

Enviado de meu G3116 usando Tapatalk

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Plantei a sementinha da discórdia e saí correndo né? Estive ausente por todo esse tempo.

Enfim, pra entender todas essas questões mercadológicas, é necessário entender sobre qualidade.

Qualidade pode ser entendido de muitas formas, mas a mais importante delas é a qualidade inerente às necessidades do cliente. Para um produto ter qualidade, ele tem que atender as necessidades do cliente (nesse ponto), e só, somente só. Utilizar materiais ultradimensionados por exemplo, não acumula qualidade ao produto. 

A Probat tem qualidade nos seus produtos, mas a Atilla também tem, acontece que são públicos diferentes. Não se pode confundir o comprador de um Ford Ka com um comprador de um Ford Fusion Híbrido? Correto, mas são entendimentos de qualidade diferentes. 

Voltando à questão de P&D, quando levantamos aqui coeficientes de condutividade térmica e outras centenas de variáveis existentes nos cálculos termodinâmicos, simplificamos um universo muito grande. Quando você passa a considerar essas variáveis no produto, isso exige uma pesquisa muito grande no produto. Falo isso pois pude estudar um case de uma empresa brasileira que junto a UNIFEI, conseguiu desenvolver um "forninho" de padaria tão eficiente quanto modelos alemães (diga-se de passagem, os referência no ramo), mas isso implicou em um esforço gigante.

Onde quero chegar? 

Os custos inerentes aos produtos não são compostos por mão de obra + matéria prima + logística, existe uma cadeia bem maior, assim como por exemplo a economia de escala que abate alguns custos. Então pra gente afirmar que um produto vale o preço que cobram, ou não, precisamos levar isso em consideração.

Eu não quis afirmar que a diferença compense, que o Atilla tem o melhor custo benefício ou qualquer outra coisa, só quis trazer à tona esse ponto, que considero importante. Afinal, eu não tenho nenhuma experiência para poder opinar, nunca torrei e não tenho pretensões de torrar por agora. Acredito que existam mercados para ambos, os preços são altos? Com certeza! Acho isso pois o Atilla faz "a mesma coisa" e custa muito menos, mas aí tem que colocar na balança todas as especificações e necessidades, além do que penso ser mais importante, como elas vão afetar a qualidade do produto final: PRONTO!

No final de tudo, se você não conseguir identificar a diferença entre os dois torradores, em uma amostragem estatística (ou esquece isso tb kkkk), fica bem claro que pra novos entrantes, pequenos empresários ou qualquer negócio que as características não sejam importantes, a diferença de valores não vale a pena.

 

EDIT: Outro exemplo que lembrei, se o Gilberto lançar (não sei se é exatamente esse o projeto) um Mini Bravo Mini, com a mesma qualidade e consistência de moagem, porém utilizando materiais menos resistentes e que consigam diminuir consideravelmente o preço final do produto, provavelmente a maioria dos compradores entrantes do CdC comprariam ele por considerar que o investimento inicial mais baixo seria mais seguro, mas para outras pessoas (assim como eu) a resistência e durabilidade do Bravo Mini normal justificariam.

Editado por Álvaro Ford
  • Curtir 4
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Em 21/12/2017 at 16:57, sergio.m disse:

Ricardo, então monta uma fábrica de torrador, ponha o preço ligeiramente mais baixo, e fique rico =)
Os valores são assim porque existe comprador. Vale para qualquer produto, obviamente.

Eita, que grosseria, parece eu respondendo os posts do Moço.. kkkkk
@sergio.m Vou te falar que eu adoraria ganhar numa megasena da vida e montar alguns negócios e poder trabalhar com lucro zero, justamente por achar 'absurdo' alguns preços praticados. Sei que a vida não é tão simples, nem todo preço alto é olho grande.

Em 21/12/2017 at 17:34, Fernando - 1268 Café disse:

Não dá pra comparar um produto feito em escala gigantesca com um que é feito geralmente sob demanda (nunca ouvi falar de empresas, ao menos no Brasil, que tenha torrador pronta entrega)
Comparando com carro, a depreciação do equipamento é radicalmente diferente. O torrador tem uma depreciação muito baixa, é constituição de bem, diferente de carro que a depreciação é uma desgraça, além de que, uso é pra uso comercial/industrial e outro pessoal.
Resumindo, não acho exatamente caro, exceto quando observamos o produto no nicho, com quando comparamos probat vs atilla vs carmomaq

@Fernando - 1268 Café Sim, existe uma diferença de custos e etc entre o produto em escala e o quase artesanal, mas é assustador que em alguns essa diferença seja um abismo. 
A demanda vem aumentando, o cenário ideal seria que a oferta aumentasse antes da demanda...

------------------------

Ainda sobre os valores de maquinário, uma pequena observação é que nesses valores não constam a instalação, numa empresa cobrava por hora de trabalho e de deslocamento do: mecânico, eletricista e programador, e se for usado carro deles pra fazer a entrega ainda paga por km/rodado. Em outra já era um preço fechado, que pra mim instalação e frete daria acima de 5k.  E numa a cobrava por diária, mas avisava que precisaria de 2 ou 3 viagens pra fechar o setup... É uma variável 'simples' e secundária, mas que pode fazer a diferença no orçamento...

Sem dúvida, não tem como optar por um torrador, olhando apenas o preço. Muito menos olhando apenas os clientes da empresa. Tem gente muito grande usando o torrador mais barato...
Até onde ouvi comentários, entre os 3 citados, a Probat esta alguns anos luz a frente em design e tecnologia embarcada, e qualidade de material, algo como um mix de Breville e Rancilio talvez... 

 

  • Curtir 1
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

2 horas atrás, Ricardo Esteves disse:

 

@Fernando - 1268 Café Sim, existe uma diferença de custos e etc entre o produto em escala e o quase artesanal, mas é assustador que em alguns essa diferença seja um abismo. 
A demanda vem aumentando, o cenário ideal seria que a oferta aumentasse antes da demanda...

------------------------

Ainda sobre os valores de maquinário, uma pequena observação é que nesses valores não constam a instalação, numa empresa cobrava por hora de trabalho e de deslocamento do: mecânico, eletricista e programador, e se for usado carro deles pra fazer a entrega ainda paga por km/rodado. Em outra já era um preço fechado, que pra mim instalação e frete daria acima de 5k.  E numa a cobrava por diária, mas avisava que precisaria de 2 ou 3 viagens pra fechar o setup... É uma variável 'simples' e secundária, mas que pode fazer a diferença no orçamento...

Sem dúvida, não tem como optar por um torrador, olhando apenas o preço. Muito menos olhando apenas os clientes da empresa. Tem gente muito grande usando o torrador mais barato...
Até onde ouvi comentários, entre os 3 citados, a Probat esta alguns anos luz a frente em design e tecnologia embarcada, e qualidade de material, algo como um mix de Breville e Rancilio talvez... 

 

A demanda vem aumentando... ok... mas ainda é um nicho do nicho do nicho, o que ainda não justifica mudanças no setor da indústria nesse caso (mas que já surge. A Carmomaq tem melhorado muito o posicionamento da marca nos últimos tempos.
 

Quanto ao ponto de instalação que levanta, é essencial pensar sobre ele (e acho que levantei-o em algum post anterior). É uma variável que faz uma bela diferença no orçamento, mas que deve ser avaliada, por isso citei minha preferência pela Atilla que, além do valor, me parece ter um acesso a manutenção e instalação muito mais prático e dinâmico que a Probat, sem falar que meio mundo tem Atilla e a troca de figurinhas fica muito mais fácil entre usuários.

Esse aspecto de custos de instalação e manutenção é uma constante quando temos que alugar equipamentos fora de grandes centros. Em geral, se passa de 80 km, o locatário arca com X valor para executar uma manutenção. Quem tem cafeteria num grande centro não é cobrado mas, se for numa localidade sem empresas de aluguel, aí pode ser interessante, por exemplo, investir numa La Marzocco pra correr menos riscos de ficar na mão.

Quanto ao Probat ser superior, assim esperamos pelo preço cobrado mas, pelo que vejo do mercado atual, é proibitivo mas, voltando ao tópico, e quando o negócio é torrar café?

O torrador é importante? Sem dúvida, mas tá longe de ser a figura central quando o assunto é fazer dinheiro torrando café, ao meu ver. Dietrich nunca foi a figura central do Coffelab, e sim a Raposeiras, bem como o Atilla Gold Plus não é o da FAF, e sim o Felipe e o Fábio e o bolinha não é o ponto central da Torra Fresca do Alex. Em todos os casos, os equipamentos estão presentes, mas meio que gravitam em torno do mestre de torra e sua experiências, mas quem é a figura central, são os mestres nesse caso (e essa questão de personalização da marca pela pessoa sempre me chamou muito a atenção no mundo do café)

Enfim, depois volto e articulo melhor esse último raciocínio, hehehe

  • Curtir 1
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Esse último raciocínio é o tipo de discussão que me agrada =)

Então: desde o primeiro meio kg de café que já vendi na vida ( devo ter vendido já em torno de 600 kgs de 2014 pra cá) eu sempre friso que é o " meu café" selecionado de uma região que conheço com a palma da minha mão, e que sou EU quem torro. O resultado quanto a essa personificação é muito positivo, tanto que experimentei terceirizar e os clientes estranharam. Conclusão pra mim: num negócio pequeno (micro no meu caso) se não houver essa personificação você estará fazendo algo comum, e comum o mercado está cheio né.

Então realmente, hoje torro no bolinha mas em vias de mudar para um torrador profissional, por sem medo nenhum dessa mudança,porque ainda serei eu o "Alex Lima " que farei tudo, e sendo assim meus clientes compram e indicam o meu produto.

A confiança na pessoa que traz o café, que torra o café, é tão grande que apesar da minha marca ser " Torra Fresca Cafés" meus clientes chamam de " Lima coffee, café Lima, café Prates ( meu outro sobre nome)....

Enfim, definitivamente a Máquina importa mais ou definitivamente mais para o torrador (investidor) do que para o cliente.

Enviado de meu SM-J510MN usando Tapatalk

  • Curtir 3
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Sim, sem dúvida esse raciocínio é o diferencial do negócio.
É bom e ruim, eu fiquei muito tempo usando o Café Cultura como café diário, e do nada o café ficou ruim, cada pacote uma torra diferente e pior que a outra... Descobri que o torrador tinha saído. Uma empresa com acho que 10 anos, usa um Dietrich em seu Lab, sempre teve uma constância no produto... Mas quem fazia a diferença mesmo era o cara.
Isso é bom quando o cara é o café, mas nesse caso, que era só um funcionário 'qualquer', pra mim afundou a marca...

  • Curtir 2
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

No meu caso estou estruturando todo o negócio para que eu só fique nas torras e nas visitas aos sítios comprando os cafés. Mas pensando no caso do café cultura que você disse, talvez valha pensar em treinar minha esposa ou meu irmão para torrarem como eu em um futuro próximo.

Enviado de meu SM-J510MN usando Tapatalk

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • 5 weeks later...

Eita, fiz o filho e abandonei por quase um mês, hehehe

Bom, nesse um mês muita coisa aconteceu (e ao mesmo tempo nada, hehehe).

A principal no caso é que to prestando uma consultoria pra Coopiatã, num prazo muito apertado e bem menor do que eu havia solicitado, mas é o que tem pra hoje. Nessa consultoria estou focando em melhorias no fluxo interno da cooperativa, visando melhoria de processos na prospecção de clientes e venda de cafés crus. Invarialmente a questão da torra vem também como uma possibilidade de melhoria de ganhos para os produtores, e é algo que sempre pentelhei a cooperativa e um dos produtores para fazer na cidade, mas que pelo visto precisou da minha vinda aqui pra dar força a essa idéia, e que já vinha surgindo por parte de um dos produtores, e que, espero eu, finalmente assuma o projeto de uma torrefação colaborativa, dando a possibilidade de outros produtores terem também seus cafés, bem como otimizando o uso do torrador que ele tem, fortalecendo a cadeia de produtores da região.

Aqui em Piatã é muito comum diversos produtores terem sua própria marca de café, e são muitas, indo desde embalagens simples com café moído torrado em versões gigantes daqueles torradores de prova da Carmomaq até cafés mais "sofisticados" em embalagens valvuladas e torrados em Atillas da vida, e a região compra bem os cafés, dando um giro interessante aos produtores.

Enfim, passando mais pra registrar (e verborragizar um pouco pra entender um pouco esse processo) como é o fluxo numa cidade de 20 mil hab. (!) no meio do nada (!!) mas que tem conseguido resultados interessantes quando o assunto é o negócio enquanto torra. Ainda tem muito a melhorar, mas olhando de fora, os primeiros passos já foram dados e agora é galgar outros mercados (que ao meu ver, só não foram galgados por que Piatã fica a cerca de 11 horas de Salvador, dificultando MUITO o acesso dos produtores ao já restrito e dominado mercado de cafeterias da cidade, que justamente compram cafés daqui para seus blends).

 

  • Curtir 5
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Realmente, os cafés daí são excelentes. Só falta logística boa pra escoar em tempo hábil e a preço justo esses belíssimos cafés né? Mas o interessante é o que você disse sobre a própria região absorver uma boa quantidade do café que é produzido em piatã. Isso só mostra de prova que para o café existe mercado e oportunidades em qualquer lugar.


Enviado do meu iPhone usando Tapatalk

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Join the conversation

You can post now and register later. If you have an account, sign in now to post with your account.
Note: Your post will require moderator approval before it will be visible.

Visitante
Responder

×   Você colou conteúdo com formatação.   Remover formatação

  Only 75 emoji are allowed.

×   Your link has been automatically embedded.   Display as a link instead

×   Your previous content has been restored.   Clear editor

×   You cannot paste images directly. Upload or insert images from URL.

Processando...
×
×
  • Criar Novo...