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  1. Bom dia pessoal! Procurei no fórum uma seção ou tópico para apresentação de novos membros, mas não encontrei. Me cadastrei recentemente, embora acompanhe o assunto há muito tempo, já desde quando havia um tópico sobre Café no clube HT (lá não sou cadastrado!) e achei que seria legal me apresentar. Posso dizer que faço café desde a infância, e não é mentira ou exagero. Quando tinha onze ou doze anos, ficava sozinho em casa enquanto meus pais estavam trabalhando, fora do horário da escola. Nos anos setenta isso era normal, embora soe estranho para as crianças de hoje, bem mais protegidas. Minha mãe chegava do trabalho às cinco da tarde todos os dias, e eu me acostumei a preparar o café para tomarmos juntos quando ela chegava. Fervia a água no fogão, botava no filtro, coava, ela chegava com meu irmão menor a tiracolo, todos nos sentávamos à mesa e íamos botando o assunto em dia. Assim, desde cedo aprendi a procurar qualidade no café e era capaz de passar, com todas as limitações da época, um café bem agradável. Durante o curso de Agronomia meu café era na cantina, em copinhos de plástico, numa cafeteira daquelas que fica fervendo o café horas a fio, sob o pretexto de mantê-lo quente. Não teria nada de novo a contar aqui, não fosse por uma experiência que marcou demais e terminou por despertar o meu interesse por cafés. Foi assim: ao chegar ao terceiro ano do curso, fui com mais alguns colegas participar do Projeto Rondon, que era um tipo de estágio de um mês em comunidades carentes, patrocinado pelo Governo Federal. Nesse estágio, fui para o Vale do Ribeira, em São Paulo, e lá nós iniciamos um projeto de cadastramento de pequenos produtores rurais. O forte da região é banana e chá, e a maioria dos produtores que visitamos plantava banana. Essas visitas compreendiam um trajeto de jipe por estradas cada vez mais precárias, até chegar a um ponto em que o veículo tinha que ficar, quando então prosseguíamos a pé por trilhas na mata. Pois bem. Numa dessas visitas chegamos à casa de uma senhora, que havia sofrido um acidente de automóvel com o marido. Ela perdeu o marido e também as duas pernas, e se deslocava com auxílio de muletas. O filho mais velho do casal, de uns 15 anos, cuidava da plantação de banana, com a ajuda dos irmãos do meio, e ela ficava em casa cuidando das crianças mais novas. Atrás da casa eles tinham alguns pés de café Bourbon. A região do Vale do Ribeira tem muita chuva e um clima com estações pouco definidas, o que faz com que o café não seja uma cultura apropriada. A floração e frutificação se misturam, e há muita heterogeneidade entre os frutos verdes e maduros, não recomendando assim a colheita pelo método tradicional no Brasil, que é tirar todos os frutos de uma vez. Esses pés no quintal, porém, serviam apenas para o consumo da família. Então essa senhora colhia os frutos maduros nos ramos, deixando os verdes para amadurecer. Secava os frutos, descascava, separava as sementes. Torrava numa panela, sobre uma fogueira no quintal. Moía num moedor velho, desses parafusados numa tábua com uma manivela. Coava o café num coador de pano. Quando chegamos, ela nos recebeu, falou da sua plantação, do preço da banana, e ofereceu um café que seria passado na hora. Já havíamos comido “coruja” – um tipo de pão bem duro feito com massa de mandioca fermentada, farinha de milho com café, banana frita e outros quitutes regionais nas nossas visitas. Nunca havíamos tomado um café com aquele sabor e aquela qualidade. Ainda hoje recordo a sensação de maravilhamento de todos ante um café delicioso, servido em um bule velho, por uma senhora calejada e que falava com alegria do dia em que esperava conseguir um par de próteses para suas pernas, quanto então poderia ajudar o filho mais velho a cuidar da plantação...
  2. Apresentação longa, mas legal para os tecnicamente inclinados... Ben Kaminsky: Espresso: Why you hate it, how to fix it Alguns pontos interessantes, mas aconselho ver toda: - Antes de começar a provar e avaliar uma torra é necessário o café estar extraido corretamente, ou seja, uns 20% de extração medidos com refratômetro. - O perfil de pressão não faz praticamente diferença. No fim das contas o volume na xícara acaba dando o percentual de extração independente do perfil de pressão.
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