claytonnet Postado 12 Julho 2017 Denunciar Share Postado 12 Julho 2017 Pois, para os fãs da bebida, a notícia é boa: novas pesquisas, divulgadas nesta segunda-feira (10/07), mostram que o maior consumo do cafezinho pode ajudar a aumentar a expectativa de vida da pessoa. As informações são da "CNN". As descobertas recentes revivem o debate centenário sobre os efeitos do consumo de café para a saúde do ser humano. Uma das pesquisas fez o levantamento com mais de 520 mil pessoas em 10 países europeus, tornando-se o maior estudo até hoje sobre a bebida e sua ligação com a mortalidade; nela, foi descoberto que o consumo moderado diário pode reduzir de maneira significativa o risco de mortalidade de uma pessoa. Fonte: http://saude.ig.com.br/2017-07-11/cafe-longevidade-saude.html Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
José Cal Neto Postado 12 Julho 2017 Denunciar Share Postado 12 Julho 2017 O Globo aqui do Rio publicou. O artigo diz que é bom tomar 3 xícaras por dia. O engraçado é que ti ha um link de uma notícia relacionada sobre um americano que morreu por tomar um cafe grande do Starbucks, um mountain dew e um energético. No final diziam pra não dar café vpra crianças e tomar no máximo 4 xícaras por dia. Então é isso: tomar 3 ao dia faz bem, 4 faz mal. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
felipejack Postado 12 Julho 2017 Denunciar Share Postado 12 Julho 2017 @claytonnet, obrigado por postar a informação do estudo. Outro assunto que também gosto bastante é ciência. Atualmente, sou colunista da newsletter Skeptical Briefs; minha coluna tem o título Skepticism and Science, o mesmo nome do meu blog, com mesmo propósito divulgar a ciência e pensamento critico. Há alguns cuidados que devemos tomar antes de concluirmos que há uma relação de causa e efeito. O que o estudo mostrou foi uma associação entre um hábito praticado (café) por um grupo de pessoas e um desfecho (mortalidade). O que podemos dizer é: aquele grupo de pessoas, que já bebem café, possuem menor taxa de mortalidade. O café pode ser o responsável? Pode, mas ainda não podemos concluir isso. Esse é tipo de pesquisa é chamado estudo epidemiológico ou observacional. Estudos observacionais apenas apontam uma relação, que pode ou não ser de causa. Vou dar outro exemplo: os estudos que ligaram (e ligam) cigarro e câncer de pulmão, por exemplo, são observacionais. Esses estudos se iniciaram por volta de 1950. Em 1965, um dos principais autores desses estudos, o estatístico Bradford Hill, publicou um artigo discutindo se havia evidências suficientes de que cigarro *causava* câncer. O questionamento é pertinente. É possível que câncer de vontade de fumar. É possível que o aquele grupo de fumantes façam outra coisa que sim causa câncer. Nesse caso, do cigarro e câncer, a relação de causa foi estabelecida e o "critério" de Bradford Hill foi mais do que atendido. Aposto que vocês já devem ter ouvido falar que beber álcool moderadamente faz bem. É fácil achar noticias em sites mostrando que as pesquisas dizem. Essas pesquisas de álcool também são obvervacionais. Elas mostram que o grupo que bebe muito tem maior taxa de mortalidade e maior taxa de doença cardíaca. Talvez surpreendente, mostram que o grupo que bebe moderadamente tem menor taxa de mortalidade e doença cardíaca do que os abstêmios, os que não bebem nada. O álcool pode ser o responsável? Pode sim, mas pode haver outra explicação? Pode: basta o grupo classificado com "abstêmio" incluir pessoas que bebem ocasionalmente, assim como pessoas que já beberam e pararam (por estarem doentes, por exemplo), você verá uma relação de proteção em direção ao grupo que bebe moderadamente, sendo que a causa não tem nada a ver com álcool em si. A relação pode ser explicada apenas pela diferença entre os grupos que estão sendo comparados. Algumas variáveis são eliminadas estatisticamente da análise, mas outras não. Um estudo mostrou que o grupo dos abstêmios possui muito mais fatores de risco para doença cardíaca (como serem mais reclusos socialmente) do que o grupo que bebe moderadamente. Voltando ao café, é possível o efeito protetor? Sim, mas é possível que aqueles que bebem café moderadamente façam outra coisa que causa o efeito protetor. Pode ser multifatorial. Acho que ainda é cedo para dizermos "vamos tomar café para prevenir x, y ou z". Ainda cedo para aqueles que não bebem começarem a beber para prevenção de algo. Com o café, acho que isso não gera consequências negativas, mas com álcool sim (como o risco de dependência, bebendo em excesso). Peço desculpas se eu fui muito prolixo. Será que foi o espresso da manhã? Eu sei que eu fiquei com vontade de beber um espresso 4 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
felipejack Postado 12 Julho 2017 Denunciar Share Postado 12 Julho 2017 Os links do estudo do café http://annals.org/aim/article/2643435/coffee-drinking-mortality-10-european-countries-multinational-cohort-study Vejam a "divulgação" do próprio periódico: http://annals.org/aim/article/2643437/coffee-consumption-associated-lower-risk-death A conclusão foi basicamente o que eu disse: "Although drinking coffee cannot be recommended as being good for your health on the basis of these kinds of studies, the studies do suggest that for many people, no long-term harm will result from drinking coffee." Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
carlos eduardo Postado 12 Julho 2017 Denunciar Share Postado 12 Julho 2017 Essas pesquisas , quando aparece a palavra " consumo moderado " dá vontade de rir , qualquer coisa moderada não faz mal , exposição moderada aos raios gama não fazem mal . O problema é que para ser prazeroso o consumo deve ser imoderado. Desde que eu nasci praticamente tudo já foi de veneno a panacéia e vice versa. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
felipejack Postado 12 Julho 2017 Denunciar Share Postado 12 Julho 2017 O video é bom, mas ele pega as pessoas da saúde que vão com "a onda". Acho que os jornalistas não contribuem. Só como exemplo, fizeram um estudo observacional mostrando que, mantendo igual o consumo calórico, os italianos que comem mais massa tendem a ter menor IMC (serem mais magros). É apenas um relação: aqueles comem mais massa podem também se exercitar mais ou outros fatores. Até ai, tudo bem, mas sai na super interessante o título "Surpresa: comer macarrão pode ajudar a emagrecer". Acho que o subtítulo é ainda mais enganador: "Um grande estudo com mais de 23 mil italianos chega a uma conclusão surpreendente: quanto mais massa eles comem, mais magros eles ficam." Mas ai no texto eles dizem "Claro que isso não quer dizer que macarrão emagreça." http://super.abril.com.br/saude/surpresa-comer-macarrao-pode-ajudar-a-emagrecer/ A título de curiosidade, como que seria o método de pesquisa para se concluir causa e efeito? O mesmo tipo de estudo que é feito para avaliar a eficácia de medicamentos. Você pega um grupo de pessoas e para cada um individuo toma uma decisão aleatória se ela vai tomar ou medicamento ou placebo. Conceitualmente falando, é assim que você tem um método que atribui causa e efeito: o objetivo é que os dois grupos sejam iguais a não ser pelo medicamento. Com isso, qualquer diferença é do medicamento. Na prática, é mais complicado que isso, há erros na metodologia, na análise, etc. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
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