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Koar, o coador de café pernambucano


Seu Zé

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Esse papo de um método extrair mais doçura acho meio balela e muito subjetivo. A teoria de extração de café é a mesma independente do método escolhido, o café não entende qual método ele está sendo tirado, o resultado final vai ser um equilíbrio entre diversas variáveis, normalmente muito mais importantes do que o método escolhido. Claro que se você fixar todas elas e mudar só o método você pode sim ter um café mais doce, dependendo do método, mas poderia ter o café que quisesse, bastaria ajustar cada variável para ter o resultado desejado. E pelo que ele falou de o café passar mais rápido o café seria menos extraído, logo provavelmente mais ácido e não mais doce. É muito melhor focar em um único método e entender ele à fundo do que ficar comprando mil métodos diferentes e ficar usando a mesma receita pra todos.

E na minha cabeça o formato mais eficiente para extração de café seria em uma aeropress sem o êmbolo, porque permitiria a água passar com a mesma pressão por toda a massa de café (uma ideia ainda é usar isso pra melhorar a distribuição da água). Esses métodos "angulados" (tipo v60, kalita, koar, etc) acabam tendo uma geometria mais complexa que provavelmente só vai fazer parte do café ser mais extraída do que outra, o café do fundo do filtro vai ser extraído de um jeito, o que ficou em cima de outro jeito e o das paredes do filtro de um terceiro jeito. Tô pra testar extrações dessa forma na aeropress tem um tempo, não sei porque ainda não o fiz... rs

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Assino embaixo, com a exceção adiante, @Vitor Costa! Tudo se resume à manipulação de variáveis, independente do método, porque para mim são 12 variáveis de extração, dentre elas o tipo de filtro (papel, metálico ou pano), então inclui qualquer método para coados; em espresso o manejo de variáveis é mais restrito, outra história. Nem todas as variáveis podem ser manipuladas em todos os métodos, por isso também tenho pra mim que a AP é o mais versátil já que me permite (no limite) usar todas elas, em maior ou menor grau, dependendo da complexidade com que vou extrair.

A Exceção: em qualquer posição (invertida ou não), devido ao formato cilíndrico, paredes perpendiculares e fundo plano da AP, a extração tenderá a ser sempre uniforme, com êmbolo ou não, se for devidamente agitada principalmente antes da virada (na invertida). Uma vez fui questionado sobre a uniformidade da minha extração na AP, o que se avaliaria ao verificar se meu bolo estava reto ou abaulado (côncavo ou convexo). Eu já sabia que ficava reto, mas nunca tinha confirmado isto pois sempre aperto o êmbolo até o final. Daí fiz vários testes ao longo de uma semana, parando o êmbolo assim que começava a sair só ar, portanto bem antes de chegar no pó, e todos os meus bolos estavam Retinhos da Silva Xavier (expressão de velho, desculpa aí!). A pessoa com que eu confabulava, concluiu que minha extração era, então, uniforme. Ademais, quando a extração é anormalmente longa como a minha, creio que uns 95% da extração já se deu na infusão, a descida do êmbolo tem papel de filtragem, sendo quase irrelevante o que ainda tem para ser extraído nesta parte final. Diferente é a hipótese de extrações rápidas (por ex. entre 1 e 2min), principalmente na não invertida, pois neste caso é importante que a água passe por todo o pó de maneira o mais homogênea possível. 

Não entendi que teste vc ainda não fez?! :rolleyes: Usar o melodrip para despejar na AP não invertida? só tem sentido se vc não agitar nada, só despejar... o @Bruno Marinho pensou justamente o contrário: usar a AP para despejar água nos métodos por percolação (V60, Melitta, Kallita), assim economiza no apetrecho.... :P

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Na realidade, até onde sei, o filtro utilizado é o do V60 e não um filtro especial ou específico, inclusive já tomei o café produzido pelo método há mais de um mês atrás e me pareceu uma inversão e-no método Kalita, sendo as ondulações apresentadas no porta filtro e o filtro, por sua vez, passando a serem lisos.

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Na realidade, até onde sei, o filtro utilizado é o do V60 e não um filtro especial ou específico, inclusive já tomei o café produzido pelo método há mais de um mês atrás e me pareceu uma inversão em relação ao método Kalita, sendo as ondulações apresentadas no porta filtro e o filtro utilizado, por sua vez, passou a ser liso.

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No vídeo a Lidiane fala (1:20min) que "esse filtro também é diferente, é um outro modelo que vai ser necessário para que acompanhe o formato interno do Koar". Vai ver que no vídeo ainda estavam usando um Hario.... nada impede e, se não ajustar perfeitamente, vai deixar mais rápida ainda a extração, um dos motes do produto.

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Eu sou bem cético, acho que não tem como alterando tão pouca coisa assim você ter uma bebida tão diferente como sempre é pregado.
E também não achei o produto final bonito, pronto falei.

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@Lisboa Santos Acho que não discordamos em nada. O que quis dizer e talvez não tenha ficado claro é que dentre os métodos de percolação sem infusão o que teria a extração mais homogênea seria qualquer um que não tivesse uma angulação para a passagem da água e isso pode ser feito na aeropress se a gente usar apenas a parte de baixo dela (sem o êmbolo) para fazer a extração. Seria um método normal mas sem apertar com o êmbolo no final. Quando falamos em método invertido (logo, com infusão) a extração pode ser feita homogeneamente mesmo com diferentes formatos porque depende muito mais do tempo de infusão do que da filtragem, como você mesmo falou.

E sobre o Melodrip, ele faria sentido nessa aeropress sentido normal sem êmbolo justamente pra garantir que a água caia igualmente em todas as partes do café. Já para o uso do Melodrip para qualquer outro método (v60, kalita, etc) tenho um pé atrás. E é justamente essa extração com aeropress sem êmbolo que nunca fiz! Provavelmente por preguiça rs acabo fazendo só o método Lisboa...

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@JoaoW É que eu gosto de ter já uma boa experimentação com um método para usar ele bem no meu dia a dia, ou seja, pra eu verdadeiramente conhecer um método eu preciso fazer diversas extrações. Fiquei com preguiça de fazer isso e acabei não fazendo nenhuma vez nem pra provar haha. Acabo recorrendo ao v60 ou método Lisboa porque já tenho mais experiência com eles.

E eu faço o método Lisboa light, bem diferente do que o Lisboa faz. Apenas me inspiro no método dele nos quesitos temperatura, moagem e tempo de infusão, mas acabo fazendo uma versão mais simples para quando estou com pressa. Tem a ver com aquela receita padrão média que discutimos outro dia... uma receita não-perfeita mas que entrega um café acima da média.

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2 horas atrás, JoaoW disse:

Olha @Vitor Costa, por comodidade pode ser, mas acho que a escolha de palavras foi inadequada: o método Lisboa não é para preguiçosos, é atenção e ação o tempo todo rs

Comodidade mental, foi o que eu entendi que ele quis dizer... :lol: Meu método com agitações minutais, é bom pra relaxar: é quase que uma nano meditação de 8 a 10 min, é só focar na extração, em vez de na respiração... :ph34r:

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2 horas atrás, Vitor Costa disse:

E sobre o Melodrip, ele faria sentido nessa aeropress sentido normal sem êmbolo justamente pra garantir que a água caia igualmente em todas as partes do café.

O que eu quis dizer é que o diâmetro da AP é pequeno, perto do diâmetro superior dos V60s, Melittas, Clevers e Kalitas da vida, é difícil não molhar todo o pó mesmo com bico de ganso, menos ainda com bico de cano (aqueles de 3,5 cm daquelas chaleiras com tampinha que apita). Até mesmo a receita de AP original na posição normal, do inventor, vc despeja e agita com a pá logo em seguida, isto garante total e uniforme encharcamento do pó, rapidamente.

No mais estamos de acordo, como eu já disse antes.

E - incrível - nunca testei percolação pura na AP; já fiz percolação (digamos 200ml, deixava escoar tudo) seguida de infusão (mais 200ml, neste caso punha o êmbolo para parar a filtragem).

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Na verdade quem deveria reivindicar é  a  madame Amalie Auguste Melitta Bentz 

Ela inventou a filtragem com papel em 1908 

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Mas como ela morreu em 1950 , vai ficar difícil madame reclamar.

 

 

 

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Concordo em parte @carlos eduardo, pois madame Melitta promoveu o início das extrações com filtros de papel em um novo método que sofreu ao longo dos anos vários aperfeiçoamentos e variações. Se entendermos que nas mudanças promovidas nas extrações com filtros de papel todo o mérito caberia a ela, então o V60, Kalita, Koar e outros não teria a contribuição de mais ninguém. E essa lógica serviria também para as máquinas de café espresso que tanta evolução sofreu ao longo dos anos.

Ocorre que o método Melitta há muito tempo deixou de ser o preferido dos apreciadores de cafés especiais, dando passagem para vários outros que foram frutos da inovação. À madame sempre caberá o mérito de ter dado início a esse modo de extração.

Em 02/02/2018 at 21:47, cankblunt disse:

Rolou um pegapracapá nas mídias sociais de Recife quando esse método foi divulgado. Mais de uma pessoa reivindica a autoria dessa ideia ai...

De fato, isso aconteceu por aqui e a história parece que não ficou bem resolvida. No próprio vídeo um dos idealizadores indica que varios baristas foram consultados.

O fato é que, como em muitos setores do mundo real, no universo dos cafés especiais a vaidade e o protagonismo ainda fala muito alto e acaba atrapalhando um pouco o mercado como um todo.

De qualquer modo, está aí mais uma contribuição da “Província” que vem fazendo algum sucesso pelas bandas de cá.

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Legal o ceramista ser discípulo do Brennand,  bom apelo em especial aí no Recife.

Agora, interessante também é a discussão de quando um descendente aperfeiçoado duma invenção passa ser uma espécie própria. Talvez quando “cruzando com o original não produzir descendentes férteis“ :lol: ? 

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Na minha humilde opinião , essas pequenas alterações no método não  justificam uma discussão sobre "paternidade da ideia" pois vc tem uma alteração do design da base ou do filtro , uma base raiada com filtro liso ( que é  o caso) ou uma base lisa com filtro plissado (Bunn) .

O fato do cafe ficar diferente não significa que ouve uma melhora ou piora.

Veja o caso desses chineses , ao invés de 16 raias como no projeto de Recife , ficaram no meio termo , 12 pétalas , eles inventaram o que ? Nada , só alteraram o design.

http://caferedbean.blogspot.com.br/2016/05/doppo.html

No caso , o design nosso é  mais bonito e o trabalho de cerâmica é melhor. 

 

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@carlos eduardo, tenho que reconhecer que você é um grande pesquisador e estudioso de café, mas volta-se ao ponto inicial, uma vez que cada inovador defende diferentes nuances na bebida produzida por cada método.

Há pouco houve polêmica quanto à Cafeteira Aram ter surgido de uma proposta já existente, mas o Maycon defende que o parafuso central da sua invenção tenha também a função de abrir e fechar a passagem de água, além de fazer pressão sobre o bolo de café.

Do meu ponto de vista, também não percebo grandes mudanças sensoriais na bebida final produzida em vários métodos desses e aí ainda entraria o Altoair entre outros métodos que partiu de um princípio comum.

Mas o simples fato de alguém se debruçar sobre o tema e propor algo de novo já merece algum tipo de reconhecimento.

Porém, como disse no post anterior, nesse ramo temos muitas vaidades, além de muitas invencionices que, no final, servem muito mais para despertar a “febre ruiva” em alguns de nós.

 

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Concordo que merece reconhecimento , afinal tiveram muito trabalho e um investimento em tempo e dinheiro .

Uma coisa é  uma coisa outra coisa é  coisa :D, longe de diminuir o mérito pelo esforço de quem fez , ter ideia é  mole , mas transformar ela em realidade é  outra coisa , é merece reconhecimento.

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  • 2 weeks later...
Em 02/02/2018 at 12:46, Lisboa Santos disse:

No vídeo a Lidiane fala (1:20min) que "esse filtro também é diferente, é um outro modelo que vai ser necessário para que acompanhe o formato interno do Koar". Vai ver que no vídeo ainda estavam usando um Hario.... nada impede e, se não ajustar perfeitamente, vai deixar mais rápida ainda a extração, um dos motes do produto.

Lisboa, acredito que o filtro "diferente" seja em relação ao melitta, visto que é a referência de filtro de papel do grande público.

É aquilo, o produto tenta ser bonitinho (gosto é gosto né?), e inovador, mas me parece mais um querendo reinventar a roda.

O que me impressionou é a saída de mais de 100 peças por semana. Nesse ponto, estão de parabéns (nem que seja pelo marketing, hehehe

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