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Crise do setor cafeeiro


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Penso que a saída está em investir em qualidade, e isto demora um pouco para ser implantado na grande maioria dos produtores de café. Entendo que em princípio vai exigir um investimento e aí deveria entrar o governo $$$. Interessante que cada café possui um preço (bebida dura, rio , riada). A maioria da população desconhece a diferença e dificilmente compramos um café no mercado com descrição (dura, rio, riada) estampada na embalagem e muito menos a variedade... Tudo isto tem que ser mudado, para que o consumidor tenha parâmetros para escolher o que quer, além de valorizar e incentivar o consumo interno de cafés de melhor qualidade.

:rolleyes:

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Novamente, em outros países também não é comum ver isso no café que se compra, ao menos em supermercado. Mesmo em algumas lojas mais especializadas, nem sempre a informação é tão extensa. Na década de 90, os cafés vendidos em Eduscho e Tchibo na Alemanha vinham com, no máximo, 100% café de Colombia escrito (às vezes nem isso). Agora, tinham blends fixos (Milde Natur, etc). Mas isso foi em 93-95. Talvez muita coisa tenha mudado.

 

 

Quanto ao governo entrar com dinheiro para o setor cafeeiro efetuar essas mudanças, me pergunto se isso é de fato acertado. Capitalismo não é justamente competição? Se é uma boa oportunidade de negócio, que um produtor veja e invista. Empresas grandes têm, inclusive a opção de captar dinheiro fora, a juros bem menores que os do Brasil.

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Como no Brasil poder e política sempre foram extremamente interligados, para os cafeicultores parece normal intervenção estatal em seu favor. Mesmo produtores grandes usufruíram das benesses do Estado. Aqui tudo acontece ao avesso. Isso é o Brasil, país do futebol, onde até as obras da copa do mundo estão em atraso. Brasiiiiiiiiil!

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E num momento de crise, com a saca a R$240 (/ 60 = R$6 / kg verde) , em vez de criar mercado e fidelizar clientes, vendendo por um pouco mais, vemos os cafés especiais (e outros nem tanto) vendidos, quando baratos, cinco e até mais de vinte vezes mais caros.

Ainda, com a agricultura robotizada e com utilização intensiva de agro-químicos, vemos que uma fazenda de 650ha, emprega somente 4 famílias durante o ano e 17 famílias na safra, desta forma fica evidente que a cafeicultura moderna não tem mais uma função social, nem ambiental, que justifique tratamento diferenciado de qualquer outro empreendimento comercial.

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  • 1 month later...

Sou de S.Paulo , moro em SP e sou produtor de café do sul de MG há mais de 10 anos.

 

Região de montanha , agricultura exclusivamente familiar.

 

Não tenho os números no momento mas posso afirmar com segurança  que a maior parcela dos produtores de café no Brasil é formado por agricultura familiar .

 

Existe um profunda diferença entre a colheita mecanizada acessível aos gdes produtores e agricultura familiar:

 

As maquinas colheitadeiras que vemos na TV , com GPS , ar condicionado , que fazem o trabalho de derica , colheita , limpeza , abanação e transporte não se aplicam a montanha e são somente acessíveis a gdes produtores e cooperativas.

 

Não existe , até o momento , maquina que colha o café de montanha ! A colhedeira não sobe montanha .

Existem as dericadeiras que  "derrubam" o café do pé para o pano , entretanto , recolher este café , abanar , limpar , ensacar , transportar ...tudo é feito manualmente , por varias pessoas.

 

O que vemos aqui na região , infelizmente , são famílias que a gerações viveram do café , abandonarem ou trocarem de cultura ou ainda venderem a propriedade para trocar de atividade... pois o preco pago pelo café mal cobre os custos de mao de obra e adubo...

 

Ou ainda , famílias que não conseguiram tratar o café como deveria e que certamente serão penalizados na próxima safra .. se houver próxima safra

 

Tbem concordo que o governo não deva beneficiar esta ou aquela atividade , mas tbem o que esperar de quem privilegia o "beneficio" ao trabalho !

 

Nunca tive nem conheço quem tenha recebido nenhum beneficio especial do governo aqui na região para produção de café .

 

É muito provável que o café especial que chega a nossa casa tenha sido colhido e processado por uma pequena " empresa " famíliar que jamais teve acesso a qquer beneficio do governo. 

 

Esta é a realidade do campo , muito diferente da realidade que julgamos entender na cidade ....

 

Produzir café para mim é uma paixão ! ou já o teria abandonado !

 

Valmor

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O cafeicultor deve ser por natureza um otimista !!! E assim somos ,

 

Mas a verdadeira crise ainda vira ...

 

O efeito da falta de chuvas no sul de Minas Gerais começa a mostrar seus efeitos .

 

Amostras de café cerejas colhidas recentemente para analise . ( vide foto )

 

Ainda é cedo para afirmar o real nível dos damos da estiagem  , visto que a quantidade de grãos verdes é predominante e acreditamos nas chuvas de marco !

 

Conseguimos fazer a 2 adubação anual , entretanto para a grande maioria na região a falta de chuva não permitiu que se fizesse .

 

Obs : o café pede 3 adubações anuais , em meses distintos e com solo molhado.

 

Valmor

 

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