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Torradores


Ruston Louback

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A Última amostra infelizmente não ficou boa. Também infelizmente era maior quantidade de café.

 

Bom agora eu posso dizer as minhas primeiras impressões a respeito do torrador.

 

Tentarei ser pragmático.

 

Ainda estou me entendendo com o torrador.

Ele demora em torno de 6 a 10 minutos para aquecer. Tempo necessário para a primeira torra.

Está com 1200w

Pega muito calor. Aí é que mora minha necessidade de adaptação. Meus torradores prévios eram, em sua grande maioria, baseados em força bruta. Mas, em face do tamanho da câmara de torra, precisavam dessa força bruta para manter o calor.

 

Isso era bom por um lado, ruim por outro. O suplemento de calor precisava ser em intensidade maior e ser constante. Com uma determinada abordagem, no fim acabava dando certo.

 

O STC 4, por outro lado, tem um comportamento diferente, que exige uma abordagem diferente.

 

A câmara de torra é praticamente do tamanho do tambor. Além disso, a câmara de aquecimento foi bolada de tal forma que ela acumula muito o calor e aproveita esse calor acumulado que sobe seja naturalmente ou artificialmente (fluxo ativo de ar) para a câmara de torra.

 

O que isso torna diferente o STC4, do STC uno, por exemplo.

 

No STC4, quando o café pega determinada carga de calor, se o operador suspende o fornecimento de calor a zero, por exemplo, essa ação não surte efeito instantâneo na câmara de torra, pois a massa metálica embaixo, na câmara de aquecimento, está muito mais quente e vai emitir calor ainda por um tempo até começar a esfriar.

 

O sistema de resistências é diferente. São duas caixas de aço inox 1,5mm com cerâmica nas extremidades, que são aquecidas a mais de 500°C (por baixo). Por sua vez, o calor ali acumulado passa por furos de 3mm (ou seja, há uma restrição entre o ar que entra na câmara e o que sai, gerando certa pressão (mínima, quase inexpressiva, mas o suficiente para deixar toda massa de ar ao redor das resistências em alta temperatura, funcionando quase como um soprador, mas, ao mesmo tempo, emitindo radiação infravermelha (as resistências são de quartzo).

 

Então, andei errando na abordagem. Iniciado o crack, se vc baixa a potência para 50%, por exemplo, aumentando o fluxo de ar para 100%, a ror continua alta, em torno de 10°C. Em menos de dois minutos, o café (que já está mais uniforme por dentro por força do infravermelho) acaba passando do ponto ideal e ficando com gosto de torra, ainda que não fique uma torra muito escura (erro de temperatura alta demais na pirólise).

 

Outra coisa que influencia é a posição do sensor ET. Como fica acima dos grãos e em altura mais baixa do que o topo do torrador (inclinado entre 15 e 20° durante o funcionamento), acaba não equivalendo a temperatura logo abaixo dos grãos (maior). Ele acaba refletindo uma temperatura próxima a BT. Não equivalente, maior, mas refletindo mais o vapor aquecido do que o calor que está chegando nos grãos.

 

Todas essas circunstâncias impõem um reaprendizado.

 

Depois de acertar, por acaso, as primeiras torras, passei as duas últimas semanas realizando torras diárias, umas ficando razoáveis, outras imbebíveis ao meu paladar.

 

Joguei pouco mais de 1kg de bons cafés fora, literalmente.

 

Mas já comecei a acertar. Ainda bem.

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José,

Controle manual é o mais fácil a se implementar (basta usar dois controladores de voltagem 2000W (o torrador consome menos de 1250W, já consideradas as ventoinhas e o motor)).

 

Complicado é quando se trata de eletrônica. Precisa ver as abordagens que fiz para não correr o risco de erros de leitura (anilhas de cerâmica, tubos cerâmicos, isolamento dos fios dos termopares mediante dutos de fibra cerâmica  revestidos de silicone alta temperatura etc).

Já tenho até no projeto. Nesse caso, ao invés de alocar sensores atrás, faz-se duas extrusões na parte frontal para instalação de dois termômetros como esses daqui:

 

http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-719915004-termmetro-culinario-tipo-espeto-para-fornos-e-panelas-_JM

 

Já até comprei uma unidade para testes.

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Esqueci de mencionar que as duas últimas torras, do Ouro Verde, ficaram excepcionalmente boas. A de ontem, tomei no coador hoje lá em casa e ficou muito boa nesse método (sei que ficou boa quando a patroa, depois de beber uma xícara, se serve novamente). A de hoje é aquela coringa, serve tanto para um método, como também para outro. Dá um bom espresso, mas com uma acidez aparente, gostosa para que curte.

 

Qual foi a abordagem?

 

Descrevo a última (mais fresca na minha memória, de forma que não dependo das minhas anotações, que ficaram em casa):

 

Diminui um pouco o fluxo de ar na fase inicial, mantendo-o em 60%. Quando a BT bateu 185º, baixei a potência para 30% (isso ai, trinta por cento - o que faria a temperatura começar a cair em ritmo indesejável no STC UNO), sendo que a ROR continuou estável em 10ºC por mais um minuto e meio, quando começou a baixar até estabilizar em 6. Passado esse tempo, o primeiro crack já havia se iniciado, momento em que reduzi a potência para 20% e subi o fluxo de ar para 100%. Depois de um minuto de crack rolando, baixei a potência para 0, mantendo o fluxo. Quando despejei os grãos, aproximadamente 3 minutos depois dos primeiros estalos, a ror estava chegando a 2 e daí iria diminuir um pouco mais rápido, dado o fluxo alto de ar.

 

Amanhã posto foto do café.

 

Tá aí

 

28e94ff515a0a0ce2db60b03060235ab.jpg

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Projetei a base resfriadora. Fiz em módulo, de forma que vc encaixa o torrador em cima dela e retira apenas levantando. Dá para guardar separado e vai ter uma tomada atrás para ligar o torrador a ela.

 

Toda em inox 304 polido. Vai acrescer pouco menos de 10cm a altura total quando o torrador estiver acoplado a ela. O pé que está na frente do torrador vai para trás. Para dar a inclinação despejada ao torrador, regulável a gosto do usuário.

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Ou melhor, uma descrição como executar torras tão homogeneas com o Quatro. Parece que vc já descobriu o jeito de torrar com ele. Muito legal!

Abçs

Burny

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Te conto depois de mais umas dez torras se realmente peguei o jeito. Mas o que posso dizer é que minhas três últimas torras ficaram bem gostosas. Acho que estou começando a entender o comportamento dele.

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Belas Torras Guilherme !!!!!

Hoje , finalmente , partir de SP pra vc o SESU03 pra novos testes .....Vai ter + cafe pra vc brincar !

Abs

valmor

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Volto para atualizar o processo de lançamento do STC 4.

 

O torrador está pronto. Estou muito satisfeito com o comportamento durante a torra e resultados que venho obtendo com ele. Vai ficar ainda melhor na versão 1.2, em face de pequenas modificações (em nada alteram o funcionamento, mas se prestam a aprimorar o módulo de aquecimento, reforçando uma chapa que, na minha unidade, deformou um pouco em face do calor).

 

Não lancei comercialmente ainda em face de um velho problema do roastlogger. Referido APP se vale de uma conexão serial com o arduino para obter dados e enviar comandos para a placa. O problema é que qualquer mau contato no cabo USB trava o programa, fechando-o. Já fiz sucessivos testes e verifiquei que o problema não é na placa, que continua funcionando sem travar e sem resetar, mas na comunicação entre ela e o computador. Tem até um tópico específico no troubleshooting do aplicativo:

 

When I unplug the serial cable RoastLogger or my operating system sometimes crashes

  • This is a known issue with serial communication/drivers.  In some cases RoastLogger performs a crash shutdown in an attempt to avoid an operating system crash
  • Do NOT unplug the USB cable during communication.  See section 4. below and Appendix C of the RoastLogger manual "Safe unplugging of serial devices"

Serial communication sometimes stops or RoastLogger or my operating system shuts down

  • Faulty USB cable/connectors breaking the connection during communication
  • Use a high quality USB cable without extension cables.  If you must use a poor cable avoid disturbing the connections during roasting

 

Já adotei todas as abordagens possíveis (exceto usar um cabo USB TYPE C da monster, porque aí sai caro demais) para amenizar esse tipo de erro. No entanto, eventualmente, em torno de uma em cada 10 torras, ocorre um travamento desses no aplicativo e tenho que reiniciá-lo (o aplicativo, pois a placa continua funcionando com o último parâmetro recebido de potência e de fluxo de ar, a revelar que o arduino não está travando). É algo que demora em torno de 10 segundos para fazer, mas que enche o saco quando acontece, pois, a finalidade do app é gerar um log gráfico, que perco quando ele trava.

 

 

Então, estou abrindo esse post aqui para pedir sugestões sobre que caminho adotar:

 

a) largo mão do roastlogger e passo a controlar o arduino com o nextion, sem log gráfico (custo baixo, em torno de R$ 100,00);

 

B ) largo mão do roastlogger e do arduino e passo a controlar o torrador manualmente, com dois controladores de voltagem (custo semelhante, pois usaria dois termômetros analógicos no lugar do arduino);

 

c) uso esse sensor da SUPERMECHANICAL, em conjunto com o app ROASTMASTER (só funciona em aparelhos IOS - iphone, ipad, ipod touch) (custo mais elevado, em torno de R$ 400,00 por sensor).

 

ember1_large.jpg?v=1448051311

 

d) mantenho o roastlogger e relaxo quanto a esse problema, lançando o produto e dando opção a quem for comprar escolher a forma de controle - manual, roastlogger, nextion ou mechanical.

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O F1 usa um sensor diferente (max 31855), que ainda vou testar no 4.


Voce usa o MAC não é Burny? No MAC não trava.


É um problema ruindows


E não é em todo computador windows. No meu tablet não trava, mas perde a conexão. Ai tenho que desconectar e conectar de novo para voltar a reconhecer a porta virtual com.

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Fato: comecei a usar no PC e travava demaaaais. Aí passei a usar no OSX (Yosemite, depois no El Capitan) e nunca mais travou.

 

Edit: estou falando do shield MAX3185

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Ainda tenho esperança de conectar via bluetooth. Isso resolveria todos os meus problemas.


O problema é fazer o roastlogger entender a conexão serial pura.


O problema é convencer o cabra que vai comprar a usar um MAC para torrar café, ainda mais com esse precinha que eles cobram aqui na Brasil.


Tecidas essas considerações, volto ao questionamento:

 

Então, estou abrindo esse post aqui para pedir sugestões sobre que caminho adotar:

 

a) largo mão do roastlogger e passo a controlar o arduino com o nextion, sem log gráfico (custo baixo, em torno de R$ 100,00);

 

B ) largo mão do roastlogger e do arduino e passo a controlar o torrador manualmente, com dois controladores de voltagem (custo semelhante, pois usaria dois termômetros analógicos no lugar do arduino);

 

c) uso esse sensor da SUPERMECHANICAL, em conjunto com o app ROASTMASTER (só funciona em aparelhos IOS - iphone, ipad, ipod touch) (custo mais elevado, em torno de R$ 400,00 por sensor).

 

ember1_large.jpg?v=1448051311

 

d) mantenho o roastlogger e relaxo quanto a esse problema, lançando o produto e dando opção a quem for comprar escolher a forma de controle - manual, roastlogger, nextion ou mechanical.

 

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Sim, usei no meu MacBook e nunca travou. Para o meu Quatro acho que podemos ficar com usb e o roastlogger. Gosto do software e se ele trava uma vez em 10 torras eu não ligo muito. Em geral acho D a melhor opção.

Abçs

Burny

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Valeu Burny.

Então, no seu já sei o que vamos fazer. Quando quiser partir para a manufatura me avisa.

 

Aos demais que venham se interessar, aviso que estou projetando um resfriador para o STC 4, que vai servir, ao mesmo tempo, como separador de películas (vão para um reservatório que será confeccionado para encaixe de um saco de aspirador de pó genérico - para facilitar a troca). Mesmo acabamento do STC 4 (AÇO INOX 304), do tamanho do torrador (em verdade, um pouco maior porque vai um pouco mais a frente, coisa de 8 a 10cm), cujo encaixe vai ser engate rápido. Você simplesmente coloca o torrador por cima do resfriador, que vai ter um sistema de inclinação para despejo dos grãos após a torra.

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Fato: comecei a usar no PC e travava demaaaais. Aí passei a usar no OSX (Yosemite, depois no El Capitan) e nunca mais travou.

 

Edit: estou falando do shield MAX3185

O sensor, em si, não interfere na comunicação, apenas na leitura.

Não funciona assim lipe. Só funcionaria em uma conexão USB DIRECT, mas o único produto que conheço desse tipo, que se conecta a mais de um tipo de equipamento, é na faixa de 400 dólares.

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Estranho essa condiçao, mas como eu nao sei a diferença de um USB direct para outro eu me calo... Hahahhaha

Já vou pedir ajuda antes de precisar, vou montar minha popfun e precisarei de ajuda Torres...

Preciso começar a estudar esses trem td.

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Vou tentar explicar: embora ambas as interfaces sejam serial (o USB nada mais é do que um hardware de transmissão de dados na forma serial), a comunicação é diferente entre uma interface USB e uma interface puramente serial, como uma porta COM. Na conexão USB, os dados são transmitidos de forma diferente. Daí a incompatibilidade, uma vez que o módulo bluetotth (mesmo um dongle externo), vai ser identificado pelo computador, não como uma placa arduino ou uma interface tdi-serial, mas como um módulo bluetooth, que, por sua vez, vai ter, dentre suas funções, a de representar uma porta virtual COM (comunicação serial entre dois dispositivos) (como se fosse um modem).

 

Ainda não consegui fazer o roastlogger funcionar com uma conexão puramente serial. Se conseguisse, poderia utilizar um dongle bluetooth (ou o dispositivo bluetooth integrado que hoje a maioria dos laptops tem) e um periférico de comunicação bluetooth no arduino.


Sérgio,

Alguma luz?

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Substitur o cabo USB por uma comunicaçao RxTx eh trocar 6 por meia duzia? Pq eu dei pau numa calculadora q ela nao reconhecia o USB ai tive q usar um transmissor desse pra conseguir conexão direta, vc usaria esse RxTx direto no arduino.

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