Santiago Luz Postado 1 Dezembro 2014 Denunciar Share Postado 1 Dezembro 2014 Acho que os japas nem visam o lucro em cima desses cafés. Deve ser mais pelo prazer de buscar a xícara perfeita e promover a cafeteria ou torrefação. 1 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Alexandre Velloso Postado 1 Dezembro 2014 Denunciar Share Postado 1 Dezembro 2014 Salve Alguns esclarecimentos. As diferentes regiões colhem seus cafés em momentos distintos no mesmo ano-safra. Em geral, regiões mais úmidas como a Serra Capixaba e do outro lado a Matas de Minas, Noroeste Fluminense e a Chapada Diamantina, colhem antes de outras regiões como a Mogiana, Alta Mogiana Paulista e Mineira, Sul de Minas, Mantiqueira e Norte Pioneiro no Paraná. Serrado Mineiro também é seco na colheita. E o Oeste da Bahia, onde as lavouras são irrigadas o fazem planejadamente, pois controlam a evolução dos frutos com a tecnologia aplicada. Assim, quando os cafés da Diamantina, Serra Capixaba e Matas de Minas já estavam maquinados e prontos para o concurso, os das outras regiões ainda estavam sob colheita. Além das distinções climáticas entre as diversas macro regiões, há as situações de micro climas numa mesma região, no mesmo município ou até mesmo dentro da mesma propriedade. Melhor exemplo é visto nas lavouras da Ipanema Coffees, das maiores empresas produtoras de cafés no país. No mesmo dia e hora, há talhões sob chuva e outros sob sol. Não se pode colher e secar café sob chuva. Também, nalguns talhões a colheita é mecânica feita por grandes derriçadeiras acionadas por trator e noutros, mais íngremes, a colheita é por derriça manual, com ou sem uso de máquina derriçadeira. A adoção do termo colheita tardia (late harvest), tal qual como usada na vitivinicultura, como referência ao estado de amadurecimento dos frutos, é relativamente recente e por seu mínimo volume, insignificante. O concurso de qualidade de cafés se refere ao momento da colheita dentro do período no ano safra e não ao estado de amadurecimento dos frutos. 8 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Vitorats Postado 1 Dezembro 2014 Denunciar Share Postado 1 Dezembro 2014 Alexandre, muito obrigado por essa aula! 1 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Alexandre Velloso Postado 1 Dezembro 2014 Denunciar Share Postado 1 Dezembro 2014 Salve Faltou acrescentar que em função das chuvas ocorridas no verão, haverá 2 ou até 3 floradas e cada uma corresponderá a uma certa quantidade de frutos na mesma árvore e até no mesmo galho. Assim, no mesmo talhão, serão feitas 2 ou 3 "catas" em cada pé de café ao longo da colheita. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Rodrigoks Postado 1 Dezembro 2014 Autor Denunciar Share Postado 1 Dezembro 2014 O concurso de qualidade de cafés se refere ao momento da colheita dentro do período no ano safra e não ao estado de amadurecimento dos frutos. É o que eu imaginava. Faz muito mais sentido em termos de concurso. 1 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Rodrigoks Postado 1 Dezembro 2014 Autor Denunciar Share Postado 1 Dezembro 2014 Aliás, Alexandre, valorosas informações. Há conhecimento que está além dos livros e depende muito da experiência pessoal, que muitas vezes só é acessível (ou pelo menos totalmente compreensível) por quem realmente já operou no ramo. 1 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Guest Anita Postado 2 Dezembro 2014 Denunciar Share Postado 2 Dezembro 2014 Valeu pelo esclarecimento, Alex. Metade do Clube tinha essas dúvidas. Beijo Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
carlos eduardo Postado 2 Dezembro 2014 Denunciar Share Postado 2 Dezembro 2014 Só metade ? Eu achava que Late Harvest fosse café colhido a noite. 2 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Natanael Takeo Yamamoto Postado 2 Dezembro 2014 Denunciar Share Postado 2 Dezembro 2014 Alguém sabe dizer se esses cafés de alto padrão e pontuação são encontrados em várias fazendas ou se trata de um "terroir"? Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Fernando - 1268 Café Postado 4 Janeiro 2015 Denunciar Share Postado 4 Janeiro 2015 Não quero nem pensar no preço da xícara de um café desses. Hehehe. Alexandre, no início do ano passado quando abri a cafeteria, era três reais o espresso com o blend das duas fazendas ganhadoras, hehehe. (e acho que tava pagando entre 30 e 40 reais o quilo) Os 3/4 primeiros meses do café da Walter trabalhamos com o grão do Rigno, produzido nas duas fazendas premiadas citadas aqui (a outra é do cunhado dele senão me engano). O café é excepcional, mas a logistica de entrega deles era péssima, e tivemos de largar. Nesse tempo conhecemos o Sr. Rigno, conversamos com ele e por aí vai. O café é realmente excepcional. A poucos meses atrás, a feito a grão (que tem um tópico aqui já) começou sua torrefação e um dos cafés torrados por eles foi o de Rigno, e pra mim que gosto de cafés doces, foi excepcional, deu até saudade de usar o café na cafeteria, mas estamos bem felizes com o terroá, com o resultado na xícara e a atenção deles conosco. Uma das conversas que tive com Sr. Rigno, ele comentou de que, acho que no penúltimo cup of excellence, ele não ganhou, mas conseguiu valores altíssimos nas sacas (maiores que de cafés que alcançaram pontuações melhores que ele), o que estreitou ainda mais o relacionamento deles com o Japão e com o EUA. Nesses mercados já estão acostumados e o café dessas duas fazendas já tem mercado certo e público consumidor, ainda mais depois de ter ganho o cup of excellence e sendo o único bi-campeão do prêmio. Da região de Piatã ele é o único médio produtor e o único que dá conta por enquanto de conseguir criar um produto excelente e atender o mercado internacional. Na regíão predominam os pequenos produtores.O próprio terroá ainda não está com a fazenda a ponto de produzir café, e se não me engano não é uma grande área, e realiza o acompanhamento de pequenos produtores na região pra gerar um café de alta qualidade, e o foco do terroá também é a torrefação, tanto que estão surgindo, além dos três blends tradicionais, mais dois microlotes e o "lá do sertão", um café já moído para um publico consumidor mais cotidiano e que busca qualidade também. . Enfim, além disso, conversando com amigos da região, e nesse eterno disse me disse, o que diferencia mesmo os cafés de Piatã é o terroir, que confere características únicas ao café daqui. Não provei muitos cafés de fora do país, mas já provei alguns daqui, e considerando a experiência com os blends de Piatã que provei (Um do Rigno + 3 do Terroá + Natura Gourmet) com os outros, provenientes de SP e Minas, acabo sentindo uma certa diferença. Não sei se por quase um "bairrismo" ou por ter provado os outros mineiros e paulistas em torras mais clássicas pra espresso. O Rigno foi numa torra clássica, e o melhor ristretto que tomei na vida foi feito com ele, hehehehe. Bom, fica a sugestão de fazerem qualquer dia um experimento/análise de cafés de diferentes regiões do Brasil pra exercitar o paladar, hheheh. 1 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
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