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Terceira Onda


Darcy Jr.'.

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Pra mim acidez e doçura são o que mais busco num café, hehe

 

Acho que meu gosto se moldou também por começar a tomar café cerca de 6 meses antes de abrir a cafeteria, por trabalhar com os cafés de Piatã e por achar que acidez e doçura no café harmoniza com o calor de Salvador e ser mais fácil de vender por ser fora do obvio e ter um leve apelo "gourmet"

 

Aqui em Ssa a estratégia tem funcionado, seja pro espresso, pro filtrado ou pros pacotes a venda, hehe

 

Atualmente quando to em SP, acabo me rendendo aos filtrados quando tem nas cafeterias (gosto mais também) e fujo um pouco do espressos, principalmente quando sei que a torra é mais escura

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Mas os cafés da Terroá não são tão doces não. Eu gosto muito deles e tem uma certa doçura, mas não chega a ser alta ou muito alta (como p.ex. no Macaan da Origem).

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Mas os cafés da Terroá não são tão doces não. Eu gosto muito deles e tem uma certa doçura, mas não chega a ser alta ou muito alta (como p.ex. no Macaan da Origem).

 

 

Realmente não são tão doces, mas acho eles muito equilibrados, exceto por alguns microlotes, como o Jairo, que tem uma doçura mais acentuada, tanto que até ia trocar o vento norte que utilizamos no espresso por ele, mas por hora o fator financeiro não permitirá a mudança, hehehe

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Este fds tomei um Vento Norte, da LM da nova cafeteria de Brasília (me fugiu o nome, a da 413N).

Achei que so tinha boa crema, corpo, acidez e mouthfeel, mas sem sabor nem aroma significativo, bem mais fraco do que Terra Vermelha (ao menos o da safra passada, desta ainda nao experimentei) que tinha bastante sabor varietal bem diferenciado.

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Sim, gostei muito do Jairo. Ótimo café!

 

O Jairo foi o melhor café que já fiz na aeropress até hoje creio eu. Não sei se o caráter mais investigativo que adotei nos últimos tempos com a aeropress ajudou, mas mesmo fazendo no improviso (se medir temperatura de água, gramas, etc., porque tava em SP e resolvi levar o minimo do mínimo pra viagem, hehe)

 

 

Este fds tomei um Vento Norte, da LM da nova cafeteria de Brasília (me fugiu o nome, a da 413N).

Achei que so tinha boa crema, corpo, acidez e mouthfeel, mas sem sabor nem aroma significativo, bem mais fraco do que Terra Vermelha (ao menos o da safra passada, desta ainda nao experimentei) que tinha bastante sabor varietal bem diferenciado.

 

Rodrigoks disse tudo, heheh.

 

Mas voltando pro tópico, o Vento Norte no espresso é uma coisa bem "a terceira onda" também. O termo que usaria aqui não seria fraco, e sim menos agressivo, ainda mais pra nós que, se não viemos dos cafés torrados de supermercado, no mínimo passamos por torras mais escuras e clássicas usadas pra espresso, e pra quem tá acostumada com elas, o vento norte pode frustrar espectativas, e/ou mostrar outras possibilidades do mundo dos cafés.

 

Na minha cafeteria, optei por trocar o terra vermelha pelo vento norte, pelo fato de, boa parte do público estar acostumado com esses cafés de torras escuras de mercado, mas ainda assim achar espresso muito forte  (e de fato, em grande parte das cafeterias daqui de Salvador o café usado é o Pallory ou o BBC. Não são ruins, mas tem torras escuras demais pro meu gosto). O vento norte trouxe um espresso mais leve, saboroso, e não tão agressivo ao paladar em comparação aos espressos tradicionais, e os clientes tem gostado e alguns saem bastante impressionados (até por sermos bem didáticos quando vemos que o cliente tem abertura e curiosidade pra ouvir sobre o café).

 

Hoje mesmo fiz uma AP com um vento norte e com um brew ratio que considero baixo (6%, 9g de café (moído pra espresso), 130g de água, filtro de papel e 1min de infusão) e o resultado surpreendeu. Antes de tomar brinquei até que é era um "carioca" super diluído, ou seja, um carioca no piscinão de Ramos, mas o resultado me surpreendeu bastante. Leve, bem equilibrado e nenhum pouco ralo.

 

Já puxando isso da receita de AP que fiz hoje. A terceira onda pra mim não é só a exploração dos perfis de torra, mas também das técnicas de extração, tanto que métodos de extração como o Hario e a AP cada dia mais conquistam consumidores, e outros métodos vão surgindo, e outros criando variações, como a Slayer no mundo dos espressos. Falo isso pois um curso que sempre quis desenvolver no meu espaço, e que os clientes me cobram sempre é justamente de como podemos melhorar o café de mercado entendendo os métodos de extração que temos em casa e que podemos ter, e de nesse bolo entender mais sobre cafés e por aí vai.

 

Enfim, nos últimos tempos esse negócio de terceira onda tem vindo com força pra mim, pois é um termo que ouvi pela primeira vez não faz muito tempo, e indo atrás foi identificar um processo que já fazia mesmo sem saber direito que fazia, mas que entendendo ele nesse mercado nacional, ainda fica pra mim forte a questão que pus num dos primeiros posts daqui, que é justamente entender como essa terceira onda tem chegado e vêm sendo entendida em terras tupiniquins, seja por quem consome ou por quem trabalha com ela, sabendo que ela existe ou não, heheh

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É verdade meus caros :-)

Mas estamos mal habituados e fica muito difícil beber um bom café fora de casa ...

Ainda mais que tenho acertado algumas torras, e que estou experimentando com os moedores (planos e cônicos) com resultados bem interessantes e extraindo alguns espressos bem bons ... covardia de comparar com os da rua.

Desculpem, é que utilizei o adjetivo fraco no contexto equivocado.

Não quis me referir a que fosse forte ou fraco, mas que em questão de sabor, prefiro o Terra Vermelha.

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Mas não deixam de ter razão :-)

As vezes fico preocupado em estar ficando obsessivo, chato demais, preocupado demais com o café, exageradamente perfeccionista e esquecendo do resto ...

 

De fato, uma cafeteria é muito mais que café: é o ambiente, a freqüência, a cordialidade, os amigos, as outra comidas e bebidas, a musica, as novas experiências, as conversas e tantas outras experiências que não podem ser avaliadas somente pela excelência do cafe.

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Bem por aí, Bernardo! :)

 

Mas nas cafeterias da 3a onda, a geração em formação fica sentada em torno da mesa olhando o celular, mandando mensagem até pra quem tá sentado bem em frente, em vez de apenas usar a linguagem falada e se comunicar diretamente com a outra pessoa... :rolleyes:

 

Respeito o livre arbítrio e a escolha da garotada que curte isso, eu jamais tentaria tolher essa liberdade... então espero que também respeitem minha incapacidade de conter o riso quando vejo isso acontecer!

 

Se é pra ter conflito entre gerações, que seja algo divertido! ;)

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