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E quando alguém "não gostou" do seu café especial, o que você argumenta?


Beto Origens

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Bom, eu lido com isso quase todos os dias. Porque as pessoas na cidade sabem que eu sou ligado com café e quando me encontram querem um pacote do "tal café bom" para experimentar. Sem dizer também que temos o Café dos Brothers onde muita gente que vem tomar café aqui em casa se depara pela primeira vez na vida com cafés especiais, aliás a grande maioria nem sabe que existe. Quando fazemos o Café dos Brothers Solidário nas ruas, é da mesma forma, 99% das pessoas nunca tiverem qualquer contato com cafés especiais.

 

Então muita gente gosta, mas muita gente estranha, e estranhamento na maioria das vezes resulta em desaprovação. Como a Raposeiras diz, as pessoas traz consigo uma toda geração Familiar de experiências sensoriais com os cafés tradicionais, e se ela quiser servir X sendo que as pessoas estão acostumadas com Y, ela vai ter que explicar o porque X é melhor e demonstrar isso na prática. Em outras palavras, educar a pessoa pra isso.

 

É fato que se a pessoa acostumada uma vida toda com cafés tradicionais ficar tomando cafés melhores por 1 semana, ela não vai mais querer saber do tradicional, pois quando ela voltar pro tradicional o choque de qualidade será muito grande e ela vai ter consciência do quanto o tradicional é "ruim". Acontece que o preço do bom café pesa mais no bolso, e a pessoa muita vezes volta por conta disso, claro, se ela não adotar ser um Coffee Lover. Essa experiência eu mesmo constatei aqui, muita gente começou a vir tomar café aqui, estranhou as primeiras vezes. Depois acostumou, "viciou no bom" e começou a me pedir pacotes de café para consumir em casa. Passou tempos assim, e depois voltou pro tradicional por conta do preço. Algumas não deixaram mais de pegar os especiais comigo e relatam que jamais vão conseguir voltar a consumir café de mercado na vida. 

 

Mas enfim, quando uma pessoa diz que não gostou de um café especial que eu ofereci eu costumo explicar as diferenças de um pro outro, o porque de ser tão diferente. Explico também a questão do açucar, que se colocado nos especiais costumam ficar ruins, se não coloca vai causar estranheza na pessoa pois é claro que sim, é doce naturalmente, mas nem tanto como a pessoa está acostumada. Explico que se ela passar pouco tempo tomando ela se acostuma e passa a gostar.

 

E claro, tem uma grande parte das pessoas que adoram de primeira e querem mais, tenho que controlar pra pessoa não entrar em colapso rs.

 

E você, já passou por isso? O que você fez? 

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Aqui no escritório onde trabalho fui trazendo cafés para o pessoal experimentar, sempre preparamos na cafeteira do trabalho mesmo.

 

No começo achavam "fraco", aí dei uma afinada na moagem para reforçar o sabor "tradicional" (amargor), aos poucos foram se acostumando e hoje já preparo com a moagem mais adequada.

 

Um dia compraram café de mercado porque o meu estoque tinha acabado, aí foi aquela decepção, praticamente intragável.

 

Além do financeiro, a dificuldade de encontrar cafés também atrapalha. Na minha cidade só encontro café gourmet (100% arábica com torra média/clara) mas não é café especial, e não informam a data da torra nele. Mas para o dia a dia do escritório está suficiente e com preço legal (R$ 45,00/kg), melhor que tudo que encontro no mercado.

 

E além de comprar o café tem a necessidade de investir num moedor. Para o escritório eu levo moído, suficiente para 2 ou 3 dias.

 

Mas realmente você precisa "educar" as pessoas para que elas percebam as diferenças e passem a dar valor para aquilo, é o passo inicial.

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Eu tento começar a didática antes da pessoa tomar o café, mas as vezes, só resta mandar a pessoa tomar naquele lugar..... na padoca da esquina, hehehe.

 

Geralmente explico o processamento do grão, e dou um foco maior no ponto de torra quando a pessoa fica curiosa. Tento ser o mais didático possível. Quando temos espresso no espaço, fica mais fácil explicar, mas quando só tem coado, reza. No seu caso, até pra construir uma didática com o público, eu optaria por só trabalhar com cafés de torras médias, média-escura. Aqui no fórum o pessoal é bem terceira onda, adora um café "verde" como minha mãe diz, mas existem cafés com torras médias, média-escuras que são muito bons e que tem uma personalidade bem legal pra ser didático em eventos que a galera fica curiosa.

 

Um deles você pegou esses dias: o nano lote da campo místico. Uma torra média e um café que no meu paladar é bem "redondo", equilibrando doçura, acidez e uma complexidade média. Dá pra mostrar que um café não tem necessariamente que ser amargo, mas que um amargor que não impregna na boca como os de mercado e espressos da vida pode ser bem interessante

 

Outro é o fuck off do PPD. O lema do café é "amargo com sua vida". Uma torra média-escura, com muito corpo. Uma porrada de café na boca. Nunca tomei nos coados, mas no espresso tem dia que não to no pique, e tem dia que peço um duplo, hehehe

 

Outro, puxando sardinha pro meu lado, é o Terroá Terra vermelha. Torra média, complexo, mas puxado pro chocolate e caramelo. As pessoas percebem que é diferente, que não é necessariamente "estranho".

 

Já teve cliente que expliquei, concordou, e quando tomou, reclamou. Quando é assim, mando tomar café no boteco, hehe

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Meu caro talvez o maior erro neste caso é chegar e falar para a pessoa não colocar açúcar, se for no coado até dá para relevar pois é um café mais ralo, menos torrado e com controle maior de temperatura, agora você jogar um espresso pra descer guela abaixo de quem nunca tomou é complicado, mesmo em casa colocando açúcar vários não gostaram, sabe porque a nespresso faz tanto sucesso? porque é um café menos encorpado. com menos pó onde inclusive vendem açúcar de beterraba.

Digo que não é errado colocar açúcar no café, qualquer que seja, só acho errado quando se coloca muito açúcar e também em processo de cupping, agora adoçante esse sim mata o café.

Melhor açúcar para se colocar em uma xícara de espresso, de 3 a 5g é o demerara em minha opinião.

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Outra dica é sugerir que a pessoa dê um golinho antes de por o açúcar, com a desculpa de que esse café é mais suave e doce que os de supermercado (e de fato são). Assim vai gerando uma curiosidade. A pessoa pode perceber que o café continua "amargo" mas que ele precisa de bem menos açúcar pra ficar "bebível", hehehe

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Geralmente eu desisto, a marioria das pessoas cria um emaranhado psicológico-emocional pra justificar sua escolha pelo café forte. Tenho um amigo que experimentou um espresso terceira onda meu e odiou, meses depois ele começou a se interessar (por vontade própria) por café, provou de novo e adorou. Na minha experiência, insistência nunca dá em nada, por isso sempre mantenho um pacotinho de suplicy pra quem gosta do tradicional.  :P

 

Sobre o açúcar, o meu lado democrático diz que não tem problema, já minha opinião pessoal acha uma porcaria. hehe

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Quando abri a Walter (abri a cafeteria sem a família saber, hehehe) e minha mãe foi conhecer, ela ficou chocada por eu usar café "verde" (torra média-clara) e começou a contar as histórias dela, de quando torravam café no sertão do Ceará na panela com rapadura, e moíam tudo junto pra fazer o café, assim já saía "doce", hehe. Disse também que no Carrefour tinha uma menina que moía o café na hora e que era o mais gostoso do mundo, e que ia comprar um pacote com ela pra me mostrar (e eu fazendo cara de paisagem, hehehe)

 

Dois anos depois ela ainda acha que o café que uso é verde, mas toma o espresso com pouco açúcar sem reclamar. Foi descobrindo aos poucos a tomar café, mas não largou o café de supermercado, ehheh

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Das pessoas que já provaram cafés especiais que eu preparei (poucas), nenhuma delas foi "fisgada" de primeira.

 

Para todas expliquei o conceito, e curioso, sempre tive que explicar que não é café gourmet, que é especial e é diferente. rsrs

 

Abaixo algumas reações:

-Minha filha, não tomava café puro, hoje quando está em casa não recusa nunca e até pede quando demoro para preparar, ela mora em outra cidade, esses dias pediu e ganhou uma french press e sempre a abasteço com cafés especiais.

-Esposa, toma sem açúcar, percebe e comenta quando troco de grão, mas ainda prefere o de mercado com açúcar, diz que sente falta da cafeína.

-A diarista, só toma quando não tem do tradicional feito, faz careta e comenta: "credo, não sei como você acha isso gostoso", quando falei do valor, quase enfartou.

-Amigos do trabalho, todos elogiam o aroma na moagem e no preparo, já no paladar dão uma elogiada social e voltam para a maquina automática.

-Amigos de pedal (faço ciclismo e levo o kit viagem no carro) se acostumaram, gostam, sentem falta quando não levo ou preparo, alguns notam diferenças em métodos de preparo e grãos, mas nenhum se entusiasmou.

 

Percebo que a memoria afetiva é muito importante, eu mesmo, consumidor contumaz de cafés especiais, não abro mão do tradicional café de mercado com açúcar pela manha, são anos de carga.... 

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Só sirvo, e tento doutrinar, para amigos e parentes, e eles quase sempre aceitam tomar o café como eu preparo, puro, e gostam! É um erro psico-estratégico dizer que o café fica ruim com açúcar, até porque não fica, fica não-natural e algumas notas características serão mascaradas pelo excesso de doçura. Às vezes, quando já conheço o paladar (e resistência) da pessoa, eu extraio com BRs mais altas, digamos, 10%, e deixo as pessoas colocarem açúcar à vontade, ofereço até açúcar cristal que dá uma nota bem característica de "melado" de cana.

 

Aliás, acho que é por isso que as cafeterias (falo de Sampa, onde fui e ouvi falar) ultimamente andam extraindo na AP na média de 10% (ouvi dizer de uma no Coffee Lab a 14%, Jesus amado!), e isto pode ser devido a uma estratégia de marketing para não chocar o paladar a que as pessoas estão acostumadas (café mais forte blá blá blá), e tb proque a AP tem a fama (original) de se apresentar como um método entre o espresso ("forte") e a French Press, daí puxar para o espresso com a BR mais pra cima, e a extração mais pra baixo.

 

Os argumentos que uso - inicialmente - são mais ou menos os mesmos que o Beto e outros falaram. Para quem realmente gosta e se interessa, como por exemplo meus filhos, eu explico o máximo que posso, incluindo granulometria, temperatura, tempo de extração etc. Se a resistência continua eu me valho - finalmente - de outra expressão para encerrar a história: Gostou, gostou; não gostou Qui Si..... tenho mais o que fazer e aproveitar o que na vida há de bom! :P

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Geralmente explico o processamento do grão, e dou um foco maior no ponto de torra quando a pessoa fica curiosa. Tento ser o mais didático possível. Quando temos espresso no espaço, fica mais fácil explicar, mas quando só tem coado, reza. No seu caso, até pra construir uma didática com o público, eu optaria por só trabalhar com cafés de torras médias, média-escura. Aqui no fórum o pessoal é bem terceira onda, adora um café "verde" como minha mãe diz, mas existem cafés com torras médias, média-escuras que são muito bons e que tem uma personalidade bem legal pra ser didático em eventos que a galera fica curiosa.

 

Um deles você pegou esses dias: o nano lote da campo místico. Uma torra média e um café que no meu paladar é bem "redondo", equilibrando doçura, acidez e uma complexidade média. Dá pra mostrar que um café não tem necessariamente que ser amargo, mas que um amargor que não impregna na boca como os de mercado e espressos da vida pode ser bem interessante

 

Outro é o fuck off do PPD. O lema do café é "amargo com sua vida". Uma torra média-escura, com muito corpo. Uma porrada de café na boca. Nunca tomei nos coados, mas no espresso tem dia que não to no pique, e tem dia que peço um duplo, hehehe

 

Outro, puxando sardinha pro meu lado, é o Terroá Terra vermelha. Torra média, complexo, mas puxado pro chocolate e caramelo. As pessoas percebem que é diferente, que não é necessariamente "estranho".

 

Já teve cliente que expliquei, concordou, e quando tomou, reclamou. Quando é assim, mando tomar café no boteco, hehe

Fer, realmente, depois de todo esse tempo oferecendo cafés especiais pras pessoas cheguei a esse conclusão também: o gosto pelos torras médias é muito maior. Sempre ofereço nos eventos 1 café torra média com um pouco de amargo, e alguns frutados. Acontece sempre que a grande maioria dos homens preferem os mais intensos, as mulheres os mais frutados. Esse Campo Místico está excelente mesmo, equilibrado e pros eventos seria fantástico. O Fuck Coffee da PPD já tomei, gostei também da proposta dele. Agora esse Terroa Terra Vermelha que você me fez na minha vista a 1268 é sacanagem né, fantástico, incrível...fiquei fascinado pelo café. Aqui não teve ninguém que pegou no tranco e depois voltou atrás, pros tradicionais....

 

Meu caro talvez o maior erro neste caso é chegar e falar para a pessoa não colocar açúcar, se for no coado até dá para relevar pois é um café mais ralo, menos torrado e com controle maior de temperatura, agora você jogar um espresso pra descer guela abaixo de quem nunca tomou é complicado, mesmo em casa colocando açúcar vários não gostaram, sabe porque a nespresso faz tanto sucesso? porque é um café menos encorpado. com menos pó onde inclusive vendem açúcar de beterraba.

Digo que não é errado colocar açúcar no café, qualquer que seja, só acho errado quando se coloca muito açúcar e também em processo de cupping, agora adoçante esse sim mata o café.

Melhor açúcar para se colocar em uma xícara de espresso, de 3 a 5g é o demerara em minha opinião.

Realmente amigo, eu nunca digo pra pessoa não colocar açúcar, sempre digo pra primeiro, dar um pequeno golinho nele sem açúcar pra ver como é o café, e depois, se quiser, ir adicionando açúcar até chegar no gosto.  Nunca usei esse demerara, vou testar! 

 

Outra dica é sugerir que a pessoa dê um golinho antes de por o açúcar, com a desculpa de que esse café é mais suave e doce que os de supermercado (e de fato são). Assim vai gerando uma curiosidade. A pessoa pode perceber que o café continua "amargo" mas que ele precisa de bem menos açúcar pra ficar "bebível", hehehe

 

Fer, estou fazendo isso também! Muitas acabam por não adoçando depois e revelam que jamais tinham conseguido tomar qualquer café sem açucar...

Quando abri a Walter (abri a cafeteria sem a família saber, hehehe) e minha mãe foi conhecer, ela ficou chocada por eu usar café "verde" (torra média-clara) e começou a contar as histórias dela, de quando torravam café no sertão do Ceará na panela com rapadura, e moíam tudo junto pra fazer o café, assim já saía "doce", hehe. Disse também que no Carrefour tinha uma menina que moía o café na hora e que era o mais gostoso do mundo, e que ia comprar um pacote com ela pra me mostrar (e eu fazendo cara de paisagem, hehehe)

 

Dois anos depois ela ainda acha que o café que uso é verde, mas toma o espresso com pouco açúcar sem reclamar. Foi descobrindo aos poucos a tomar café, mas não largou o café de supermercado, ehheh

 

Pois é, isso demonstra que  café sem dúvida tem muito da memória afetiva. Eu por exemplo não abro mão do café coado no pano pelo menos uma vez ao dia, é minha paixão, pois desde bem criança eu

me lembro de meu Pai passando o café no coador de pano que ele mesmo fabricava na mão.

Das pessoas que já provaram cafés especiais que eu preparei (poucas), nenhuma delas foi "fisgada" de primeira.

 

Para todas expliquei o conceito, e curioso, sempre tive que explicar que não é café gourmet, que é especial e é diferente. rsrs

 

Abaixo algumas reações:

-Minha filha, não tomava café puro, hoje quando está em casa não recusa nunca e até pede quando demoro para preparar, ela mora em outra cidade, esses dias pediu e ganhou uma french press e sempre a abasteço com cafés especiais.

-Esposa, toma sem açúcar, percebe e comenta quando troco de grão, mas ainda prefere o de mercado com açúcar, diz que sente falta da cafeína.

-A diarista, só toma quando não tem do tradicional feito, faz careta e comenta: "credo, não sei como você acha isso gostoso", quando falei do valor, quase enfartou.

-Amigos do trabalho, todos elogiam o aroma na moagem e no preparo, já no paladar dão uma elogiada social e voltam para a maquina automática.

-Amigos de pedal (faço ciclismo e levo o kit viagem no carro) se acostumaram, gostam, sentem falta quando não levo ou preparo, alguns notam diferenças em métodos de preparo e grãos, mas nenhum se entusiasmou.

 

Percebo que a memoria afetiva é muito importante, eu mesmo, consumidor contumaz de cafés especiais, não abro mão do tradicional café de mercado com açúcar pela manha, são anos de carga.... 

Rapaz, eu já "converti" muita gente por aqui rsrs. Isso de falar o preço de alguns cafés pras pessoas enquanto elas bebem é engraçado. Muitas vão embora achando que estou mentindo. Para aqueles que diz que é um roubo eu sempre faço a velha comparação de vinhos x café especial e levo a pessoa a raciocinar o porque no final, pra quem quer beber café bom, não fica caro como a pessoa imagina na verdade.

 

Só sirvo, e tento doutrinar, para amigos e parentes, e eles quase sempre aceitam tomar o café como eu preparo, puro, e gostam! É um erro psico-estratégico dizer que o café fica ruim com açúcar, até porque não fica, fica não-natural e algumas notas características serão mascaradas pelo excesso de doçura. Às vezes, quando já conheço o paladar (e resistência) da pessoa, eu extraio com BRs mais altas, digamos, 10%, e deixo as pessoas colocarem açúcar à vontade, ofereço até açúcar cristal que dá uma nota bem característica de "melado" de cana.

 

Aliás, acho que é por isso que as cafeterias (falo de Sampa, onde fui e ouvi falar) ultimamente andam extraindo na AP na média de 10% (ouvi dizer de uma no Coffee Lab a 14%, Jesus amado!), e isto pode ser devido a uma estratégia de marketing para não chocar o paladar a que as pessoas estão acostumadas (café mais forte blá blá blá), e tb proque a AP tem a fama (original) de se apresentar como um método entre o espresso ("forte") e a French Press, daí puxar para o espresso com a BR mais pra cima, e a extração mais pra baixo.

 

Os argumentos que uso - inicialmente - são mais ou menos os mesmos que o Beto e outros falaram. Para quem realmente gosta e se interessa, como por exemplo meus filhos, eu explico o máximo que posso, incluindo granulometria, temperatura, tempo de extração etc. Se a resistência continua eu me valho - finalmente - de outra expressão para encerrar a história: Gostou, gostou; não gostou Qui Si..... tenho mais o que fazer e aproveitar o que na vida há de bom! :P

Isso Lisboa, é algo que estou adotando. Aumentar a BR, as vezes usar temperatura mais alta, % de extração mais alta. Quanto "mais ruim" o café vai ficando pra mim, parece que "melhor" vai ficando pras pessoas que estão conhecendo rs. A grande maioria pelo que vi, sente falta da intensidade, do amargor. Porém, alguns amigos que estão aqui desde sempre já sentem o amargor mesmo dos cafés especiais e desgostam disso, sinal que o paladar está mais treinado!

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Leonardo:

Brew Ratio ou Razão de preparo.

 

Melhor açúcar para se colocar em uma xícara de espresso, de 3 a 5g é o demerara em minha opinião.

Bem doce! Beira refrigerante (~10%)

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Então Sergio não mencionei, mas no meu caso de 3 a 5g em 50 a 60g de líquido, o açúcar demerara é grosso e difícil diluir, quase nem mexo, se for ver ao pé da letra eu adoço muito pouco, só realmente para dar uma quebrada na intensidade do encorpamento do café 

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Acho que isso é pra tudo além de café também. Eu tomava os "tradicionais" de mercado e coado mesmo, no começo também estranhei os gourmet, especiais, mas agora não abro mão, os tradicionais agora são intragáveis mesmo, aquele amargor que chega a molestar a garganta, é perceptível a má qualidade, inclusive fazendo mal para a saúde.

 

Creio que no mercado de cervejas artesanais isso também persiste, o cara tá acostumado com uma brahma, com aditivos de milho, cerveja aguada, de má qualidade, quando o cara vai tomar uma pilsen alemã ou checa por ex, com puro malte e geralmente mais lupulada e gosto melhor, acha até mais amarga, é questão de costume. Hoje nunca mais vou ao mercado comprar uma brahma ou skol, não importa o preço que sejam.

 

Sou adepto ao beba menos beba melhor, seja café, cerveja, etc. w quando a pessoa não gosta, não fico insistindo, sendo até chato, deixo pra quem já conhece do assunto ou eu mesmo beber, porque é difícil quebrar esse paradigma, que muitas vezes está inserido nos hábitos culturais da pessoa, e para mudar isso, leva muito tempo e, desculpe o termo, "encheção de saco", rs

 

Atte.
Thiago Menegatti
Marketing Café Reserva Gourmet
thiago@reservagourmet.com.br
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É como tentar convencer alguém que vinho  seco é melhor que vinho suave. 

corrigido conforme me alertou o Sergio

Editado por MReis
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MReis acho que vc quis dizer seco ao invés de tinto.

 

Roger, entendi, sem mexer. 10% de dulçor seria bastante, pelo menos para mim que acho refrigerante quase intomável.

 

Por exemplo o achocolatado que costumo tomar (que faço com cacau em pó + sacarose) fica com 3% de dulçor. Já um espresso ruim de padaria eu geralmente coloco 1 g para 50 g de café (2% de dulçor).

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Sempre coloco 5g de açúcar em 40g de expresso. Conseguiria acostumar a tomar qualquer café sem adoçar? Facilmente... já não coloco pra comparar cafés. Mas não acho mais gostoso, então não vejo sentido. Quando ofereço pra alguém, só sugiro ir colocando aos poucos, aí evita de passar do ponto.

 

Até hoje, ao oferecer café especial pros outros, os poucos que não gostaram já não gostavam de café de mercado antes...

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Os que não gostaram dos especiais que ofereci alegaram que o café estava "fraco demais", e claro, é fácil de se imaginar o porque rs. Mas agora passarei a colocar em uma das garrafas, um café torra média mais concentrado, numa BR de 10 a 12%. Vamos ver a reação rs....Sempre ofereço 2-3 a 4 cafés, sempre uma torra mais escura, um mais frutado, um bem ácido, e por ai vai...

E faço assim também Luis, primeiro peço pra experimentar sem açucar, só pra pessoa saber como é um café especial por si só, e depois, se sentir necessidade vai adicionando mais aos poucos...

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