Guilherme Torres Postado 22 Agosto 2012 Denunciar Share Postado 22 Agosto 2012 Essa é uma tradução livre (bem tosca, por sinal, já que meu inglês não é bom) do texto extraído do site: http://www.sweetmari....pict-guide.php Guia Iniciante do processo de torra 1) Grão verde Começamos com o grão verde, que pode advir de processos diferenciados de obtenção, sendo os principais o do método de processamento com água e o de secagem em terreiro (mais comumente utilizado aqui no Brasil). O grão descrito no site foi obtido mediante processamento com água (wet-process), que, segundo o autor do tópico, permite a obtenção de grãos mais homogêneos (os verdes e os podres afundam durante o processo de separação, se não estou equivocado), enquanto pelo método de secagem em terreiro, a escolha dos grãos é visual. Veja a foto: 2) Estágio dos grãos amarelados Temperatura interna entre 93º e 121ºC Nessa fase, os grãos começam a perder água, deles saindo um cheiro de grama molhada, liberando vapor. Nesse estágio, alguns grãos ficam bem amarelados, outros levemente bronzeados. Foto abaixo: 3) Estágio marrom claro Temperatura interna entre 121º e 148ºC Nessa fase o grão tem um cheiro de grama queimada ou de pão assado (a depender do café). Aqui está ocorrendo reação endodérmica no café, que está absorvendo e acumulando calor até o momento em que haverá o primeiro crack e a reação passará a ser exodérmica, liberando calor e energia. Veja a foto: 4) Início do primeiro crack Temperatura interna de 179ºC, externa entre 201º e 207ºC Quando o primeiro crack começa, o café ainda tem o visual mosqueado e desigual em cor. Nessa fase, o grão sofre uma expansão de tamanho, que é marcada pela rachadura/fratura da semente, ocasionada pela intensa liberação do vapor que estava acumulado em seu interior (reação exodérmica). Nesse momento, o café libera muito calor. Se o torrador não for eficiente em fornecimento de calor, há o risco de, após a liberação do calor excessivo, o café retomar ao estado endodérmico, travando a torra (rompendo o processo de caramelização do grão, que se inicia aos 171ºC e vai até os 204ºC). O derretimento da sucrose ocorre aos 187,77ºC. Foto abaixo: 5) City Roast, City+ Roast Temperatura interna 200º a 212ºC; externa 218º a 223ºC O café completou o primeiro crack, bronzeou mais um pouco, mas não chegou ao segundo crack. Adquiriu uma textura um pouco mais rugosa em sua superfície e algumas linhas escuras. Nesse ponto, o café já se expandiu em razão da perda de vapor do primeiro crack, que marcou o ponto onde a água e o dióxido de carbono seguem, separadamente, seu caminho. Em termos de qualidade na xícara, nesse estágio, bem como no Full City que será descrito abaixo, temos a melhor chance de experimentar (sentir) as características originais do café (notas de sabor), embora esse estilo de torra possa, também, não agradar o paladar, uma vez que apenas 50% dos açúcares do café terão caramelizado até agora. Ao passo que os açúcares não caramelizados são mais doces, os caramelizados são agridoces-amargos. A janela do pico de sabor do café encontra-se entre 204º e 218º (acredito que o autor, aqui, se referiu à temperatura interna do grão, já que, no tópico, refere-se ao full city roast também). Segue foto: 6) Full City Roast, Full City+ Roast Temperatura interna entre 212 e 218ºC; externa entre 225º e 231ºC A imagem abaixo representa um Full City Roast claro, quando o café mal começou a mostrar sinais do segundo crack (um estalo ou dois), ou sequer chegou a esse estágio, cujo início se encontra iminente. O segundo crack se inicia aos 230º (temperatura interna do grão), mas, em fato, a sua ocorrência é mais imprevisível do que o primeiro crack (de forma que pode se iniciar em menor ou maior temperatura, a depender do grão utilizado). O segundo crack representa o momento em que se inicia a fratura física da matriz celular do café (que é de madeira – celulose) (acredito que, aqui, começa a carbonização do café, embora o texto não seja claro a respeito nessa fase). Veja a imagem: A partir daqui, teremos o Full City Roast+ quando já transcorridos mais ou menos dez segundos após o segundo crack; o Viena Roast (em que os atributos originais do grão começam a perder lugar para o sabor que advém da torra) etc. Abraços, Guilherme. 2 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Rodrigoks Postado 22 Agosto 2012 Denunciar Share Postado 22 Agosto 2012 Como vão indo as torras, Guilherme? Estou vendo que vc está buscando informação, o que é muito importante. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Guilherme Torres Postado 22 Agosto 2012 Autor Denunciar Share Postado 22 Agosto 2012 Rodrigo, Depois que passei a utilizar o método do RafaRocks, estou conseguindo torrar um café tomável (ao menos sem gosto de cinzas e sem acidez exagerada), embora ainda esteja longe de alcançar meu objetivo, que é torrar um café gostoso. Não sei se é o grão que estou utilizando, ou se, pelo medo de interromper antes a torra (não gosto de café muito azedo, quando adicionado açúcar), tenho realizado torras full city (em torno de 230º ao final) e notado amargor pronunciado nas minhas xícaras (ao menos até adicionar açúcar). O sabor residual também não está me agradando. Embora não seja de cinzas, ainda não é agradável. Bom, para quem se utiliza da pipoqueira, pelo pouco que li, é método de tentativas e, no meu caso (espero que por enquanto), sucessivos erros. De qualquer forma, aguardo a chegada de um outro grão (remetido pelo Renato, da Nuance), para abranger meus parâmetros. De 1kg torrado, tirei em torno de 250g tomáveis. O resto, vai para o lixo ou para doação. Abraço, Guilherme. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Rodrigoks Postado 22 Agosto 2012 Denunciar Share Postado 22 Agosto 2012 Guilherme, Pela minha experiência (que é pouca), uma parte da conta do amargor pode colocar no moedor sem medo. Descobri que meu Hario deixa o café mais amargou ou menos conforme o jeito que o utilizo. Quanto à acidez X doçura, é um jogo engraçado. Geralmente o café menos torrado é mais azedo, mas ao mesmo tempo mais doce. Eu gosto de alguma acidez no espresso, mas sei que nem todos gostam, e você parece ser um deles. Ainda assim, fiz umas torras no nível de Full City+ que ficaram com um amargor residual bem pequeno, com um gosto bem agradável. O vilão era o moedor. Não é a toa que os veteranos do forum aconselham investir num moedor bom. Eu vou fazer isso já, já. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Guilherme Torres Postado 22 Agosto 2012 Autor Denunciar Share Postado 22 Agosto 2012 Se Deus quiser, eu também. Mas estimo que isso só ocorrerá no meio do ano que vem. Quem sabe dou sorte no Natal. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
leonardopm Postado 22 Agosto 2012 Denunciar Share Postado 22 Agosto 2012 Eu fiz uma pausa de quase dois meses na torra caseira e comprei cafés já (bem) torrados. Ao voltar para torra de pipoqueira senti de cara a excelente vantagem da torra caseira: café fresco. Em contrapartida, comparar café fresco torrado na pipoqueira e café fresco corretamente torrado em um equipamento comercial é injusto. Sinto falta da doçura e equilíbrio dos cafés bem torrados em torrador comercial, além do retrogosto bem mais limpo desses cafés. A torra de pipoqueira simplesmente não consegue chegar lá, não importa o que se faça. Essa é minha opinião... Dito isso, tem alguém torrando o "Banana" do Marcelo Magnere em casa? Não to conseguindo chegar num bom ponto. Torra Full City e o bicho fica amargo, torra City/City+ e fica azedo igual limonada. Tempos difíceis... Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Rodrigoks Postado 22 Agosto 2012 Denunciar Share Postado 22 Agosto 2012 Sinto falta da doçura e equilíbrio dos cafés bem torrados em torrador comercial, além do retrogosto bem mais limpo desses cafés. A torra de pipoqueira simplesmente não consegue chegar lá, não importa o que se faça. Essa é minha opinião... É bem provável que isso seja verdade, Leo. Pode ter diversas causas. A mais grave seria se fosse inerente ao método de torra o defeito, o que não sei se dá pra afirmar. Eu sou muito desconfiado em relação aos primeiros 2-3 minutos de torra na pipoqueira, em que as coisas não se misturam com a eficiência que deveriam. Acho que nessa fase alguns grãos ficam em tempo excessivo com uma das faces em contato com o alumínio quente do fundo da pipoqueira, causando alguns defeitos de torra. Idealmente, deveria se poder inclinar a pipoqueira e fazê-la rodar em torno do seu eixo, como num torrador comercial, especialmente nos estágios iniciais. Acho que assim a mistura dos grãos poderia ficar legal. Mas eu não consigo imaginar como fazer isso facilmente em casa, até porque o cabo elétrico torceria, pelo menos sem alguma solução pra isso. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Ruston Louback Postado 8 Setembro 2012 Denunciar Share Postado 8 Setembro 2012 Graus de torra 2 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Miyamoto Postado 3 Outubro 2013 Denunciar Share Postado 3 Outubro 2013 Eu estava procurando na internet os graus de torra e achei logo aqui. Veja só.. Um tópico praticamente esquecido e tão importante rsrsrs.. Para os que estão iniciando na torra, este tópico é ótimo! Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Miyamoto Postado 3 Outubro 2013 Denunciar Share Postado 3 Outubro 2013 Opa.. Achei mais um material. Aos experts digam-me se é bom: INFLUÊNCIA DO TEMPO DE TORREFAÇÃO NA QUALIDADE DA BEBIDA DE CAFÉ ARÁBICA Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Bernardo B Postado 3 Outubro 2013 Denunciar Share Postado 3 Outubro 2013 Torrador e moinhos marca Rod-Bel ... Não são conhecidos como equipamentos de referência ... A conclusão foi, que de todos os tratamentos somente o mais claro é que deu uma bebida mole, e que o resto deu bebida dura ou café praticamente carbonizado, muito ruim. Parece um exercício de redação de trabalho científico para graduação. Acho que estamos todos de acordo com essas conclusões. Não é muito útil, não. 1 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Miyamoto Postado 3 Outubro 2013 Denunciar Share Postado 3 Outubro 2013 Hummmmmm... Muito obrigado Bernardo. Vou continuar analisando só a parte do grau de torra do tópico então.. rsrsrs Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Guilherme Torres Postado 18 Novembro 2013 Autor Denunciar Share Postado 18 Novembro 2013 Os perfis de torra dos três primeiros colocados do concurso de torras desse ano. Interessante notar que todos partiram de temperaturas entre 190 graus celsius e 200 graus celsius (torrador preaquecido) e finalizaram as torras próximo aos dez minutos. O tempo de encerramento após o primeiro crack foi, igualmente, relativamente curto, aproximando-se de dois minutos. https://www.cropster.org/the-winning-profiles-of-the-world-coffee-roasting-championship-2013/ Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Bernardo B Postado 18 Novembro 2013 Denunciar Share Postado 18 Novembro 2013 Primeiro crack com 6 - 8 minutos e somente 1 - 3 minutos de desenvolvimento ... Os meus são de 8 - 10 e 3 - 4 de desenvolvimento. Vou fazer um teste, com um grão bem denso e aumentando o calor, mas me preocupa que possa queimar ... Aliás, mais que queimar meu receio é que com 1 - 3 de desenvolvimento fique cru. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Guilherme Torres Postado 18 Novembro 2013 Autor Denunciar Share Postado 18 Novembro 2013 Pois é, também achei curto. Mas, os caras devem saber o que estão fazendo hehe. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
leonardopm Postado 18 Novembro 2013 Denunciar Share Postado 18 Novembro 2013 Acho que saber quais eram os cafés é fundamental para fazermos qualquer suposição acerca dos perfis... De qualquer forma são tempos realmente curtos. O nível de torra também não aparece no texto, salvo engano. Foi para coado? Espresso? Cinnamon Roast? Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Bernardo B Postado 18 Novembro 2013 Denunciar Share Postado 18 Novembro 2013 Tudo da a entender que é para o coado ou cupping: o campeão tem uma cafeteria que só serve coados, o julgamento acho que deva ser através de cupping e o tempo de desenvolvimento indica torra bem clara ... Os grãos devem ser densos, diria que os mais prováveis seriam Etíopes ou centroamericanos. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Miyamoto Postado 23 Novembro 2013 Denunciar Share Postado 23 Novembro 2013 O início do segundo crack é FC ou FC+? Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Rodrigoks Postado 23 Novembro 2013 Denunciar Share Postado 23 Novembro 2013 Pelo que lembro, grosso modo, é mais ou menos o divisor de ambas. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Miyamoto Postado 23 Novembro 2013 Denunciar Share Postado 23 Novembro 2013 Hummm.. Então de modo geral.. Torra clara é até City+, FC e FC+ é média e acima disto é escura? Fiz 3 torras diferentes hoje e queria enquadrar cada uma em sua devida classificação... Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Victor D. Postado 23 Novembro 2013 Denunciar Share Postado 23 Novembro 2013 Na verdade não existe um consenso, já li quase de tudo, desde gente que chama de torra leve qualquer coisa abaixo de full city até o Márcio que chama de torra escura qualquer coisa acima de city . Eu vejo city como clara; city+ como média clara; full city como média; full city+ como média escura e de Viena para frente como escura, mas o ideal é classificar por agtron que é padronizado. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Rodrigoks Postado 24 Novembro 2013 Denunciar Share Postado 24 Novembro 2013 Idealmente, agtron, sim. Pro usuário doméstico, acho as descrições do Sweet Marias bem legais. São bem detalhadas e fogem apenas da cor, que é um indicativo bem safado, e levam bastante em conta as características morfológicas do grão. Sugiro como leitura, Miyamoto. Como o Victor falou, as definições são bem variáveis. Eu tendo a pensar como ele. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Miyamoto Postado 24 Novembro 2013 Denunciar Share Postado 24 Novembro 2013 Pois é.. Eu andei lendo uns posts e vi que estavam variando muito de opiniões. Por isto perguntei. Quanto à classificação safada do Sweet Marias vou procurar. Valeu a dica. . Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Rodrigoks Postado 24 Novembro 2013 Denunciar Share Postado 24 Novembro 2013 Não, safada é só a cor, sozinha. Engana... Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Miyamoto Postado 17 Janeiro 2014 Denunciar Share Postado 17 Janeiro 2014 Uma perguntinha básica que eu já deveria ter feito a tempos.. Como saber quando a torra travou? O que acontece? 1 Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
José Cal Neto Postado 17 Janeiro 2014 Denunciar Share Postado 17 Janeiro 2014 Now we're talking... Me parece que só depois de torrado há como saber. O gosto provavelmente vai ficar horrível. Tanto se ficar clara ou escura. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Victor D. Postado 17 Janeiro 2014 Denunciar Share Postado 17 Janeiro 2014 A temperatura da massa de grão para de subir e pode até cair. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
José Cal Neto Postado 17 Janeiro 2014 Denunciar Share Postado 17 Janeiro 2014 o negócio é que acho que o Miyamoto está pensando em pipoqueira. Afinal, se você tem um torrador mais sofisticado, não há muito risco de travar. Agora com pipoqueira e fazendo pausa é mais complicado. Principalmente se o termômetro não ficar espetado por um furo, já que demora pra estabilizar para leitura. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Rodrigoks Postado 17 Janeiro 2014 Denunciar Share Postado 17 Janeiro 2014 É fácil. Quando passar de 150C, sem pausas. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Miyamoto Postado 17 Janeiro 2014 Denunciar Share Postado 17 Janeiro 2014 A temperatura da massa de grão para de subir e pode até cair. Legal.. Descobri que travei uma torra... kkkkkk Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
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