O que você está lendo?

[José Cal Neto]

pessoalmente não acho bom como é nos EUA, por exemplo, onde pais não precisam levar filho pra escola. O famoso home schooling. Pra quem quer fazer isso aqui, é só matricular numa escola pública. Se os professores podem faltar sei lá quantas aulas, imagina o aluno. Você pode ensinar em casa e se ele repetir tudo, não tem problema. Fazendo o enem você ganha o certificado.

[Guest Anita]

Cal, teoricamente você não pode deixar de matricular seu filho na escola.

 

Caso o Conselho Tutelar fique sabendo, ele tem que tomar providências. Mas ele precisa ser informado, uma denúncia, algo assim.

[carlos eduardo]

Caramba , quer dizer que "Patria educadora" é mentira 

 

Impressionante são 3 minutos de mentiras que não duraram 4 meses

 

[José Cal Neto]

Anita, eu falei lá, "só matricular numa escola pública...". Quem sou eu pra pregar contra a lei?

A pátria educadora é a forma de dizer que acabaram com a pesquisa, cortando uns 80% da verba que paga passagem, diária pra congresso e manutenção de máquinas, reagente etc. Sem falar que vou ter uma diminuição real de salário.

Se o governo se preocupasse com educação, universidades não ficariam 3, 4 meses em greve (ou escolas, que também chegam perto).

[carlos eduardo]

Cal hoje no rádio eu ouvi que os professores da UFRJ encerraram a greve , mas os funcionários e os alunos continuam em greve.

Os funcionários eu entendo que queiram melhoria salarial , mas e os alunos querem o que ?

O pulha o reitor militante do PSOL disse que só quando todas as categorias encerrarem suas greves é que UFRJ volta a funcionar.

Assim só depois das Olimpíadas , ou quando despoluirem a baia de guanabara.

[José Cal Neto]

Apesar de não serem uma categoria de trabalhadores (e portanto não fazerem greve, a rigor), muitos alunos recebem para ir à universidade. Não só passe livre, mas também bolsa permanência, para os que tem renda familiar muito baixa. Esses até podem estar querendo mais dinheiro.

 

A distorção que se cria ao fingir que estudo universitário é "grátis", gera essa outra distorção. Se todos precisassem pagar ao menos uns 100 reais, não fariam greve. 

Como pode uma pessoa que nunca vai à universidade, e portanto não tem o ganho salarial imenso que o diploma gera, pagar o mesmo (via imposto apenas) que alguém que vai e por isso vai ter uma melhora econômica incrível?

 

Como é que não tem nada na lei que diz que transporte gratuito é um direito de todos, mas sim que educação universitária é e sem  pagar nada diretamente por isso?

 

Até concordo que educação básica é direito de todos e que os pais têm o dever de matricular os filhos, mas educação universitária não é. É uma escolha, por vários anos de estudo extra, com renda nula ou muito baixa para ter a chance de uma renda maior e de um estilo de vida diferente, em que não se tenha que fazer trabalho braçal, por exemplo. Acho que não existe nenhum país no mundo em que a maioria da população jovem seja universitária. Porque justamente isso deve ser gratuito?

[carlos eduardo]

Quando eu morei na Alemanha no final dos anos 80 , eu tinha um colega Brasileiro que tinha um filho pequeno que foi matriculado em uma escola de jardim de infância , como as primeiras leis alemãs sobre alfabetização infantil e sistema público são do seculo XV , eu imaginei que seria "di gratis" , para minha surpresa era pago , na verdade vc pagava uma taxa de acordo com o valor do seu salário , era pouco mas era pago.

O ensino de primeiro grau era gratis , mas a familia pagava os livros.

 

Da mesma forma as universidades públicas alemãs cobram alguma coisa ( pouco ) mas cobram.

 

Não sei como isso esta hoje em dia , nas na época achei o sistema bem justo , barato e com enfase na meritocracia.

[José Cal Neto]

O Chile cobra pela universidade pública. Pelo menos cobrava até pouco tempo atrás. Houve muita grita contra isso e acho que a Bachelet tinha prometido abolir a cobrança. Grande passo errado.

Outro problema: o país está cheio de sociólogo, antropólogo e bibliotecário. Não temos é médicos, engenheiros, cientistas. A solução não é Mais Médicos ou viver importando engenheiro gringo a preço de ouro (mais do que nos seus países de origem e portanto muito mais que a média dos nossos salário), mas passa por dar incentivos pra termos gente se formando na área. A falácia de que todos os cursos (e pontos de vista) têm o mesmo valor gera isso. Por que não ter bolsas específicas (e mais altas) para as áreas que temos um déficit? Da forma que está sendo feita essa "democratização" do ensino universitário, a sociedade está sendo forçada a pagar caro por um exército de bacharéis em coisas que não lhe interessa. Cada vez mais se perda a noção de contrapartida do Brasil. Vivemos sempre a ilusão de que as coisas públicas são grátis e que dinheiro nasce em árvore, em vez de acordar e ver que recursos são finitos e parcos por aqui. Mesmo com toda a lambança lulopetista, lemos que o PT tem uma ala grande que acha que é um absurdo não ter déficit.

[José Cal Neto]

fui ler agora o On the Move, a autobiografia do Oliver Sacks... era audio book! WTF!

Vou ter que garimpar de novo a internet atrás de uma cópia.

[Jose Alexandre]

Males da leitura digital...

[jaum20]

Odeio ler livro digital 

E o peço de um e-book nem compensa,so vale a pena quando não acha o físico mesmo, ao meu ver.

[José Cal Neto]

n-1 dos meus livros eletrônicos tiveram preço 0. O único que comprei foi The Smartest Kids in the World, porque queria ler e não encontrei por aí perdido na internet.

Muito interessante, por sinal. Acho que falei aqui em algum lugar. É sobre essa jornalista americana que acompanha uns garotos em viagens de intercâmbio para países que foram bem no Pisa (são todos americanos). Me lembro que vão pra Finlândia, pra Coreia e para Polônia (esse país não era tão algo na escala, mas tinha outro ponto de interesse). Era bem legal ver como os americanos voltavam. Muito do que tem de pior nos EUA tem a ver com grande parte deles nunca sequer olhar para como são as coisas em outros lugares. Para se acharem o que tem de melhor na terra, sempre se comparam com Iraque, Afeganistão etc. Quando eles vão pra um lugar desenvolvido e vêm como a vida também pode ser, ficam realmente intrigados.

A parte mais sobre educação é legal também, mas o mais legal pra mim foi ver como mudava a vida de cada um a experiência.

 

Uma pena o Ciência sem Fronteiras estar já com a morte decretada. Pode ser caro e não ser bom academicamente, mas acho que foi a única coisa acertada que se fez na área em muitos anos. Mesmo que os intercambistas fiquem de farra todo o tempo, só de ver de perto um país desenvolvido já é um avanço incrível. A pessoa volta com outra perspectiva, vendo que as coisas não precisam ser assim tão ruins, mesmo em uma instituição pública.

Se eu não tivesse passado o tempo que passei na Alemanha e nos EUA eu seria outra pessoa. Certamente bem mais limitada. Estou me comparando comigo mesmo, não quero dizer que outra pessoa que não saiu do páis vale menos do que eu (nem sei como medir o valor de alguém).

[jaum20]

Como é isso de preço 0? me interessei, rs!

[José Cal Neto]

hmm. Tenta escrever no google "download ...".

[seiti]

Livros físicos são melhores que digital, sem dúvida, exceto no quesito "espaço".

 

Depois de me casar e mudar para apartamento, não há espaço para livros (há, mas não o suficiente). Desde então adotei o Kindle. Livros físicos só de culinária e, agora, café.

 

Voltando ao tópico, comecei a ler o recém chegado "The Coffee Roasting's Companion". Vamos ver! Já fiquei com vontade de encomendar um torrador com o Guilherme Torres

[carlos eduardo]

Odeio ler livro digital 

E o peço de um e-book nem compensa,so vale a pena quando não acha o físico mesmo, ao meu ver.

 

E-book é igual a café , uma vez que vc começa a consumir o vicio é inevitável , eu e minha mulher tínhamos ate 10 nos atrás uma biblioteca de uns 1500 livros , que ocupavam um espaço absurdo no apartamento , minha mulher tem rinite alérgica , essa livralhada juntava pó , dava um trabalho danado para empregada limpar , e como a empregada que limpava , os livros estavam em um lugar diferente cada vez que ela limpava. No final das contas eu sabia que tinha um livro , mas gastava ate 40 minutos procurando.

 

De 2005 para cá decidimos que a solução seria e-book , hoje temos uns 800 livros em estantes com porta de vidro , o espaço ganho virou armários , o objetivo é termos no maximo uns 300 livros , só aqueles que nós temos uma relação afetiva.

E-book nesse momento são 2587 livros , catalogados em um software chamado Calibre , eu uso o kindle para os comprados na Amazon e um software de leitura chamado Moon Reader , para os outros formatos e para quem teve o DRM quebrado.

 

Nada se compara a facilidade de ter acesso a  um livro instantaneamente no PC , tablet ou celular , poder imprimir partes dos livros ou gráficos  , com um passar de dedo aumentar ou diminuir as letras , espaçamento  a iluminação , fundo , tudo pode ser configurado , a leitura é infinitamente mais prazerosa , tendo um tablet com tela de 10` e uma vez configurado como vc gosta , é impossível não gostar. 

[jaum20]

hmm. Tenta escrever no google "download ...".

Ah, não precisa de sarcasmo. Achei que você estava falando de dowload legal, não de pirataria... Ate onde sei, ebook gratis é raro, e a maioria dos que procurei ate hoje, so consegui pagando.

[Guest Anita]

Jaum, as próprias livrarias tem uns grátis. Na Saraiva, por exemplo, tem. Às vezes são títulos e autores obscuros, mas tem muitos clássicos também.

[carlos eduardo]

todos os clássicos e os livros com copyright extinto estão disponíveis "di gratis" , por exemplo , o famoso All About Coffee que tem uma quantidade enorme de ilustrações legais , por ser de 1922 , tem o copiright extinto , esta gratis no gutemberg e em outros lugares.

[Jose Alexandre]

Também acho que tem que ser assim.

Fizemos um quarto de biblioteca e escritório,

mas o e-books são muito práticos.

mas quando é por prazer, eu gosto mesmo é de papel.

[Guest Anita]

Eu sempre gosto de papel.

 

O treco digital não vai para a frente aqui.

 

Até comprei outra capa para ele, pois a primeira chinesa continua na alfândega (uns 19 meses já).

[Gilberto]

Putz queria ser como vocês, quem sabe um dia.

[José Cal Neto]

digital é tão mais prático. Mesmo comprando. Esse que eu comrpei, chegou imediatamente. Se fosse o físico, ia esperar várias semanas 

Pra criança eu concordo que não é legal. Até porque não quero deixar meu tablet na mão do menino.

Livros técnicos eu talvez prefira em papel mesmo, mas esses de divulgação etc, eletrônico é ótimo.

[Tarcisio Pereira]

O grande problema do livro digital, ao meu ver, é a plataforma onde ele vai ser lido.

Se for ler no PC ou no celular a retro-iluminação da tela vai cansar a vista rapidamente.

Pra contornar isso o ideal é aquela tela que simula papel nos e-readers, ou no máximo a iluminação baixa que alguns e-readers têm.

 

Luz direta nos olhos = canseira.

[José Cal Neto]

eu não me queixo. Já li bastante no computador, mas ultimamente leio no tablet, por sinal já bem defasado (foi o primeiro samsung de 10" que apareceu).

Terminei de ler The game players of Titan, do Philip K. Dick. Achei ok.

[Jose Alexandre]

O pessoal do feito a grão lançou um e-book tutorial para vários métodos.

dá pra baixar no site.

útil para quem está começando

e também legal para testar as concentrações que usam lá.

https://www.feitoagrao.com.br/wp-content/uploads/2015/11/Cafe_Sem_Segredos_Guia_Pratico_Feito_a_Grao.pdf

[José Cal Neto]

resolvi ler umas coisas de domínio público. Reli Os primeiros homens na Lua, do HG Wells, depois de ler A guerra dos mundos, também dele.

Como nunca tinha lido Júlio Verne, li Da Terra à Lua e agora estou lendo Viagem ao centro da Terra.

Tô achando interessante. Ele variava bastante. No da Lua, a coisa se passa nos EUA e no da viagem ao centro da Terra, os protagonistas são alemães, sendo que descem pela Islândia. Às vezes fica um pouco chato, como quando ele passa várias páginas falando da Lua de modo enciclopédico, mas outras vezes é legal. Tô gostando mais desse último livro. 

Só não sei se vou ler outros dele depois desse.

 

De café eu não tenho lido nada.

[carlos eduardo]

Cal quando eu tinha uns 8 anos , ganhei uma coleção de JV em 12 volumes capa de couro , ed. de 1965 da editora Matos Peixoto (ainda tenho) , esse livros mexeram com minha cabeça. 

Vc esta lendo os bons livros de JV , ele escreveu uns 5 ou 6 excelentes e muita , muita porcaria caça niqueis , se vc ainda fosse criança eu diria para ler a Ilha Misteriosa , mas para não perder tempo leia a obra prima dele , "20.000 léguas" , o problema será achar uma tradução boa como essa de 1965 , no seculo XX , JV passou a ser considerado um autor juvenil e seus livros foram simplificados e pessimamente traduzidos , JV inseria nos livros esses trechos prolixos sobre assuntos cientificos pois no sec. XIX isso dava um ar de autenticidade , o conceito de  ficção cientifica ainda não existia , pode pular esses trechos , eles não interferem com a historia. 

Esqueça tudo que o cinema fez de ruim a 20.000 leguas , ele é bem diferente das bobagens cinematográficas , é a obra prima de JV , realmente é muito bom.

 

Quanto a viagem ao centro da terra , quando eu estive pela primeira vez em Copenhague , uma das primeiras coisas que eu fiz foi subir na Torre Redonda (Rundetaarn) como o prof. Lindenbrock e seu sobrinho fizeram.

A torre verdadeira não bate muito com a descrição de JV , provavelmente o velho Julio nunca esteve em Copenhague.  

 

Leia , as 20.000 léguas que vai valer a pena. 

[Alexandre Chaves]

Do Verne, Acho Jornada ao Centro da Terra sensacional, além é claro dos medalhões 20.000 Léguas Submarinas e A Ilha Misteriosa. Jornada li em inglês, numa edição barata da Penguin Books. Não consegui parar até terminar.

[Otávio Tassinari Dornelles]

na mesma linha: A Máquina do Tempo e A Ilha do Dr. Moureau, de H.G. Wells.

 

parecem bobos, mas...