Ir para conteúdo

Enquete pesquisa de mercado torrador


Guilherme Torres

Postagens recomendadas

Olá,
Como sabem, tenho, por hobby, que cada vez se torna mais sério, a confecção de torradores de café.

Atualmente, tenho dois projetos paralelos em andamento.

Um deles é um torrador de prova (com amostrador), que já está em fase de conclusão.

Nome STC QUATRO

 

21300731526_6a4b1bfd63_b.jpg
 

O outro é um torrador de leito fluido (pipoqueira turbinada)

Nome STC DI VENTO

 

21604418630_2670b5132e_b.jpg


Mais informações sobre eles no tópico torradores

E aí, o que preferem? Um torrador a tambor ou um leito fluído?

 

Para ajudar a decisão, vou mencionar algumas características desses torradores.

 

Nos torradores a tambor, como regra (e não é imutável, porque a forma que são projetados influencia bastante), a transferência de calor se dá, tanto por condução (transferência direta, mediante contato dos grãos com uma superfície quente, no caso, o tambor), como também por convecção (o ar quente é veículo de transferência de calor). Isso influencia no perfil de sabor, bem como na torra propriamente dita. 

 

Para mim, a vantagem do torrador a tambor é um controle maior do perfil de torra, bem como menor desidratação dos grãos na fase pré-primeiro crack. A desvantagem é que, como regra, demoram mais para aquecer (possuem massa metálica que deve ganhar calor para que fique estável antes da introdução dos grãos). 

 

Nos torradores a leito fluído, a torra é feita por convecção, ou seja, o ar quente, geralmente vindo de baixo dos grãos (o gene funciona de forma um pouco diferente), fazendo-os flutuar (daí o nome leito fluído), os aquece uniformemente. A vantagem desses torradores, além de serem mais fáceis de limpar, é que a torra se desenvolve mais rápido, não necessita preaquecimento e geralmente, resulta em grãs torrados livres de películas. Há, no entanto, se manuseado incorretamente, o risco de grãos mais desenvolvidos por fora e menos desenvolvidos por dentro (torra heterogênea no próprio grão). Os torradores de leito fluído de maior capacidade usualmente são bem maiores do que os torradores a tambor.

 

Para mais informações, há inúmeros sites na internet e inúmeras discussões também. Cito as seguintes: http://www.coffeechemistry.com/quality/roasting/drum-vs-fluid-bed-roasters

 

http://www.coffeeforums.com/forum/coffee-roasters/13230-fluid-bed-vs-drum-roaster-exact-same-results.html

 

Vou, agora, falar um pouco dos meus projetos.

 

Ao projetar o STC QUATRO, minha maior preocupação foi fazer um torrador de tamanho o mais compacto possível (mede menos de 30cm de altura, 35cm de largura e 15 de profundidade). Em face de minhas abordagens e experiências anteriores, fiz a câmara de aquecimento bem compacta, de forma a aproveitar o máximo o calor gerado pelo módulo de aquecimento (que poderá ser elétrico ou a gás). Em razão disso, consegui economizar bastante tanto sob aspecto de consumo de energia, como também em tempo de preaquecimento (estimo que 5 minutos serão suficientes). O torrador dispõe de todos os apetrechos de um torrador de prova comercial (amostrador, introdução via funil, sensores ET e BT, bem como, opcionalmente, um terceiro sensor BT analógico, para torras off line). 

 

O STC DI VENTO, por sua vez, é um pouco maior, sendo que a carga máxima não chega ao nível da carga do STC QUATRO (estimo 290g - já testado - a 400g no máximo). Acoplado a câmara de torra à câmara de aquecimento (divide-se em duas peças), chega a quase 50cm de altura, por 20cm de largura e profundidade. Separadas as peças, não ultrapassam, cada qual, 25cm. O nível de ruído de ambos é diverso. Enquanto o torrador de prova é relativamente silencioso, o de leito fluído, por natureza, é mais barulhento. Por ora, possui apenas um sensor, na saída de ar quente. Mas penso em, opcionalmente, fornecer um segundo sensor, na parede em que os grãos que flutuaram, retornam à base da câmara de torra. 

 

Não tenho estimativas de preços ainda. Adianto, no entanto, que o STC Quatro (feito para competir com o huky 500), será bem mais barato do que tal torrador, que, hoje, custa U$ 1400 sem impostos e entregue nos EUA. 

  • Curtir 7
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Wagner,

Acho que não ficará tão lindo quanto o huky, mas será do mesmo material, todo em aço inox 304. Semana que vem, chegando, monstro fotos para vocês darem sua opinião

  • Curtir 1
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Ô. Fê é nosso mestre dos pães, chef de mão cheia e sabe muito de café e harmonização.

 

Fê, vai instalar um torrefador no Segall? Imagina o cheiro bom... :)

 

Único museu perfumado da cidade.

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Que medo, existe um Fernando Lopes em Campinas, eheheheheh

 

De resto, o de tambor ! Qual a capacidade dele em grãos?

 

O tambor que está no duo tem capacidade suficiente para torrar 600g (que seria a carga máxima). Como o do QUATRO foi feito via projeto (eu projetei o tambor, ao invés de usar um adaptado ao torrador), ainda não tenho como precisar a capacidade dele, mas estimo que vai ser, no máximo, isso. Quando estiver montado, vou fazer sucessivos testes e ai digo com que carga opera com melhor eficiência. Sem testes, não dá para saber.

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Para jogar lenha na fogueira, acho conveniente citar essa definição, que, penso, reflete bem o funcionamento de ambos os torradores:

 

The heat transfer to the coffee beans on most roasters is a combination of convection (from hot air) and conduction (primarily from bean to bean). There is some radiant from hot metal, but it is minimal. There is also some conduction from the hot metal, but it is minimal too. As thCapn described, the vast majority is through convection. With the higher airflow on a Fluid Bed Roaster, the boundary layer around the bean is reduced which creates the potential for more heat to be transferred. However, some argue it also is likely to remove more of the gases that were within the bean's boundary layer and create a different roasted coffee. Lowering the airflow on a Fluid Bed Roaster is not an option since the mixing operation is still required.
Typically, for different roasters roasting the same coffee, the same batch size, over the same 'roast profile' (i.e. time/temperature curve), the Fluid Bed Roaster will have a lower inlet air temperature to compensate for the higher airflow. But it is unlikely to cup the same as a Drum Roaster due to the fundamental differences in the way the heat is transferred. Now this is not saying the coffee from one roaster is better, just different.

 

Tradução tosca: O calor transferido para os grãos de café na maioria dos torradores é resultado de uma combinação de transferência por convecção (ar quente) e condução (majoritariamente de grão para grão). Há alguma irradição do metal aquecido, mas não chega a ser relevante [palavra do leitor - a não ser que a irradiação seja muito intensa, o que pode acontecer se a chama estiver muito alta e o fluxo de ar baixo demais]. Também há alguma condução vinda do metal, mas também não chega a ser relevante [palavra do leitor - idem]. A maioria do calor é transferida por meio de convecção. Com o fluxo maior de ar do torrador fluid bed, a camada externa dos grãos é reduzida, o que cria um potencial de maior calor a ser transferido. No entanto, alguns argumentam que isso também culmina em perda maior de gases que ficariam retidos nessa camada externa, o que resulta em um café torrado diferente. Diminuir o fluxo de ar em um torrador de leito fluído não é uma opção, uma vez que o fluxo elevado é o que gera a agitação dos grãos, que é necessária. Normalmente, para torradores diferentes, torrando o mesmo café, com mesma carga e mesmo perfil de torra, o torrador de leito fluido deverá ter uma faixa de temperatura um pouco menor para compensar o alto fluxo de ar quente. No entanto, é muito difícil que as torras de ambos resultem idêntica xícara, em razão das diferenças fundamentais de como o calor é transferido em ambos os torradores (a tambor e leito fluído). Não se está dizendo que o café de um é melhor do que o de outro, apenas diferente.

  • Curtir 1
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Acho bem legal o de leito fluido servir para limpar as películas e resfriar rapidamente os grãos. Já o problema grave é ser barulhento.

 

Se ambos derem a temperatura dos grãos, e sendo preço e batch parecidos, acho que escolheria o tambor.

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Que medo, existe um Fernando Lopes em Campinas, eheheheheh

 

De resto, o de tambor ! Qual a capacidade dele em grãos?

CaféDaWalter,

 

Não fique com medo não !  Kkkkk, meu nome completo é : Fernando Cunha Lopes

E o teu  ?   

 

Abraço

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Vou destoar do povo: leito fluido.

Eu confesso que tenho uma preferência pessoal por torra na pipoqueira. Ainda tem a vantagem de no desenho do Guilherme a gente poder ver os grãos bem melhor do que em um tambor.

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Murilo,

Pretendo sim. Ainda não formei o preço final. Estou esperando concluir tudo para depois ver quanto conseguirei fazer

Mas as primeiras dez unidades serão mais baratas do que as seguintes

  • Curtir 2
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • 1 year later...

Join the conversation

You can post now and register later. If you have an account, sign in now to post with your account.
Note: Your post will require moderator approval before it will be visible.

Visitante
Responder

×   Você colou conteúdo com formatação.   Remover formatação

  Only 75 emoji are allowed.

×   Your link has been automatically embedded.   Display as a link instead

×   Your previous content has been restored.   Clear editor

×   You cannot paste images directly. Upload or insert images from URL.

Processando...
×
×
  • Criar Novo...