Resultados Cup Of Excellence Brasil 2015

[GSK]

Piatã, na Bahia, vence o Cup Of Excellence Brasil na categoria Cereja Descascado com o primeiro lugar para Antônio Rigno, do Café Rigno, e Cândido Rosa, da Fazenda Ouro Verde, em segundo lugar.

Fonte: Revista Espresso

[Fernando - 1268 Café]

De novo, agora tricampeões, hehehe

 

Ah,e as duas fazendas são da família Rigno, hehehe

[José Cal Neto]

eu gostei bastante do café da Ouro Verde. Tanto o que ganhei da Feito em Grão, como o da compra coletiva.

[carlos eduardo]

O Ouro Verde é realmente excelente , merecido .

[Murilo Lins]

Não é a toa que vivo enaltecendo os cafés produzidos pela família Rigno e, desde que o conheci, venho tentando manter sempre algum estoque em casa, seja o Rigno torrado pela própria família, seja o Ouro Verde torrado pelo Feito a Grão. Se não fossem os custos e os prazos de entrega dos correios que prejudicam bastante a aquisição por Sedex e demoram muito a entrega por PAC, o consumo seria bem maior.

[Beto Origens]

Estou com 2 KG do Ouro Verde torrado por eles aqui, pra espresso. Realmente um café muito bom mesmo. Não tive oportunidade de tomar uma torra mais clara dele, mas até agora ouvi dezenas de relatos todos muito positivos, nunca nenhum negativo sobre o café. Sem falar na personalidade do Cândido e Antonio, pessoas incríveis!

[Burny]

O OV torrado por eles é carbonizado, amargo e com sabor de cinza. Ganhei uma amostra de presente e não entendi porque eles fazem uma coisa dessa com um café bom. O da compra coletiva achei legal, embora não excepcional. O da Feito a Grão foi o melhor que tomei deles, mas pouco equilibrado. Excesso de acidez, não é dos meus ...

Abçs

Burny

[Fernando - 1268 Café]

Faço quase minhas as palavras do Burny, minhas experiências na torra e paladar foram menos negativas, mas frustrantes pela qualidade que o grão tem. Gostava do Rigno já quando trabalhava com ele na Walter (carbonizado). Troquei pelo terroá pela logística de entrega ser impraticável e senti um upgrade nos cafés (torras mais precisas e entrega confiável. Provei um ano depois na torra da Feito a Grão (e com o paladar já mais sensível) e WOOOOOW ! Um dos melhores cafés que já tomei na vida. Como gosto dele mais ácidos, foi uma experiência e tanto, eheh

[Rafa Rocks]

Fica aí uma lista pro nosso coffeehunter Igor fazer uns contatos e negociar com essas fazendas...

[Santiago Luz]

Segue o resultado completo:

 

Resultado Final da Fase Internacional do Cup of Excellence Pulped Natural 2015

 

 

NO. PONTUAÇÃO PRODUTOR                                      FAZENDA                        CIDADE                        REGIÃO

1   91,22     ANTONIO RIGNO DE OLIVEIRA                     CHÁCARA SÃO JUDAS TADEU        PIATÃ                         CHAPADA DIAMANTINA

2   90,03     CÂNDIDO VLADIMIR LADEIRA ROSA                 OURO VERDE                     PIATÃ                         CHAPADA DIAMANTINA

3   89,59     LUIZ MAURO ARAUJO MIRANDA                     SITIO MONTE SINAI              ARAPONGA                      MATAS DE MG

4   88,97     MÁRCIO DE SOUZA FRANQUEIRA                    SÍTIO DA SERRA                 CARMO DE MINAS                MANTIQUEIRA DE MG

5   88,44     ANDREA DE SOUZA RANGEL                        FAZENDA TRAPIÁ                 BAEPENDI                      MANTIQUEIRA DE MG

6   88,13     MARCOS ANTONIO TOMAZINI                       SÍTIO BATEIA 1                 CASTELO                       MONTANHAS DO ES

7   87,91     ÁLVARO ANTÔNIO PEREIRA COLI                   SÍTIO DA TORRE                 CARMO DE MINAS                MANTIQUEIRA DE MG

8   87,81     ANTÔNIO MACEDO SOUZA                          SÍTIO SANTO ANTÔNIO            PIATÃ                         CHAPADA DIAMANTINA

9   87,63     JOSÉ WAGNER RIBEIRO JUNQUEIRA                 SERRA DAS TRÊS BARRAS          CARMO DE MINAS                MANTIQUEIRA DE MG

10  87,26     JORGE MACKSSUR                                ÁGUA LIMPA                     CRISTINA                      MANTIQUEIRA DE MG

11  87,24     FAL HOLDINGS PARTICIPAÇÕES LTDA               FAZENDA SANTA IZABEL           OURO FINO                     SUL DE MINAS

12  87,12     ZORA YONARA MACEDO PINA OLIVEIRA              TIJUCO                         PIATÃ                         CHAPADA DIAMANTINA

13  86,97     RALPH DE CASTRO JUNQUEIRA                     KAQUEND                        CARMO DE MINAS                MANTIQUEIRA DE MG

14  86,82     EDER INOCÊNCIO GONÇALVES                      SÍTIO NOSSA SENHORA APARECIDA  TOMAZINA                      NORTE PIONEIRO PR

15  86,79     FAZENDA PROGRESSO LTDA                        FAZENDA PROGRESSO LTDA         MUCUGE                        CHAPADA DIAMANTINA

16  86,74     FLAVIA GARCIA MUREB JACOB SALDANHA RODRIGUES  FAZENDA CALIFÓRNIA             JACAREZINHO                   NORTE PIONEIRO PR

17A 86,68     CARLOS ALBERTO DINIZ                          SÍTIO ITAJUBÁ                  TOMAZINA                      NORTE PIONEIRO PR

17B 86,68     VALDEIR DALCIN TOMAZINI                       SÍTIO BATEIA                   CASTELO                       MONTANHAS DO ES

19  86,59     EDUARDO VETTORAZZI TOZI                       SÍTIO FLORESTA                 CASTELO                       MONTANHAS DO ES

20  86,44     MARCELO MORAES                                SITIO SERRA                    POÇOS DE CALDAS               SUL DE MINAS

21  86,35     MAURICIO CARVALHO DIAS                        FAZENDA IRAREMA                SÃO SEBASTIÃO DA GRAMA MÉDIA  MOGIANA

22  86,00     EDSON ROSA GARCIA                             SÍTIO SANTA TEREZINHA          CARMO DE MINAS                MANTIQUEIRA DE MG

 

 

[Murilo Lins]

O interessante é que entre os 10 primeiros 3 são da cidade de Piatã (Chapada Diamantina) e entre os 12 primeiros 4 são de Piatã, ou seja, aproximadamente 1/3 dos melhores cafés especiais do país estão saindo daquela região.

[Clara Balthazar]

Estive há pouco tempo em Piatã e lá eles prezam muito pela qualidade porque as roças tem em média 5 hectares e o investimento é muito alto. Então o maior objetivo deles são os concursos para poder agregar valor. E a região ajuda bastante pelo excelente microclima.

Visitei tambem a Fazenda progresso(15°) que tem 650 hectares plantados e uma maquinaria que suporta 1000 hectares.. É surreal a estrutura deles

[João Martins]

O clayton não participou?

[Burny]

João, é só a categoria pulped natural (ou honey processed ou cereja descacada). O Clayton só faz dry natural se eu não me engano.

Abçs

Burny

[Igor]

Olá pessoal,

o comentário da Clara é muito importante. Esses concursos medem a qualidade de grandes fazendas produtoras, aquelas que possuem maquinário avançado, grande área de plantio e alto investimento. Além disso, o concurso em discussão aqui no tópico é referente a primeira colheita do ano (Early Haverest) e somente na categoria Cereja Descascada (Pulped Natural). Em vista disso, apesar de ser um pequeno indicador, eu não afirmaria que o resultado nos dá um panorama de onde o nosso café especial de maior qualidade se encontra.

Bem, para acrescentar e ilustrar um pouco meu comentário vamos analisar alguns números. Ano passado, entre os 20 finalistas do concurso supracitado os menores lotes foram de 11 sacas (olhem aqui, lembrando que o lote deles é de 30kg). Ou seja, essas 20 fazendas possuem a capacidade de entregar entre 11 e 20 sacas do mesmo café com a mesma qualidade e perfil sensorial. Para quem tem uma pequena noção da rotina de colheita e pós colheita sabe que isso é algo incrível e muito difícil de ser executado, sendo um feito quase exclusivo de fazenda com altíssimos investimentos.

Desta forma, suspeito que esse cafés não sejam espetaculares. Recentemente estive conversando com uma Q-grader e avaliadora de cafés em torneios e ela comentou comigo que as notas aplicadas no Cup of Excellence não refletem a real qualidade do café e que um café 91pts no torneio equivaleria a um 86~87 pts que estamos acostumados a beber. Bem, terei a oportunidade de comprovar isso em breve, uma vez que ganhei do Cândido uma amostra verde do café que ele enviou para o Cup of Excellence deste ano.

 

Por fim, sou da opinião que devemos ter muito cuidado ao analisar esses cafés oriundos de grandes torneios, ainda mais sem a chance de prová-los. Acredito que grãos advindos de microlotes origem única que foram colhidos manualmente e processados manualmente com todo cuidado e olhar atento do produtor serão, na grande maioria das vezes, de maior qualidade que um café de produção de larga escala, onde quase sempre se utilizam blends para atingir a quantidade mínima exigida pelos concursos.  

 

Abs,
Igor

[Rafa Rocks]

 

 

Desta forma, suspeito que esse cafés não sejam espetaculares. Recentemente estive conversando com uma Q-grader e avaliadora de cafés em torneios e ela comentou comigo que as notas aplicadas no Cup of Excellence não refletem a real qualidade do café e que um café 91pts no torneio equivaleria a um 86~87 pts que estamos acostumados a beber. Bem, terei a oportunidade de comprovar isso em breve, uma vez que ganhei do Cândido uma amostra verde do café que ele enviou para o Cup of Excellence deste ano.

 

Igor a pontuação por si só muita vezes não reflete a xícara. Sei de casos desses num cup of excellence em que os jurados nacionais deram 90,91 pontos e o jurados internacionais deram 86 e 87.... uma diferença muito grande. Na época justificaram que as notas mais baixas atribuídas foram em comparação com cafés internacionais. Aí vc percebe o quão subjetivo e frágil é a pontuação como um fator isolado de qualidade.

[Murilo Lins]

Gente, primeiramente, parece-me que os vencedores do Cup Of Excellence Brasil 2015 são de pequenos para médios e não grandes produtores de café, diferente da Fazenda Progresso que ficou em 15º lugar citada por Clara no post 12. Bastar lembrar o programa do Globo Rural que passou recentemente na TV Globo e abordou o tema do café cultivado na Região da Chapada Diamantina, apresentando, entre outras, as fazendas vencedoras de 2014 e agora, novamente, 2015. Ou seja, não vamos confundir o fato de alguns produtores se prepararem dentro de certos padrões de qualidade para participar com força dos concursos internacionais de café com o fato de, necessariamente, serem grandes produtores do grão.

 

Segundo, apesar de reconhecer o subjetivismo desses concursos, tendo em vista que mesmo sendo utilizados critérios padronizados de pontuação, sempre será a opinião de um especialista que pode não coincidir com a de um outro, creio que os testes de avaliação são feitos às cegas, além do fato desses produtores já terem conquistado este prêmio pela terceira vez, o que pode ao menos indicar alguma virtude em seus cafés.

 

Não vamos também esquecer que um lote vencedor produzido pelas duas fazendas alcançou recorde histórico de venda este ano e foram adquiridos em leilão por empresas sediadas fora do país e que, com certeza, avaliaram com atenção a qualidade do produto que estavam adquirindo e a viabilidade do investimento que estavam fazendo.

 

Por fim, precisamos reconhecer também que tão subjetiva quanto a análise dos juízes desses concursos é a nossa avaliação individual que, provavelmente, é ainda mais subjetiva do que a desses especialistas em provas de café. Até onde sei ninguém aqui do CdC costuma tomar os seus cafés com uma planilha de avaliação padrão debaixo do braço, pontuando item a item cada aspecto importante da bebida que está sendo consumida.

 

Então, continua valendo a máxima de que o que vale mesmo é o prazer que a bebida proporciona a cada um de nós e, neste caso, o maior especialista para indicar o que café tem de melhor somos nós mesmo. 

[Rodrigoks]

Um pouco sobre a metodologia de avaliação.

http://www.thecoffeetraveler.net/new-blog-5/2015/10/5/pontos-ora-pontos-mas-no-to-simplesmente-pontos

 

Claro que a comparação é sempre um pouco relacional. E números grandes dão mídia. Mas se não refletir minimamente o que está na xícara, algo saiu errado no processo, não acham?

[Igor]

@Rafa, concordo com você, muitas vezes as pontuações não refletem na xícara. A analise é sim subjetiva e frágil, mas na realidade o meu comentário a repeito da pontuação tinha o intuito de ir em outra direção e acabou que o Rodrigo conseguiu resumir tudo em 4 palavras: números grandes dão mídia. 

 

E vejam bem que não estou colocando a prova a qualidade dos cafés vencedores, eles são bons cafés sim. Neste ponto tenho que concordar com o Murilo, ninguém é campeão três vezes do mesmo concurso de graça. O que estou levantando é que apesar de bons cafés, eu não acredito que sejam cafés espetaculares. Podemos até mesmo perguntar para o Cândido se o lote que mandaram para o concurso é, na opinião dele, o melhor que produziram no ano. Acho pouco provável... e se não estou enganado (vejam bem, são suposições minhas) os melhores cafés dele devem ser de advindo de microlotes, onde mais atenção e cuidado foram empregados na produção do mesmo. 

 

Abs,

Igor 

[Bernardo B]

Igor, quando avalio sistematicamente um café o faço com a tabela e a roda, é mais fácil, mais objetivo e permite uma descrição mais precisa ... Quando torro ou bebo café, somente em caso de ter gostado realmente, é que me detenho a analizar o tentar verbalizar sucintamente seu perfil sensorial.

[Otávio Tassinari Dornelles]

esse café da Fazenda Ouro Verde que o Café do Mercado vende, tem algum parentesco com o Ouro Verde da Feito a Grão que o pessoal tanto comenta?

[Darcy Jr.'.]

Apesar de ser Early Harvest, somente CD, o concurso mostrou a evolução da qualidade dos cafés baianos. Ano passado, Piatã também dominou a lista. No Late Harvest, Carmo de Minas toma conta do pedaço.