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Gene Café CBR-101


Bernardo B

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Que massa acumulada? Funciona como um secador de cabelos. Liga-se uma resistência precedida de uma ventoinha que se põe a soprar atmosfera e que ao passar pela resistência é aquecida.

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Ora, desculpe a descabido da comparação, mas a pipoqueira funciona exatamente como um secador de cabelos, e tem um comportamento bem diferente da primeira para a segunda torra.

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Certamente o nível de impacto do pré aquecimento depende do projeto do torrador. No caso do Behmor, por exemplo, pode-se obter um grande aquecimento da câmara. Já numa pipoqueira eu acredito que o efeito tenda a ser menor, até porque a câmara desta se aquece bem rapidamente.

 

 

Bernardo,

 

Muito bacana sua iniciativa e suas impressões casam, em grande parte, com as minhas. Anda não experimentei torras pré aquecidas mas fiquei interessado em tentar.

 

Abraços.

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Essa é a questão. Massa, capacidade térmica. A atmosfera aquecida em si não influi praticamente em nada. Nos últimos tempos instalei um termopar no meu forno a gás. Reparei que o abrir e fechar do forno causa uma queda drástica na temperatura, mas que se recupera muito rapidamente quando o forno é fechado. Claro que o forno tem uma massa grande com muito metal, mas esse pequeno experimento ajuda a entender como o sistema se comporta. Diferente é quando se coloca algo pra assar. A temperatura demora muito mais para chegar ao ponto inicial.

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E a explicação porque o pré-aquecimento do Gene ou da pipoqueira ou de um torrador maior, cada um na sua medida, é muito simples: o corpo do aparelho rouba calor do sistema enquanto não esiver com a temperatura suficientemente próxima da que deve operar. Uns roubem bem pouco, outros demais. Claro que no Gene eu posso muito bem entender que a influência é pequena, mas pequena nesse negócio de torrar café pode fazer a diferença entre sucesso e fracasso.

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Salve Rodrigo.

Saiba que entre 75 e 80 % da torrefação de grãos de café se dá pelo ar aquecido e o restante por contato com a massa do tambor. Portanto é o inverso do que alegas.

Mas estás correto em dizer que há rápida recuperação da temperatura interna da câmara. E aí está a maior eficiência do torrador.

Repetindo o que disse acima sobre o processo ideal -> Temperatura inicial deve ser sempre a adequada para receber a massa fria de grãos, decrescer e retornar, para então propiciar corretamente a torra do café.

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Perfeito, como em um forno. Só que o que mantém o ar aquecido é a massa do sistema (forno), e não o ar por si só, que tem uma massa desprezível. Se fosse possível retirar todo o ar que cabe dentro de um torrador comercial, trocando por ar novo, mas sem expor o interior do forno ao ambiente, instantes depois ele estaria na mesma temperatura. Estamos falando a mesma coisa. O ar é quem torra, mas quem manda nele é o forno.

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Post dois bis :-)

 

Esta troca de opiniões é extremamente proveitosa !

E é exatamente o motivo pelo qual preferi fazer os três post em vez de dar uma fórmula mágica.

 

Todos estão certos. Como pode ser ? Vou explicar.

 

O Gene esta composto do corpo e da câmara. Quando preaqueço evito gastar calorias no corpo, o que já ajuda.

 

Agora, a câmara esta composta por uma estrutura plástica, um copo de vidro - estes dois com reduzida capacidade térmica - e ainda pelo divisor central que é uma placa de ferro, emulando um cilindro perfurado !

 

E por este motivo que o Gene é definido como um híbrido, que funciona por convecção e por condução !

 

Esta divisória central metálica e bastante grossa e maciça, capaz de reter bem as calorias.

 

A prova esta em que pre-esquentando a 230C por 7 minutos, fazendo a parada de emergência e a carga - no que não se gasta mais de 20 ou 30 segundos - quando se inicia torra, uma leitura de 5 ou 10 segundos após indicará ums 170 - 180C e a temperatura chegara aos 220C em menos de 2 minutos.

 

Se iniciarmos com 160C , cairá para uns 120 - 130C e demorará de 3 a 4 minutos para chegar nessa temperatura, e se iniciarmos a temperatura ambiente leva de 4 a 5 minutos para dar essa leitura. Ainda devemos considerar, que a chapa central não estará tão aquecida como quando é feito o preaquecimento, e a intensidade da torra por condução será mais fraca.

 

Ainda que a temperatura de convecção seja igual a da torra total será mais baixa (ficou um tanto confuso, deu para entender ?)

 

Estes são dados reais, de uso normal, e por este motivo sempre começo com o forno preaquecido a 230C, e ainda devo experimentar a 240 e 250 para ver se ainda melhora.

 

Fim do post dois bis :-)

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Bravo, é isso mesmo. Quero só ressaltar que não sou teimoso, mas convicto. E creio que o Alex também, por isso que gosto de discutir (embora essa palavra frequentemente carregue uma conotação negativa) com ele.

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Valeu Bernardo, boa dica, procurei um meio mais fácil de fazer essa tabela e consegui um site bem facil de fazer a conversão de vários valores e imprimir como tabela, ai fiz de 60º de inicio até 299º C de valor final, fica a dica pra quem precisar: http://www.metric-conversions.org/pt/temperatura/tabela-de-conversao-de-celsius-em-fahrenheit.htm

E quais são as temperaturas "chaves" que você acha que deva ser marcada??

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Salve Rodrigo e Bernardo.

Primeiro ressalto que o antagonismo é útil e propicia o desenvolvimento dos argumentos referente a uma ideia descrita não completamente, mas em etapas à medida que se desenrola a (boa) discussão.

 

Rodrigo, o que de fato provoca o aquecimento é a fonte primária de energia, ou seja a resistência ou o fogo. Quando interrompida tal fonte primária, mesmo a massa do metal quente, ainda que transmita energia na forma de calor, esta caloria é decrescente por si só e a perda é acelerada pela troca com a nova massa dos grãos em temperatura inferior.

 

Bernardo, ainda que o interior de metal mantenha algum calor e mesmo que tenha baixa capacidade térmica, aplica-se o fenômeno acima descrito, além de que sua massa total não é tão maior que a massa fria dos grãos adicionados.

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Alexandre e Rodrigo,

 

Acho que o que o Bernardo quer dizer é que, estando o forno ja aquecido a uma temperatura elevada, há uma diminuição do tempo que leva para o calor externo seja transmitido para o interior dos grãos. Com outras palavras, estando a maior massa ja aquecida (lembrando que o fornecimento de calor não é interrompido por tempo suficiente para que ocorra um decréscimo rápido de temperatura), a transmissão para a massa menor leva menos tempo do que aquecer a integralidade da massa partindo da temperatura ambiente. Isso resulta em uma torra mais rápida e, por incrível que pareça, influencia no sabor do café. Compartilho da opinião do Bernardo, principalmente para o PHILCO, no que considero essencial o preaquecimento.

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Salve Guilherme.

Isto é fato, como o Bernardo descreveu em sua experiência. É fácil concluir que haverá recuperação mais rápida se menos houver a ser recuperado.

Outro fato é que o Gene, assim como o iRoast e outros modelos semelhantes são projetados para que o processo de torra se inicie à temperatura ambiente. Diferentemente dos torradores por forno e tambor, que devem ser pre aquecidos, como o Philco, por exemplo.

Porém, cada qual com seu cada qual, e partir em um forno com tambor de 26° C ou de um torrador por ar quente de 180°, poderá ser feito. E, apesar de não ser a maneira proposta, há de se chegar a resultados satisfatórios.

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Terceiro post.

 

Vamos aos finalmentes ...

 

1. Durante o aprendizado precisamos de um padrão de comparação para avaliar os resultados.

Por este motivo gosto de comprar, junto com o verde, 250gr já torrados pelo vendedor.

Somente assim posso saber, com certeza, se o meu é inferior, equivalente ou superior ao "comercial".

 

2. Com SO nunca vi uma torra idêntica a outra, cada vez que comprei o mesmo grão torrado o sabor e um pouco ou muito diferente.

Normalmente da para identificar, mas as vezes nem parece tratar-se do mesmo grão.

Os blends já são diferentes, se pedes um Orfeu, um Sweet Daterra ou um dos da Terroá o sabor é muito parecido com o anterior, as vezes mais ou menos amargo porém bem parecido.

 

3. Quando vou torrar primeiramente preparo todo o material: Gene, termômetros, cronômetros, vasilhames, funis, bandeja de resfriamento, resfriador, luvas termicas, aspirador, peneiras, caderno de torra, lápis, borracha, iPad com Roasmaster, etc.

 

4. Depois escolho os grãos que vou torrar, observo sua densidade, cor, fenda, superfície, tamanho, quantidade existente e escolho o tamanho e numero dos batches que irei torrar e, baseado nesta observação, bem como a experiência com torras anteriores, decido uma estratégia de torra para cada grão.

 

Ainda, com o Roasmaster dou uma olhada rápida em todas as curvas de torra desse grão junto com os dados da caderneta, verifico quais os cupping que mais agradaram e as curvas utilizadas.

As vezes dou mais olhada na literatura, especialmente sobre as características esperadas, especialmente cheiro.

 

Isto parece complexo, mas de fato, depois da segunda vez que se torra um grão é bem rápido e funciona mais como ajuda memória.

 

Eu sempre uso a caderneta junto com Roasmaster, que é ótimo para os detalhes além de acompanhar o estoque e desenhar as curvas.

Na caderneta coloco os intervalos e anoto os tempos em que acontece a mudança de cor e outras informações não previstas no Roastmaster.

 

5. Como já disse, com o Gene gosto de preaquecer a 230C, pelo menos 5 minutos, fazer a parada de emergência, carregar e iniciar a torra, junto com o Roastmaster e um cronometro. Outro timer de cozinha coloco para marcar os 5 minutos para aumentar a temperatura.

Marco o tempo total par 15 minutos, sabendo que possivelmente vou parar antes (sempre posso adicionar tempo, caso necessário).

 

6. A temperatura inicial que acostumo utilizar para a fase de desidratação é de 220C por 5 minutos, ao fim deste período a cor deve começar a amarelar.

 

7. Para grãos mais densos a temperatura dos 5 minutos até o 1C que estou utilizando, com bons resultados é de 239C. Duas observações:

A. Estas temperaturas não são absolutas, dependem de cada maquina é da voltagem de cada lugar, inclusive do circuito da casa.

B. Quando utilizo 239 de fato estou visando 237C, porque o termostato do Gene tem uma banda bastante grande e fica oscilando entre 240 e 235, desta forma fico em media nos 237C.

 

8. Para grãos menos densos uma temperatura menor, de 232 a 235, com as mesmas ressalvas anteriores.

 

9. Como continuo aprendendo, e com cada torra aprendo algo mais, prefiro fazer vários batches menores em vez de um grande. Ainda, quantidades menores permitem torras mais rápidas e maior controle. Dependendo da quantidade que pretendo torrar os batches vão de 120 a 220gr, sendo os mais freqüentes de 150 a 180gr.

 

10. O barulho do crack é difícil de ouvir no Gene, as vezes da outras não.

Por isso prefiro me guiar pelo cheiro. Por volta dos 9 aos 10 minutos (porém pode acontecer também aos 7 ou aos 13minutos) acontece uma mudança de cheiro bem característica, digamos de grama recém cortada (varia com grão) a um cheiro de cafe ou de torra. É fácil de reconhecer.

 

11. Aí estamos no inicio do 1C, podemos (ou não) ouvir o crack, (um pouco mais distante se escuta melhor) e devemos observar a expansão da semente, a abertura da fenda e o desprendimento do chaff. Marcar bem o inicio do 1C.

 

12. Um a dois minutos após, dependendo da expansão do grão e da intensidade do cheiro, que vai ficando mais pungente e mais doce, abaixo a temperatura. Nos densos, para 232 (visando os 230) e nos pouco densos para 227 (visando 225).

 

13. Agora a fase final, e a mais delicada, mais um a cinco minutos - dependendo se quero um City até um Full City + ou Viena - observo a cor, comparando com uma amostra previamente escolhida, enquanto vou cheirando para não deixar passar do ponto e especialmente não chegar ao cheiro de carvão.

 

14. Quando cheguei no cheiro, e cor que procuro, aperto o botão de cooling.

Se acho que apertei muito cedo, deixo no esfriamento automático que, como é mais lento, vai torrar mais um pouco.

Mas normalmente prefiro deixar esfriar até 180C, o que acontece em uns 30 segundos, aperto o botão de emergência e, quando este para, retiro o cilindro, jogo no resfriador (puxado pelo aspirador), recoloco o cilindro, dou mais tempo no botão azul (para voltar a funcionar) e aperto novamente o cooling.

 

15. Dai dou atenção ao grão torrado, remexo, coloco na bandeja e no freezer por dois minutos até esfriar, e uma vez com tudo sob controle volto a dar atenção ao próximo batch.

 

16. Zero os cronômetros, reprogramo o Roasmaster, reajusto parâmetros, faço as anotações, verifico o próximo batch e volto a aquecer o Gene novamente a 230C, agora com 2 ou 3 minutos já é suficiente.

 

17. Repito todo ciclo para os batches restantes.

 

18. Devo mencionar que durante toda a torra vou inserindo manualmente as temperaturas indicadas no Gene no Roastmaster, desta forma é que obtenho as curvas, ao mesmo tempo que vou observando o acompanhamento da curva do perfil de torra, que já estava inserida.

Ainda, com um termômetro IR, vou monitorando o cilindro.

Verifiquei que o mostrador das temperaturas máximas do IR me da um valor bastante aproximado ao que teoricamente deveria ser a temperatura dos grãos.

 

Espero ter sido suficientemente claro.

Evidentemente que esta não é a verdade universal sobre a torra, e muitos devem discordar veementemente, mas é simplesmente um relato da minha experiência que vem me trazendo resultados paulatinamente melhores, e que espero acabem ficando ainda mais, a medida que fomos nos aprimorando.

 

Fim do terceiro post.

 

 

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Bernardo, muito bom.

 

Eu uso uma rotina parecida com a sua. O Roastmaster também tem sido um grande aliado, principalmente se o torrador tem o habito de fazer as provas e anotar os resultados, como eu costumo fazer. No inicio há pouca massa critica mas à medida em que se vai alimentando os dados das torras e provas o aplicativo vai ficando mais útil e as torras vão ficando mais previsíveis.

 

Abraços.

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Caro Alexandre,

 

Muito bom teu comentário, se aplica corretamente ao iRoast bem como ao Hottop - que recomenda inclusive, um período de resfriamento de 20 minutos entre torra e torra..

No entanto o Gene tem uma particularidade, que consta no manual:

de fato o fabricante recomenda torras a partir de temperatura ambiente, mas para Home roasting.

Porém no mesmo manual o fabricante diz (com um excesso de otimismo, a meu ver) que o Gene pode ser utilizado em ambiente comercial, e neste caso recomenda o back to back roasting tantas vezes quanto necessário, sem intervalo de resfriamento e afirmando que o torrador esta perfeitamente preparado para este tipo de utilização.

Também explica a utilização da parada de emergência mencionando a possibilidade de resfriamento externo.

Evidentemente que neste caso o torrador estará preaquecido entre torras.

Consta ainda, em post do Homeroasters.org, casos em que alguns malucos realizaram muitas torras seguidas, na ordem das trinta (se não me engana a memória) e sem maiores consequências ao equipamento nem aos resultados das torras.

 

Abraços,

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Caro Roger,

 

Vou tentar responder sua serie de perguntas, grande parte já respondida nos posts e em outros tópicos sobre torra, mas vamos lá.

 

1. Primeiro ponto e tomar tudo com calma, não se apresar especialmente no início, nada de ruim vai acontecer se demorar mais um pouco.

O importante é não se machucar e não quebrar a maquina por afobamento.

 

2. Para entrar no cooling e só apertar o botão vermelho (start/stop) por 1 segundo, aí se desligará o aquecedor, acelerará a ventoinha começando o resfriamento.

 

3. A parada de emergência se ativa apertando o mesmo botão (vermelho) por mais de três segundos, novamente se desligara o aquecedor e o tambor ira girar até a posição de retirada e poderá ser retirado.

 

4. Nunca forçar a retirada nem a colocação do tambor. Para religar a máquina precisa colocar mais tempo, girando o botão azul antes de apertar o botão vermelho (start).

 

5.Se por acaso o tambor tiver parado em posição incorreta, e só ligar e fazer novamente a parada de emergência que ele girara até a posição correta onde pode ser retirado sem problemas.

 

6. Após cada uso limpar bem o coletor de chaff, para evitar sobreaquecimento. Eu sacudo o grosso no lixo e limpo o restante com aspirador de pó. Em Homeroasters recomendam desmontar o coletor e lavar os filtros e o tambor cada 50 torras.

 

7. Desde que alguns falaram que tiveram problemas de sobreaquecimento eu inventei um pequeno mod: colei daqueles adesivos de feltro nos pés, deixando o Gene uns dois centímetros mais alto, facilitando a entrada de ar para ventoinha.

 

8. Se puder torrar ao ar livre tens a opção de torrar sem o coletor de chaff, relatam que desta forma se escutam os cracks com clareza.

 

9. A película não altera o sabor, no entanto as vezes me incomoda de ver. Nestes casos extendo um pano de pratos, espalho nele os grãos, embrulho e vou amassando com as mãos. Vou sacudindo o chaff que vai soltando até ficar satisfeito.

 

O principal e ir com calma, tem que dar tempo ao processo de aprendizado, Roma não foi feita num dia e não se nasce sabendo :-)

 

PS: um detalhe, que acho que conheces mas que sempre é prudente destacar: após uma parada de emergência deves recolocar o tambor e reiniciar o cooling tão logo possível (mas sem se afobar) para resfriar e assim preservar o aquecedor.

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Obrigado Bernardo, vou anotar tudo o que você comentou aqui e tentar fazer um processo parecido com o seu, vamos ver o que vai dar, chegou hoje meus cafés da fazenda Monte Verde e vou tentar uma torra.

Mas ainda fiquei na dúvida se é normal alguns grãos ficarem com chaft ou se é deficiência dos grãos e se depois de torrado retiram os restos das palhas que ficam, eu venho dando uma peneirada antes de guardar o café, ontem acabei com o Unique Cítrico e no fim do pacote tinha muitos grãos de tamanhos bem pequenos e muito muito pó, até passei na peneira antes de colocar no torrador, esses que recebi hoje estão limpinhos e bem homogêneos.

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Muito obrigado pelas dicas Bernardo, acabei perguntando novamente o que você acabou de responder, vou tentar a tarde, tiro uma foto e posto aqui, é prazeroso esse processo da torra, o aroma também é algo tão bom quanto o próprio café :)

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Alexandre e Rodrigo,

 

Acho que o que o Bernardo quer dizer é que, estando o forno ja aquecido a uma temperatura elevada, há uma diminuição do tempo que leva para o calor externo seja transmitido para o interior dos grãos. Com outras palavras, estando a maior massa ja aquecida (lembrando que o fornecimento de calor não é interrompido por tempo suficiente para que ocorra um decréscimo rápido de temperatura), a transmissão para a massa menor leva menos tempo do que aquecer a integralidade da massa partindo da temperatura ambiente. Isso resulta em uma torra mais rápida e, por incrível que pareça, influencia no sabor do café. Compartilho da opinião do Bernardo, principalmente para o PHILCO, no que considero essencial o preaquecimento.

 

Acho que você sintetizou muito bem a charada. Independentemente de qual seja a fonte primária de calor, sempre que há grande diferença de temperatura entre dois corpos há mais transferência de calor. O café em grãos é um mau condutor de calor, assim com muitas peças não metálicas de um forno o são. Assim, se o equipamento estiver frio e tiver massa suficiente em relação à massa de café que se pretende torrar (e quase sempre terá), essa massa competirá com a massa de grãos na absorção do calor gerado pela fonte primária, comportando-se como um dissipador de calor (heat sink). A massa metálica, se for grande o suficiente, como em fornos convencionais adaptados ou muito mais em fornos comerciais, da mesma forma.

 

Assim, o comportamento do torrador sempre será diferente entre estar quente ou frio. Se esta diferença será pequena ou não dependerá de peculiaridades do equipamento, e tirar proveito dessa característica dependerá de decisão do usuário, baseado na experimentação e estudo.

 

Decerto que de uma maneira (a frio) ou de outra (a quente) se pode obter bons resultados. Porém, estou certo de que quando se chega nesse nível de detalhamento como fez o Bernardo em extensos posts anteriores, não está a se contentar com resultados bons, e sim em buscar o melhor possível.

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Minhas 3 primeiras torras com o café da Fazenda Monte Verde de Carmo de Minas, São 3 tempos e temperaturas diferentes, pré aquecendo o forno conforme o Bernardo disse e fazendo as outras duas torras em seguida, a primeira mais escura, a segunda mais clara e a terceira é que demorou mais para terminar e finalizou os 15 minutos a 240º C até com o resfriamento do forno, gostei mais desta terceira torra, que deve ser talvez um full city.

 

p05j.jpg

 

bv7t.jpg

 

 

u0f4.jpg

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Tirei o coletor de palhas e fiz a torra fora de casa, consegui escutar perfeitamente os cracks. Essa terceira torra iria dar para minha irmã mas vai ficar para outra vez porque aparentemente ficou muito boa, gostei de deixar resfriar pelo Gene que parece que ele da uma limpada melhor no café. Agora é esperar e provar as 3 torras para ver como ficou :)

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Terceiro post.

 

 

11. Aí estamos no inicio do 1C, podemos (ou não) ouvir o crack, (um pouco mais distante se escuta melhor) e devemos observar a expansão da semente, a abertura da fenda e o desprendimento do chaff. Marcar bem o inicio do 1C.

 

12. Um a dois minutos após, dependendo da expansão do grão e da intensidade do cheiro, que vai ficando mais pungente e mais doce, abaixo a temperatura. Nos densos, para 232 (visando os 230) e nos pouco densos para 227 (visando 225).

 

13. Agora a fase final, e a mais delicada, mais um a cinco minutos - dependendo se quero um City até um Full City + ou Viena - observo a cor, comparando com uma amostra previamente escolhida, enquanto vou cheirando para não deixar passar do ponto e especialmente não chegar ao cheiro de carvão.

 

 

Fim do terceiro post.

 

 

Bernardo anotei o que você escreveu e fiz uma torra parecida, deixei pré aquecer por 5 min, setei o tempo total da torra por 15 min, coloquei os grãos para desidratação por 5 min na temperatura de 220º c, depois mais 5 minutos a 239º C 1C começou por volta dos 10 minutos também, deixei nessa temperatura sem mudar e o crack continuou ai depois de um tempo abaixei para 232º C e deixei... as duas primeiras finalizou antes dos 15 min e a última finalizou com os 15 min e deixei resfriar no Gene e pelo visto ficou a melhor delas.

 

O que percebo alguns grãos se for deixar a torra mais clara não fica homogêneos o que pelo que já andei lendo não é características de má torra e também fica bastante chaff nos grãos. Já se deixar mais tempo, escurecer mais a torra os chaffs se soltam com mais facilidade e se deixar no próprio Gene no tempo do cooling melhor ainda, pois o ar que entra é mais forte e o metal continua fazendo a limpeza.

 

QUero fazer uma torra com os grãos bem escuro, acho que essas q fiz devem ter chegado a um Full City ou French Roast.

 

Fiz a citação do seu texto que fiquei na dúvida quando você diz no item 12 um a dois minutos após, seria o primeiro estalo ou o fim do primeiro crack por completo??? A minha dificuldade em relação ao crack é que ele começa e não sei quando termina se já está no segundo ou não, em média, dura quanto tempo os estouros do primeiro crack??? e para chegar ao segundo crack em média quanto tempo após o primeiro? Preciso identificar isso para saber que o limite da minha torra será no máximo o início do segundo crack que tenho que tirar o café correndo para não queimar.

Mas suas dicas foram muito boas, viu como visualmente ficou bem melhor em relação à anterior? Não sei se é também em relação aos grãos que estavam utilizando antes, mas enfim, vou continuar fazendo desse jeito.

Parece que o mais importante para a homogeneidade da torra é cuidar do pré aquecimento e desidratação e depois só ter o cuidado para chegar no ponto que se quer, processo simples mas que tem que acompanhar a torra sempre. Mas quero tentar simplificar o máximo, mas agradeço muito as dicas que você postou e espero que ajude a todos nesse processo que ao mesmo tempo é simples envolve uma ciência que é bem complexa, um abraço

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