Gaggia Orione/Tell

[Carneiro]

Milésima postagem minha!!!

 

Para comemorar, vou contar aqui da nova aventura, já em andamento... Restaurar essa máquina:

 

 

 

Ela veio na mudança, há muito tempo, de uma certa pessoa que não tem mais tempo para essa diversão. A Gaggia já estava parcialmente desmontada, então já adiantei bem o assunto para não correr risco de perder peças etc.

 

Os modelos manuais da Gaggia até os anos 60 se chamavam Orione. Na década de 70 já tinha essa cara mais moderna, os botões são do modelo Tell, mas não sei exatamente se eles chamavam a manual de Tell ou Orione. Por isso Orione/Tell. O grupo ainda é o mesmo da histórica Gaggia de 48, com pinhão e cremalheira e o pistão corre dentro das vedações e luva. Também não tem a tela fixa, é apenas uma tela presa no pistão. Incrível é que o formato e posição das abas do porta-filtro são praticamente idênticos aos de hoje...

 

Desmontar a caldeira foi fácil, e os prisioneiros, apesar de enferrujados, saíram facilmente (lixei de maneira a encaixar uma chave de boca):

 

 

 

A caldeira tava bem cheia de calcificação. Escura, imagino que com óxido de cobre ou algum revestimento interno (o externo parece ser estanho ou níquel):

 

 

 

É um monstrengo de 8L, normalmente se deixa o nível em 4-5L. A água da caldeira é usada no café, pois o grupo fica aquecido pelo pescoço da caldeira no qual é preso e a água vem por um tubo cuja ponta vai ao fundo da caldeira. Semelhante a La Pavoni, Elektra MCAL etc. A diferença é que o grupo tem uns 11-12kg de metal! Eu chuto que o grupo deve ficar com a temperatura na faixa de 70-80°C e tem massa suficiente para compensar a água a 115-120°C.

 

A mola tava toda enferrujada e esfarelada:

 

 

E o que peguei foi o pistão com um pedaço ainda preso lá dentro. Um amigo ajudou a retirar com um macaco hidráulico - o mais demorado foi fazer a pinça para puxa. Soltar o pistão do eixo também foi complicado e precisou de calor, agora espero que acertemos o diâmetro na nova cromação.

 

Ainda preciso pegar as peças na cromação, chapas laterais na pintura (chassi já está branco) e faltam chegar peças. Também tem a decisão do revestimento da caldeira.

 

Márcio.

[Fogo ruivo]

Márcio,

 

Só uma curiosidade...

 

Todas essas beldades vc esta restaurando pra vender?

 

Pelas minhas contas já são 5 não?

[Ruston Louback]

Que beleza hein!

E ainda falta a minha gaggia! Hehe

[Guest Anita]

Ei, tem uma Silvia aqui aguardando um PID. Ela está aguardando qualquer um instalar o benditinho nela... Quem topar ela encara...

[Carneiro]

Fogo, não sei. Só o tempo dirá... Mas a MCAL ninguém compra, imagine essa máquina que seria bem mais cara

 

Ruston, só falta vir aqui... O tubo de teflon não vai andar até sua casa!

 

Ana, tô devendo.

[Guest Anita]

Não tem dívida nenhuma. Mas a Silvia com cara de pidona aceita qualquer encaixe na agenda....

 

beijo

 

Ana

[Bruno Goulart]

Não faço questão de comprar,

mas quero uns espressos dessa máquina!

Quem sabe você não me convence a trazer a macal daí de São Paulo...

Bruno.

[Carneiro]

Puxa, até o final de semana do Espaço Café dificilmente estará pronta... Pior é a Velox estar pronta e eu não conseguir instalar na parede.

 

Márcio.

[Ruston Louback]

opa

a Mcal quero conhecer tambem hehe.

 

[Bruno Goulart]

Eu volto outro dia pra Gaggia.

O Fogo segura a velox, não? Ele nem vai se importar com o calor dá máquina...

[Carneiro]

[Fogo ruivo]

:rolleyes:

[Rodrigoks]

Márcio,

 

Não sei o que vc faz pra ganhar a vida, mas em outro país poderia ganhar muito grana com esse negócio de restauração. Muito legal mesmo!

[Carneiro]

O cara mais fera de restauração que já li (tem vários feras, mas esse é mais que todos) é o Paul Pratt, dono da Cafelat. Ele mora na China, deve importar essas velharias da Itália etc e faz tudo que pode ele mesmo, mas ele tem uma oficina profissional. Sei que ele não croma, mas polimento, peças no torno etc, ele faz... Tem uma restauração da Orione no Home Barista e agora ele está restaurando uma La Pavoni comercial antiga. Muito legal.

 

Realmente, viver disso seria difícil... Alguém pagaria uns 9000 reais nessa máquina tinindo?

 

Márcio.

[Rodrigoks]

Ainda mais no Brasil, que cada peça que tiver que importar chega a preço de ouro. Na China, deve ser bem mais barato restaurar.

[Victor D.]

Fogo, não sei. Só o tempo dirá... Mas a MCAL ninguém compra, imagine essa máquina que seria bem mais cara

 

Ruston, só falta vir aqui... O tubo de teflon não vai andar até sua casa!

 

Ana, tô devendo.

Um dia eu compro a Mcal, isso se você não arrumar alguma coisa mais legal até lá.

Por falar nisso, minha máquina chega hoje, o preço nem vou comentar para não chorar no trabalho.

Chegaram também os cafés da Square Mile, os do Marcelo o da Unique e o Forno, enfim, overdose de café hoje à noite.

[Rodrigoks]

Que máquina vc encomendou mesmo, Victor?

[Victor D.]

Que máquina vc encomendou mesmo, Victor?

É surpresa, mais tarde posto as fotos

[Carneiro]

Parte de trás. O pressostato, infelizmente, não funciona mais, apesar das chaves de mercúrio estarem intactas. Reparem na parte de cima que tem aquecedor de xícaras com vapor, como antigamente se usava. Devo deixar funcionando...

 

 

Sob o aquecedor o tubo que leva o vapor e a válvula de segurança com coletor. Dá para ver o pescoço no qual se conecta o grupo. O pescoço permite aquecer o grupo com calor do metal e vapor, mas a alimentação é um tubo que vai até o fundo da caldeira.

 

[Carneiro]

Chassi pintado a pó:

 

[Bernardo B]

O Paul Pratt postou algo recentemente sobre um pressostato bem parecido.

[Gilberto]

Voce pinta apó ai, ou é terceirizado ?

[Carneiro]

Sim, Bernardo, é a mesma fabricação:

 

 

Muito legal pois ele pode atuar nas duas fases, as chaves de mercúrio duram para sempre, mas o mecanismo tava todo enferrujado. Provavelmente tava vazando e alguém não cuidou. Parece que funcionava mas algo quebrou e não pretendo arrumar.

 

Gilberto, levo num cara para pintar, se alguém precisar é na Rua Faustolo, 391. Eu moro em apartamento... Daria para pintar na casa do meu pai se eu comprasse um equipamento (tem um ionizador pequeno), montasse uma capelona, e ainda se tivesse um forno maior para as peças grandes. Além de tudo isso cada caixa de tinta a pó dura bastante mas custa mais de 400 reais, teria que ter muito uso para valer a pena. Só se montar uma oficina de restaurações em geral!

 

E de fato, se for fazer em casa, com paciência e cuidado dá para fazer pinturas mais bonitas de acabamento com tinta líquida, não precisaria do forno na maioria dos casos e a matéria prima seria mais viável...

[Gilberto]

É que pensei que você trabalhasse com isto. O camarada da Faustolo tem jato de areia para jatear antes, pergunto pois tenho um forno de pizza destes tipo do Faustão que vou começar a reformar e vou precisar de pintura eletrostática, cromação, parafusos de inox,....

[Carneiro]

Não trabalho, é só hobby com as cafeteiras. Mas comecei a gostar, seria muito legal fuçar em outras coisas. Mas não tem tanta coisa no Brasil para aproveitar, e quem negocia antiguidade ainda acha que mesmo detonadas as coisas valem fortuna.

 

Lá ele tem sim como decapar (se precisar), jatear e pintar a pó (eletrostática). Ele não croma mas leva em um cara na Cardeal, esqueci o nome. Eu levei a Velox, a Faemina e as peças dessa máquina para cromar na Nakabara Nakahara, no Butantã.

 

Parafusos etc eu compro na Dallanese, aqui na Lapa.

 

Como é um forno do tipo do Faustão? Nunca vi esse quadro dele... Só tem que ver que parte vai pintar e qual temperatura limite das tintas a pó. Se quiser manta de fibra cerâmica para isolamento eu tenho bastante de 6mm (se a camada for mais de 6mm basta colocar duas).

 

Márcio.

[Gilberto]

O forno é da www.divolpi.com.br , ele era usado no programa do Faustão quando tinha aquele quadro que eles iam servindo pizzas.

A parte que pega calor é a cúpula de alumínio que vou anodisar. Obrigado pelos endereços, eu até usava estes tipos de serviço mas lá no Ipiranga e não tenho mais os endereços. Achei que você trabalhava com as máquinas pelo seu conhecimento geral do assunto.

 

abraços

[Bernardo B]

Márcio, já experimentaste utilizar algum antiferrugem (ou "remetalizador") derivado de ácido fosfórico no pressostato ?

[Carneiro]

Não. Mas é que uma peça ali quebrou mesmo, não sei se vou gastar tempo nele... Uma pena, pois esses pressostatos duram a vida toda, literalmente, se não for um problema como esse.

 

Márcio.

[Carneiro]

Droga!

 

 

[Fogo ruivo]

Calma Marcinho....

 

Solda de novo!