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Torrando o Fazenda do Condado


Lucas Faccioni

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Sem dúvida, o grão continua a expandir conforme a torra avança. Tanto que ao adentrar o segundo estalo chega a ficar bem estufado do lado plano.

 

Minha dúvida é se duas amostras do mesmo café, em um dado estágio de torra, apresentam expansão diferente em função do perfil de torra aplicado. Parece que sim. Noto nas minhas torras, de maneira muito singela e sem nenhum rigor científico, que torras mais rápidas parecem ter expansão mais violenta. Parecem...

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Sim, primeiro estalo com mais energia e o grão expande mais, com menos energia e expande menos.

 

Já reparei que em torradores com fluxo de ar mais alto, como pipoqueira ou um de tambor que tenha potência no exaustor é mais difícil expandir tanto. Na pipoqueira mesmo lembro de ter conseguido boa expansão e os grãos bem parecidos com as torras tradicionais por aí quando usei 100 g ou 120 g, não lembro direito. O fluxo de ar era menor, a torra foi um pouco mais longa mas tive que auxiliar bastante com uma colher de pau :)

 

Acho que o que manda mais nessa velocidade de expansão é a diferença de temperatura. No Quest, se há poucos grãos entre a sonda do ar e a da massa de grãos, por exemplo 10ºC ou até menos, a evolução é bem lenta e a expansão menor, grãos mais feiosos. Se o ar estiver uns 15-20°C a mais, aí é violento, o primeiro estalo também acontece mais rápido, mas uns 2,5 minutos e os grãos estão bem grandes.

 

Márcio.

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Como são as coisas ...

Esta torra do Condado parecia clara demais, tanto que já fiz duas outras mais escuras, este é o cupping, que para mim deu 86:

 

Ristretto de 14gr / 25ml no Lido, extração na Graef, pressão alta, temp 90C, complexo, aroma e sabor frutado misturado, bem azedinho, bom mouthfeel e ótimo aftertaste. Torra clara, inesperadamente boa (me confundi: tinha pensado em testar a City+ do 1/02/13 na Graef).

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Só não tenho o prolongador da câmara....

 

Vai te custar entre 2 e 4 reais, e de quebra poderá fazer um bom molho de tomate!

http://forum.clubedocafe.net/index.php?/topic/466-torra-com-a-pipoqueira-inclinada/page__view__findpost__p__8168

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E isso mesmo, esta City+, bem mais "bonita" (grão mais expandido, quase sem chaff, bem homogênea) para uma foto, mais o sabor da American do 26/01/13 ganha fácil.

 

De diferente: 1. rampa mais brusca (primeiros 5' para 220, na outra somente 200C, 2. Torra mais quente (240 contra 230C) e pôs 1C mais quente (220-225 em vez de 210-220). E agora José ? Quero um pouco mais de chocolate mas sem perder o frutado, que é o melhor ...

O ponto forte deste cafe é, IMHO, o aftertaste. Dei 81 - 82 ao cupping.

 

Lido, Graef, 14gr/50ml (dois espressi), mais fraco, um pouco amargo mas sem chegar a prejudicar, boa acidez, agradável porém com menor aroma, sabor (Kola ?) e complexidade que o mais claro, ótimo aftertaste.

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Legal, Bernardo! Muitos testes com o café, o que é sempre excelente e educativo. Dicas de tradução (já pensei no assunto e sei como é difícil achar a palavra ideal):

  • Aftertaste: sensação, finalização. Retrogosto é horrível demais.
  • Cupping: prova. Até mesmo confuso usar cupping ou prova para expresso, que é bem diferente de prova de café.
  • Mounthfeel: esse é o pulo do gato que não temos aqui, e sempre usamos corpo para tanto o corpo que vem da doçura quanto o que vem desse mouthfeel. O Robusta normalmente tem um mouthfeel pesado, denso. As torras mais escuras também que vez ou outra trazem isso tirando doçura ou com outro tipo de corpo/doçura... Seria algo como "aspecto" ou "sensação inicial". Sei lá.

Abraço,

 

Márcio.

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Bernardo,

 

Sua descrição esta muito semelhante ao café que tenho obtido aqui em casa. O meu tenho torrado até escassear o primeiro crack, interrompendo antes de começar o segundo. Eu a definiria como city. Qual sua impressão pela foto? A cor esta próxima a sua?

 

http://www.flickr.com/x/t/0097009/photos/85044844@N05/8437830451/

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Rodrigo, torrei hoje incorporando suas dicas. Nao usei 120g, usei por volta de 100g.

Acho que consegui um resultado melhor que anteriormente vinha conseguindo, pelo menos em termos de aspecto. Embora tenha ficado hetereogênea, a torra se desenvolveu no tempo que eu gostaria, em torno de 8minutos, atingindo uma cor mais clara que eu vinha conseguindo. Vou testar na xícara amanhã. Eu estava com dificuldade de atingir torras claras, que estavam ficando subdesenvolvidas devido ao tempo mais curto. Estou com boas expectativas.

 

Agora, não sei se é falta de coordenação motora minha, mas é muito enrosco agitar, medir temperatura, ligar e desligar o aparelho, movimentar os graos e anotar os tempos!! Precisava de mais uns 4 braços!!! Kkkk

 

Um abraço,

Bruno

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Toda atividade nova leva tempo pra coordenar, Bruno. Sugiro você filmar e anotar os tempos depois, pra poder se concentrar no desenrolar do processo. Com o tempo tudo fica mais natural.

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Guilherme, a tua é mais bonita :-)

Usei a tabelinha da ABIC para comparar: a American (o mais gostoso) deu tanto 75 o grão quanto o pó, torra igual de dentro e de fora.

O City+ deu 55 o grão é 65 o pó, o que significa que torrou mais de fora que de dentro ...

 

Marcio, vou tentar mas não prometo nada, já sabemos que é difícil ensinar truques novos a cachorros velhos ...

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Acho que o que manda mais nessa velocidade de expansão é a diferença de temperatura. No Quest, se há poucos grãos entre a sonda do ar e a da massa de grãos, por exemplo 10ºC ou até menos, a evolução é bem lenta e a expansão menor, grãos mais feiosos. Se o ar estiver uns 15-20°C a mais, aí é violento, o primeiro estalo também acontece mais rápido, mas uns 2,5 minutos e os grãos estão bem grandes.

 

Márcio, pelo primeiro "grãos" vc quis dizer "graus", correto?

Li, reli, e fiquei remoendo essa frase por horas, e não entendia o que significava...

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Bem, acabei de fazer o cupping com a torra intermediária, do dia 30/01/13. O grão pouco expandido e bastante duro, e foi o de sabor intermediário, também dei 81 pontos.

 

Foram 16,5 / 50ml (dois espressi) moidos no Lido e extraidos na Strega. A extração foi boa mais, ao contrario da anterior (que foi muito rápida mas dava a entender que teria complexidade) não deu para perceber o aroma, nem a complexidade nem o corpo. Ficou como a torra do 01/02/2013 só que sem o amargor.

 

O que houve de diferente na torra: a temperatura de 200C até os primeiros 5', a temperatura para 1C de 235C e de 230-225 de finalização.

 

Tudo indica que o Condado, no Gene pede: 1. 220C nos primeiros 5' (para carregar mais calor para o 1C, o que deveria resultar em grão mais expandido, menos duro e com menos chaff, ou seja: mais "bonito"), 2. temperatura de 230C para 1C, parece que maior temperatura esconde o sabor e a complexidade 3. Temperatura de 210 a 220C de finalização, acentua mais o sabor.

 

Talvez aumentar um pouco o tempo de finalização, para uns 6 - 6,5 minutos após o 1C, possa desenvolver mais o corpo.

 

Estou imaginando o momento de chegar num perfil ideal, definido e consistente, resultando cada vez em uma torra perfeita.

Vou me sentir o Rei da Cocada Preta !

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Estou imaginando o momento de chegar num perfil ideal, definido e consistente, resultando cada vez em uma torra perfeita.

Vou me sentir o Rei da Cocada Preta !

 

Tenho certeza que já esta fazendo uma torra excelente e que o ponto ótimo esta muito próximo. Parabéns!

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Acabei de fazer um cupping com o restinho da torra City do 30/01/2013, a que eu tinha dado 81 pontos no dia 03/02/2013.

 

Parece que so precisava de tempo. Hoje deu 90 !

 

Ristretto de 8,0gr para 8,3gr. Muito bom ! Super doce, corpo, aroma, sabor, equilibrado, finish, suave acidez.

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Não me chamaram na conversa mas vou me manifestar...

 

 

Marcio,

 

Eu faço cupping da forma tradicional, às vezes. Mas para falar a verdade meu olfato é bem ruinzinho então eu acho mais fácil perceber as coisas no espresso. Por essas e outras meus cuppings tem sido no espresso mesmo. Acho o cupping tradicional mais útil para perceber corpo e doçura, por exemplo, mas o balanço, finalização, etc, é espresso na cabeça...

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Ok, você prova o espresso daquele café, mas cupping é seguir mais de perto o protocolo de prova.

 

Algo como: "Fiz uma prova (ou cupping) do café". Dá para falar a mesma língua... Provei o espresso assim ou assado, coado, ou aeropress, aí é bem mais variável.

 

Márcio.

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Márcio voce esta certo, porém meu objetivo primeiro é identificar o melhor resultado na xícara da torra em questão, e dificilmente comparo, o que seria um dos objetivos principais do cupping "strictu sensu".

Acho que Leo e eu temos esta visão, mais "livre", possivelmente porque ambos utilizamos o Roastmaster, que no cupping te permite colocar qualquer método a tua escolha e também te pede a quantidade de água utilizada.

Também reconheço que o ristretto e pouco apropriado para testes, desde que altera bastante as características, vis a vis uma extração "normal".

É por este motivo que normalmente discrimino a forma de extração e a dossagem.

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Acho que a crítica do Márcio é mais quanto à terminologia, entendido o cupping como um processo que tem um roteiro mais ou menos definido. Talvez pudéssemos falar em degustação no caso de uma prova com um ristretto?

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Certamente Márcio.

 

Eu (inadequadamente talvez) me refiro ao termo cupping para dizer que aquela prova que fiz em determinado método não foi uma prova comum mas sim uma prova "valendo nota", onde tento perceber as características da bebida e tabular tudo no Roastmaster, por exemplo.

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Boa discussão. Também uso o roastmaster. Programa imbativel para acompanhamento da torra, na minha opinião. Sugiro deixarmos cupping para a prova usualmente feita em concursos de café e degustação para prova em outros métodos. Assim não confundimos os usuários do forum.

 

Fiz uma torra com um perfil diferente hoje, entrando mais quente na desidratação, bem como conferindo maior velocidade de giro no tambor. Com isso, a torra se desenvolveu mais rápido, finalizando, em grau city, aos 9min50s.

 

Fiz uma degustação na espresso, mas com filtro despressurizado, para se aproximar mais do café coado. As notas de origem estão presentes, o café esta com sua doçura natural, acidez mediana e corpo suave.

 

Segue vídeo

 

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Você quis dizer filtro pressurizador, não? Acho que é esse que poderia se encaixar na sua comparação, Guilherme...

 

Sim, aquele com vários furos em um lado e apenas um furo do outro, com café moído mais grosso, no nível de açúcar cristal.

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