@Luke S, não sei se você já postou a respeito em algum outro tópico, mas você poderia elaborar sua opinião de que Krups GVX e Cuisinart DBM8 tem "Falsas mós"? Achei isso extremamente curioso. É por serem planas em vez de cônicas?
As mós desses dois modelos são planas, como os sistemas arcaicos (que parecem predatar a invenção da escrita) de moinhos de farinha compostos por dois discos de pedra (geralmente granito) ranhurada, perfurados no centro e colocados um sobre o outro, com suportes nas laterais da mó superior para que a mesma pudesse ser girada em torno de um eixo por mãos humanas ou com assistência animal (bois e mulas eram os mais comuns).
Mós cônicas são um invenção muito mais recente, com diferentes implicâncias em seu uso, requerendo maiores recursos de engenharia em sua construção. Postei uma explicação disso aqui no CdC,
...mas há muitas outras detalhando características de cada uma e realçando pontos fortes e fracos.
OBS: na postagem linkada acima, refiro-me erroneamente às mós no masculino, por entender que sendo derivada do nome latino mola - de onde vem os verbos "moer" e "amolar" - "mó" deveria ser masculino, mas em português brasileiro é substantivo feminino. ¯\_(ツ)_/¯
Ambos modelos elétricos citados usam mós planas e compartilham de uma estrutura menos firme do que a de moedores mais caros e robustos, resultando em menor precisão e consistência, o que os torno menos adequados para espresso e torras que exigem maior uniformidade, como a prensa-francesa que se tiver muitos fines, faz muita lama. Para coado, ambos apresentam consistência similar ao Hario Mini e ao Porlex, bem como à maioria dos moedores manuais portáteis de mancal simples, que dependem do atrito dos grãos para centralizar as mós (cônicas).
@Asami, em resposta direta à pergunta, ambos modelos são bastante equivalentes em termos de resultados de moagem. Testei ambos muitos anos atrás, e gostei mais do Krups, comparando apenas resultado na xícara, mas foi muito sutil. Tanto que comprei um e acabei nunca vendendo, a despeito de ter recebido ofertas por ele. Deixo num local em que leciono para fazer coados "pra turma" (quando é só pra mim, uso o Bravo Mini ou o Crushgrind Columbia, dependendo do que está comigo no dia, e ambos são superiores ao Krups).
Contudo, no momento, o DBM8 ainda deve ter manutenção fácil no Brasil, enquanto o GVX, que deixou de ser vendido por aqui faz algum tempo, já está perto do limite de 5 anos obrigatoriedade de disponibilização de peças, tornando futuras manutenções um pouco mais difíceis. Mas isso é bem questionável, a Cuisinart tem fama de não manter peças em estoque pelo tempo determinado pelo código do consumidor, então é bom lembrar disso também.
Por fim, concordo com o Luke S que, pra coados, um Baratza Encore ou Virtuoso seriam muito melhores. Os resultados serão tão superiores no coado que recomendo fortemente investis mais (ou esperar e juntar mais dinheiro) para comprar pelo menos um Encore. O frete vai dar praticamente o mesmo, então pense bem antes de comprar.
Um DBM8 vai custar em torno de U$116 entregue direto no Brasil pela Amazon, quase R$ 500. O último Encore usado vendido aqui no Clube parece ter sido negociado em torno de 800 reais, francamente um melhor negócio em termos da relação custo x benefício. Um Encore comprado on Ebay e enviado via Serviço Postal chega no Brasil por aproximadamente 1000 a 1150 reais com frete e depois dos impostos pagos (nos estados que isentam ICMS pelos Correios). Ainda assim, bem interessante.
Boa sorte!