Ranking
Conteúdo Popular
Mostrando conteúdo com maior reputação em 28-07-2019 em todas as áreas
-
Pessoal, Vou iniciar no mundo da torra caseira com o famoso forninho do Beto-o (o Brother's Coffee Roaster PRO). Fui atrás de material sobre torra, e vi que existe uma série de vídeos produzidos pela Mill City Roasters, chamada de Roaster School Online. Ali eles explicam vários aspectos da torra de café. Fiz anotações pessoais à medida que ia vendo os vídeos. E depois tive a idéia de colocar as anotações aqui. Podem servir tanto pra membros que não falam inglês como pra quem quer ter uma ideia do que se fala no vídeo sem ter que "perder tempo" vendo todo o vídeo (eles são longos, cerca de 40-50m cada) para no fim descobrir que já sabia aquilo ou que o assunto não o interessava. À medida que for vendo os vídeos vou colocando as anotações aqui. Pode também ser um ponto de partida para discussões a respeito das afirmações do que o autor dos videos argumenta. Não procurei o perfeccionismo (inimigo das realizações, pois se você busca a perfeição muitas vezes acaba nunca fazendo as coisas), assim, podem existir erros nas minhas anotações. Mas procurei fazer o meu melhor. Sem mais delongas, vamos começar. Roaster School Online Ep #1 - Turning point - Sempre pré aquecer o forno - Turning point é o ponto onde, no sensor de temperatura, a temperatura deixa de cair e começa a subir novamente - Lembrando que o turning point em verdade é uma ilusão. O grão de café não esquenta, esfria e depois esquenta de novo. Ele começa em temperatura ambiente e de lá só vai esquentando. A curva ocorre porque o sensor inicialmente está quente na temperatura do seu forno (por ex. 220o), depois "cai" pra temperatura ambiente (dos grãos de café) pra ir aquecendo novamente. Mas os grãos em si nessa etapa sempre vão aquecendo. - Enquanto estiver se adaptando ao seu forno ou a um tipo de café específico, procurar sempre manter a mesma quantidade de café nos batches, para facilitar os experimentos, a comparação e a repetibilidade. Da mesma forma para a temperatura inicial. Quanto maior o número de variáveis fixas, mais fácil vai ser fazer os ajustes nas curvas de torra para conseguir repetir um batch que você gostou. Se você começar com a temperatura inicial diferente e quantidade de café diferente, estará mudando muitas variáveis e, não conhecendo o seu forno, fica mais difícil de replicar uma torra. - A temperatura do probe não necessariamente é a temperatura do tambor. - Café pode ser mais denso (turning point na frente) ou menos denso (turning point mais rápido) - Se o turnaround for muito sharp (curva muito fechada), isso me indica que o café reage forte ao calor, então devo reduzir um pouco a temperatura. Se a curva for muito aberta, então talvez deva aumentar a temperatura. - Procurar torrar sempre 80% da capacidade do seu torrador - No final, "apesar" de toda teoria, o mais importate é: O café te deixa feliz? Falam em 12 minutos de torra, isso, aquilo... se você mudar essas variáveis e no final o café te deixar feliz, esse é o principal parâmetro. Não adianta fazer tudo conforme a teoria e o café ficar ruim pra você (ou pro seu público alvo). A alegria ao beber o café tem prioridade máxima acima de todas as variáveis e teorias.1 point
-
Como disse antes, esses são vídeos que estou vendo e anotando, então o objetivo não é cobrir todos, mas aqueles que me parecem mais interessantes. Nesse sentido, por hora pulei os próximos, que falam por exemplo como fazer blends especiais de natal (talvez seja algo típico dos EUA, nunca vi disso por aqui). Assim, o próximo que me chamou atenção foi o 9: Roaster School Online - Ep #9 - Roaster Roundtable Nesse vídeo eles colocaram 5 profissionais numa mesa para responder a seguinte pergunta: O que vocês gostariam de ter sabido quando começaram a torrar, que sabem agora? Apesar da ideia ser boa, não achei que o vídeo foi tão rico quanto os anteriores. Mas foi interessante. Da esquerda pra direita, numerei as pessoas de 0 a 4. Eis os comentários que achei mais relevantes: - 2: Achava que era mais técnico, anotava, criava uma receita e pronta, era mais mecânico. Aprendeu que é mais arte, as regras não são tão rígidas. Se tivesse começando de novo hoje, teria ousado mais, experimentado mais. - 1: Antes era mais secreto, era mais díficl obter informação - 0: Já fui em fazendas onde guardavam o perfil de torra à noite trancado, pra que ninguém visse - 2: Realça que há um material muito bom em sites como Sweet Marias (https://www.sweetmarias.com/) e Home Barista (https://www.home-barista.com/forums/). Claro, isso porque não conhecem o CdC ainda! - 4: É legal aprender como torrar no papel e caneta, visualmente, pelo cheiro, antes de ir pro software. - 2: Às vezes somos muito duros com a gente mesmo. Mesmo "errando" muito a torra, mesmo assim o cliente gosta ou "deixa passar" o café. Existe bastante margem. Às vezes por não conseguir precisamente uma nota, uma característica, ficamos nos martirizando. - 0: Sempre achei que não sabia o suficiente. "Ele sabe mais", "ela faz cupping melhor". Não tenho que ser o melhor roaster do grupo. Devemos confiar em nós mesmos, no nosso conhecimento. Devo saber devolver à comunidade. Isso ajuda a ficar mais "zen", menos ansioso. - 1: Há cafés mais fáceis de torrar que outros. Se o café tem 94 pontos verde, e temos que travar uma luta com ele pra torrá-lo, será que é mesmo um bom café? - 0: Eu chamo isso de "roastability" (seria algo como quão fácil é de torrar um determinado tipo de café) - 1: Se você começar com um café bom, mesmo que erre um pouco na técnica, terá um resultado bom. Começar com um café mediano vai aumentar suas chances de não ter um resultado tão bom. Nota: Isso o @Allexlimaa2 já havia me falado - 4: Concorda com 1. Você pode manipular a torra melhor com um café melhor. No início pode ser tentador comprar um café mais barato, mas esse é o seu produto, o cerne do seu negócio, com isso que você trabalha, ele deve ser delicioso. O que aprendi do ponto de vista do business? Comece com um torrador maior. Comecei com um de 3 pounds (1.36kg), em um ano já tive que trocar. Compre um torrador que dê conta do que você planeja/projeta estar vendendo em 2/3 anos - 1: Até porque a cada troca de torrador você tem que reaprender quase tudo - 2: Pensar na infraestrutura também. Mesmo começando com um torrador menor, pensar no espaço físico que um torrador maior vai precisar, dutos de gás, etc. Pensar na estratégia de crescimento. Uma abordagem alternativa: Você pode comprar um pequeno que sirva como torrador de prova depois. Se começar com um médio e já aumentar, depois terá que comprar um de prova também. - 0: Aprendi também a confiar mais no meu instinto. Lembro que fui num local onde 2 baristas estavam dando milhões de elogios ao café, tomei, e estava horrível. Hoje digo com confiança "Ei pessoal, esse café aqui não ficou bom!". Antes eu pedia a confirmação de várias pessoas antes de me pronunciar. - 1: Tente achar o meio termo correto entre ter mentores e confiar em si mesmo. É importante ter um mentor, e ao mesmo tempo confiar no seu conhecimento adquirido. - 2: Aprenda a cozinhar coisas e aplique esses conhecimentos ao cafés. Os melhores chefs do mundo não são os melhores chefs porque podem seguir uma planilha, mas sim porque eles podem explorar novos terrenos, ver o que uma comida pode apresentar conceitualmente e apresentar esse conceito a um convidado e fazê-lo se conectar a esse conceito emocionalmente - 1: Pergunte ao seu fornecedor o tempo todo: qual o melhor café que vc tem? Outro dia: E aí, qual o melhor café que vc tem pra mim? Quando ele tiver um café bom ele vai lembrar de vc. Seja a pessoa para a qual os fornecedores/importadores vão querer entregar os melhores cafés. Tome um café com eles, diga o que gostou, o que não gostou, pra que eles te conheçam e saibam do que vc gosta. Se tiver um evento, seja voluntário para ajudar, não fique só no canto bebendo. Seja um amigo, seja uma pessoa boa. Você terá melhores resultados.1 point
-
Olá senhores, Possuo um equipamento deste também (FreshRoast SR500), e faço minhas torras a cada semana. Não poderia concordar mais com os confrades, torra via air roaster, ou convectiva, é totalmente diferente do que geralmente temos como base. Isso pois a vasta maioria da informação disponível é para torradores comerciais, e portanto de construção "drum". Se eu posso falar algo é que, nos torradores a ar, deve-se tomar cuidado para que a torra não seja muito rápida, pois isso inibe um completo e harmônico desenvolvimento do grão. Um batch de 130g é o máximo na FreshRoast. A depender do grão comprado, com essa "carga" a torra fica bastante heterogênea. Quando este é o caso, eu geralmente torro batches menores, de 90g por exemplo (essa medida é do grão cru). Para que a torra não seja muito rápida, eu geralmente começo com a temperatura no Low, primeiro para que o grão perca massa e assim os grãos na câmara possam ser levados mais facilmente pelo ar, contribuindo para a homogeneidade da torra. Depois vou para a temperatura "Mid", a qual mantenho a maior parte do tempo e, um ou dois minutos antes do tempo (ou coloração) de torra que desejo, eu vou para a tempratura High e finalizo a torra nela. Procuro deixar o first crack mais próximo do fim da torra do que do final (~75% do tempo total de torra), por isso esse manuseio. Quanto ao ar eu costumo, para cada temperatura, começar com uma velocidade média e ir aumentando aos poucos. Isso porque quanto maior a velocidade do ar, maior vai ser a troca de calor do ar com a resistência elétrica aquecida e, portanto, maior a temperatura do ar. Seguindo o mestre Rao eu tento manter sempre um ROR (Rate of Rise, ou taxa de aumento da temperatura do grão) em declínio, e para que a torra não seja tão rápida, um "DeltaT" (diferença de temperatura entre o ar -- temp. externa do grão -- e o grão) baixo. Então por isso eu começo com uma velocidade do ar mediana e vou aumentando aos poucos, pois isso dá tempo suficiente para o grão chegar à temperatura do ar (ou quase) e, quando aumento o fan, o ROR é menor que anteriormente ou, pelo menos, igual (o que também não é ideal...). Claro que minha base para saber se apliquei essas ideias corretamente é no "feeling", na "tentativa e erro", já que minha SR500 não tem nenhuma instrumentação e portanto não faço a mínima ideia nem da temperatura do ar, nem do grão. Mas ao longo de várias torras, essa foi a forma que encontrei de conseguir desenvolver bem o grão, anotando os tempos que mudo os parâmetros e agora os repito. No início meus cafés ficavam sem corpo algum, depois que fui aprimorando e adotando esses "procedimentos", se assim da pra chamar, consegui encorpar ele. Ainda assim, quando a qualidade do grão é baixa, ainda não consegui ajustar para conseguir pelo menos um grão razoável em termos de sabor, corpo, nem aroma. Desejo boas torras e bastante diversão! Se possível, compartilhe conosco os resultados. P.S.: @Burny excelente setup hein camarada!? Muito bom! Parabéns!1 point
-
Olá pessoal Gostaria de saber se alguém poderia me ajudar......... Busco formalizar um espaço de venda de cafés especiais. ( grão e moído ), faço as torras de cafés no torrador atilla em minha própria casa mas gostaria de montar um espaço físico onde eu possa torrar e vender os cafés um espaço onde eu possa dar cursos, workshops , torrar e vender ao mesmo tempo! em termos de legislação e formalização em montar um espaço com torrador de café Qual a melhor forma de prosseguir ? Teria que registrar como Cafeteria ? desde já agradeço1 point
-
Esse café do Michael é beemm bom, viu... Yummy... Uma pena já ter acabado... Enviado de meu MI 8 Lite usando o Tapatalk1 point
-
Bem bom esse moka do Eduardo e a torra dele é superbonita.1 point
-
Eu tenho um SR700. O jeito de torrar é fundamentalmente diferente em torradores de convecção. O calor inicial e o tempo total da torra influenciam muito no resultado, já na fase final não tem muito controle alem do ponto de drop. Tb pode esquecer ideias como 15% de desenvolvimento. Tem que reaprender torrar. 120g de café verde é um bom tamanho de batches para conseguir torras homogêneas. Em geral as torras tem menos perda de massa e mais expansão, chegam com poucos dias pós torra no ponto ideal para beber, mas tb apagam mais rápido. Eu pessoalmente gosto muito dos resultados para coado, e da praticidade e robustez do SR700. Já conseguir que ele interage bem com o Artisan é um certo desafio. Aqui uma torra do Thiego da CC (instalei um sensor BT Phidget adicional no bicho):1 point