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Mostrando conteúdo com maior reputação em 03-08-2020 em todas as áreas

  1. O Koar (versões sem válvula) e o V60 são parecidos, tentam deixar o papel filtro, a moagem e a sua técnica ter controle do tempo de extração. Eu diria que a tendência deles é a de extrações mais rápidas, especialmente para quem tem um moedor bom que produz poucos finos. Os filtros Melitta (fique atento pois há várias versões diferentes) e os Kalita (tanto os Wave quanto os compatíveis com Melitta) seguem outra tendência, a de restringir o fluxo de extração no próprio porta filtro através de uma furação específica. Eles tendem a gerar extrações de fácil reprodução pois o usuário controla menos. São métodos também positivos pois o usuário que deseja menos controle pode adaptar a moagem e manter o fluxo de água após a pré-infusão como forma de simplificar a operação e ter a mesma qualidade diariamente. Eu acho possível conseguir extrações altas (para dar mais corpo e possivelmente mais amargor e intensidade de sabor) com qualquer filtro, só precisa adaptar os fatores em jogo para que a água fique mais tempo exposta ao café. Outras diferenças incontroláveis são menores, e virão do tipo de papel usado no filtro de cada um. Eu estou com dois V60 de plástico (01 e 02) e dois Melitta de nova furação alargada (100 e 102) e tenho tido bons resultados com ambos. Estou com um bourbon amarelo de torra média verdadeira e torra recente e esse Melitta novo tem extraído doçura e pouco amargor dele, tenho dúvidas que esteja até melhor que as técnicas que tentei no V60. O V60 varia muito principalmente quando se muda o grão, primeiro pois a configuração do moedor se mantida igual, com o grão diferente já trará outro resultado, segundo pois parece que a origem do café pode precisar de uma outra receita para funcionar melhor. Talvez quem tem um moedor excepcional não precise variar tantas as receitas, mas eu que uso um Hario Slim Plus reconheço defeitos na moagem e testo receitas diferentes com cada grão até achar uma que me agrade. Um processo confuso pois a maturação da torra recente melhora a bebida também, eu prefiro o café depois de 10 dias de torra pelo que reparei. O V60 é muito popular pois ele é divertido, tem um design e uma premissa excelentes de permitir adaptações, porém há baristas consagrados que se incomodam com essa dificuldade de reproduzir uma xícara e mudaram para o Origami com filtros do Kalita Wave (uma espécie de Koar que aceita filtros do Kalita Wave e do V60) ou para o próprio Kalita Wave. O Melitta por ser o mais comum em muitos países acaba esquecido pelos bebedores de cafés especiais. O modelo brasileiro clássico tinha a furação muito pequena, muita gente alargava e ficava satisfeito. A Melitta finalmente melhorou o desenho e aumentou o furo (a nova embalagem avisa dessas mudanças) e acho que é um bom filtro para quem gosta de extração maior (eu geralmente gosto, desde que não puxe amargor junto). A versão antiga eu aposentei pois eu nunca apreciei muito. Eu recomendo o uso do filtro 100 para 200 ml, acima disso eu usaria o 102, acima de 500ml eu passaria para o 103. Eu faço 500 ml com o 102 em extrações que costumam estar prontas antes de 5 minutos, talvez pelos 4 e pouco. Há também os Melitta importados, em modelos que podem ter 2 ou 3 furos de tamanhos diferentes. Ainda não testei nenhum desses, costumam aparecer no site brasileiro da Melitta. Acho que é uma boa opção para quem gosta de facilidade e economia, pois eles usam em alguns modelos os filtros de cafeteira elétrica que também são baratos pois são produzidos aqui ou então os próprios da família 100 e permitem essa descoberta de uma extração mais ao gosto do freguês e com a facilidade de reprodução, imagino que façam extrações menos longas e ainda assim garantindo um corpo maior que uma extração do V60 mal ajustada. Eu imagino que seu gosto seja por cafés de torra acima da média verdadeira, considerando que a torra da indústria comum é maior do que a informada, o que chamam de claro pode ser médio e o médio no minimo médio-escuro. Um café especial comprado de um bom torrador com uma torra média escura ou escura (que não vai ser exageradamente escura como da industria comum) vai provavelmente te agradar, e usando um Melitta novo desses que citei ou um importado eu acho que terá resultado decente, assim como usando um coador de pano (e uma técnica adequada a ele). Mas considere também descobrir uma proporção de pó para água adequada. Você pode ter uma bebida com bastante corpo e sabor intenso mesmo com um café de torra média se aumentar essa proporção. Eu uso 18g para 300 ml, 30g para 500 ml, que é considerado proximo "proporção de ouro" no sentido custo beneficio/extratibilidade na água, menos que isso não acho adequado, mas mais que isso pode encorpar sem ter que extrair por mais tempo nem torrar mais (que torna a extração mais fácil). Eu acho que você pode ir aperfeiçoando a detecção dos aspectos que te importam, talvez você descubra sua torra preferida, ajuste bem a moagem e encontre métodos preferidos, e aí você pode ir mais à fundo neles. Acho que o proximo passo para quem curte Melitta pode ser o Koar com válvula ou o Clever, que fazem uma infusão no café primeiro e depois quando você abre a válvula, ele será filtrado na forma tradicional de percolação como todo filtro desses de despejar água em cima. São métodos que tentam extrair tudo que o grão pode oferecer, porém imagino que só são adequados para quem tem grãos e moadores excelentes para que não ocorra extração desigual nem se extraia tudo de um café de sabor pouco agradável. Dá pra simular isso usando uma prensa francesa e passando em qualquer metodo de filtragem depois. Basicamente é uma adaptação da prensa francesa ao filtro de papel, permitindo um café com menos sedimentos e óleos porém com as mesmas características de infusão que a prensa proporciona.
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  2. Diga, Diogo. Como o Paulo já bem disse, a v60 te permite ter um maior controle da extração e, naturalmente, isso possui prós e contras. O controle na extração é importante quando buscamos a extração de cafés com nuances únicos. Por outro lado pode ser difícil para iniciantes conseguirem extrações consistentes na v60. Métodos como a Melitta ou Kalita Wave são, geralmente, mais amigáveis para iniciantes, pois fazem boa parte do trabalho em controlar o tempo de contato da água com o pó. Esse métodos possuem buracos menores no suporte do filtro, já a v60 possui um buraco muito maior. É importante entender dois conceitos da extração do café que impactam na percepção e sabor da bebida: Concentração e a "extração produzida" A concentração é o que nos referimos no popular como "forte" ou "fraco/ralo". Descreve a concentração de sólidos solúveis na bebida e é alterada principalmente pela proporção de café e água que usamos. Podemos dizer que uma receita de 10g de café para 100ml de água vai resultar em uma bebida mais concentrada que uma receita de 10g de café para 200ml. Já a "extração produzida" se refere a quantidade de sólidos solúveis que conseguimos extrair do café durante a extração. Nos referimos aos cafés que tiverem uma baixa extração como "subextraídos" e geralmente apresentam um sabor mais ácido e falta de doçura. Por outro lado temos os superextraídos que apresentam sabores secos, amargos ou adstringentes. São conceitos distintos, porém interdependentes. Veja, eu posso alterar a concentração apenas mudando a proporção entre café e água, porém isso vai impactar na quantidade de solúveis que consigo extrair daquele café, pois a água é nosso agente solvente nesse processo. Logo, se eu diminuo sua quantidade, eu diminuo minha capacidade de extração. A concentração também pode ser alterada após o término da extração. Basta eu adicionar água a minha xícara e terei um café menos concentrado (mais fraco), ou eu poderia ferver esse café, evaporar parte da água e ter um bebida com concentração maior. Nesses dois exemplos nós não estamos fundamentalmente alterando o sabor do café extraído, apenas a sua intensidade e isso pode alterar nossa percepção de sabor. Isso é metade da história. Como o Paulo bem disse também, quantidade de solúveis extraídos não é tudo. Precisamos ainda ajustar a extração para maximizar a extração de bons solúveis (os que dão acidez, doçura e notas sensoriais) e isso é específico de cada grão. As vezes precisamos de uma extração mais rápida com uma moagem fina, as vezes uma mais lenta com o a moagem mais grossa e por aí vai.
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  3. Guia para iniciantes na Tramontina Breville. Após algum tempo de uso reuni aqui fatos descobertos por pesquisa e por experiência que ajudam a preparar um bom espresso duplo. A não observação desses fatos resultam num espresso ruim que as vezes levam até a desistência do hobby ou troca por super automaticas. Na extração de um espresso existem quatro variáveis importantes: Dose : Gramas ( quantidade do café moído) Volume: Mililitros do café liquido na xícara Tempo da extração: Em segundos (Medidos a partir da primeira gota na xícara. Meu método.) Temperatura da extração. A receita italiana do espresso duplo é: (Brew Ratio) Relação de 1 para 2, indo a um máximo de 1 para 3, ou seja para X gramas de pó no filtro, 2 a 3 X em mililitros na xícara num tempo de 20 a 30 segundos. Como existem muitas variáveis o objetivo é reduzi-las a um mínimo para que os resultados sejam constantes. Usando o seguinte método você fixa duas variáveis e ajusta apenas uma. A primeira variável, gramas de café moído deve ser sempre eliminada, tornando-se um valor fixo, usando sempre a capacidade nominal do filtro, que no caso é 18 gramas. Então a segunda variável esta definida: 36 ml no "Brew Ratio" de 1:2 ou 54 ml no caso de 1:3( normalmente o mais usado) Tempo de extração de 20 a 30 segundos a ser ajustado no moinho. Importantíssimo lembrar que o tempo da extração depende imensamente da qualidade e de quantos dias tem o café de torrado. Café velho, com mais de 40 dias de torra, geralmente os encontrados em supermercados, não se consegue o tempo certo nem com a regulagem do moinho em zero com praticamente as mós se tocando. O café torrado produz óleos que fazem a liga entre os grânulos e criam resistência a passagem da água. No café velhos esse óleos se perdem resultando numa passagem rápida da água. O tipo de café e a qualidade da torra é muito importante. Torra clara, pouco óleo pede ajuste mais fino no moinho. Torra escura, mais oleosa requer ajuste mais grosso. Não desgaste seu moinho usando café velho e regulando para zero. No caso da BES 870 deve se começar com o moinho em 5 e ajustar conforme a necessidade para mais ou menos. Exemplo: Num café catuai vermelho, o ajuste foi 6 e no catuai amarelo o ajuste foi 9. Ambos com torra média escura. Café com torra muito clara são apropriados para outros métodos de extração como coados, french e etc. Em resumo, sempre 18 gramas de café moído no filtro, moinho ajustado de 4 a 9 conforme tipo e torra do café, cerca de 54 ml na xícara resultam num espresso saboroso e com previsibilidade. Fica evidente que é necessário uma pequena balança que possa ser colocada embaixo da xícara na hora da extração e um timer para medir o tempo ( celular serve ). Certas duvidas que tenho visto: Por que o bolo de café as vezes fica preso no grupo e o PF sai vazio? É porque a maquina tem duas válvulas solenóide, uma de treis vias que controla água/vapor e outra de duas vias que realiza a descompressão do grupo. A de duas vias após a extração abre soltando a pressão do grupo, mas após algum tempo, cerca de 30 s, fecha novamente se preparando para outra extração e então de demorar a retirar o PF ela já esta fechada, faz uma sucção e o bolo fica aderido ao PF. A solução é após extração retirar o PF o mais rápido possível. Por que o bolo não sai seco? Porque tem menos de 18 gramas criando espaço para acumular água. Ultima variável é a temperatura que vem por padrão 95,3 C. Pode ser ajustada 2 graus para cima ou para baixo. Se sentir o café meio azedo, principalmente no termino, no restinho do fundo da xícara aumente a temperatura. Se achar com gosto de queimado reduza. É incrível como 1 grau faz diferença. Manômetro - Se você ajustar corretamente o Brew Ratio, 18gr, 54ml na xícara e tempo de 25 s ele estará com a agulha marcando no final da escala de espresso e as vezes entrando um pouquinho na zona de super extração. É normal, e é nessa faixa que sairá os melhores espressos. A questão é devido a oferecer o malfadado filtro pressurizado a Breville optou por manter a pressão alta, o que também favorece a um aumento da crema. Bons Cafés,
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  4. Olá Gilberto! como faço para adquirir um tamper dinamométrico de 58mm da Bravo com vc?
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