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Tudo que José Cal Neto postou
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não sei se a Dilma vai ver o sol nascer quadrado. Parece ter muito mais coisa contra o Lula do que contra ela. O que me impressiona é que mesmo em um cenário em que doações de empresas eram legais e que o Lula ganhou dezenas de milhões de reais com suas "palestras", ele continuava achando que não tinha que por a mão no bolso pra nada. Não queria pagar pelo triplex de praia, pelo sítio, pelas reformas do Instituto Lula. Enfim, queria continuar com despesa zero, com tudo pago pelas empreiteiras Não sei se estão procurando planilhas e bilhetes na casa do Lula. Podem só estar procurando outras "supresas" de "amigos", como chave de carros, chaves de outros imóveis. Enfim, já está claro que o cara tem toda uma cidade emprestada pelos amigos.
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de fato, já estava mais que na hora de Lula ser tratado como aqueles que lhe enriqueceram com presentes e estão há meses no xilindró. Até certo ponto, parece ter sido uma sorte incrível justamente o ex-ministro da justiça não ser do grupo de Lula. Se Lula tivesse desde o início posto um homem seu na justiça, não sei se estaria a um passo da cadeia como agora.
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Qual o grão no seu moinho HOJE (ou café na sua máquina, coador, aeropress etc.)?
José Cal Neto respondeu a um tópico em Café Torrado
ainda tô tentando reajustar o Lido 2 depois de abrir. Fiz ontem um duplo com o Bourbon Amarelo do Campo Místico. Queria também testar a moagem, porque com o Ouro Verde, por mais que eu pusesse até 17g, saia tudo em 10s. Acho que devia ser alguma coisa com a torra anterior, porque pro Bourbon ficou muito fino (e pus só 15g). Fiz de novo com a nova torra do Ouro Verde, mas com 16,7g e também ficou muito fino. De qualquer forma, tenho tomado quase sempre Ouro Verde coado. Ontem antes de correr tomei uma aeropress de 100g, pra acordar (tenho ido correr tarde, por volta de meia-noite).- 8.498 respostas
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Eu vi uns 10 minutos do Oscar... e foi justamente ouvindo a Glória Pires falar as frases célebres. O finado José Wilker era melhor na cadeira. Ele parecia ter um interesse por cinema que ela não tem. Não era um crítico, mas como se interessava, até falava uma coisa ou outra interessante. Eu gostava dele. Já vi também na rua e se comportava como um reles mortal, nada de afetações típicas dos globais. Mas eu também gosto da Glória Pires. Acho que não só ela não devia ter aceito o convite, como não devia ter feito o tal vídeo "se defendendo". A emenda saiu pior que o soneto, com ela dizendo que falava como quem estava em casa com amigos. Queria saber quanto ela cobra pra conversar com amigos. Enfim, fora isso. O país chegou a uma situação política pior que a da Venezuela. Simplesmente não existe a menor condição dos políticos do 1º escalão se manterem no poder. É tanta acusação bem fundamentada contra eles, que eles vão precisar de todo o tempo restante de mandato e dinheiro roubado do nosso bolso pra se defender. Até por uma questão de ordem prática deveriam renunciar. É tanta podridão que temos que ouvir o ex ministro da justiça (trocado por outro mais disposto a impedir a investigação) dizer que a palavrda do Delcídio não vale nada, como que esquecendo oportunamente que ele era o líder do governo no Senado e não um senadorzinho qualquer. É provável mesmo que o vazamento da delação tenha saído da própria PF. A mudança de ministro, com o próprio Cardozo dizendo que o Lula estava enchendo o saco dele pra "controlar a PF", foi tão absurda que alguma coisa tinha que ser feita.
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Entre um expresso ruim e um coado ruim, eu acho que até prefiro o expresso ruim. Eu e muita gente. Muita gente também, se tomar um expresso, digamos do Curto Café e comparar com o do Armazém, vai achar o do Curto melhor. Acho que no expresso a diferença entre "nós" e "eles" é menor. Com coado já é mais difícil, com a preferência de vários por café "forte", que às vezes se confundo com torrado demais.
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o expresso? Já falamos aqui várias vezes. O grão do Armazém é bom, mas eles não sabem fazer café nas lojas, então não tem como dar certo. Eu acho que já falei isso, mas me parece que a "regulagem" dos moinhos de todos lugares é pra o expresso sair bem rápido, pra tentar compensar o passo de cágado do serviço típico.
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é, mas o grão, pelo menos quando eu comprava lá, eu acho bom. Sem falar que tem vários tipos pra escolher.
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O que você mais percebe e o que mais gosta em um café?
José Cal Neto respondeu ao tópico de Beto Origens em Quando o Assunto é Café!
eu acho que sou um equal opportunity employer. Gosto de cafés doces, também dos ácidos. Eu confesso que esses fermentados, estilo etíope, eu não gosto muito coados, só se for em blend, de forma minoritária. No expresso eu até prefiro os fermentados, mas também gosto de blends mais clássicos. Eu só diria que se tiver que escolher entre cafés "monocromáticos", um doce e outro ácido, fico com o doce. -
Outra coisa curiosa, é que se você olhar pra trás, vê tudo isso aparecendo lá no início. Lembro do debate do 2º turno Collor x Lula em que, quando o Collor deu a indireta sobre a amante do Lula (o 3 em 1 novo), já se falou en passant que ele morava "de favor" na casa de um amigo. Também é difícil esquecer que Dona Marisa pediu (e consegui em tempo recorde) cidadania italiana, dizendo que "nunca se sabe o dia de amanhã". Sem falar no patrono do atual marqueteiro, o famoso Duda Mendonça, que à ocasião de ser preso em uma rinha de galo (!), terminou confessando ter recebido um "acarajé" (com camarão) do PT em conta não declarada no exterior. É por isso que ele não é mais marqueteiro dos graúdos. OPTaram pelo discípulo atual, que prefere jurar de pé junto que não sabe como o dinheiro foi parar na sua conta, já que trabalhara de graça.
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Impressionante como caiu qualquer pretensão de se afirmar coisas minimamente críveis nas defesas dos bandoleiros da vez. A secretária da Odebrecht, responsável pelos "acarajés", afirma que eram acarajés. Isso mesmo, sem aspas: a comida! Diz que 50 porque a pessoa se referia às porções aperitivo (que eu até prefiro), em vez do tradicional, maior. Faltou perguntar como ela explica a frase grampeada abaixo: "50 acarajés dos 500 que tenho com você" Será que ela vai dizer que os funcionários têm cota de acarajé? E o marqueteiro (que por sinal era bem mais que isso) dizendo que cometeu crime sim, ao receber dinheiro de caixa 2 da Odebrecht para financiar campanhas na Venezuela, em Angola, República Dominicana... mas nunca no Brasil. Disse ainda que pro PT ele trabalhava de graça, só pela alegria que isso lhe proporcionava. Eu confesso que a única coisa que eu realmente não entendi, é porque o ditador de Angola (cuja filha é a mulher mais rica do continente - bonita, até) precisa gastar tanto dinheiro com campanha. Não vou nem comentar Venezuela e República Dominicana, estes outros bastiões da democracia do nosso continente.
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Qual o grão no seu moinho HOJE (ou café na sua máquina, coador, aeropress etc.)?
José Cal Neto respondeu a um tópico em Café Torrado
hoje resolvi fazer expresso. Minha mulher, que anda obcecada com o aedes aegypti e mantém a casa toda fechada no calor do Rio, deu por bem inventar que tem larva de mosquito no reservatório da Gaggia. Pra manter ela longe da minha máquina, resolvi voltar a usar. Fiz um com o Ouro Verde que ficou muito bom. Só que saiu em 9s. Resolvi que o moinho não podia estar legal. Abri e limpei o Lido 2, sempre suando em bicas, mais por medo da minha incompetência em níveis petistas de lidar com essas coisas materiais do que pelo calor em si. Acho que o moinho realmente não está legal. Só espero que não tenha quebrado a mó (nem isso eu consigo ver direito). Eu ajusto bem fino, mas os duplos continuam saindo em 9s. Na melhor das hipóteses as mós estão desalinhadas e apesar de ser um parto pra moer, deve estar cheio de partícula grossa no meio do pó fino. Acho que vou ter que comprar um grão pra expresso em algum lugar pra ter como comparar com o Ouro Verde. Uma pena, porque dessa vez tinha ficado ótimo, mesmo saindo em 9s.- 8.498 respostas
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Talvez no RS a coisa funcione melhor. Eu tenho um colega (de outro departamento, mas mesmo centro) que ia no primeiro dia de aula e passava um trabalho pra entregar no último. Nada no meio. A coisa se arrastou por um tempo enorme, até que um dia denunciaram... e com muita vaselina e a ex-mulher falado com ele (também colega), ele passou a trabalhar. Quando dei aula pra administração pública, também ouvi relato de alunos meus que diziam que um professor específico foi à primeira aula com o "estagiário do trabalho dele" e o apresentou à turma. O estagiário deu o curso todo. Os professores da administração não costumam ser dedicação exclusiva, mas o que se vê é que de fato, não dão aulas. Os alunos viviam fazendo abaixo-assinado e entregando na secretaria (quando encontravam o secretário) do curso, mas nunca dava em nada. Quanto à promoção, apesar de todo o alarde quanto a falta de mértio no setor público, até acho que as regras na universidade são melhores do que em várias empresas multinacionais. Se eu não cumprir a meta fácil que eu e os colegas determinamos, não progrido. Agora, estou cansado de ver executivos falindo empresas, mas saindo com pára-quedas de ouro, com bônus milionários. Pro andar de baixo dessas empresas, mérito se confunde em fazer um bom serviço pro chefe imediato e não para empresa. Acho que deveria haver incentivos meritocráticos, mas em escala moderada. Um exemplo, usado em programas de MBA nos EUA, é fazer parte do salário dependente da avaliação dos alunos. P.S. muito do que eu falei é pensando na esfera federal, a minha. O número acima de 50% de anulações das demissões, se não me falha a memória é federal, por exemplo.
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Cidade alemã proíbe cápsulas de café em repartições públicas
José Cal Neto respondeu ao tópico de Galttar em Fora de Foco
depois de 20 anos de ditadura, as pessoas "aprenderam" a aceitar qualquer coisa com aparência de funcionalidade. Se você disser que tem que ter sei lá quantos sacos de lixo diferente, cobrar multa pra quem não fizer, todo mundo acha ótimo, mesmo todos os sacos indo parar juntos no aterro. O Brasil tem um dos piores trânsitos do mundo com mortes absurdas. A preocupação das autoridades, entretanto, passa por exigir que todos os extintores de incêndio dos carros sejam trocados por um modelo "mais moderno". Lembra dessa? Deu tanta confusão que, se não me engano, resolveram desisitir da ideia. A ditadura "ensinou" que não se deve perguntar o sentido das regras. Aqui todos são obcecados por cumprir sem nenhum tipo de exceção as regras (falo do discurso oficial, não do que de fato ocorre). Nos EUA, por exemplo, entram incontáveis contêineres inteiros sem fiscalização, mesmo a lei exigindo. As autoridades falam claramente que não fazem valer a lei porque isso seria nocivo ao comércio e qualidade de vida do americano. Não consigo imaginar algo assim aqui. Basta lembrar das ambições dos nosso correios de taxar absolutamente toda e qualquer encomenda. -
pois é. Você não acha estranho alguém que foi procurador cometer essas falhas? Ele é que tocou todo o processo. Das duas (pelo menos), uma: ou o ex-procurador falhou propositalmente pra garantir que ningúém fosse demitido, ou o procurador que anulou o fez de forma leviana. O fato é que como sempre, a suposta proteção ao indivíduo (funcionário aqui) é elevada a um extremo em que ninguém é de fato punido e a sociedade fica completamente desprotegida. Isso acontecia também com nossos poderosos. Quantos processos não eram jogados fora por motivos ridículos? O que está acontecendo com mensalão e agora petrolão é algo inédito no Brasil. Mesmo assim, todo dia eu leio os advogados dos bandidos, pagos com dinheiro roubado do nosso bolso, pedindo pra anular toda a lava-jato, dizendo que os direitos dos clientes são desrespeitados e por aí vai. No serviço público existe essencialmente apenas porta de entrada. Pra quem entra é ótimo, pra sociedade, péssimo. Me lembro quando o Collor acabou o órgão onde minha mãe trabalhava. Ninguém foi demitido. Até que ela foi logo remanejada pra outro lugar, mas não existia nada contra alguém ficar no limbo até se aposentar, recebendo salário, claro. Você falou em avaliação periódica. A única coisa parecida que eu conheço é o pedido de promoção a cada dois anos. Eu também tive que me esgoelar pra abrir processo contra aquele colega que me agrediu e apresentou documentos falsos contra mim. A conclusão da universidade foi que ele tinha errado, mas não iriam fazer nada. Assim mesmo. Nenhum tipo de sanção. Isso é raro? Tenho minhas dúvidas. Como consertar, não sei direito, mas claramente como etá não atende às minhas necessidades de cidadão. Nem no meu próprio local de trabalho, pelas histórias que já contei. Só sei que em países ricos vejo universidades e outros órgãos públicos funcionando de forma bem mais eficiente. Com instalações limpas, bem cuidadas e por aí vai.
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Cidade alemã proíbe cápsulas de café em repartições públicas
José Cal Neto respondeu ao tópico de Galttar em Fora de Foco
eu gostei mais do sorriso da mulher do rei do acarajé (essa história que o nome da operação é porque é sinônimo de propina não me convenceu. Duda Mendonça, o mentor do Santana e o próprio são baianos). A coisa toda é ridícula. Como pode um presidiário (prisão domiciliar) ser senador? Não existe mais nem a aparência de decoro parlamentar. Sem falar que como é que um preso representa a sociedade? Não pode viajar pro exterior, não pode ficar até tarde trabalhando no congresso... -
eu fui naquele lugar que você tinha comentado uma vez, o The Boua (ou algo assim). Acho que ao todo foram umas 3 vezes. Tomei várias das cervejas deles e achei todas boas (IPA, lager e de trigo). Da próxima vez que eu andar por lá, vou tentar esse outro, que fica do lado (pelo que o google me disse). E aí, ainda tem café verde?
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É raríssimo conseguir demitir um funcionário público. Já li que mais de 50% das demissões são anuladas por falhas processuais. Nem o japonês da federal foi demitido, apesar de ter sido preso lá pelo ano 2000. Na minha universidade, houve um caso envolvendo colegas do meu centro (http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/negocios-entre-universidades-publicas-empresas-sao-alvo-de-investigacao-15845818). O último processo (3 anteriores evaporaram) demitiu alguns colegas e foi presidido por um ex-procurador da república. O procurador da Unirio anulou o processo por falhas. Bem, se nem um ex-procurador consegue presidir um processo que dê em demissão, imagina alguém como eu (que inclusive já tive que presidir uma sindicância). Concordo que é importante ter incentivos, também financeiros, como no caso que eu mencionei. Tem casos mais graves. A chefia de almoxarifado ficou vaga por muito tempo na Unirio. O adicional era menos que 100 reais e o chefe responde por todos os ativos armazenados, facilmente na casa das dezenas de milhares. Quem quer ganhar 80 reais mensais pra ter que responder por eventuais roubos de ativos? Agora, o fato é que a maioria dos cargos (em ambos setores) é desinteressante. Eu não sei bem como motivar alguém que tem que trocar papel higiênico de banheiro e limpar o chão. Ou alguém que tem que ficar sentado numa cabine 8 horas diárias como vigilante. Eu nunca vi um vigilante faltar ao trabalho. Na verdade, eu tenho que pedir ajuda deles com frequência pra fazer o trabalho de um concursado de mesmo nível que nunca encontro na sala. A única diferença aparente entre os dois é que um pode ser demitido facilmente e o outro não. É muito difícil ser eficiente com essa estrutura.
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Cidade alemã proíbe cápsulas de café em repartições públicas
José Cal Neto respondeu ao tópico de Galttar em Fora de Foco
pra ele ou pra metade? -
Cidade alemã proíbe cápsulas de café em repartições públicas
José Cal Neto respondeu ao tópico de Galttar em Fora de Foco
o Temer escreveu uma pra Dilma, mas depos disse que não era aberta. Quem será que se confundiu? Acho que tá na hora de escrever outra. Melhor por email, pra chegar com ela ainda na cadeira. -
Se alguém seguir de perto as coisas nos EUA, talvez fique surpreso como tanta coisa que aqui seria impensável, lá é considerada normal e ainda com toda uma "consciência de que não tem como mudar". Basta olhar o sistema eleitoral, em que a maioria (acho que mais de 30 em 50) dos estados é super-representada no colégio eleitoral que elege, de modo indireto, o presidente deles. As próprias primárias não sada nada transparentes. Não sei se todos aqui sabem, mas 30% dos votos que decidem quem é o candidato democratas são de "superdelegados", que votam em quem quiserem, independente de quem "ganhou" a primária de seu estado (se está confuso: nas primárias, os pré-candidatos "elegem" delegados que decidem na convenção nacional do partido quem vai ser o candidato). Pra quem já esqueceu: o último mandato de George W. Bush foi dado pela suprema corte deles, que proibiu que o processo de recontagem fosse adiante. Ele continuou sendo feito (sem efeito legal) e apurou que o opositor, Al Gore, é que deveria ter sido eleito. Pra ficar mais legal: pela lei, o irmão de Bush, que era governador da Flórida, podia determinar quem era o vencedor do seu estado, independente do resultado das urnas. Quem precisa de jeitinho com regras assim? Muito do que é ilegal no Brasil, é permitido nos EUA através dessas regras obtusas. O único que vale também mencionar é que mesmo no meio dessa loucura toda, o sistema funciona na base de pressão política (por que vocês acham que o Jeb não deu logo de presente pro irmão a presidência). Aqui a pressão política não consegue nem cassar um senador em prisão domiciliar. Ele também sai na maior de licença médica sem justificativa e paga com nosso dinheiro. A pressão política aqui é pra ele não delatar os colegas e continuar quieto no canto. Eu passei minha vida ouvindo os malefícios do jeitinho, mas até hoje não vi uma definição boa do que é. Vários episódios são improvisos salutares em um país pobre e com sérios entraves burocráticos. Os exemplos mais nocivos eu vejo mundo a fora a dar com o pau, só que não foram batizados (ou são perfeitamente legais).
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Cidade alemã proíbe cápsulas de café em repartições públicas
José Cal Neto respondeu ao tópico de Galttar em Fora de Foco
vai escrever uma carta aberta ao Brasil também Burny, como o Mark? -
Cidade alemã proíbe cápsulas de café em repartições públicas
José Cal Neto respondeu ao tópico de Galttar em Fora de Foco
Dizer que recebe cápsula pra reciclagem é puro marketing. Quantas pessoas vão se dar ao trabalho de ter um saco de lixo só pra elas e ainda por cima se deslocar pras pouquíssimas lojas físicas (no Rio, até onde sei só tem duas na cidade toda)? Reciclagem aqui só funciona quando depende dos homens-formigas, como no caso das latas de alumínio, em que Brasil é campeão mundial de reciclagem (acho que Alemanha vive disputando o título com a gente, mas sem homem-formiga). -
Acho que tem uma diferença grande se você faz um trabalho intelecual ou se é uma tarefa repetitiva/braçal. Não vejo diferença entre país ou público/privado pra trabalho mecânico: na Alemanha, quando tocava a sirene, todo mundo largava o que tava fazendo na fábrica e ia pra casa (idem pro escritório). Na universidade, os poucos funcionários técnicos melhorzinhos, são os que trabalham em áreas mais interessantes, onde o trabalho em si é mais gratificante. Esses ficam até mais que 40 horas (conheço ao menos uma). O negócio é que o Brasil é meio esquizofrênico: um país capitalista que não aceita o sistema. O funcionalismo público funciona como um esconderijo perfeito: lá as regras são "de cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas necessidades". Só esqueceram de atender a necessidade de quem paga a conta, que não tem as necessidades atendidas. Acho que uma sociedade capitalista moderna precisa tanto de um setor privado, que aceite tomar risco e com uma remuneração boa, condizente com esse risco e de um setor público profissional competente, que ofereça os serviços cuja exploração não sejam atrativos pra iniciativa privada. Afinal, qual o interesse da iniciativa privada em manter, por exemplo, universidades com professores se dedicando em grande parte à pesquisa? Mesmo cobrando caro, não faz sentido econômico. A pesquisa nas universidades de elite americanas vive de dinheiro público, via grants para professor, bolsas de doutorado ou subsídio para bolsas oferecidas pela instituição. Mesmo a nossa saúde privada, que parece ser a única que funciona, conta com os hospitais públicos pra atendimento de acidentes e mesmo para procedimentos caros que só esses hospitais oferecem. Se esse custo fosse incluido na conta, provavelmente eu não teria como pagar o meu plano. A lei fala que o governo tem que ser ressarcido por esses gastos, mas as operadoras nunca pagam. O negócio é como fazer a roda girar de um modo satisfatório. O serviço público tem que incorporar algum tipo de incentivo ao trabalho. O dinheiro tem que parar de ser vilificado. Um exemplo: eu coordeno um programa. Com isos, sou responsável por uma miríade de coisas e posso inclusive ser processado por um dos mais de 100 alunos que tentam entrar no programa a cada ano. Sabe quanto eu ganho pra correr esse risco? Nada. A única moeda de troca que temos é eu dar menos aula. Ou seja, o incentivo pra se assumir uma chefia é você trabalhar menos!? Outra coisa curiosa: eu posso participar até de 3 programas distintos de pós-graduação. À primeira vista, um workaholic que trabalhasse como um mouro e produzisse como louco em 3 programas seria um super-professor. Ledo engano, como ele só pode trabalhar 40 horas, que têm que ser divididas em 3, ele apareceria como um medíocre nos 3 programas, a ponto da minha universidade sugerir que não se participe de vários programas.
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Onde comprar grãos no Rio de Janeiro?
José Cal Neto respondeu ao tópico de sPawNEZ em Dúvidas de Iniciantes
Pra você ver. Meus colegas professores universitários, quando eu dou café bom, acham "salgado", "ralo", "azedo" e por aí vai. Pelo visto os funcionários da Oi são bem mais sofisticados do que meus colegas. -
acho que o Umberto Eco colocou a coisa de uma forma boa. Nada contra um estrangeiro expressar ideias criticas quanto ao Brasil. O negócio é dar o mesmo peso às palavras do Mark e, por exemplo, do próprio Umberto Eco. O negócio com o Mark é que não somente ele não é gabaritado, como o que fala não é assim tão interessante. Com generosidade, dá pra chamar de ingênuo. A gente pode, deve e fala sobre esses problemas todos, aqui mesmo no CdC. Eu mesmo pessoalmente me interesso bastante pelo tema. Tem otros colegas aqui que também costumam se manifestar. Já tivemos várias discussões muito boas, com pontos de vista bem distintos, e levadas num ótimo nível. O nível só costuma cair quando algum barista "famoso" resolve fazer propaganda de seus produtos. Eu pessoalmente acho que o país anda muito mal. Só não acho que a culpa é minha. Como eu falei antes, já morei alhures e já conheci muita gente de muito canto. A maioria esmagadora nem sequer acompanhava de perto a situação do seu país. As de país rico não acompanhavam porque tudo ia bem pra elas, as de país pobre, só ponderava pra que país emigrar. Ok, é uma opção, mas não pra todos. Eu vejo todas essas prisões como um passo muito positivo. A decisão do STF de "já" prender alguém depois de uma 2ª condenação também achei ótima, se bem que já foi frustrada quando a ordem de prisão do ex-governador de Roraima foi cassada. Espanta só ver os votos "supremos" contrários à medida. Isso é uma medida que já existe em quase todo mundo civilizado (nos EUA uma primeira condenação já dá cana e na França, em alguns casos também). Minha opinião é que o pêndulo certamente andou muito pra um lado quando fizemos a constituição de 88. As proteções "às pessoas" foram tais que a sociedade ficou sem pai nem mãe. Hoje mesmo tive uma reunião em minha universidade pública em que se falou de técnicos administrativos que quando ouviam que tinham que trabalhar no mínimo 3 vezes por semana, rapidinho arrumavam uma transferência pra um setor onde só trabalhariam 2. São funcionários públicos pagos com nosso dinheiro e concursados pra um cargo de 40 horas semanais (todos os dias, claro). Demitir um funcionário assim é tarefa impossível, como também não foi demitido o japonês da federal, mesmo depois de passar 2 meses preso, pela própria instituição. Ele se aposentou! Só virou celebridade porque até a aposentadoria foi irregular e ele teve que voltar à ativa pra comprir tempo de serviço. Podem conferir: http://noblat.oglobo.globo.com/geral/noticia/2016/02/o-japones-da-federal-e-escola-base.html Ontem também fui a outra reunião onde se falou de uma universidade que participa de um mestrado profissional em rede onde houve cola generalizada de todos os alunos em um exame de qualificação nacional (os professores deram a cola!). Também nada foi feito e a instituição continua participando do programa. Quando se pergunta porque, a resposta é sempre que é impossível fazer qualquer coisa, porque o processo aberto na universidade concluiu que as provas foram iguais porque os alunos estudaram juntos (é sério!). Enquanto o serviço público continuar nos moldes atuais, não vejo como melhorar. Não acho que não devemos ter serviço público, mas claramente a forma atual é muito ruim.