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Lucas Faccioni

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Tudo que Lucas Faccioni postou

  1. Depois de um tempo "viajando", eu cheguei na mesma conclusão: O máximo que eu vou fazer na minha Gaggia é colocar um termômetro na caldeira. Daí p/ frente só trocando por uma Silvia, ou quem sabe até algo melhor. Mas vai demorar ... Duas coisas que me deram mais confiança foram a Aeropress e as duas vezes que fui no Espaço Café. A aeropress por ser mais "bem comportada" ajuda a entender melhor o café, qual o potencial de sabor, se é melhor puxar a temperatura um pouco mais pra cima ou p/ baixo, etc. E experimentar bons cafés feitos por bons baristas te dá uma noção muito melhor do que esperar nas suas próprias extrações.
  2. Sim, tinha vista já. Outro dia até tentei adaptar o mesmo termômetro da foto aí em cima para fazer a leitura da caldeira, mas acabei quebrando ele no processo . Um problema desta técnica é que ela é específica para as Gaggias com caldeira de alumínio. Para outras caldeiras, além da temperatura ser outra, o tempo de acionamento do vapor também será, e talvez até seja necessário um acionamento intermitente. Daí começa a complicar ... Na verdade, tenho usado uma técnica que é uma adaptação desta: Primeiro eu forço o termostato a rodar mais um ciclo, liberando o vapor pelo braço. Assim que o termostato desliga, eu aciono o botão de vapor por mais uns 15 segundos, e simultaneamente faço um flush de 5 segundos. Daí encaixo o PF e tiro o expresso. Para chegar nesses 15 segundos, eu me baseei no aspecto / cor da crema e no amargor do shot. O tempo de flush foi arbitrário mesmo. Mas não fiz nenhuma medida de temperatura.
  3. Sim, certíssimo. Minha intenção aqui foi complementar, e não corrigir Para aquecer 30 mL / s de água de 25 para 100 ºC são necessários menos de 700 W. A maioria das máquinas tem potência de sobra. Realmente, se pudéssemos controlar a temperatura direto no grupo aí estaria acabado o problema. Os únicos poréns são que enquanto não há fluxo, essa medida da temperatura do grupo não vai ajudar muito, então ela precisa ser complementada p.ex. com a leitura da temperatura da caldeira. Além disso o tempo de resposta é grande, então o algoritmo de controle precisa ser um pouco mais complicado que simplesmente ligar e desligar a resistencia conforme a temperatura do fluxo. Mas de Arduino não entendo nada, então não sei o que pode ser feito ou não.
  4. Seguem baixo meus "Materiais e métodos" A primeira coisa foi cortar um pedaço de isopor, encaixar no porta-filtro, e colocar um canudinho bem no centro, indo até a parte de baixo. Tentei deixar o canudo bem centralizado no encaixe do spout. Também "gastei" um pouco o isopor, deixando um formato côncavo. Aqui a "coisa" encaixada na máquina. A peça plástica encaixada no spout é a ponta de um funil (de cozinha) cortado . O furo serviu para o encaixe do termõmetro, tipo espeto. Coloquei também uma bolinha de papel toalha na saída do funil, criando uma pequena restrição, de forma a deixar o espaço interno do funil totalmente preenchido com água durante o fluxo. Também modifiquei a ponta do termômetro, de foram a diminuir o tempo de resposta: Serrei a ponta do cano de metal, deixando o sensor exposto. Então cobri ele com um pequeno pedaço de papel alumínio, na forma (aproximada ) de um cilindro fechado em uma das pontas, e fazendo a vedação entre o cilindro de papel alumínio e o cano, massa de PU. Imediatamente antes do experimento, mantive o termômetro mergulhado em água quase fervente, em um copo grande de isopor. Acionei a bomba na parte baixa do termostato, imediatamente antes dele re-ligar o aquecimento (na minha máquina é exatamente quando para de sair vapor pelo braço de vapor, no modo café). Imediatamente após acionar o bomba, tirei o termômetro do copinho e encaixei no furo, o mais rápido possível. Filmei todo o procedimento, de forma a ter os pontos de temperatura x tempo. Considerei como t=0 o acionamento da bomba.
  5. Pessoal, acho que cabe um esclarecimento aqui: Moda, em estatística, é o valor observado com maior freqüência em uma população. Uma distribuição é bimodal quando ela tem dois valores de pico de freqüência: Exemplo de distribuição bimodal (Uma imagem vale mais que mil palavras ) Quero também compartilhar um experimento que fiz há algum tempo na Evolution: Esta é a curva de temperatura de saída da água com o tempo, sem restrição na saída. Acabei perdendo a anotação da medida do fluxo (quantos mLs por segundo estavam saindo), e por isso falhei na intenção original, que era estimar a temperatura que a água chega no bolo. Mas aqui acho que serve para ilustrar o que acontece: Quando a água começa a entrar na caldeira, a temperatura cai mais rapidamente, e ao longo do tempo continua caindo, mas cada vez mais lentamente. Se deixassemos passar um bom tempo chegaríamos numa situação de estado estacionário, quer dizer, o calor fornecido pela resistência seria igual ao que sai junto com o fluxo, e a temperatura permaneceria constante. Mas no preparo do café não dá tempo de chegar nessa situação. No entanto, podemos tentar contornar isso de duas formas: Um jeito é usar a maior "massa térmica" possível: Muita água e muito metal na caldeira. Nesse caso, o jeitão da curva é o mesmo, mas ela é "comprimida" no eixo da temperatura, quer dizer, a variação é menor, porque o efeito do fluxo fica pequeno frente ao efeito da inércia térmica. Nessa abordagem a melhor idéia é setar o PID para a temperatura do shot, que é o que o pessoal do PID por aí faz normalmente. O problema é que para fazer isto, só trocando o equipamento. E também quanto maior a massa térmica, maior o tempo que a máquina demora para estar pronta Outro jeito é usar essa tendência da temperatura se estabilizar a longo prazo. Para isso, temos que fazer duas coisas: Uma é aumentar a temperatura da caldeira, para trazer a linha do estado estacionário mais perto da temperatura desejada. A outra é desprezar a parte inicial da curva, em que a temperatura estará alta demais e varia muito. Isso se faz dando um flush antes da extração. A dificuldade técnica aqui é maior, porque temos que responder a duas perguntas: Primeira: Qual temperatura de caldeira corresponde à temperatura de estado estacionário desejada? Ela vai depender das características da caldeira, da temperatura da água no reservatório, e da velocidade de saída da água quente / café. E segunda: Qual o tempo / quantidade de água necessária no flush? Com termofiltro se mata fácil a charada. Mas acho que dá para fazer com o teste do copo de isopor, usando dois termômetros: Um pra caldeira, e um p/ água quente saindo da máquina. Acho que no segundo caso o PID ajudaria até mais que no primeiro, porque a temperatura da caldeira sem fluxo dá p/ ajustar com temperature surfing e etc, mas com a água fluindo a potência a ser fornecida vai aumentando, e fica quase impossível ajustar isso "na mão". E também a caldeira sem fluxo e com fluxo tem comportamentos térmicos diferentes, não sei se isso confundiria os parâmetros do PID no modo self-learning.
  6. Com certeza. Falou (pra não usar outro verbo) o que não sabia ! Sempre tento respeitar a opinião dos outros, por mais absurdas que sejam, mas essa eu quase não resisti. Só não mandei uma réplica pela burocracia de ter que se registrar.
  7. Opa, culpado! Quando vou postar algo técnico, tento ser o mais simples possível, usando termos que qualquer um entenda, e exemplos que não precisem de experiência ou conhecimento específicos para serem entendidos. Mas confesso que às vezes não é fácil. Ainda mais quando se lida com isso no dia-a-dia, em ambientes onde todos conhecem os jargões e etc.
  8. Opa Gil, Com certeza não, principalmente os europeus. O alumínio até onde se sabe não oferece risco à saúde. Inclusive alguns antiácidos têm como princípio ativo o hidróxido de alumínio, que vira cloreto de alumínio no estômago e é absorvido pelo organismo. O cloreto de alumínio também é a base da maioria dos desodorantes antitranspirantes. E é usado sulfato de alumínio como floculante no tratamento de água. Mas o alumínio também não é útil ao organismo. Já foram encontradas em alguns pacientes com alzheimer concentrações altas de alumínio nas placas que esta doença forma no cérebro. Porém não conseguiu se estabelecer se havia uma relação de causa e efeito, ou se era simplesmente um local propício para o acúmulo. Seria legal se o Ruston, ou algum dos outros médicos ou estudantes de medicina aqui do fórum pudessem nos trazer maiores esclarecimentos . Mas sinceramente fazendo mal ou não a idéia de ingerir alumínio não me agrada . E tem também a questão do gosto. Quando eu ainda estava morando com os meus pais, eles conseguiam dizer claramente quando a água tinha passado pela cafeteira. E a longo prazo, a durabilidade da própria máquina de café pode ser comprometida.
  9. Não entendi bem.... Várias doses ?
  10. Opa Bernardo, Valeu pela dica. Na próxima vez que desmontar vou testar.
  11. Além da caldeira não corroer e soltar alumínio no café (quem não acompanha o tópico da corrosão em caldeiras gaggia, sugiro que dê uma passadinha por lá).
  12. Esse tipo de teste, o legal é fazer cego: Antes de servir, colocar em dois recipientes iguais, quantidades iguais, e pedir pra alguém embaralhar e marcar tipo: 1 e 2, apenas a pessoa sabendo qual é qual. Se a pessoa for participar do teste, você não deixa ela ver o número da jarra que está sendo servida.
  13. Ah, se eu tivesse filho ou filha, acho que não daria café pra eles não. Pelo menos até passar a fase de "alta energia"
  14. Pessoal, Hoje fui fazer uma limpeza mais profunda da máquina e moinho, como sempre faço a cada 2 pacotes de 250g de café. Porém lembrei do tópico e resolvi abrir a caldeira p/ ver como estva por dentro: De cara já dá p/ ver a semelhança com o caso que o Márcio pegou. Mas como nunca vi uma caldeira calcificada, resolvi fazer alguns testes: Primeiro enchi a parte de cima da caldeira com vinagre (única coisa que eu tinha em mãos). Deixei uns 15 minutos. Não fez praticamente nada. Então resolvi retirar os depósitos brancos p/ ver se eram apenas depósitos ou se tinham corrosão associada. Primeiro tentei com vinagre em uma escovinha bitufo, mas como não estava rendendo, parti pro bombril mesmo (não recomendo - faz uma sujeira desgraçada, e o ferro dentro da caldeira pode ter algum efeito inesperado também, mas resolvi arriscar, pois não tinha mais nada em mãos): Em todas as regiões com depósitos, o alumínio estava com ataque profundo. No resto da caldeira estava apenas enegrecido. Houve também ataque preferencial nas reentrâncias do o-ring. E em uma região da base que estava com um depósito azulado o cromo / níquel (não sei qual dos dois é) foi embora e ficou direto no latão (é uma camadinha bem sem-vergonha). Além disso a parte mais central da base estava coberta com uma camada aparentemente uniforme. Eu fiquei impressionado como a Gaggia, com toda a tradição que tem em fazer máquinas de café, fez essa caldeira com alumínio e cobre / latão expostos e em contato elétrico. É sabido há muito tempo que são metais imcompatíveis devido à corrosão galvânica. Apesar de ter retirado os depósitos, nem mexi no resto da oxidação, já que ia voltar de qualquer jeito ... Vou abrir ela novamente daqui 1 ou 2 meses p/ ver como está evoluindo.
  15. Muito bom. Mas tem um porém ... Mão leve na hora de fechar a válvula. As Gaggias costumam ser bem sensíveis nesse ponto.
  16. Opa Cabral, Sim, é isso mesmo. O cromo tem potencial padrão mais próximo do do alumínio, então a corrosão galvânica é mais difícil. O zinco tem potencial ainda mais próximo, mas por outras razões zincar não é uma opção.
  17. Bom, os últimos cafés que tomei foram o Bourbon Collection do Ateliê, Expresso Brasil do Alexandre e o Chapadão de Ferro da Nuance (acho que a versão floral, mas não sei - comprei no Espaço Café) Já faz um bom tempo que só tenho feito expresso e aeropress. Torra em casa nunca fiz. Já até tive vontade, mas por enquanto estava focado em melhorar meu expresso. Quem sabe logo logo...
  18. Também não dispenso o açúcar. O primeiro gole eu até tomo sem, pra avaliar amargor e acidez, e a qualidade da extração, sem interferências. Mas pra apreciar mesmo gosto de colocar uma colherinha de chá bem rasa (nivelada reta) no expresso simples, e 2 no duplo. Sinto que o açúcar "transforma" a percepção do café, principalmente da acidez. O interessante é que com adoçante não sinto essa transformação. O gosto fica o do café original, e mais a doçura "de remédio" do adoçante. Prefiro tomar puro do que com adoçante.
  19. Na última foto, da esquerda p/ direita: Bruno, Márcio, Simone, Ruston, Eu e Fogo. O que só aparece na outra foto é o Dobelin. E que história é essa de duvidar da minha masculinidade ?? :D
  20. Ruston, we have a problem ! :D Trocadilhos à parte, também percebi um lentidão nos últimos dias, na hora de postar.
  21. A loja chama-se Flavors: www.flavors.com.br
  22. O alumínio, por ter potencial de oxidação positivo, tem comportamento oposto ao cobre nessa questão: O óxido que se forma na superfície é mais resistente a ácidos, resiste inclusive ao ácido nítrico saturado, que inclusive é usado pra anodização. Os valores de pH desejáveis vão de 4,5 a 8,5. Respeitando essa faixa, o grande problema do alumínio é a corrosão galvânica, pelo seu alto potencial de oxidação. Em água levemente ácida, com alumínio e cobre em contato elétrico, o oxigênio dissolvido na água forma óxido de cobre, que devido ao pH menor que 7 se solubiliza. Esse íons de cobre então vão ser reduzidos com a oxidação do alumínio, causando a corrosão. Outro elemento que pode acelerar a corrosão do alumínio, mas em menor grau, é o cloro, que ataca a película de óxido, formando uma corrosão localizada em pequenos pontos (pites). Uma coisa que poderia dar certo é revestir as partes em cobre / latão com um outro metal com alto potencial de oxidação (positivo), p.ex. cromo, e usar água levemente ácida, com pH entre 6 e 7.
  23. Em parte. Imagine uma barra que é metade cobre, metade alumínio, imersa em um eletrólito (solução condutora) qualquer, de íons X(+) e Y(-). O alumínio vai funcionar como ânodo: Al -> Al(3+) + 3 e(-) (o alumínio se ioniza e solubiliza, disponibilizando 3 elétrons) E o cobre como cátodo: 3 X(+) + 3 e(-) -> 3 X (deposita-se X na superfície do cobre, podendo revestir, se for metal, ou formar gás, se for p. ex. hidrogênio) A reação catódica depende de você ter íons X+ na superfície do cobre. Por isso a sua velocidade é proporcional à área do cobre. Já na reação anódica, a única limitação é que a velocidade tem que ser igual à velocidade da reação catódica, para manter a igualdade entre elétrons gerados e consumidos. Se você pintar somente o cátodo (cobre), e tiver alguma falha na pintura, a velocidade das reações vai ser proporcional à área da falha. Mas se você pintar o ânodo, e tiver alguma falha, a velocidade da reação vai ser proporcional à área do cobre. A diferença é que a corrosão vai ser concentrada toda na falha ao invés de por toda superfície do alumínio.
  24. Eca ! Que nojeira ! Nas condições de trabalho da caldeira, deve formar hidróxido de alumínio, e não o óxido simples. Para saber, coloque um pedaço do precipitado em qualquer ácido. O óxido de alumínio (al2o3) é bem resistente. Já o hidróxido deve se dissolver facilmente. Alguns anti-ácidos usam o hidróxido de alumínio como princípio ativo. Outro teste seria ver se há perda de massa por volta de 300 ºC, que seria a conversão do hidróxido em óxido, com liberação de água. Embaixo dos depósitos a corrosão pode ser favorecida, porque há estagnação (circulação diferencial) de fluido. A minha evolution também comprei nessa promoção do saecoshop. Assim coloquei ela pra funcionar liberou pó branco pelo grupo e pelo braço de vapor. Achei que fosse início de calcificação. Mas depois parou ... Um bom tempo depois desmontei a válvula de retenção, e estava levemente incrustada. Agora fiquei meio preocupado. Vou ver se desmonto ela por esses dias pra ver como está pro dentro. Eu reforço o que o Márcio disse: Se não está compromentendo o funcionamento, não faça nada !
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