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Tudo que Lisboa Santos postou
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O Hugo, nosso campeão de AP, e Bronze no Mundial, não ganhou um Sette tb, como prêmio?
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O que vocês fazem com a borra de café?
Lisboa Santos respondeu ao tópico de Igor em Quando o Assunto é Café!
Dá também para ir juntando as borras, e lê-las em hexagramas, como se faz no I Ching. -
Não acho que esteja superada, é só ver aqui no fórum mesmo, quanta gente dizendo que não serve pra nada (o que é muito diferente de dizer que não lhe serve pessoalmente), uns poucos que utilizam como se deve, ou seja, como um mero instrumento de ajuste de receitas, e uma vasta maioria de iniciantes nas medições enlouquecidos com fórmulas e perseguindo números, preocupados com os números que por si só não querem dizer nada, é disto que trata este tópico. Mesmo lá fora, que estou acompanhando diariamente, tenho visto discussões em que as coisas não estão tão claras assim, tais como sobre a validade de serem usados tais aparelhos, que tipo de aparelho (refratômetro ou condutivímetro), qualildade (precisão do aparelho), para quais referências (pessoais, profissionais, comparativas, técnico-laboratoriais etc.) e muita gente perseguindo números altos, em tempos em que correm discussões mais profundas sobre o "fora da caixa", low hump, double hump e segundo Sweet Spot. Acho que o objetivo aqui foi, e é, deixar claro, ou mais claro, como para o Leandro que andava atormentado com essa numerologia toda, é que números são números, não querem dizer nada em si mesmos. Eles são sempre relativos e referenciais, têm relevância em função de preferências pessoais e que, por isso mesmo, não devem ser perseguidos como um "fim", mas apenas como um "meio" para se chegar na xícara excelente, porque xícara suficientemente boa é até fácil de se conseguir, com alguma prática e domínio técnico, mesmo sem "conhecimento" nenhum, o Cabral já esclareceu isso uma vez.
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Excelente! É o que eu venho dizendo há algum tempo: números são números, eu bebo café e não números, simples assim! Porque não custa nada, quando você incorpora como rotina, eu venho medindo todas as preparações que faço para mim mesmo (e até para visitas), é tão automático e simples que, quando me dou conta, já medi e anotei o que aconteceu. Tenho um condutivímetro razoável que com certeza não tem acuracidade internacional (meus 19% podem ser 18% ou 20% num refratômetro profissional do tipo Atago ou VST), mas isso não tem a menor importância pois a finalidade de uso é ter um parâmetro para mim mesmo, uma autorreferência de controle de ajuste de minhas receitas. Hoje, com o controle do que chamo de quadrilátero da extração (granulometria, temperatura, tempo de infusão ou percolação, e agitação), e mais a água que uso, consigo fazer ajustes da ordem de 0,5% Ext, para mais ou para menos, e, assim, buscar qual o ponto de otimização para aquele café segundo o que chamo de quadrilátero do café (qualidades sensoriais natas, grau e desenvolvimento da torra, tempo decorrido da torra, e tempo e conservação após aberto o pacote), tentar achar o tal do Sweet Spot (para além do qual o café só tende a piorar, mas isto é uma outra e longa história). Esta semana mesmo, já extraí um mesmo café com 3 receitas preparadas exatamente "iguais" (tanto quanto possível, claro), variando apenas a água e o fato de eu ter moído os grãos congelados ou em temperatura ambiente; o resultado, por acaso, em %Ext foi exatamente o mesmo, mas um deles estava nitidamente superior aos outros, pela razão que o Rodrigo disse acima: para aquela xícara eu trouxe mais dos solúveis bons do que nas outras, simples assim! Já tomei um Gesha Colombiano a 17,2%, no que andam chamando de "fora da caixa" (abaixo ou acima da faixa de 18% a 22%) ou "low hump" (funciona bem para destacar certas características de cafés excepcionais, mas é assunto para outro tópico) e estava excepcional, muito, mas muito melhor na xícara que outros cafés (brasileiros ou até gringos) que tomei a 21% ou mais. Consegui, posteriormente, puxar a %Ext dele para 20,5% e, mais uma vez por acaso, ele ficou ainda melhor embora diferente na xícara; poderia ter "piorado", mas em geral cafés excelentes só "tendem" a melhorar com Ext mais altas, desde que você não ultrapasse o Sweet Spot dele. No mais, mas não menos, é uma questão de preferências pessoais, só, somente só. É por aí que se coa, na boa, de boa.
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O novo café mais caro do mundo : Agora é cocô de elefante !!!
Lisboa Santos respondeu ao tópico de carlos eduardo em Quando o Assunto é Café!
Na visita ao Campo Místico pensei em produção própria destes tipos de cafezes, mas fiquei com medo de me engasgar com tantas cerejas (das boas, hein!), ou perder o apetite para o almoço da roça maravilhoso que estava para ser servido.... -
Bem perto da Isso é Café tem o Urbe....
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Você usa balança de cozinha para preparar café? Qual?
Lisboa Santos respondeu ao tópico de Beto Origens em Fora de Foco
Qual, Bernardo? é a prova d'água tb? Enviado de meu LG-K430 usando Tapatalk -
Sobre o tal do "tempo" não existe (que eu saiba) um padrão, cada um pode usar o que quiser, desde que use sempre o mesmo. Há quem conte como 3min, por ex., desde o primeiro despejo para a pré-infusão até quando tira o PF (seco ou gotejando ainda); outros que contam como 3 min só a infusão, ou seja, após a pré-infusão até tirar o PF (geralmente gotejando ainda, mas não necessariamente). Tem um tópico sobre o Campeão de Coados de 2015, em que comento estas e outras questões, talvez ajude a entender essas variações de critérios.
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A minha Hario pesa com precisão de 0,1g de 2-200g, 0,5g 200-500g, e 1,0g 500-2000g. Para pesar o café extraído +-0,5g é suficiente, mas para pesar pó não tem como ser menos que +-0,1g se for para calcular extrações (como eu faço), ou pra quem está tentando ajustar ou acertar receita, ou para quem tira espresso por peso. No meu caso, uma precisão de 1g significaria, por ex., que 12g (reais) podem dar na balança 11g (se internamente ela pesar 11,4g) ou num outro extremo 13g (internamente 12,5g), o que equivale a uma possível variação de até uns 15%, como observou o Márcio. Non dá! Dependendo do clima do dia (quente e seco ou frio e úmido) a precisão (ou medição interna) pode variar, imagino. Um mini pitcher meu (seco e limpo), se eu fizer umas 20 medições seguidas, pesando com ou sem tara, ou religando a balança vai ficar variando entre 42,5g e 42,7g (a maioria em 42,6).
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Lisboa Santos respondeu ao tópico de Lisboa Santos em Quando o Assunto é Café!
Por isso eu disse "modo de dizer". Aqui, pela altitude, a água ferveria a +- 97,5ºC, mas daí notei que meu termômetro (um muito bom ES RattleWare) muitas vezes chega nos 100ºC. Lembrei de um barômetro de parede de um tio-avô, quando eu era criança, em que a pressão atmosférica ia mudando (acho que aumentando) quando o tempo piorava, anunciando tempo ruim. Tem dias, muitos, pelo ClimaTempo, que a pressão atmosférica daqui está idêntica a de cidades a nível do mar, só pode ser isso! A temperatura de ebulição tem relação com a pressão atmosférica, independentemente da altitude, embora haja uma correlação natural e usual entre as duas. No mínimo 97,5ºC eu garanto por aqui....- 12 respostas
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Lisboa Santos respondeu ao tópico de Lisboa Santos em Quando o Assunto é Café!
Sobre a entrega, pelo que li no FB, muita gente ao redor do mundo já estava dando feedback com 3 ou 4 dias do despacho, nos EUA muitos receberam em 3 dias mas tinham americanos que ainda não haviam recebido com 8 dias. É uma coisa que vou arriscar pelo menos uma vez: se der muito errado, zé fini. O Matt se refere ao Andy Todd como sendo "our Head Roaster", deve ser da "equipe" de confiança dele, tanto que ele disse que para o futuro eles pretendem terceirizar a torra com outros torrefadores de confiança. Também entendo que não se trata de preconceito, mas de reconhecimento (factual) de perfis diferentes de apreciadores de café. Eu conheço pouca gente (pessoalmente, mas é só ver os posts no fórum) que seja um grande apreciador de espresso e que também realmente aprecie um coado com BR inferior a 10%, quando muito 8%. Não é só dizer que "ficou bom", mas reconhecer que "ficou excelente" com intensidades mais fracas. Tudo isso é normal, não tem certo ou errado, mas sim aquilo a que você está acostumado. O Superlatives não tem este nome à toa, é um projeto todo especial (desde o preço relacionado à quantidade fornecida, para conseguir celeridade de entrega em nível mundial) visando "excelência" (não menos do que isso) até o suposto consumidor final que (fica implícito) será alguém com uma boa experiência em apreciação e preparação de cafés. O projeto todo interliga num tripé características sensoriais do café, torra e preparação de receitas, vale dizer (ainda que do jeito Matt de fazer): aquele café foi torrado de uma forma a ter um melhor resultado com os métodos e receitas de preparação sugeridos. Na página principal do Superlatives, fica bem claro que todos os cafés serão torrados para coados (agora ficou mais claro que para BRs que nós brasileiros chamamos de baixas), portanto não servirá para espressos e fica implícito que não se destina a apreciadores de espresso, tanto que ele falou que para espressos haverá (provavelmente) edições especiais num futuro ainda incerto. Não vi ninguém reclamando de preconceito, apenas pedindo edições para espresso, isto parece ser algo natural (lá fora). Estou me esforçando para aprender com o Rafa, a quem muito agradeço a infinita paciência, a enorme diferença entre torrar um café para coado para uma faixa de BR específica (entre 5,5% e 7%) ou acima disto, ou mesmo para espresso: são universos diferentes de torra e apreciação na xícara. Talvez porque tenhamos a mesma preferência na xícara, eu estou me dando muito bem com as excelentes torras do Rafa, e já estou começando a sentir e a entender o que se perde ou se ganha na xícara quando a torra avança para uma BR muito mais alta da pretendida, imagine se a torra é objetivando espresso. Sobre as receitas, há muitos detalhes na página, servem como referência do que se apreciou com o tal tripé. Fala em BRs diferentes para percolação (6,8%) ou infusão (7,4%), que não precisa avançar no tempo porque o café está muito solúvel, até em coisinhas como: molhar todo o pó em menos de 10seg; não correr no despejo mantendo todo o pó sempre molhado; etapas de despejo na percolação; e até na granulometria para infusão com sugestão de peneiração (dupla, para eliminar os coarses). E também, temperatura da água a 100ºC (modo de dizer que é água fervendo mesmo) e não menos que 95ºC (o que obriga na infusão a usar os 100ºC sem pestanejar) sob pena de perder "a lot of ripeness and creamy mouthfeel". Até fórmula da água usada tem, na proporção 69/100 (bicarbonato de sódio e magnésio). No Brasil tenho encontrado águas entre 50mg/L e 75mg/L de bicarbonato, mas o máximo que já vi de magnésio é 10mg/L (10 vezes menos do que o sugerido para o Juliette). Cada um pode fazer como quiser, mas depois não adianta reclamar que não achou o café na xícara excelente, ou que não ficou do jeito descrito no "pacotão". Sobre Extração, ele não fala nada específico (não vi ainda nenhuma postagem sobre números de TDS ou %Ext) mas, pelo que o Matt já escreveu em seus artigos sobre a Intensidade (em TDS) que ele aprecia, calculo que as Extrações ficarão em torno de 17,5% a 18%. Como se diz, no limiar inferior ou mesmo "fora da caixa" (de 18% a 22%), mas esta parece ser uma tendência (lá fora) de Ext mais baixas com cafés excelentes torrados especificamente para certas faixas de BR (entre 6,5% e 7.5%), e para realçar as características principais e exóticas do café, como as sugeridas no Superlatives. O atual campeão mundial de coados, com finalidade específica de realçar a doçura em vez da acidez do café utilizado (não menos que um Gesha panamenho, também), venceu com uma Extração entre 16,9% e 17,2%. Cafés com torras mais claras já percebi que geralmente não tendem a ultrapassar 19% a 20% de Ext, então pode-se considerar que Extrações entre 17% e 18% são, na verdade, muito boas mesmo, se não excelentes para o que se pretende realçar na xícara, o que tem a ver com qualidade sensorial dos grãos e não exatamente com o gostar ou não do resultado na xícara, como o Rafa bem expôs acima.- 12 respostas
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Evento: Café dos Brothers Animal Edição 2
Lisboa Santos respondeu ao tópico de Beto Origens em Quando o Assunto é Café!
Eu acho até melhor CaÊ Pelo menos não vou atrapalhar, mais do que ajudar, com cálculo de BR, pesagem de grão e água, pesagem do café no bule, cálculo de TDS e %Ext, peneiras granulométricas e sabe-se lá mais o quê, até lá! -
Evento: Café dos Brothers Animal Edição 2
Lisboa Santos respondeu ao tópico de Beto Origens em Quando o Assunto é Café!
Já cansei de parabenizá-lo por esse cada vez mais maravilhoso evento. Ano que vem estarei lado a lado com você, ajudando, faço até coado no V60, Melitta e até no tradicional coador de pano (sei que tem aqueles que só gostam assim), mas até lá já terei esquecido como se faz um coado por percolação, vc vai ter que me ensinar novamente, eu faço o que você mandar! Ah! e mande os parabéns para o seu amigo fotógrafo profissional! muitos parabéns! as fotos estão simplesmente maravilhosas naquele tom quente cafeinado! Adorei... -
Foi o caso do atual campeão mundial de coados, ele não falou em pré-infusão, mas sim que faria a infusão em duas etapas, sendo que na primeira seriam dois despejos: um de 50g e outro de 70g de água. Eram os momentos iniciais, específicos para aquele dia, diante daqueles jurados e com aquele café, com as devidas justificativas, do processo de extração como um todo, que aliás é como um procedimento de extração deve ser considerado. Não é mais novidade, mas é revolucionário: muitos já fazem extração de espresso entre 45seg e 60seg, e até 90seg, com pressões "baixas" (entre 5 e 6 BAR, ou menos), com resultados excelentes. Nada a ver com os impositivos 25 seg (entre 20seg e 30seg, quando há maior flexibilidade conceitual-operacional) a 9 BAR. Sem falar em curva variável de pressão (crescente no início e decrescente ao final), e por aí vai. Por isso é que não gosto de receitas, acho quase inúteis, nem das minhas próprias: só servem como parâmetros ou pontos de partida - e por algum tempo - do que pode ser feito, ou não. Sem falar que só servem para condições bem restritivas como mesmo café, mesma receita, e mesma água. E só experimentando, e ajustando, para saber....
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Sorte sua, CaÊ, que vc não estava na visita guiada ao Campo Místico neste último fim de semana! Imagina só uma rodinha de debates (por ex. sobre solubilidade em função do tempo, temperatura e agitação) comigo, o Rodrigo (Coffee) e o Cabral! Houve várias outras, com os mesmos e outros, discutindo profundamente torra, pós-colheita, em que participei prazeirosamente como ouvinte, já que não são minhas praias. Vivendo, participando (ainda que calado), apreendendo e aprendendo. Tenho a esperança de que o Cabral ainda vai aparecer por aqui para dar os seus sempre úteis e instrutivos, porque potencialmente evolutivos, pitacos dissertativos sobre a P.I., tema que aliás (por falta de tempo e oportunidade) não discutimos mais profundamente lá nos campos místicos!
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Fazer as pessoas pensarem... é um grande desafio nos dias de hoje, das redes sociais, em que as pessoas escrevem e leem superficialmente, e já acham que entendem de tudo e, ou, que todos entendem o que querem dizer (se é que querem mesmo dizer alguma coisa, ou simplesmente propagar uma opinião). Acho esse mundo do café um tanto "conservador", ainda mais aqui no Brasil: há muitos dogmas e mitos; coisas diferentes, experimentais ou novas causam estupefação e são logos desqualificadas com o tal e famigerado "o que importa é gosto na xícara" que não quer dizer absolutamente nada, a não ser para quem está saboreando uma dada xícara posta na mesa. Sobre esta questão dos grupos, tem um artigo excelente de um filósofo, apreciador de cafés, que se eu achar eu posto aqui. Em resumo, ele fala das tribos cafeinadas, e que geralmente (pois é da natureza tribal) uma não consegue entender ou aceitar (ou mesmo respeitar) o que a outra faz ou pensa. Já faz tempo que não ligo (no bom sentido, de respeitar, mas não querer conscientemente para mim) o que a "turma do espresso" diz por aí (vê-se que sou da turma dos coados, mais especificamente do grupelho da AeroPress): se indicam um café como excelente (no espresso), já tiro da minha wish-list de aquisições para consumo próprio. Isto porque entendo que são duas coisas que, num nível mais sofisticado, são relativamente incompatíveis: um café ser excelente, e não apenas o suficientemente bom, para métodos tão diferentes. Cada macaco no seu galho, e todos em paz na (supostamente) mesma árvore!
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O pessoal avançou para além da P.I. e passou a misturar procedimentos que não têm nada a ver com ela: despejar toda água de uma vez na percolação, alterar temperatura ou tempo de extração etc. Sergio, pelo que ando lendo lá fora atualmente, e pelo que venho praticando há muito tempo, tem muita gente usando água fervendo nas preparações; já é comum se ver 100ºC, ou, o que é mais correto, 97ºC-100ºC, já que a água não ferve sempre à mesma temperatura, ainda que na mesma altitude. O Matt Perger diz que não usar água fervendo (qualquer que seja em ºC este valor) com medo de "queimar o café" (parece ser outro mito que está indo pelo ralo) é uma questão tola, se o café for bom. Aumentar a temperatura tem duas consequências: acelerar a extração e extrair algumas substâncias que requerem uma certa temperatura para serem solvidas (parcial ou totalmente). Por ser uma variável, faz diferença, senão não seria uma variável. Se você fixar tudo (mesmo, inclusive a mesma água) na preparação e só variar a temperatura, seu TDS e %Ext serão diferentes (muito, ou pouco, não importa). Comparar extrações (mesma receita) com mesmo TDS e %Ext não quer dizer nada, já fiz várias preparações com os mesmos resultados numéricos, mas com diferentes sabores na xícara justamente por conta da água, isto é só um exemplo. O que pode, ou deve, ser comparado é se com um TDS ou %Ext mais altos, para uma mesma e exata receita, ficou melhor ou pior na xícara. Mas aqui entra a idiossincrasia individual ou grupal para enriquecer ou bagunçar a avaliação. Vale tudo, que é valido para cada um, só e somente só. Da minha experiência de meses, e da de muitos que ando sabendo pelo mundo afora, geralmente (não é uma regra) um café só melhora com uma extração mais alta, salvo se o café não for nenhuma Brastemp. Se não fosse assim, não haveria tanta gente por aí (em coados, mas tb em espressos o que para mim é ainda mais impressionante) perseguindo e conseguindo %Ext na casa dos 22% a 24% (o Rodrigo aka Coffee é um exemplo disto), e até 25%, atualmente. Os poucos casos, que tive conhecimento, de recuo de Extração, foram ressalvados como de cafés que não eram excepcionais (desde a origem no pé até a torra e conservação pós torra). Mas isto ("o que é um café excepcional") é uma outra, longa e penosa discussão.
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Não vejo nova era (ou onda) do café só por conta desta singela questão de P.I., é só um detalhe procedimental: pode ser reformuladora (reformadora) mas não é revolucionária. Dizer que no papel (sendo um texto técnico, ou científico, ou ambos, em qualquer grau de complexidade ou detalhamento) é uma coisa, e na xícara é outra, é quase que atirar na lata de lixo o conhecimento (técnico, científico, ou ambos). O que é outra coisa é a percepção sensorial que cada um tem da xícara, e que pode chegar, num extremo, ao ponto de ser qualquer coisa.
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Tem essa também: que muita coisa no café pode ser medida objetivamente (doçura, acidez, amargor, e até as notas). O fator humano (pessoal, individual, exclusivo e por isso intransferível) entra na história para o bem ou para o mal. O Leo Moço, na Semana do Café de Lorena de 2016, após um brilhante workshop de Degustação e Análise Sensorial (ministrado por Camila Arcanjo), disse que iria (não sei se o fez) submeter o café dele a análise destes dois tipos de cromatógrafos, para checar os resultados, parece que era uma coisa caríssima pra lá dos 4 mil Temeres (na época, Dilmas).
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Barista Hustle consolidado: Site, Superlatives, Facebook e Wiki
Lisboa Santos respondeu ao tópico de Lisboa Santos em Quando o Assunto é Café!
Muintcho! Eles dão todas as informações, inclusive perfil de torra, e sugestões (com as razões, dele Matt) para preparação (granulometria, tempos, BR etc). Tem até um vídeo muito legal para vc imergir no mundo de onde aquele café saiu. A compra, como um todo, é uma experiência que parece ser bem abrangente. Pra quem é torrefador, seria interessante analisar o perfil de torra. Isso é algo que vou fazer ainda este ano: pelo menos uma compra do Superlatives para ver quanto tempo demora pra chegar, porque que vai ser bão! ah disso não tenho dúvidas...- 12 respostas
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- Barista Hustle
- Matt Perger
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Vi o vídeo... O áudio do meu pc está ruim, então tive que assistir no celular, que tb não tem um som muito bom, mas pelo que entendi.... Ele não fala exatamente em duas pre-infusões, mas que vai dividir o despejo total dele (300g de água) em 3 infusões: a primeira de 50g, a segunda de 70g (o que totaliza 120g da primeira parte do despejo, segundo ele), depois o restante (180g). A primeira está próxima do conceito de P.I., mas mais do que simplesmente encharca (umedece) o pó, pois para simplesmente encharcar bastariam até 35g-40g de água (relação 175%-200% do peso do pó, no caso 20g) que é compatível com a granulometira usada (grossa, ele chamou de coarse). Tanto é que entre cada etapa ele fala que espera toda a água escoar antes de um novo despejo. O café foi um Gesha panamenho, granulometria grossa, água a 92ºC, 20g de pó, 300g de água total, o que dá a atualmente famosa e mágica BR de 6,7%. Para uma granulometria grossa a retenção de água pode variar (segundo minha prática de medição) de 175% a 200% do peso do pó. Se assim for, e já que ele disse que o TDS dele seria de 1,3%, a Extração dele ficou entre 17,2% e 16,9% (portanto, fora da caixa, abaixo dela). O Santiago falou uma coisa significativa que é a de a diferença existir ou ser notada. Sobre ser notada, isto vai depender de sofisticação do paladar (o que tende a evoluir com o tempo), treino, usos e costumes etc. Se a diferença existe, mas ainda não é notada, deve ser feita nova tentativa num futuro incerto, penso eu, ou continuar tentando até que vc note a diferença (eu estou a anos luz disso ainda, talvez por isso não notei a diferença). Visão, audição, paladar, tato e olfato só vão evoluir se você estimular a evolução, principalmente através de treino (educação).
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Exato, porque aí existem dois conceitos de uniformidade: o de cada extração em si mesmas, e o da uniformidade de preparações o que pode dar (quase sempre dá) um grau grande (mas ainda assim variável) de repetibilidade. Se você tem uma técnica muito apurada e precisa, vc consegue uma boa repetibilidade. O que venho comprovando na minha prática, a cada dia, é que quanto mais uniforme a extração (em si mesma) melhor o café vai ficando, até porque será "melhor" extraído. Ser gostosa... há quem goste de cafés subextraídos (por costume ou falta de técnica, por condições culturais ou pessoais), os que até busquem certo desequilíbrio na preparação (puxando pro doce, pro ácido ou até pro amargo).... A questão, pra mim, não é ser simplesmente gostosa mas ser sempre o mais gostosa possível. Hoje, para dar um simples exemplo, eu já não gosto mais da receita de AP que eu fazia há 4 meses atrás quando do Campeonato de 2016, acho ela gostosinha (o tal do suficientemente gostosa), não mais do que isso, eu a uso de vez em quando só para comparar e comprovar que ela é, hoje, "inha".
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Por isso mesmo não faço mais coados por percolação há uns 6 meses, salvo para visitas. Costumo dizer que se você gosta de tomar um café que é (quase) sempre diferente um do outro (com o resto tudo exatamente igual: café, modo de preparar etc.) um V60 é o canal. Reduzir a questão a "o que importa é o gosto na xícara", não me satisfaz, porque se eu não entender como as coisas funcionam eu nunca saberei se aquela xícara de hoje (que seja boa, normalmente é, por um tempo) é a melhor que posso fazer para atender às minhas próprias preferências pessoais.
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Ah rá! Então ele (sob este nick "Coffee") é que é o Rodrigo!?!?! Gostei muito do Rodrigo na visita ao Campo Místico, ele tem muita fundamentação técnica no que fala e defende, sabe o que está fazendo (demonstra segurança) e conhece demais mesmo, um dia ainda chego perto.... Mas daí ele ainda vai estar longe de ser alcançado... que nem a linha do horizonte.... Estamos contando com sua participação por aqui, não precisa ser dissertativo que nem o Cabral, nem defensor de teses que nem eu, mas este tipo de post com as explicações e fundamentações dos porquês é que fazem a diferença! Grande abraço, pra Deborah tb! Lisboa.
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Já parei de fazer P.I. (conforme eu expliquei em um outro post recentemente) há um mês, embora eu praticamente só esteja usando AeroPress, e não notei nenhuma diferença nem positiva (exceto pela redução do tempo antes usado na P.I.) nem negativa (eu já molhava o pó por igual). Eu não a faria mais com certeza em outros métodos por infusão (FP e Clever), e também nos por percolação (em coados). Como não faço espressos, não saberei se tem algum impacto, dizem que ajuda na expansão das partículas o que reduziria ou minimizaria uma suposta canalização (coisa que não tem mesmo o menor sentido em coados por percolação ou infusão). Não faltam mitos por aí, que são reproduzidos com aquele ar de "autoridade" e, para quem teve a curiosidade de testar na prática, não passa de papagaiada: alguns inocentes, mas alguns trágicos para quem está aprendendo a extrair melhor, ou tentando melhorar o café na xícara. Dentre eles o de que empurrar o êmbolo da AP até o fim amarga a xícara (isso só aconteceria, em tese, se o café estivesse super subextraído); o de que o café amargou porque está sobre-extraído (quando as evidências práticas e técnicas praticamente comprovam exatamente o contrário); ou de que espresso tigrado é que o bom (só se for visualmente, porque revela problemas de desuniformidade de torra ou desuniformidade de extração devido a desuniformidade de granuloemtria e, ou, em razão de mini ou micro canalizações).