Parece-me que uma das preocupações do Bernando é o acúmulo de pressão se tornar perigoso.
@Bernardo, quando você aciona o botão de vapor, a caldeira sobre pra esses 140~150'C mencionados, a água tenta evaporar e a pressão mantém parte dela em estado líquido. Nessa situação, se não me engano, a tendência é a pressão na caldeira ficar entre 1,2 BAR e 1,5 BAR, dependendo de diversos fatores.
É necessário ter a noção de que os sistemas com fornecimento controlado e limitado de energia alcançam um equilíbrio, e é por isso que usamos termostatos e pressostados nas caldeiras, para impor tal limite. Salvo mal-funcionamento, a pressão da caldeira não irá ultrapassar muito os 1,5 bar, mesmo em modo de "vaporização".
Uma comparação interessante para dirimir sua "sensação de perigo" é com a pressão de pneus de carros de passeio, que gira em torno de 2 BAR (ou 30 PSI). Concorda que em geral a parede metálica (alumínio, cobre, aço, bronze etc.) de uma caldeira é muito mais resistente que a parede de um pneu? A pressão da caldeira em modo vapor não chegaria sequer a dar conta de manter a borracha do pneu inflada o suficiente para o mesmo ser utilizado em um carro...
Muitos fabricantes de máquina de espresso se vangloriam de utilizar bombas de 15 ou 16 BAR. A pressão do vapor é significativa, sim, mas nem tanto, não passa de 7 a 10Kg por polegada quadrada, enquando a bomba d'água consegue gerar mais de 100Kg/pol2.
Em outra comparação, um adulto mediano, em geral, exerce em torno de 3Kg/pol2 sobre a sola do pé ao caminhar, no momento em que apenas 1 dos pés sustena o peso do corpo. Durante uma corrida "suave", a pressão exercida sobre algumas partes do pé passa normalmente de 10Kg/pol2, mais do que a pressão do interior da caldeira em modo "vapor", e a mesma é feita de um metal espesso e projetada para suportar no mínimo 10x mais que isso.
Quando a bomba é acionada a coisa fica bem mais forte, mas nada fora do previsto pelos projetistas. Como a bomba d'água costuma ficar antes da caldeira e esta fica antes do grupo, tudo se sujeita à mesma pressão. Como há válvulas que limitam a pressão da bomba, em geral em 11 BAR ou menos, consideremos que esses 11 BAR representam aproximadamente 160 PSI, ou aproximadamente 72Kg/pol2. Mesmo assim as máquinas de espresso não costumam "explodir" quando você aciona a bomba, não é? Justamente porque foram feitas pra suportar muito mais "carga" do que isso, por segurança.
Se todos sistemas de segurança falharem, ainda assim é mais provável que o calor e a pressão crescentes façam romper uma vedação de borracha e haja alívio de pressão muito antes de o metal da caldeira se romper. Vazaria numa junta, talvez com alta pressão e até com um momento de pulso de descompressão, mas não explodiria. A junta mais comum de ceder é justamente a "gaxeta de grupo", que é o anel de vedação da cabeça de grupo que sela o conjunto filtro/porta-filtro para extração.
Daria pra comentar sobre os limites de capacidade do elemento aquecedor também impedirem que a temperatura passe de certo ponto (queima da resistência) e outras coisas, mas acho que isso já basta pra "sossegar" sua preocupação.