Boa tarde, pessoal!
Sou dono de uma torrefação de cafés especiais - @casadepedracafesespeciais -, localizada em Mineiros-GO, e vou me envolver nessa discussão, kkkk.
A cor do grão é uma consequência final do que se procurou durante a torra, que é obter o máximo de potêncial que aquela matéria prima tem. Se quiséssemos torrar um café que teria como objetivo final chegar em determinado ponto da escala de Agtron ao invês de valorizar o seu sensorial como um todo, poderíamos deixar nesse café notas sensoriais um tanto quanto desagradáveis, como de grama, vegetais, ou até mesmo um desequilíbrio de acidez com o conjunto. A exemplo disso, esta semana estava fazendo uma torra de prova de um café de 88 pontos; notas de cidreira, erva doce, acidez cítrica brilhante, mas no final uma notinha de grama que precisa sair dali.. hehehe
Outro ponto e ainda sobre este exemplo: este mesmo café, mesmo com notas cítricas e herbais marcantes e com uma torra que foi de um pouco mais do que 7 minutos (bem curta), não resultou em grãos que são considerados de torra clara, mas sim média-média. Ou seja, a cor do grão também vai depender das variáveis pré-torra: terroir, colheita, variedade, processo...
A dica é: escolha seu café pela preferência que o seu sensorial busca, seja acidez marcante, doçura elevada, corpo alto ou alguma nitidez específica.
@Thebit, as notas mais claras (acidez, floral, frutado...) são as que volatilizam mais rápido, então quanto mais recente for a torra, melhor.
Abraços e bons cafés!