José Cal Neto

macho que é macho, quando a mulher grita, guarda a faca.

De um modo geral, é bem mais barato manter um cliente do que conseguir um novo. Por aqui, parece que muita gente não se toca disso. O que é 1kg de café comparado ao custo de convencer alguém novo a comprar 1kg? Quem pesquisa marketing sabe disso, mas pelo visto por Pindorama as leis do universo parecem não se aplicar. Nesse ramo de café especial, a coisa me parece ainda mais grave. O número de clientes é bem baixo e conseguir um novo deve ser um parto. Não é um produto que se compre uma vez na vida e pronto.

Não sei se existe um não pressurizado para sachê. Até porque o filtro pressurizado é mais generoso com torras não tão frescas, que praticamente sempre vai ser o caso do sachê.

Aqui no Rio, meus amigos chiques sempre pedem um curto. O difícil é vir. Já cansei de ver servirem um normal, ele reclamar e o cara jogar metade fora e devolver pra ele. Sem falar nos ecológicos, que aproveitam e fazem logo dois curtos como bico duplo.

Timing perfeito (ou como diria a hasbean, perfetio): pipoqueira (submarion) e termômetro (mercadolivre) terminaram de chegar juntos. Bem, quase perfetio, porque nem pedi o café ainda. Agora é o dilema sobre qual comprar.

Até certo ponto, acho que somos muito sensíveis a preço. Mais que outras culturas. Me lembro a primeira vez que pedi um expresso na Alemanha e veio uma xícara suja de um líquido preto. Me senti roubado. Tão pouco café. Era bom, mas minha reação inicial foi de indignação. As pessoas estão acostumadas à xícara cheia. Se você fizer um simples com brew ratio de 50%, vai ter 14ml. O freguês vai achar que você tá de gozação. Teria que ter todo um mis-en-scène na cafeteria, de preferência com quadros das associações de café com as padronizações de cada bebida para que os comensais (bebensais?) não se sentissem enganados. Ou seja, não sei se é simplesmente o brasileiro que tem mal gosto. É bom não esquecer que até a década de 90 praticamente nem sequer havia bons lugares pra se tomar café (mesmo mal tirados). Já falaram aqui dos detalhes, bem interessantes, sobre como era o mercado brasileiro de café, com preços nacionalmente tabelados e como isso matava qualquer tentativa de ter um café melhor.

Vou arriscar uma opinião em relação a essas extrações e outras que vemos por aí. Primeiro, ia também comentar que o moedor claramente está ajustado para uma moagem bem mais grossa que expresso (dá pra ver a olho nú e no vídeo). Eles falam que tem coado, expresso etc. Imagino que não mudem a regulagem do moedor e provavelmente vai tudo com a mesma granulometria. Imagino também que muitos empresários achem 20-30 s muito tempo, pensando em uma cafeteria cheia e fila para fazer o expresso. Na verdade, já há algum tempo eu acho que essa deve ser a razão das extrações ralas. Nunca vi, por exemplo, o extremo oposto, com extrações longuíssimas. É sempre "meu amor é cachoeira..."

Oi, Tárcio, a flor bonita que nem nos vídeos, nunca consegui. O melhor foi com café com acho que 5 dias de torra e mesmo assim não chegou aos pés dos vídeos bons. Quando chegar minha pipoqueira, vou ver se consigo uma do mesmo dia da torra. Acho que uma regra básica é usar ente uma e duas vezes o peso de água na pré-infusão que você tem de pó (para os seus 12g, entre 12 e 24 g (ou ml) de água). Eu pessoalmente acho mais fácil ir regando com tudo em cima de uma balança e faço por peso.

O adjetivo forte também tem a ver com intensidade de sabor. Eu diria que um curto (ristretto, ou como queiram chamar) é mais forte do que um normal (normale). Pelo que entendo, no normal até haverá mais solúveis amargos do que no curto. Por essa medida, o mais forte seria o normal, não o curto. As palavras que usamos para descrever os gostos são talvez ainda mais complexas do que essas análises de compostos solúveis. Até acho interessante as análises. Pelo menos tenho menos dificuldade com elas do que com os gostos de toranja (grapefruit, para quem não sabia que existia nome em português), blueberry (mirtilo) e sei lá mais o que. Por outro lado, esses gostos loucos todos complementam as análises. Por ora vou me contentando em agrupar os cafés (suplicy torra média parecido com bruzzi expresso etc) e decidir se gosto ou não.

Oi, Ruben, será que alguém mais se anima? Acho que teria que ser sedex. O terroá que comprei por pac da bahia demorou quase 3 semanas pra chegar. Simulei 1kg via sedex e o frete era 40 pratas. Se arrumássemos um terceiro mosqueteiro ficaria melhor (13,33 em vez de 20). Vamos esperar um pouco. Ah, esqueci de escrever no post passado para o Fernando que o orgânico do Ateliê do Café eu achei muito bom. Acho que foi o melhor expresso que eu provei dos 13 cafés que tomei recentemente (gosto também do Orfeu, mas acho que o orgânico ganha; talvez por ter que tomar 1kg de Orfeu e no final já não estar mais bombando).

Pois é (pois eu), cachaça me estimula a outras coisas...

Procurei por Quênia (ou Kenya) e não achei nada de história. Achei esse vídeo despretensioso interessante: Engraçado ouvir o narrador se referir ao ano 1902 como nineteen zero two. Vou procurar agora um sobre a Etiópia (o café ainda não provei, mas gosto muito da comida Pelo menos das coisas vegetarianas). P.S. o inseto não é nada nojento, mas usado para controle de outras pragas.

Eu tenho um colega de Curitiba que diz que se lembra de moer o café em casa com a mãe. Isso que ele é razoavelmente novo. Eu gosto de café forte. Confesso que tenho dificuldade de apreciar tanto o café 13º lá do coffe lab. Vamos ver com os da África que eu comprei como vai ser a coisa.

Você tem um Hario v60. É uma boa terapia. Se concentra na água descendo. Eu gosto bastante. Se não quiser ficar em cima, ainda tem a prensa francesa. Tá bem servido. Nenhuma cafeteira elétrica vai ganhar dos dois.

eu conheço muita gente de classe média (não a de 500 reais, a da velha guarda mesmo) que não gosta de expresso "porque é muito forte". A maioria mulher. Sua empregada gostou?

engraçado, eu não gostei desse, justamente porque achei muito chupado do Estranho no Ninho. Um que eu achei legal, meio pra mulher, mas enfim, foi o 5 to 9, que mostra um dia na vida da Cuddy com a filha adotiva. Acordando às 5 e saindo do trabalho às 9 (trocadilho com 9 to 5, o horário comercial típico dos EUA).

Achei interessante que o percentual que usa máquina de expresso (incluindo com cápsula) é quase igual ao que usa o bom e velho, pardon my french, sutiã de velha.

Oi, Bernardo. Vivendo e aprendendo. Só lembrava de gente que não jogava o filtro de papel fora "só" depois de uma passada. Lembrei agora até de um colega daqui que se queixou que o primeiro expresso até ficava bom, mas os seguintes eram bem fracos.

Oi, José Alexandre, comprei do http://www.ebay.com/...spressoworldpro vem do Chipre (parte grega). Demorou muito, mas não paguei imposto. O envio foi com número de rastreio e tudo. Ele tem várias outras coisas, inclusive um disco de borracha pra backflush que me arrependo de não ter pedido junto.

Não sei sobre o moinho, mas o pó está realmente grosso. Até me impressiona você conseguir 25s para um duplo.

Eu tinha curiosidade quanto a esse bourbon de Porto Alegre, mas aí tinha que juntar um pessoal do Rio pra rachar o frete. O Unique Cítrico me parece que é também Bourbon amarelo. Alguém já comparou os dois?

Pelo que já li aqui no cdc, a diferença de frequência não afeta a máquina. Acho que talvez influa no funcionamento da bomba, mas nada que afete o resultado do café. Se estou errado, por favor alguém corrija.

É Fernando, eu não tinha atentado para esse detalhe. Até tem site (Unique, acho) que usa terminologia "grão para expresso", mas isso complica um pouco a coisa...

Comprei do Terroá, mas hoje o site deles diz que eles estão de mudanças e ficou nas entrelinhas que é melhor não comprar por esses dias que provavelmente vai demorar. O frete para o Rio é caro. Comprei via PAC e apesar de eles torrarem e mandarem logo, demorou quase 3 semanas pra chegar na minha casa. Porto Alegre também tem um frete bem caro. O Alexandre é do Rio, logo o frete não pesa tanto. O Ateliê do Café tem frete barato (São Paulo) e entrega rápido. Comprei uma vez e fiquei bem satisfeito. Sugiro também passar na Sorelle (Humaitá ou escada shopping) e ver quão velho é o Orfeu. O pacote é de um quilo, mas se você quiser e a torra for nova, eu até divido com você.

Acho que a gente até pode ficar divagando sobre as razões do erro, mas isso não é exatamente relevante para questão. Foi uma transação comercial documentada. Seria melhor resolver informalmente, mas se não for o caso... Não conheço bem a conexão com o Curto Café, mas essa história de (no Curto) você pagar o quanto quer me passa uma ideia mesmo de um certo diletantismo. Não me surpreende que coisas assim aconteçam. Parece que para eles no final tudo se equilibra (não cobram um dia do Sérgio, outro dia mandam errado pra você e por aí vai). Não parece ser má fé, mas você foi um consumidor, pagou e portanto tem direitos. De qualquer modo, ficamos todos avisados. Para comprar com esse pessoal, talvez o melhor seja fazer somente ao vivo e no ato.